Lançamento do Dicionário Amoroso do Recife

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“Quem é do Recife, quem já viveu no Recife ou quem passou um tempo no Recife, sempre dirá: eu tenho um caso pessoal com esta cidade”.

O Dicionário Amoroso do Recife é obra de toda uma vida na cidade, “um lugar possuidor de visco e modo de ser” que acompanhou e acompanha Urariano Mota sempre.

No Dicionário, os significados vêm “na nuvem da memória e do sentimento. A memória a falar daquilo que a marcou. Falando para todos os humanos a humanidade do Recife”.

Dicionário Amoroso do Recife

Amanhã, sexta-feira, às 19 horas, na Livraria Cultura, no Paço da Alfândega, no Recife Antigo, o romancista Urariano Mota estará autografando o Dicionário Amoroso do Recife.
O Dicionário é fruto de um escritor que ama a cidade acima de tudo. Não foi à toa que o grande maestro Spok, o cara e a cara do frevo renascido, se referiu ao livro como se visse o Recife falando para os recifenses e para qualquer pessoa de fora, no Rio, em São Paulo, ou além das fronteiras do Brasil. Como um novo Pernambuco falando para o mundo.
De A até Z, o livro é um passeio pelas Igrejas, pela primeira Sinagoga das Américas, pelos terreiros, pelos mercados públicos, pelo elogio emocionante dos heróis do povo da cidade.
Um dicionário da humanidade pernambucana. Da gente do Recife, “da encantadora gente do Recife, que às vezes sufoca a gente de emoção e ternura, de um carinho que rasga o solo como uma flor no asfalto duro”.
De Eutanasinha, a criança flagrada na inocência da fantasia de princesa do carnaval. De Clarice Lispector a ver o frevo na rua. Da descoberta de uma qualidade rara em Dom Hélder Câmara. E muitas homenagens, recuperação de pessoas ilustres e queridas do Recife, desta vez salvas para sempre como exemplos e modelos de pessoas da cidade.
Quem? Não perguntem quem, perguntem como são e vivem essas pessoas. Do ser que são virá a sua fama.
Humor, poesia, drama, como de resto é feita uma cidade grande cujo crescimento se dá na memória e no afeto.
E mais: o novo centro do Recife.
E qual o gênero da cidade? Recife é macho ou fêmea?
Revelações como a passagem de Gagárin no Recife, a origem do nome Zumbi para um bairro. E as mulheres do Marrocos, o teatro de sexo do sonho dos meninos. O Mercado da Boa Vista. As redações do Recife, lembrando nomes que os jovens fotógrafos e jornalistas nem sabe que existiram.  Eis o trecho de um verbete:

“No registro cotidiano do Recife, muito espanta hoje o seu sentido de flagra, mais rápido que o de um fotógrafo de esporte no momento do gol. No precioso arquivo de Olegária, aparecem ladrões meninos ou adultos no instante do furto. Como se fosse de repente, naquele momento tão suave e sub-reptício que ninguém vê, Wilson mostrava em preto e branco os dedos escorregando em uma bolsa de mulher, no centro do Recife. O seu flagrante não media conveniências. Flechava, ou melhor, flashava meninos miseráveis, sem banheiro no mocambo, defecando à luz do dia em um canal da cidade.

Olegária nos contou que tamanha era a intimidade do pai com famosos, que ele chegou a fotografar misses de Pernambuco nuas. Para nossa infelicidade não restaram as provas, porque Wilson, honestíssimo, devolvia os negativos às donas. (O que eram os costumes secretos e a gentileza do fotógrafo.) Ele trabalhou no Jornal do Commercio, Diário de Pernambuco e Folha da Manhã.“

Este é um Dicionário para o Recife “que está mais em seu povo que em todos os monumentos, pontes, rios e edifícios. Aquela cidade que vista de cima, no avião que chega, acende um calor, uma alegria e uma felicidade sem palavras, somente fogo íntimo”.
“Estamos de volta, Recife”, e quem volta suspira em silêncio, pouco importando se esteve fora um mês, um ano ou dois dias.

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VOCÊ TEM UM ENCONTRO MARCADO COM URARIANO MOTA

Urariano Mota

Bacia do Pina – vislumbrando um futuro pólo de lazer aquático para o Recife

por  Alex Maurício Araújo

 

 

A bacia do Pina está situada após a bacia portuária do Porto do Recife, em plena zona urbana da cidade e  é separada do Oceano Atlântico por meio de um dique, o qual impede o contato direto de suas águas com as do mesmo. Possui uma extensão de aproximadamente 3,6 km e larguras variáveis, sendo a mínima de 0,26 km, e a  máxima de 0,86 km, perfazendo uma área total de espelho d’água de aproximadamente 2,02 km².

É um ambiente dinâmico do ponto de vista hidrográfico com características estuarinas sujeitas à ação das marés provenientes do Porto do Recife e às alterações ambientais devido aos despejos de efluentes domésticos e industriais nos seus rios formadores (Tejipió, Pina, Jordão)  e contribuinte (rio Capibaribe via braço morto e antiga ponte giratória). Durante a estação do verão, época mais crítica em termos ambientais, a contribuição das vazões dos rios fica minimizada relativamente à das águas do mar.

Pode-se afirmar que atualmente os principais usos-benefícios dos recursos hídricos da área da bacia do Pina, são por ordem: transporte e diluição dos efluentes sanitários e industriais lançados diretamente ou afluindo para a bacia através dos seus corpos d’água formadores; navegação e atracação de embarcações; uso estético, além de sua importância sócio-econômica em função das atividades pesqueiras realizadas pela população de baixa renda circunvizinha.

As águas que circulam na bacia vem sendo alvo de intensa poluição. É visível a presença de manchas de óleo na superfície  da água e os efeitos dos lançamentos  de lixo e de esgotos  sem  tratamento prévio. A intensificação do uso dos  recursos hídricos na modalidade transporte e diluição de efluentes limita e inibe a expansão de outras modalidades mais  nobres  de  aproveitamento  como;  navegação,  pesca,  lazer, esportes náuticos e  principalmente o  uso  estético daquela belíssima coleção d’água.

Um corpo d’água com potencial biológico e produtivo, e grande importância sócio econômica, deve ser considerado área privilegiada e ter um uso mais adequado e que traga benefícios mais vantajosos. Em especial, e de forma diferencial relativamente às outras capitais, a cidade do Recife possui um grande patrimônio fluvial estuarino disponibilizado pela natureza para ser explorado na área de lazer aquático. Além das praias, tradicional atração turística, os aspectos fluviais e estuarinos da cidade do Recife devem ser considerados, estudados, levantados e planejados racionalmente os seus usos de modo a que se possa explorar, em bases ambientalmente auto-sustentada,  todo o seu potencial.

A idealização e o planejamento urbano e ambiental integrados de um pólo de turismo e lazer aquático na bacia do Pina fundamentam-se na melhoria da qualidade de vida dos habitantes da cidade do Recife e nos pressupostos macroeconômicos de que o turismo em Pernambuco está situado entre as suas maiores vocações econômicas. Sua concepção baseia-se na valorização da beleza paisagística e nos seus atributos naturais para vir a ser um local ideal para a promoção de eventos públicos ligados ao lazer e esportes náuticos (remo, vela, esqui aquático, canoagem, etc.), devendo ser este patrimônio ambiental usufruído, protegido e garantido por todos contemporâneos para as futuras gerações pernambucanas.