A Justiça não é de prender banqueiros, doleiros, industriais, empresários, latifundiários, os milionários que podem pagar a banca de advocacia de um ex-desembargador, ou de um ex-ministro dos tribunais. Um advogado de porta de palácio cobra botijas de ouro e prata, e nem quer saber a origem do dinheiro.
O corporativismo não permite que se prenda um bandido togado. Que engaveta, queima ou dá sumiço em processos. Que aprova precatórios com correção monetária super generosa. Que legaliza grilagem de terra para os coronéis do asfalto e do campo, despejando centenas ou milhares de famílias. Que vende sentenças. Que assina habeas corpus nas coxas… lisas ou cabeludas.
Togado não vai preso. Tem como exceção o caso do juiz Lalau. O máximo que pode acontecer, como condenação, uma aposentadoria precoce. Para todo trabalhador, aposentaria constitui um prêmio, descanso. Com o empregado acontece quando está com o pé na cova. Que velho no Brasil, quem tem mais de 60 anos, trabalha. Aposentadoria por idade só depois dos 65 anos, quando se é idoso. Aos 70, começa a ancianidade.
Todo bandido togado, na classificação da ministra Eliana Calmon, um inimigo da transparência. Defende a justiça secreta, o foro especial, o segredo de justiça, o sigilo bancário, o sigilo fiscal, a impunidade.
Quem pratica a Justiça PPV, na definição do ministro Edson Vidigal, imagina que juiz é deus, acredita na justiça absolutista e golpista. Quando toda ditadura é corrupta.
Ditadura nunca mais.
Considero uma ofensa tresloucada e injusta e cruel a afirmação de Aécio Neves de que os eleitores de Dilma Rousseff pertencem a uma organização criminosa. Quando, entre os votantes de candidatos tucanos e de outros partidos, também vamos encontrar pessoas do bem. Revoltante que um candidato a presidente pense o pior dos brasileiros. A honestidade e a retidão são virtudes do povo e qualidades da maioria silenciosa dos Três Poderes da República.
Que este silêncio seja quebrado para erradicar a corrupção.
O Brasil ficou na posição de número 69 no ranking da percepção da corrupção, da ONG Transparência Internacional. São 175 países, no total. A lista é feita a partir das opiniões de especialistas em corrupção no setor público. Os países são classificados por critérios como transparência do governo e nível de punição de corruptos.
Ayres Britto e Carlos Velloso cobraram R$ 56 mil e R$ 58 mil, respectivamente, por documentos que atestam a legalidade da desapropriação da área onde foi construída o aeroporto de Cláudio, que está na rota internacional do tráfico de cocaína. PT pede que despesa seja considerada irregular pelo TSE
Do Jornal GGN | Foto: Fabio Rodrigues Pozzebom/Agência Brasil
O senador Aécio Neves (PSDB) usou dinheiro da campanha à Presidência da República para pagar os serviços de dois ex-ministros do Supremo Tribunal Federal no episódio do aeroporto de Cláudio. Durante a corrida eleitoral, o jornal Folha de S. Paulo revelou que Aécio, quando governador de Minas Gerais (2003-2010), construiu um aeroporto de R$ 14 milhões em um terreno que foi desapropriado de seu tio-avô, Múcio Tolentino, ex-prefeito da cidade de Cláudio.
Os pareceres emitidos pelos escritórios de Ayres de Britto e Carlos Velloso atestaram a legalidade de uma obra pública em um terreno desapropriado pelo Estado, ainda que haja um imbróglio – o parente de Aécio não concordou com o valor pago pelo governo pela área e estendeu a causa à Justiça.
À época, a Folha noticiou que o escritório de Britto cobrou R$ 56 mil pelo serviço. Segundo a prestação de contas da campanha de Aécio declarada ao Tribunal Superior Eleitoral, Velloso, por sua vez, recebeu R$ 58 mil para ajudar o ex-presidenciável tucano a justificar a obra no terreno que pertencia ao tio-avô, feita em uma cidade de cerca de 25 mil habitantes.
O periódico ainda cravou que a disputa em torno da indenização faz com que as chaves do aeroporto construído com verba pública permaneçam com familiares do senador. Além disso, a Anac (Agência Nacional de Aviação) não homologou o equipamento por falta de documentos.
