Dilma desafia curriola direitista de Cunha e promete vetar lei da terceirização

Em discurso, Dilma disse que Planalto acompanha tramitação da lei da terceirização que não pode comprometer direitos dos trabalhadores

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A presidente Dilma Rousseff afirmou na manhã desta quinta-feira, no Rio de Janeiro, que o governo acompanha com interesse a votação do projeto de Terceirização no Congresso Nacional. Em entrevista coletiva em Duque de Caxias, na Baixada Fluminense, onde entregou 500 apartamentos do programa Minha Casa Minha Vida, Dilma disse que as empresas terceirizadas têm de ter responsabilidades definidas.

“Acredito que há algumas questões na terceirização que precisam ser tratadas, desde que não comprometam o direito dos trabalhadores e nem desorganizem a vida dos trabalhadores. Temos de garantir que as empresas contratadas paguem os salários e os impostos e que tenham uma responsabilidade solidária”, disse a presidente.

Nani
Nani

Em 2013, governo Dilma também foi contra terceirização

Em entrevista concedida à Rádio Brasil Atual e à Rádio ABC, de São Bernardo do Campo (ABC paulista) em agosto de 2013, a presidenta Dilma Rousseff afirmou que o governo federal é contra qualquer processo que comprometa os direitos dos trabalhadores, “que impactem a negociação coletiva ou precarizem as relações de trabalho”.

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PT e PSOL travam batalha pelos direitos trabalhistas no Congresso

O PT e o PSOL foram os únicos partidos políticos com mais de dois deputados federais que votaram 100% a favor dos trabalhadores, ou seja, contra a PL 4330 que terceiriza as atividades-fins das empresas. Pelo sim foram 324, não 137 e abstenção 2.

O PCdoB foi a grande decepção, pois mesmo sendo de centro-esquerda e tendo recomendo o voto contra o projeto de terceirização, teve um voto pelo sim. Quem traiu o partido e os trabalhadores foi o deputado federal Carlos Eduardo Cadoca (PCdoB-PE).

O PSL, com seu único voto pelo não, e o PTC, com seus dois votos pelo não, partidos que liberaram a escolha do voto, foram as surpresas positivas na defesa dos trabalhadores.

Partidos que até pouco tempo eram considerados de centro-esquerda, como o PDT, PSB e PV, votaram em massa pelo sim, ou seja, contra os trabalhadores. No PDT 13 parlamentares votaram sim e apenas 5 não, no PSB 21 pelo sim e 9 pelo não, e no PV todos os seus 6 deputados votaram sim.

Partidos claramente anti-trabalhadores, que defendem os interesses dos patrões, como o PSDB, DEM, PMDB, PP, PPS, PR, PROS, PSD, PSC, PTB, Solidariedade, entre outros, votaram maciçamente na proposta de terceirização.

Entre alguns deputados federais que mesmo fazendo parte de partidos de centro ou de centro-direita, que votaram a favor dos trabalhadores, e estão de parabéns, foram João Arruda (PMDB-PR), Hermes Parcianello (PMDB-PR), Christiane de Souza Yared (PTN-PR), Luiz Erundina (PSB-SP), Tiririca (PR-SP), Miro Teixeira (PROS-RJ), entre outros. In Portal Metrópole 

terceirização PMDB é um partido da direita

PMDB é um partido da direita e contra os trabalhadores

Na votação do pedido de urgência pela votação da lei da terceirização, o PMDB demonstrou que foi um partido consentido durante a ditadura militar. Aliás, um partido criado com a bênção do ditador Castelo Branco.

Durante a ditadura militar, o PMDB governou vários Estados e Capitais. E assumiu a presidência da República, pelo voto indireto, com José Sarney, presidente de honra do partido.

O PMDB hoje tem a presidência da Câmara dos Deputados (Eduardo Cunha), do Senado Federal (Renan Calheiros) e a vice-presidência da República (Michel Temer).

 

Mário
Mário

 

 

Confira a lista dos deputados que traíram os trabalhadores, aprovando a tramitação urgente do PL da terceirização

Genildo
Genildo

 

Denuncia o escritor, professor e juiz do Trabalho Grijalbo Fernandes Coutinho:

“Pesquisas acadêmicas realizadas nas últimas décadas, bem como a atuação da fiscalização do Ministério do Trabalho e Emprego, do Ministério Público do Trabalho e da Justiça do Trabalho, revelam que a terceirização, por força da sua razão primordial de ser ancorada na drástica redução de custos, está umbilicalmente associada ao caos no ambiente de trabalho. Adoecimentos, graves acidentes com mortes e mutilações, salários baixíssimos, jornadas intensas e extenuantes, trabalho análogo ao de escravo, direitos imateriais intensamente violados, invisibilidade social, esfacelamento sindical e degradação geral das condições de trabalho simbolizam tragicamente o que significa de fato a crueldade da terceirização.

Na hipótese de chancela da terceirização na atividade-fim, o trabalho será tratado como o lixo das relações sociais por parte de quem lucra muito com o seu resultado, dado o desprezo a ser conferido a esse direito humano fundamental próprio da parte numérica mais expressiva da sociedade brasileira, a classe trabalhadora.

Detendo 25% do mercado de trabalho (Dieese, 2011), caso reste autorizada na atividade-fim, a terceirização ocupará espaço muito mais expressivo rapidamente, aumentando, sem dúvida, a tragédia social assim constada a partir de sua prática no Brasil.

