Prisão de jornalista. Quem no Brasil acredita na versão da polícia?

A bandidagem solta e a polícia de Alckmin competente demais para predner estudantes e jornalistas
SÀO PAULO A CIDADE MAIS VIOLENTA DO BRASIL. A bandidagem solta e a polícia de Alckmin competente demais para prender estudantes e jornalistas

 

 

Um vídeo divulgado nas redes sociais mostra um jornalista do site Portal Aprendiz, parceiro do UOL, sendo agredido e preso por policiais militares durante o protesto contra o aumento do preço das passagens de ônibus, metrô e trem em São Paulo, nesta terça-feira (11).

Um cinegrafista amador flagrou o momento em que policiais começam a bater no repórter. A jovem Johanna Jaumont assistiu às imagens e não tem dúvidas que se trata do seu namorado, Pedro Ribeiro Nogueira, 27.

Ela lembra que estava junto com ele e outras duas amigas na região da avenida Paulista, área central da capital, quando viram policiais militares jogando bombas de efeito moral.

“Corremos com medo. Quando entramos na rua São Carlos do Pinhal, nos deparamos com mais policiais. Uma das minha amigas começou a passar mal e paramos para socorrê-la. Foi quando os policiais foram pra cima dele”, conta.

De acordo com a namorada do jornalista, sete PMs agrediram o jovem. “Bateram muito nele. Ele está com ferimentos no rosto, nas costas”, fala.

O jornalista foi detido e levado para o 78º DP (Jardins), onde foi autuado em flagrante por formação de quadrilha, por provocar incêndio e por dano contra o patrimônio. Ele não teve direito a pagar fiança. Na manhã desta quarta-feira (12), ele foi transferido para o 2º DP (Bom Retiro).

“Isso é um absurdo. Ele estava exercendo a função dele [como jornalista] e tentava nos proteger para que não levássemos cassetada. É injusto”, desabafa a jovem.

Por meio de nota, a SSP (Secretaria de Segurança Pública) informou que o delegado que indiciou o jornalista considerou que ele teve participação nos “atos de vandalismo”.
“A convicção jurídica do delegado se baseia em depoimentos de policiais que avistaram o rapaz danificando uma viatura e uma guarita policial”, diz a nota. A SSP esclareceu que cabe agora à Justiça decidir se ele deve ou não ser colocado em liberdade.

Portal Aprendiz repudia prisão

O Portal Aprendiz condenou nesta quarta-feira a prisão de seu repórter Pedro Ribeiro Nogueira durante os protestos na área central de São Paulo.

Em nota, a Associação Cidade Escola Aprendiz, responsável pelo site, explica que o jornalista fazia a cobertura do acontecimento para o portal quando foi agredido e detido. “O que vimos foi uma ação policial baseada na truculência e na violência, o que constituiu um abuso contra as liberdades democráticas e um ataque violento à liberdade de imprensa”, diz o comunicado.

Polícia de Alckmin prende e arrebenta

O jornalista Pedro Ribeiro Nogueira, 27 anos, está entre as 11 pessoas que seguem presas nesta quarta-feira após a manifestação contra o aumento da tarifa do transporte público em São Paulo. Ele foi indiciado pelos crimes de dano qualificado e formação de quadrilha, que é inafiançável, e está na 78ª Delegacia de Polícia (DP). “Estamos querendo tirar ele de lá o quanto antes”, revelou, aflita, a mãe de Pedro, Beatriz, que ficou sabendo da prisão às 23h de ontem e ficou na delegacia até por volta das 4h desta quarta. “Isso é sem noção. Fizeram um pacote e puseram ele junto”, criticou.

 

Beatriz contou que Pedro foi ao local para fazer a cobertura da manifestação para o Portal Aprendiz. “Quando estava indo embora, encontrou a namorada e mais duas amigas. Quase no final da Paulista, eles foram encurralados pela polícia e uma das amigas ficou para trás. Ele voltou para socorrê-la e se postou na frente dos policiais para defendê-la. Os policiais então o agrediram e o prenderam”, explicou a mãe.

 

 

O Portal Aprendiz divulgou nota informando que o profissional estava em serviço quando foi detido. “Na noite de ontem, o repórter do Portal Aprendiz, Pedro Ribeiro Nogueira, foi preso durante cobertura da manifestação contra o aumento da tarifa do transporte público na capital paulista. Assim como outros jornalistas, Nogueira foi agredido e detido pela Polícia Militar, embora estivesse apenas trabalhando na cobertura dos fatos”, informa o texto.