Pareceres dos ministros
Impugnação das contas
Nesta segunda-feira (1/12), o jornal O Globo informou que o PT pediu mais tempo ao TSE para analisar as contas de Aécio, pois a digitalização dos documentos foi feita em cima do prazo para que os partidos políticos solicitassem a impugnação das candidaturas com base em erros nos gastos de campanha, se for o caso.
Ministério Público vai investigar aeroporto de Cláudio. De acordo com informações da Anac, o uso do espaço é irregular
Estadão – O MPF (Ministério Público Federal) em Divinópolis, na região central de Minas Gerais, abriu procedimento para apurar suspeita de improbidade administrativa na construção do aeroporto de Cláudio. A estrutura foi construída senador Aécio Neves (PSDB/ MG), no fim de seu segundo mandato como governador do Estado.
A obra, que também é investigada pelo MPE (Ministério Público Estadual), teve um custo de R$ 13,9 milhões e foi feita em terreno desapropriado de Múcio Guimarães Tolentino, tio-avô do tucano.
De acordo com Procuradoria da República em Minas, o procedimento foi instaurado com base em representação recebida pouco depois de o caso ser divulgado pelo jornal Folha de S.Paulo.
O aeroporto está na rota internacional do tráfico de cocaína.
Aeroporto de Cláudio custou quase oito vezes mais que o padrão de obras iguais em Minas
por Fernando Brito
Ao anunciar o “pacote” de obras do qual fazia parte o asfaltamento da pista do Aeroporto de Cláudio, o governo de Minas Gerais anunciou também a pavimentação de estradas no interior do estado, que tinham piso de cascalho, exatamente como o da pista que existia antes na fazenda de seu tio.
Eram 295, 2 km de estradas, a um custo de R$ 96,6 milhões.
Como está detalhadamente registrado aqui na página do Departamento de Estradas de Rodagem de Minas Gerais (devidamente salva, para o caso de retirarem-na do ar).
Ou seja, o Governo de Minas pagava R$ 330 mil por quilômetro de asfaltamento, tudo incluído.
Como a pista de Cláudio tem exatamente um quilômetro e, digamos, quatro vezes a largura mínima de um estradinha, o custo de seu revestimento asfáltico – que não pede, pelo pequeno tráfego de aeronaves leves, mais do que o preparo normal de uma estrada destinada ao transito de veículos em geral, inclusive a passagem de caminhões.
E como já existia a pista de cascalho, tal como as estradinhas mineiras tinham, a terraplenagem é miníma e igual para ambas.
Portanto, uma boa base de preço seria algo em torno de R$ 1,3 milhão.
Some aí a colocação de cerca em torno do terreno, a pequena área de estacionamento, os dois postes de iluminação e a casinhota que aparece nas fotos, com muito boa vontade, teríamos mais uns R$ 500 mil, sendo muito, muito generosos.
Até porque a mesma pavimentação no Aecioporto II, na cidadezinha de Montezuma, custou R$ 268 mil, na mesma época,em valores oficiais. Um preço compatível com os praticados pelo DER.
Mesmo com todas as possibilidades de ser generoso com Aécio, a diferença é monstruosa.
A obra de Cláudio, em valores da mesma data em que se contratou estradas àquele preço, custou R$ 13,4 milhões.
Mais de sete vezes mais cara.
Não são números aleatórios, repito, são os valores praticados, na mesma data, pelo DER de Minas, em obras absolutamente semelhantes e que divergem de forma astronômica.
Basta que algum jornal se interesse pela planilha de custo e o escândalo explodirá.
E não haverá parecer jurídico que o segure.
Taí a lista dos bens do traficante Beira-Mar. Todo traficante brasileiro é pé-de-chinelo.
Como o tráfico rende bilhões, sinal de que a polícia nunca pega o poderoso chefão.
Beira=Mar, compararado com a riqueza de um ex-ministro, não fez fortuna.
Fortuna faz quem participa de leilões.
Os das estatais enriqueceram os amigos de Fernando Henrique e Lula da Silva.
Venderam quase tudo.
Os da justiça bem que desconheço o destino do apurado. Tem uma patota que vive dos leilòes. Principalmente na justiça do trabalho. É como licitação dos governos federal, estaduais e municipais, aparecem quadrilhas e mais quadrilhas para encenar os lances.