Humilhações, mortes, adoecimentos, salários irrisórios, jornadas intensas e extenuantes, desemprego, violação de direitos imateriais, segregação, trabalho precário e degradante, trabalho análogo ao de escravo e outros graves problemas sociais serão intensificados em grau exagerado, a ponto de os integrantes das instituições públicas da regulação e proteção do trabalho, incluindo os auditores-fiscais, procuradores e juízes do trabalho, logo constatarem a sua absoluta inutilidade para fazer valer a justiça social inscrita como compromisso fundamental da Constituição de 1988”. Leia mais 

Conheça os deputados que, para defender os interesses do patronato, votam pelo “avassalador aniquilamento de direitos dos personagens antes considerados humanos trabalhadores”.

 

Confira os deputados que votam contra os direitos dos trabalhadores e das trabalhadoras

 

Paulo Pereira da Silva, o Paulinho do Solidariedade e da Força Sindical, e Eduardo Cunha Cunha, presidente da Câmara.aprovaram a tramitação em regime de urgência do PL 4330, da terceirização total que acabará com a CLT
Paulo Pereira da Silva, o Paulinho do Solidariedade e da Força Sindical, e Eduardo Cunha Cunha, presidente da Câmara, arregimentam os deputados que aprovaram a tramitação em regime de urgência do PL 4330, da terceirização total que acabará com a CLT

 

Lista mostra quais parlamentares aprovaram a tramitação em regime de urgência do PL 4330, da terceirização total que acabará com a CLT

Quem votou sim é, portanto, contra os direitos dos trabalhadores e trabalhadoras.

Esta lista foi elaborada pela Comissão de Direitos Humanos e Minorias da Câmara. Transcrito do Viomundo

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Roraima (RR)

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Abel Mesquita Jr. PDT Sim
Carlos Andrade PHS Sim
Hiran Gonçalves PMN Não
Jhonatan de Jesus PRB Não
Maria Helena PSB Não
Remídio Monai PR Sim
Shéridan PSDB Sim
Total Roraima: 7

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Amapá (AP)

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André Abdon PRB Não
Cabuçu Borges PMDB Sim
Janete Capiberibe PSB Não
Jozi Rocha PTB Sim
Marcos Reategui PSC Sim
Professora Marcivania PT Não
Total Amapá: 6

Pará (PA)

Arnaldo Jordy PPS Não
Beto Faro PT Não
Beto Salame PROS Não
Delegado Éder Mauro PSD Sim
Edmilson Rodrigues PSOL Não
Elcione Barbalho PMDB Sim
Francisco Chapadinha PSD Sim
Hélio Leite DEM Sim
Joaquim Passarinho PSD Sim
José Priante PMDB Sim
Josué Bengtson PTB Sim
Júlia Marinho PSC Não
Nilson Pinto PSDB Sim
Simone Morgado PMDB Sim
Zé Geraldo PT Não
Total Pará: 15

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Amazonas (AM)

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Alfredo Nascimento PR Não
Arthur Virgílio Bisneto PSDB Sim
Átila Lins PSD Sim
Conceição Sampaio PP Sim
Hissa Abrahão PPS Sim
Marcos Rotta PMDB Sim
Pauderney Avelino DEM Sim
Silas Câmara PSD Sim
Total Amazonas: 8

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Rondonia (RO)

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Expedito Netto Solidariedade Sim
Lucio Mosquini PMDB Sim
Luiz Cláudio PR Sim
Marcos Rogério PDT Não
Mariana Carvalho PSDB Sim
Marinha Raupp PMDB Sim
Nilton Capixaba PTB Sim
Total Rondonia: 7

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Acre (AC)

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Alan Rick PRB Sim
Angelim PT Não
César Messias PSB Sim
Flaviano Melo PMDB Sim
Jéssica Sales PMDB Sim
Leo de Brito PT Não
Rocha PSDB Sim
Sibá Machado PT Não
Total Acre: 8

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Tocantins (TO)

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Carlos Henrique Gaguim PMDB Sim
César Halum PRB Sim
Dulce Miranda PMDB Sim
Irajá Abreu PSD Sim
Josi Nunes PMDB Sim
Lázaro Botelho PP Sim
Professora Dorinha Seabra Rezende DEM Não
Vicentinho Júnior PSB Sim
Total Tocantins: 8

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Maranhão (MA)

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Aluisio Mendes PSDC Sim
André Fufuca PEN Sim
Cleber Verde PRB Não
Deoclides Macedo PDT Não
Eliziane Gama PPS Não
Hildo Rocha PMDB Sim
João Castelo PSDB Sim
João Marcelo Souza PMDB Sim
José Reinaldo PSB Sim
Junior Marreca PEN Sim
Juscelino Filho PRP Sim
Pedro Fernandes PTB Sim
Rubens Pereira Júnior PCdoB Não
Victor Mendes PV Sim
Waldir Maranhão PP Sim
Weverton Rocha PDT Não
Zé Carlos PT Não
Total Maranhão: 17

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Ceará (CE)

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Adail Carneiro PHS Sim
André Figueiredo PDT Não
Aníbal Gomes PMDB Sim
Antonio Balhmann PROS Sim
Arnon Bezerra PTB Sim
Cabo Sabino PR Não
Chico Lopes PCdoB Não
Danilo Forte PMDB Sim
Domingos Neto PROS Não
Genecias Noronha Solidaried Sim
Gorete Pereira PR Sim
José Airton Cirilo PT Não
José Guimarães PT Não
Leônidas Cristino PROS Não
Luizianne Lins PT Não
Macedo PSL Não
Moroni Torgan DEM Não
Moses Rodrigues PPS Não
Odorico Monteiro PT Não
Raimundo Gomes de Matos PSDB Sim
Ronaldo Martins PRB Não
Vitor Valim PMDB Não
Total Ceará: 22