 

 

A nota diz também que o delegado do caso não concordou em receber duas representantes da Associação Cidade Escola Aprendiz, organização responsável pelo Portal Aprendiz, que foram atestar o trabalho do repórter. A mãe de Pedro também alegou que o delegado se negou a ouvir testemunhas que comprovariam que o filho estava trabalhando na noite de ontem. “O delegado disse que já tinha provas suficientes da participação dele”, contou Beatriz. A reportagem do Terra tentou contato por telefone com o delegado, mas não foi atendida.

 

Veja vídeo

 

Pedro deve ser transferido para a 2ª DP ainda hoje. No Facebook, amigos se manifestaram quanto à prisão do jornalista. “Acabamos de sair da DP após passarmos a noite acompanhando os jovens lá detidos durante o ato contra o aumento. Entre os detidos, Pedrão Ribeiro Nogueira , jornalista que cobria o evento pelo portal aprendiz. Ele foi preso defendendo duas meninas que estavam sendo agredidas pela polícia. O Pedrão também acabou sendo agredido. Outro detido é o Raphael, vulgo clash. Precisamos de ajuda com advogados, divulgação e grana pra fiança. Contamos com a força de todos os movimentos, partidos, jornalistas e afins”, postou Victor Sá.

 

 

 

 

 

Censura policial de Alckmin espanca e prende jornalista

Pedro Ribeiro Nogueira espancado e preso pela polícia do governador de São Paulo, candidato à reeleição
Pedro Ribeiro Nogueira espancado e preso pela polícia do governador de São Paulo, candidato à reeleição
O jornalista do Portal Aprendiz, Pedro Ribeiro Nogueira, agredido e detido pela polícia militar na última terça-feira (11/6), enquanto cobria a manifestação contra o aumento da passagem de transporte público em São Paulo, continua preso.
Nogueira foi indiciado pelos crimes de dano qualificado e formação de quadrilha que são inafiançáveis e está detido na 78ª Delegacia de Polícia (DP). “Estamos querendo tirar ele de lá o quanto antes”, disse a mãe de Nogueira ao Portal Terra. “Isso é sem noção. Fizeram um pacote e puseram ele junto”, desabafou a mãe.

Posicionamento do veículo

 

Segundo nota divulgada pelo Portal Aprendiz, o profissional estava em serviço quando foi detido. “Na noite de ontem, o repórter do Portal Aprendiz, Pedro Ribeiro Nogueira, foi preso durante cobertura da manifestação contra o aumento da tarifa do transporte público na capital paulista. Assim como outros jornalistas, Nogueira foi agredido e detido pela Polícia Militar, embora estivesse apenas trabalhando na cobertura dos fatos”, diz o texto.

 

Contatada por IMPRENSA, Helena Finger, diretora pedagógica da Associação Cidade Escola Aprendiz, entidade responsável pelo portal, afirmou que a editora do veículo, Raiana Ribeiro, passou a madrugada no 78º DP tentando convencer os policiais de que Nogueira estava na manifestação a trabalho, porém sem sucesso. Helena também disse que a família do jornalista contratou advogado, que trabalha em parceria com o portal para entrar com pedido de habeas corpus.

 

Esclarecimentos 
Na tarde desta quarta-feira (12/6), a direção do Sindicato dos Jornalistas Profissionais no Estado de São Paulo (SJSP) enviou um ofício à Secretaria de Segurança Pública exigindo esclarecimentos e a imediata libertação do jornalista.
No documento, a entidade diz a prisão de Pedro foi arbitrária e fere a liberdade de imprensa, já que ele estava presente na manifestação “realizando trabalho de cunho jornalístico”. O SJSP também manifestou solidariedade aos familiares do jornalista detido e se colocou à disposição do advogado do profissional.
À IMPRENSA, o presidente da entidade, José Augusto Camargo, informou que o sindicato ainda apura as circunstâncias da prisão. Se comprovada que a acusação seria a de formação de quadrilha, a “situação seria absurda”, “um caso claro de cerceamento da liberdade de imprensa”.

IMPRENSA também contatou o departamento de comunicação da Secretária de Segurança Pública do Estado de São Paulo e aguarda retorno sobre o caso.

(Transcrito do Portal Imprensa)