Censura para proteger ladrões

Ser honesto no Brasil significa escolher o caminho da pobreza.

É um País que facilita o enriquecimento ilícito e rápido.

E quem denuncia a corrupção dos poderosos sofre assédio judicial, espancamentos, ameaças de prisão e morte.

Essa aberração acontece até nas igrejas. Ou sempre aconteceu. Jesus quando expulsou os mercadores do Templo, da Casa do Pai, assinou sua sentença de morte.

Sempre lembro que a morte é a solução final da censura.

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Veja este vídeo da inquisição do pastor Silas Malafaia, que amaldiçoa e excomunga quem denuncia pastores ladrões:

Aécio censura

Veja como funciona a censura para transformar em louvação os programas eleitorais:

Depois de ameaças de promotor, jornalista preso sofre enfarto.

Deputados denunciam o assédio judicial ao presidente do TJ-MG
Deputados denunciam o assédio judicial ao presidente do TJ-MG

Os deputados Durval Ângelo (PT), presidente da Comissão de Direitos Humanos da ALMG, e Rogério Correia (PT), Vice-líder do Bloco Minas Sem Censura, estiveram na manhã de hoje, 29 de janeiro, no Instituto Biocor, onde encontra-se internado o jornalista Marco Aurélio Carone, 60 anos, preso na semana passada por se utilizar do portal de notícias Novo Jornal para divulgar denúncias envolvendo o governo do estado e o PSDB. Durante a visita, os deputados foram surpreendidos com uma série de revelações feitas pelo jornalista, todas devidamente registradas em áudio.

Carone, que segue em estado de saúde gravíssimo após um infarto durante sua prisão no Ceresp da Gameleira, no ato da prisão na delegacia, foi abordado pelo Promotor André Luiz Pinho, que, sem a presença do advogado, proferiu palavras de humilhação e ameaça. Carone afirmou que neste momento foi coagido pelo promotor a assinar uma absurda proposta de delação premiada, incriminando membros da oposição ao Governo Anastasia. Segundo ele, esta armação foi prontamente rejeitada e, como consequencia, foi dado prosseguimento à sua prisão arbitrária. Além disso, os deputados tiveram acesso também a relatórios médicos que afirmavam de forma enfática que, caso Carone fosse transferido de volta para a penitenciária, sofreria grave risco de morte.

De posse dos relatórios médicos que comprovam a debilidade física de Carone, os deputados Rogério Correia e Durval Ângelo se reuniram em audiência com o Presidente do Tribunal de Justiça de Minas Gerais, Dr. Joaquim Herculano Rodrigues, solicitando, em nome da Comissão de Direitos Humanos da ALMG, providências para o caso. Com o Governo do Estado, o Tribunal de Justiça e o Ministério Público cientes do quadro de saúde de Carone, espera-se que encaminhamentos sejam tomados.

TURQUIA. As sujidades da justiça e do governo

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Solidariedade com os jornalistas turcos condenados a prisão perpétua

 

O. Cuéllar
O. Cuéllar

 

 

 

Os jornalistas não são terroristas – foi a forte mensagem que a Federação Europeia dos Jornalistas (FEJ) enviou ao primeiro-ministro turco Recep Tayyip Erdoğan na sequência da condenação de cinco jornalistas turcos a prisão perpétua, e à qual o Sindicato dos Jornalistas (SJ) se associa.
Também a Federação Internacional dos Jornalistas (FIJ) se juntou ao apelo da FEJ contra as penas de prisão perpétua impostas a Füsun Erdoğan e a quatro outros jornalistas, bem como a pesada pena infligida a um quinto camarada de profissão.

Os jornalistas Füsun Erdogan (fundadora da estação de rádio Özgür, muito crítica do governo), Ziya Ulusoy, Bayram Namaz, Ibrahim Cicek, Arif Çelebi e Sedat Senoglu (trabalhadores do jornal Atilim) foram acusados de pertencer a uma organização marxista (MLKP) proibida no âmbito das leis «anti-terroristas» turcas. Para além das penas de prisão perpétua imposta aos jornalistas (com excepção de Sedat Senoglu, condenado a sete anos e seis meses) cada um foi ainda condenado a penas suplementares, que no conjunto atingem um total de 3000 anos.

“É completamente absurdo. Este veredicto é uma vergonha para o sistema judicial turco e uma manifestação da prepotência do governo. E mostra, por outro lado, que o regime não tolera qualquer crítica», declarou Mogens Blicher Bjerregård, Presidente da FEJ.

“Exigimos a revisão urgente do veredicto”, disse por seu turno Beth Costa, Secretária-geral da FIJ, sublinhando que a comunidade internacional está de luto com a decisão do tribunal, tomada sob influência política.

A FEJ e a FIJ estão a coordenar com o Sindicato turco dos jornalistas (Türkiye Gazeteciler Sendikasi, TGS) e outras organizações locais as acções a desenvolver contra a decisão judicial.