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Piauí (PI)

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Assis Carvalho PT Não
Átila Lira PSB Não
Heráclito Fortes PSB Sim
Iracema Portella PP Sim
Júlio Cesar PSD Sim
Marcelo Castro PMDB Sim
Merlong Solano PT Não
Paes Landim PTB Sim
Rodrigo Martins PSB Sim
Silas Freire PR Sim
Total Piauí: 10

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Rio Grande do Norte (RN)

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Antônio Jácome PMN Abstenção
Beto Rosado PP Sim
Fábio Faria PSD Sim
Felipe Maia DEM Sim
Rafael Motta PROS Não
Rogério Marinho PSDB Sim
Walter Alves PMDB Sim
Zenaide Maia PR Sim
Total Rio Grande do Norte: 8

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Paraíba (PB)

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Aguinaldo Ribeiro PP Não
Benjamin Maranhão Solidaried Sim
Damião Feliciano PDT Não
Efraim Filho DEM Sim
Hugo Motta PMDB Sim
Luiz Couto PT Não
Manoel Junior PMDB Sim
Pedro Cunha Lima PSDB Sim
Rômulo Gouveia PSD Sim
Veneziano Vital do Rêgo PMDB Não
Wellington Roberto PR Sim
Wilson Filho PTB Sim
Total Paraíba: 12

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Pernambuco (PE)

.
Anderson Ferreira PR Sim
Augusto Coutinho Solidaried Sim
Betinho Gomes PSDB Sim
Bruno Araújo PSDB Sim
Carlos Eduardo Cadoca PCdoB Não
Daniel Coelho PSDB Sim
Eduardo da Fonte PP Sim
Fernando Coelho Filho PSB Sim
Fernando Monteiro PP Sim
Gonzaga Patriota PSB Sim
Jarbas Vasconcelos PMDB Sim
João Fernando Coutinho PSB Sim
Jorge Côrte Real PTB Sim
Kaio Maniçoba PHS Sim
Luciana Santos PCdoB Não
Mendonça Filho DEM Sim
Pastor Eurico PSB Sim
Raul Jungmann PPS Não
Ricardo Teobaldo PTB Sim
Silvio Costa PSC Sim
Tadeu Alencar PSB Não
Wolney Queiroz PDT Não
Zeca Cavalcanti PTB Não
Total Pernambuco: 23

.
Alagoas (AL)

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Arthur Lira PP Sim
Cícero Almeida PRTB Não
Givaldo Carimbão PROS Sim
Marx Beltrão PMDB Sim
Maurício Quintella Lessa PR Sim
Paulão PT Não
Pedro Vilela PSDB Sim
Ronaldo Lessa PDT Não
Total Alagoas: 8


Sergipe (SE)

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Adelson Barreto PTB Sim
Andre Moura PSC Não
Fábio Mitidieri PSD Sim
Fabio Reis PMDB Sim
João Daniel PT Não
Jony Marcos PRB Não
Laercio Oliveira Solidaried Sim
Valadares Filho PSB Sim
Total Sergipe: 8

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Bahia (BA)

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Afonso Florence PT Não
Alice Portugal PCdoB Não
Antonio Brito PTB Abstenção
Antonio Imbassahy PSDB Sim
Arthur Oliveira Maia Solidaried Sim
Bacelar PTN Não
Bebeto PSB Não
Benito Gama PTB Sim
Cacá Leão PP Sim
Caetano PT Não
Claudio Cajado DEM Sim
Daniel Almeida PCdoB Não
Davidson Magalhães PCdoB Não
Elmar Nascimento DEM Sim
Erivelton Santana PSC Sim
Félix Mendonça Júnior PDT Sim
Fernando Torres PSD Sim
Irmão Lazaro PSC Sim
João Carlos Bacelar PR Sim
João Gualberto PSDB Sim
Jorge Solla PT Não
José Carlos Aleluia DEM Sim
José Carlos Araújo PSD Sim
José Nunes PSD Sim
José Rocha PR Não
Márcio Marinho PRB Não
Mário Negromonte Jr. PP Sim
Moema Gramacho PT Não
Paulo Azi DEM Sim
Paulo Magalhães PSD Não
Roberto Britto PP Sim
Ronaldo Carletto PP Sim
Sérgio Brito PSD Sim
Tia Eron PRB Sim
Uldurico Junior PTC Não
Valmir Assunção PT Não
Waldenor Pereira PT Não
Total Bahia: 37

.
Minas Gerais (MG)

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Adelmo Carneiro Leão PT Não
Ademir Camilo PROS Não
Aelton Freitas PR Não
Bilac Pinto PR Sim
Caio Narcio PSDB Sim
Carlos Melles DEM Sim
Dâmina Pereira PMN Sim
Delegado Edson Moreira PTN Sim
Diego Andrade PSD Sim
Dimas Fabiano PP Sim
Domingos Sávio PSDB Sim
Eduardo Barbosa PSDB Sim
Eros Biondini PTB Sim
Fábio Ramalho PV Sim
Gabriel Guimarães PT Não
Jaime Martins PSD Sim
Jô Moraes PCdoB Não
Júlio Delgado PSB Abstenção
Laudivio Carvalho PMDB Não
Leonardo Monteiro PT Não
Leonardo Quintão PMDB Sim
Lincoln Portela PR Não
Luis Tibé PTdoB Sim
Luiz Fernando Faria PP Sim
Marcelo Álvaro Antônio PRP Não
Marcelo Aro PHS Sim
Marcos Montes PSD Sim
Marcus Pestana PSDB Sim
Margarida Salomão PT Não
Mário Heringer PDT Sim
Mauro Lopes PMDB Sim
Misael Varella DEM Sim
Newton Cardoso Jr PMDB Sim
Odelmo Leão PP Sim
Padre João PT Não
Pastor Franklin PTdoB Sim
Paulo Abi-Ackel PSDB Sim
Raquel Muniz PSC Sim
Reginaldo Lopes PT Não
Renzo Braz PP Sim
Rodrigo de Castro PSDB Sim
Rodrigo Pacheco PMDB Sim
Saraiva Felipe PMDB Sim
Silas Brasileiro PMDB Sim
Stefano Aguiar PSB Sim
Subtenente Gonzaga PDT Não
Tenente Lúcio PSB Sim
Toninho Pinheiro PP Sim
Wadson Ribeiro PCdoB Não
Weliton Prado PT Não
Zé Silva Solidaried Sim
Total Minas Gerais: 51

