Um país de assassinos de jornalistas

Informam Repórteres Sem Fronteiras que este ano já foram assassinados dez jornalistas. Tudo indica que muito mais. Em nome da boa imagem do Brasil democrático, quinta potência mundial, a grande imprensa raramente noticia os assassinatos de jornalistas desconhecidos, de blogueiros, de radialistas.

O radialista Edmilson de Jesus, de 40 anos, conhecido como ‘Edmilson dos Cachinhos’, foi assassinado a tiros enquanto trabalhava nos estúdios da rádio Princesa da Serra, em Itabaiana (SE), distante 58 km de Aracaju, na noite de domingo (28).

De acordo com a polícia, o crime ocorreu por volta das 21h, no momento em que a vítima estava sozinha na emissora localizada na Avenida Manoel Antônio dos Santos. Por não haver sinais de arrombamento, os policiais acreditam que o suspeito seria conhecido da vítima.

Ainda segundo a polícia, há indícios de que houve uma discussão entre o radialista e o suspeito. Os dois teriam entrado em luta corporal e o homem efetuou três disparos contra Edmilson. A vítima ainda tentou correr, mas caiu na porta de acesso ao estúdio.

De acordo com a irmã do radialista, Eliana de Jesus, o filho dela ligou para o tio para pedir uma música por volta das 21h30, no entanto, um homem atendeu a ligação. “Meu filho ficou assustado, pois logo no primeiro toque o suspeito atendendeu e disse não ser Edmilson. Ele pediu então para falar com tio e o homem disse que ele estava morto e desligou“, afirmou.

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Informa o Portal Alarde:

O presidente do Sindicato dos Radialistas de Sergipe, Fernando Cabral se reuniu na manhã desta quarta-feira, 31, com o secretário de Estado da Segurança Pública (SSP), com o adjunto, João Batista e o coordenador das Delegacias da Capital,Flávio Albuquerque para cobrar empenho nas investigações visando elucidar o crime que tirou a vida do radialista.

“O sindicato solicitou essa reunião para saber como está essa investigação do assassinato do companheiro Edmilson de Jesus e solicitar uma atividade maior da SSP no caso. Foi um crime bárbaro que chocou o Brasil, a Federação dos Radialistas já comunicou internacionalmente esse fato e precisamos de agilidade na apuração”, ressalta Fernando Cabral, lembrando ser o primeiro registro de assassinato de radialistas dentro do estúdio de uma emissora de rádio.

Fernando Cabral disse ainda que há 12 anos Sergipe não tinha o registro de assassinatos de radialistas. “O último caso foi junho de 2000, com o companheiro Wellington Costa, da Rádio Ouro Negro, de Carmópolis e em seguida, José Wellington Fernandes, o Zezinho Cazuza, em Canindé do São Francisco”, informa reivindicando maior segurança nas empresas de pequeno e médio porte.