.
Espírito Santo (ES)

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Carlos Manato Solidaried Sim
Dr. Jorge Silva PROS Não
Evair de Melo PV Sim
Givaldo Vieira PT Não
Helder Salomão PT Não
Lelo Coimbra PMDB Sim
Marcus Vicente PP Sim
Paulo Foletto PSB Sim
Sergio Vidigal PDT Sim
Total Espírito Santo: 9

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Rio de Janeiro (RJ)

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Alessandro Molon PT Não
Alexandre Serfiotis PSD Sim
Alexandre Valle PRP Sim
Altineu Côrtes PR Sim
Aureo Solidaried Sim
Benedita da Silva PT Não
Cabo Daciolo PSOL Não
Celso Jacob PMDB Sim
Celso Pansera PMDB Não
Chico Alencar PSOL Não
Chico D’ Angelo PT Não
Clarissa Garotinho PR Não
Cristiane Brasil PTB Sim
Deley PTB Não
Dr. João PR Sim
Eduardo Cunha PMDB Art. 17
Ezequiel Teixeira Solidaried Sim
Fabiano Horta PT Não
Felipe Bornier PSD Sim
Fernando Jordão PMDB Sim
Francisco Floriano PR Não
Glauber Braga PSB Não
Hugo Leal PROS Não
Indio da Costa PSD Sim
Jair Bolsonaro PP Sim
Jandira Feghali PCdoB Não
Jean Wyllys PSOL Não
Julio Lopes PP Sim
Leonardo Picciani PMDB Sim
Luiz Carlos Ramos PSDC Não
Luiz Sérgio PT Não
Marcelo Matos PDT Não
Marcos Soares PR Sim
Marquinho Mendes PMDB Sim
Miro Teixeira PROS Não
Otavio Leite PSDB Sim
Paulo Feijó PR Sim
Roberto Sales PRB Não
Rodrigo Maia DEM Sim
Rosangela Gomes PRB Não
Sergio Zveiter PSD Sim
Simão Sessim PP Sim
Soraya Santos PMDB Sim
Sóstenes Cavalcante PSD Sim
Walney Rocha PTB Sim
Washington Reis PMDB Sim
Total Rio de Janeiro: 46

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São Paulo (SP)

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Alex Manente PPS Sim
Alexandre Leite DEM Sim
Ana Perugini PT Não
Andres Sanchez PT Não
Antonio Bulhões PRB Não
Antonio Carlos Mendes Thame PSDB Sim
Arlindo Chinaglia PT Não
Arnaldo Faria de Sá PTB Não
Baleia Rossi PMDB Sim
Beto Mansur PRB Sim
Bruna Furlan PSDB Sim
Bruno Covas PSDB Sim
Capitão Augusto PR Sim
Carlos Sampaio PSDB Sim
Carlos Zarattini PT Não
Celso Russomanno PRB Não
Dr. Sinval Malheiros PV Sim
Eduardo Bolsonaro PSC Sim
Eduardo Cury PSDB Sim
Eli Correa Filho DEM Sim
Evandro Gussi PV Sim
Fausto Pinato PRB Não
Flavinho PSB Sim
Gilberto Nascimento PSC Sim
Goulart PSD Sim
Guilherme Mussi PP Sim
Herculano Passos PSD Sim
Ivan Valente PSOL Não
Jefferson Campos PSD Sim
João Paulo Papa PSDB Sim
Jorge Tadeu Mudalen DEM Sim
José Mentor PT Não
Keiko Ota PSB Sim
Lobbe Neto PSDB Sim
Luiz Lauro Filho PSB Sim
Luiza Erundina PSB Não
Major Olimpio PDT Sim
Mara Gabrilli PSDB Sim
Marcelo Squassoni PRB Sim
Marcio Alvino PR Sim
Miguel Haddad PSDB Sim
Miguel Lombardi PR Sim
Milton Monti PR Sim
Missionário José Olimpio PP Sim
Nelson Marquezelli PTB Sim
Nilto Tatto PT Não
Orlando Silva PCdoB Não
Paulo Pereira da Silva Solidariede Sim
Paulo Teixeira PT Não
Renata Abreu PTN Não
Ricardo Izar PSD Sim
Ricardo Tripoli PSDB Sim
Roberto Alves PRB Não
Roberto Freire PPS Sim
Samuel Moreira PSDB Sim
Sérgio Reis PRB Não
Silvio Torres PSDB Sim
Tiririca PR Sim
Valmir Prascidelli PT Não
Vanderlei Macris PSDB Sim
Vicente Candido PT Não
Vicentinho PT Não
Vinicius Carvalho PRB Não
Vitor Lippi PSDB Sim
Walter Ihoshi PSD Sim
William Woo PV Sim
Total São Paulo: 66

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Mato Grosso (MT)

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Adilton Sachetti PSB Sim
Ezequiel Fonseca PP Sim
Fabio Garcia PSB Sim
Nilson Leitão PSDB Sim
Professor Victório Galli PSC Sim
Ságuas Moraes PT Não
Valtenir Pereira PROS Não
Total Mato Grosso: 7

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Distrito Federal (DF)

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Alberto Fraga DEM Sim
Augusto Carvalho Solidaried Sim
Erika Kokay PT Não
Izalci PSDB Sim
Laerte Bessa PR Sim
Ronaldo Fonseca PROS Sim
Roney Nemer PMDB Sim
Total Distrito Federal: 7

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Goiás (GO)

Alexandre Baldy PSDB Sim
Célio Silveira PSDB Sim
Daniel Vilela PMDB Sim
Delegado Waldir PSDB Sim
Fábio Sousa PSDB Sim
Giuseppe Vecci PSDB Sim
Heuler Cruvinel PSD Sim
João Campos PSDB Sim
Jovair Arantes PTB Sim
Lucas Vergilio Solidaried Sim
Magda Mofatto PR Sim
Marcos Abrão PPS Sim
Pedro Chaves PMDB Sim
Roberto Balestra PP Sim
Sandes Júnior PP Sim
Total Goiás: 15

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Mato Grosso do Sul (MS)

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Carlos Marun PMDB Sim
Dagoberto PDT Sim
Elizeu Dionizio Solidaried Sim
Geraldo Resende PMDB Sim
Mandetta DEM Sim
Tereza Cristina PSB Sim
Vander Loubet PT Não
Zeca do Pt PT Não
Total Mato Grosso do Sul: 8

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Paraná (PR)

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Alex Canziani PTB Sim
Alfredo Kaefer PSDB Sim
Aliel Machado PCdoB Não
Assis do Couto PT Não
Christiane de Souza Yared PTN Não
Diego Garcia PHS Sim
Dilceu Sperafico PP Sim
Enio Verri PT Não
Evandro Rogerio Roman PSD Sim
Hermes Parcianello PMDB Sim
João Arruda PMDB Não
Leandre PV Sim
Leopoldo Meyer PSB Não
Luciano Ducci PSB Sim
Luiz Carlos Hauly PSDB Sim
Luiz Nishimori PR Sim
Marcelo Belinati PP Não
Nelson Meurer PP Não
Osmar Bertoldi DEM Sim
Osmar Serraglio PMDB Sim
Ricardo Barros PP Sim
Rossoni PSDB Sim
Rubens Bueno PPS Sim
Sandro Alex PPS Sim
Sergio Souza PMDB Sim
Toninho Wandscheer PT Não
Zeca Dirceu PT Não
Total Paraná: 27

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Santa Catarina (SC)

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Carmen Zanotto PPS Sim
Celso Maldaner PMDB Sim
Cesar Souza PSD Sim
Décio Lima PT Não
Edinho Bez PMDB Sim
Esperidião Amin PP Sim
Geovania de Sá PSDB Não
João Rodrigues PSD Sim
Jorge Boeira PP Sim
Jorginho Mello PR Sim
Marco Tebaldi PSDB Sim
Mauro Mariani PMDB Sim
Pedro Uczai PT Não
Rogério Peninha Mendonça PMDB Sim
Ronaldo Benedet PMDB Não
Valdir Colatto PMDB Sim
Total Santa Catarina: 16

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Rio Grande do Sul (RS)

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Afonso Hamm PP Sim
Afonso Motta PDT Não
Alceu Moreira PMDB Sim
Bohn Gass PT Não
Carlos Gomes PRB Sim
Covatti Filho PP Sim
Danrlei de Deus Hinterholz PSD Sim
Darcísio Perondi PMDB Não
Fernando Marroni PT Não
Giovani Cherini PDT Sim
Heitor Schuch PSB Não
Henrique Fontana PT Não
Jerônimo Goergen PP Sim
João Derly PCdoB Não
José Fogaça PMDB Não
José Otávio Germano PP Sim
Jose Stédile PSB Não
Luis Carlos Heinze PP Sim
Luiz Carlos Busato PTB Não
Marco Maia PT Não
Marcon PT Não
Maria do Rosário PT Não
Mauro Pereira PMDB Sim
Nelson Marchezan Junior PSDB Sim
Onyx Lorenzoni DEM Sim
Osmar Terra PMDB Sim
Paulo Pimenta PT Não
Renato Molling PP Sim
Ronaldo Nogueira PTB Não
Sérgio Moraes PTB Sim
Total Rio Grande do Sul: 30

 

Genildo
Genildo

Deus pôs na Cruz de Jesus o peso de todas «as injustiças – disse o Papa Francisco – perpetradas por cada Caim contra o seu irmão, de toda a amargura da traição de Judas e de Pedro, de toda a vaidade dos prepotentes e de toda a arrogância dos falsos amigos»

02 - ICONE BIZANTINO

Esperança, ressurreição e amor de Deus. São estas três palavras que resumem o dia no qual a Igreja faz memória da Paixão de Jesus. É o Papa Francisco quem as confia ao mundo inteiro, no encerramento da Via-Sacra presidida no Coliseu, no início da noite de Sexta-Feira Santa, 18 de Abril.

Deus pôs na Cruz de Jesus o peso de todas «as injustiças – disse o Pontífice – perpetradas por cada Caim contra o seu irmão, de toda a amargura da traição de Judas e de Pedro, de toda a vaidade dos prepotentes e de toda a arrogância dos falsos amigos».

Precisamente por isso, «era uma Cruz pesada, como a noite das pessoas abandonadas, pesada como a morte das pessoas queridas, pesada porque sintetiza toda a fealdade do mal». Todavia, é também «uma Cruz gloriosa, como a aurora de uma longa noite – acrescentou o Santo Padre – porque em tudo representa o amor de Deus, que é maior do que as nossas iniquidades e traições».

Portanto a Cruz – explicou o bispo de Roma – sinal da «monstruosidade do homem quando se deixa guiar pelo mal», torna-se o símbolo da «imensidão da misericórdia de Deus», porque Ele «não nos trata segundo os nossos pecados, mas em conformidade com a sua misericórdia». E assim, diante daquela Cruz, sentimos que somos «filhos e não coisas nem objectos», ressaltou o Papa, recitando uma oração de são Gregório de Nazianzo.

O Papa Francisco evocou nesta Sexta-Feira Santa os sofrimentos provocados pela doença e pelo abandono, ao concluir a Via-Sacra no Coliseu de Roma, e condenou as injustiças cometidas por “cada Caim contra o seu irmão”.
“Todos juntos, recordemos os doentes, lembremos todas as pessoas abandonadas sob o peso da cruz, a fim de que encontrem na provação da cruz a força da esperança, da esperança da ressurreição e do amor de Deus”, disse o Santo Padre.

Após as 14 estações, que evocam o julgamento e execução de Jesus, o Papa Francisco disse que Deus colocou na Cruz de Cristo o peso dos pecados da humanidade, “a amargura” da traição, a “vaidade” dos prepotentes, a “arrogância dos falsos amigos”.

“Era uma cruz pesada, como a noite das pessoas abandonadas, como a morte dos entes queridos” – referiu num texto lido antes da bênção final – mas era também “uma cruz gloriosa”, porque simboliza o amor de Deus.
“Na cruz vemos a monstruosidade do homem, quando se deixa guiar pelo mal, mas também vemos a imensidão da misericórdia de Deus, que não nos trata segundo os nossos pecados” – afirmou o Papa Francisco.

“O mal – declarou – não terá a última palavra”, mas sim “o amor, a misericórdia, o perdão”.

Uma forte crítica às chagas da sociedade atual foi o mote das reflexões da Via-Sacra propostas por D. Giancarlo Bregantini, Arcebispo de Campobasso em Itália. Este refere que no madeiro da Cruz levado por Jesus até ao calvário estão “o peso de todas as injustiças que produziram a crise económica, com as suas graves consequências sociais: precariedade, desemprego, demissões, dinheiro que governa em vez de servir, especulação financeira, suicídios de empresários, corrupção e usura, juntamente com empresas que deixam os países”.

Nas reflexões feitas pelo arcebispo italiano para as 14 estações da Paixão, o sofrimento das mulheres também ocupou o seu lugar. Neste contexto, D. Bregantini pediu que se chore “pelas mulheres escravizadas pelo medo e a exploração”, mas recordou que “não basta bater no peito e sentir comiseração”. As mulheres devem “ser tranquilizadas como Ele fez, devem ser amadas como um dom inviolável para toda a humanidade”, acentuou o prelado.

O texto da Via-Sacra teve como tema “Rosto de Cristo, Rosto do Homem” e numa das estações o arcebispo Bregantini criticou também as condenações e “acusações fáceis, os juízos superficiais entre o povo, as insinuações e os preconceitos que fecham o coração e se tornam cultura racista, de exclusão e de descarte”. D. Bregantini, no texto da Via Sacra, questionou ainda se os homens e as mulheres de hoje sabem “ter uma consciência reta e responsável, transparente, que nunca volte as costas ao inocente, mas se posicione, com coragem, em defesa dos fracos, resistindo à injustiça e defendendo em todo o lado a verdade violada?”

De referir que a Cruz foi transportada nesta noite de sexta-feira, no Coliseu de Roma por um operário, um empresário, dois sem-abrigo, crianças, idosos, doentes e presos.

Segundo D. Giancarlo Bregantini, Cristo é o rosto que ilumina o Homem – como referiu à Rádio Vaticano em entrevista à Tiziana Campisi:

“…Cristo é o rosto que ilumina o Homem é o homem e o rosto que encarna. Este é o título: ‘Rosto de Cristo, Rosto do Homem’. Por isso é muito belo poder dizer: ‘Eu sofro com o meu Senhor. O sofrimento é o seu beijo, a aliança que eu crio com Ele leva-me a tornar-me seu aliado. E outra mensagem é aquela muito sublinhada pela ‘Evangelii Gaudium’: ‘o sofrimento do outro é redentor do meu sofrimento’. Eu não encontro sentido olhando para mim e acariciando as minhas feridas, mas eu encontro esperança olhando os sofrimentos do outro’.

Soledad, a mulher do Cabo Anselmo

por Urariano Mota

 

 

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Quem lê Soledad no Recife pergunta sempre qual a natureza da minha relação com Soledad Barrett Viedma, a bela guerreira que foi mulher do Cabo Anselmo. Eu sempre respondo que não fomos amantes, que não fomos namorados. Mas que a amo, de um modo apaixonado e definitivo, enquanto vida eu tiver. Então os leitores voltam, até mesmo a editora do livro, da Boitempo: “mas você não a conheceu?”. E lhes digo, sim, eu a conheci, depois da sua morte. E explico, ou tento explicar.

Quem foi, quem é Soledad Barrett Viedma? Qual a sua força e drama, que a maioria dos brasileiros desconhece? De modo claro e curto, ela foi a mulher do Cabo Anselmo, que ele entregou a Fleury em 1973. Sem remorso e sem dor, o Cabo Anselmo a entregou grávida para a execução. Com mais cinco militantes contra a ditadura, no que se convencionou chamar “O massacre da granja São Bento”. Essa execução coletiva é o ponto. No entanto, por mais eloquente, essa coisa vil não diz tudo. E tudo é, ou quase tudo :

Entre os assassinados existem pessoas inimagináveis a qualquer escritor de ficção. Pauline Philipe Reichstul, presa aos chutes como um cão danado, a ponto de se urinar e sangrar em público, teve anos depois o irmão, Henri Philipe, como presidente da Petrobras. Jarbas Pereira Marques,  vendedor em uma livraria do Recife, arriscou e entregou a própria vida para não sacrificar a da sua mulher, grávida, com o “bucho pela boca”. Apesar de apavorado, por saber que Fleury e Anselmo estavam à sua procura, ele se negou a fugir, para que não fossem em cima da companheira, muito frágil, conforme ele dizia. Que escritor épico seria capaz de espelhar tal grandeza?

E Soledad Barrett Viedma não cabe em um parêntese. Ela é o centro, a pessoa que grita, o ponto de apoio de Arquimedes para esses crimes. Ainda que não fosse bela, de uma beleza de causar espanto vestida até em roupas rústicas no treinamento da guerrilha em Cuba; ainda que não houvesse transtornado o poeta Mario Benedetti;  ainda que não fosse a socialista marcada a navalha aos 17 anos em Montevidéu, por se negar a gritar Viva Hitler; ainda que não fosse neta do escritor Rafael Barrett, um clássico, fundador da literatura paraguaia; ainda assim… ainda assim o quê?

Soledad é a pessoa que aponta para o espião José Anselmo dos Santos e lhe dá a sentença: “Até o fim dos teus dias estás condenado, canalha. Aqui e além deste século”. Porque olhem só como sofre um coração. Para recuperar a vida de Soledad, para cantar o amor a esta combatente de quatro povos, tive que mergulhar e procurar entender a face do homem, quero dizer, a face do indivíduo que lhe desferiu o golpe da infâmia. Tive que procurar dele a maior proximidade possível, estudá-lo, procurar entendê-lo, e dele posso dizer enfim: o Cabo Anselmo é um personagem que não existe igual, na altura de covardia e frieza, em toda a literatura de espionagem. Isso quer dizer: ele superou os agentes duplos, capazes sempre de crimes realizados com perícia e serenidade. Mas para todos eles há um limite: os espiões não chegam à traição da própria carne, da mulher com quem se envolvem e do futuro filho. Se duvidam da perversão, acompanhem o depoimento de Alípio Freire, escritor e jornalista, ex-preso político:

“É impressionante o informe do senhor Anselmo sobre aquele grupo de militantes – é um documento que foi encontrado no Dops do Paraná. É algo absolutamente inimaginável e que, de tão diferente de todas as ignomínias que conhecemos, nos faltam palavras exatas para nos referirmos ao assunto.

Depois de descrever e informar sobre cada um dos cinco outros camaradas que seriam assassinados, referindo-se a Soledad (sobre a qual dá o histórico de família etc.), o que ele diz é mais ou menos o seguinte:

‘É verdade que estou realmente envolvido pessoalmente com ela e, nesse caso, se for possível, gostaria que não fosse aplicada a solução final’.

Ao longo da minha vida e desde muito cedo aprendi a metabolizar (sem perder a ternura, jamais) as tragédias. Mas fiquei durante umas três semanas acordando à noite, pensando e tentando entender esse abismo, essa voragem”.

Esse crime contra Soledad Barrett Viedma é o caso mais eloquente da guerra suja da ditadura no Brasil. Vocês entendem agora por que o livro é uma ficção que todo o mundo lê como um relato apaixonado. Não seria possível recriar Soledad de outra maneira. No título, lá em cima, escrevi Soledad, a mulher do Cabo Anselmo. Melhor seria ter escrito, Soledad, a mulher de todos os jovens brasileiros. Ou Soledad, a mulher que apredemos a amar.

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Este texto foi publicado anteriormente em diversos sites (Portal Vermelho, Carta Maior etc.) e aqui reproduzido a pedido do autor, por ocasião da entrevista no programa Roda Viva com o Cabo Anselmo (que foi ao ar na noite de ontem, 17 de outubro de 2011).

O livro Soledad no Recife será publicado em versão eletrônica (ebook) ainda este mês.

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Urariano Mota é natural de Água Fria, subúrbio da zona norte do Recife. Escritor e jornalista, publicou contos em Movimento, Opinião, Escrita, Ficção e outros periódicos de oposição à ditadura. Atualmente, é colunista do Direto da Redação e colaborador do Observatório da Imprensa. As revistas Carta Capital, Fórum e Continente também já veicularam seus textos. Autor de Soledad no Recife (Boitempo, 2009) sobre a passagem da militante paraguaia Soledad Barret pelo Recife, em 1973, e Os corações futuristas (Recife, Bagaço, 1997). Colabora para o Blog da Boitempo quinzenalmente, às terças.

“¡Primero hacen los pobres, después los ayudan!”

URUGUAY. EL REPRESENTANTE DEL BANCO MUNDIAL INVITA A LOS CIUDADANOS EN GENERAL A RESPONDER LA PREGUNTA:

 

olimar-piri 

RESPUESTA CHARRÚA AL SR PETER SIEGENTHALER

 

 

“Guahif gomálat” (habría que acogotarte) diría el guerrero. “Misiajalaná Gualiche” (detente espíritu malo) diría el chamán de la tribu. Mis antepasados sabían distinguir un “inchalá” (hermano) de un “codi” (traidor).

Pero no se asuste ni se ofenda. No lo estoy tratando de traidor ni lo estoy amenazando de muerte. Estoy solo imaginando que responderían mis ancestros a su pregunta.

“Uruguay” es una palabra muy antigua cuyo origen y traducción siguen siendo discutidos, pero sin duda pertenece al lenguaje de los pueblos primitivos que habitaban estas tierras. A pesar de las operaciones de exterminio que pretendieron borrar la cultura precolombina en lo que hoy es mi país, felizmente se ha podido rescatar algo de la

lengua y de la cultura charrúa.

En los “Pirí” (las tolderías Charrúas), había tiempo para meditar y escuchar historias. Por eso, muy a menudo el pueblo charrúa responde con el relato de episodios que transmiten una lección o un consejo sabio. Como si estuviera allí, le voy contar una anécdota que viene al caso:

Un anciano estaba contemplando cómo en medio de la campaña electoral, un dirigente político repartía alimentos entre los pobres. Al ver la astucia con que este candidato trataba de parecer bueno, comentó: “¡Primero hacen los pobres, después los ayudan!”

Esas palabras le aplican muy bien al Banco Mundial. Primero hunde en la pobreza a los pueblos cuyos gobiernos se someten a sus dictámenes, y después aparece como una institución preocupada por combatir la pobreza.

El Banco Mundial fue creado como un disfraz para que los ricos aparenten sensibilidad y humanismo, cuando en realidad apenas reparte limosnas en programas sociales. Es una forma de decirle a los pueblos: “Ando diabun” (vamos a dormir), todo lo contario de “Basqüadé” (¡levántate!). Solo un país “bubalaí” (derribado) cuya consciencia está adormecida, puede creer que el BM lo va a ayudar.

“Bajiná” (caminar) es lo que empieza a hacer un pueblo cuando se libera de las ataduras económicas como las que impone el BM.

Por lo expresado, mi respuesta es simple: no permito que entidades como el BM me interroguen con intenciones de intervenir en los asuntos internos de mi pueblo. En Uruguay no necesitamos al Banco Mundial y espero que crezca el número de compatriotas que así lo entienda. Que sea como un “Ithue” (fuego grande) que nadie pueda apagar.

Aníbal Terán Castromán, Grupo Olimar Pirí, Treinta y Tres,

quinto día de la primera Luna llena después del equinoccio de otoño (31-03-13).

 

Campanha pelo voto do silêncio

Por que o Correio Braziliense chama um quadrilheiro de delator?
Parece uma defesa da Omertà, o voto do silêncio das máfias.

Os bandidos das quadrilhas de Brasília consideram Durval Barbosa um delator.
Delator é o que denuncia para receber uma paga ou satisfazer seu instinto mau.
Para não ser mau, traidor dos comparsas, dedo duro, alcaguete, Durval devia permanecer calado?

Um denunciante, um criminoso confesso, ajuda o Brasil a varrer a corrupção. O arrependimento de qualquer pecado vem com a confissão. Vale para qualquer religião.

O Brasil está repleto de bandidos calados. Que agem em silêncio.
Estão aí, numa boa, as quadrilhas do juiz Lalau, de Salvatore Cacciola.
Idem os traidores da Pátria nos leilões que presentearam a Vale do Rio Mais do Que Doce, fatiaram a Petrobras, e entregaram o nosso nióbio.

Essa gentalha não delata. Não informa nada. Nem para a Receita Federal. De quem é o dinheiro que apareceu com o nome de Paulo Maluf?

Defendem o Brasil do sigilo bancário, do sigilo fiscal, do segredo de justiça. O Brasil encoberto. O Brasil do segredo eterno.

Sem o testemunho de Durval Barbosa o Brasil perdia o leilão do palácio de Durval Barbosa.

Informa o Correio Braziliense: Uma mansão em área nobre de Brasília é a primeira chance de o contribuinte ver de volta aos cofres públicos parte dos recursos desviados por Durval Barbosa, o delator da Operação Caixa de Pandora. A Justiça vai leiloar, na próxima quinta-feira, uma casa na QL 10 do Lago Sul com 862,58 metros quadrados de área construída, em que cada tijolo foi pago com dinheiro de contratos de informática do Governo do Distrito Federal. O imóvel de luxo pertencia a Durval e, por decisão judicial, será vendido como medida para ressarcir parte do prejuízo causado pelo esquema de corrupção que vigorou na capital do país ao longo de 10 anos.

A casa em cor creme é coisa para milionários.

Avaliada pelos peritos judiciais em R$ 4,3 milhões, pode valer mais, segundo corretores consultados pela reportagem. Para começar, nunca chegou a ser habitada. É novinha em folha. No piso superior, o comprador poderá desfrutar de uma suíte com banheira de hidromassagem, closet e bela vista na varanda. Há ainda outra suíte, dois quartos, banheiro social, uma sala, lavabo e home theater. 

O primeiro andar é totalmente preparado para receber convidados em grandes eventos sociais. O projeto de arquitetura foi concebido justamente para oferecer um espaço de lazer. O terreno, uma ponta de picolé — o lote do fim da rua, que é o mais valorizado —, é localizado ao lado da casa em que Durval viveu com a família antes de se separar de Fabiani Barbosa Rodrigues, em 2009. A intenção do casal era ampliar a residência com uma área para festas, a ponto de a obra ter sido embargada pela administração regional do Lago Sul por configurar uma extensão ilegal da casa de Durval. 
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