Sublinhando que esta forma de tratar os jornalistas críticos é um “enorme revés para a liberdade de imprensa na Turquia”, a FEJ apela às instituições europeias para que reajam face a esta situação.

Entretanto, está disponível uma petição exigindo justiça para os jornalistas na Turquia que pode ser subscrita em:https://secure.avaaz.org/en/petition/Justice_for_Journalists_in_Turkey/

Mais informação disponível em: http://europe.ifj.org/en/pages/turkey-campaign-set-journalists-free

Ester Quintana: “Não sou a primeira vítima das balas de borracha mas quero ser a última”. Manifestação segunda-feira em São Paulo contra a pontaria da polícia no olho dos jornalistas

A polícia danificava as máquinas de fotografar e filmar. Os barões da imprensa reclamaram. Agora vale a ordem de atirar nos olhos de fotógrafos e cinegrafistas. Para o terrorismo do Estado é uma solução final da censura. Pra lá de eficaz, porque elimina os melhores jornalistas.

Espero que o protesto de segunda-feira, em São Paulo, seja para valer. Como fez a Espanha.

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* Las víctimas de las pelotas de goma piden que se prohíba su uso porque las consideran letales.

* Denuncian que tienen una fuerza de 800 julios y no puede controlarse su dirección.

* Nicola Tanno y Ester Quintana explican su sufrimiento tras perder un ojo en una comisión parlamentaria.

* Los diputados estudian los distintos modelos de seguridad y el uso de material antidisturbios.

 

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por M. PARÍS

Dos víctimas de las balas de goma, Nicola Tanno y Ester Quintana, han pedido este jueves en el Parlamento catalán la prohibición de esta “letal” munición en nombre de Stop Balas de Goma y de Ojo con tu ojo, respectivamente. Ambos han explicado sus vivencias en la comisión parlamentaria sobre los modelos de seguridad y el uso de material antidisturbios.

 

Quintana, aun con un parche en el ojo izquierdo, ha explicado que no sabe cuándo acabará el tratamiento médico y que lleva de baja ocho meses, desde que una bala de goma le reventó el globo ocular durante la huelga general del 14 de noviembre. “No sé cómo será mi futuro, no me puedo mantener. Dependo de mi padre de 87 años y de su pensión. No se lo deseo a nadie”, ha indicado.

“Ya no puedo ver como vosotros y vosotros ya no me veis como era antes”

“No soy la primera víctima pero quiero ser la última”, ha sentenciado Quintana, quien recibió el impacto cuando regresaba tranquilamente a casa la tras la manifestación. En ese sentido, ha advertido que lo que le pasó a ella, puede pasarle a cualquiera porque “las balas no discriminan por sexo, edad o profesión”. Según ha dicho, son incontrolables y los propios antidisturbios no saben qué dirección tomarán.

 

Ahora, Quintana no ha perdido la capacidad de calcular distancias y la profundidad y algo tan habitual como mirar a los ojos ya no es lo mismo: “Ya no puedo ver como vosotros y vosotros ya no me veis como era antes”.

 

Además, ha tachado las pelotas de goma de arma antidemocrática porque, además de daños irreparables en las víctimas, generan “un pánico generalizado” en la multitud. “Una sociedad en la que los ciudadanos tengan miedo de manifestarse no puede ser una sociedad libre”, ha afirmado.

 

Problemas con Interior

 

“Interior no reconoce ninguna persona afectada por una bala de goma. Este es la pregunta”, ha reprochado Tanno, quien resultó herido por un pelotazo durante la celebración de la victoria de la selección española en el Mundial de Sudáfrica de 2010. El joven italiano perdió su ojo derecho y sufrió fracturas en la cara pero los agentes que le hirieron a él y al resto de víctimas “aun trabajan dentro de los Mossos”.

 

“El daño que pueden causar esas pelotas es muy superior al que pueden evitar”

 

Los dos representantes de Stop Balas de Goma y Ojo con tu ojo han lamentado que no se hayan producido dimisiones —Quintana solo ha recibido disculpas del consejero Ramon Espadaler a título personal pero no institucional ni de su antecesor, Felip Puig—, y que se proteja a los antidisturbios ante la justicia. De hecho, hace unos días, el comisario jefe de los Mossos d’Esquadra, Josep Lluís Trapero, recordó en la misma comisión parlamentaria que los agentes solo cumplen órdenes.

 
Por otro lado, Tanno ha considerado que no se trata de ampliar las plantillas policiales —en Cataluña hay 5,05 agentes por cada mil habitantes mientras que en países como Alemania hay 2,99 y en el Reino Unido 2,6, según ha dicho—, ni de dotar con más herramientas a los antidisturbios sino aplicar “un modelo alternativo a disparar contra manifestantes”.

 

 

Sin embargo, además de las pelotas de goma —que tienen una fuerza de 800 julios— y de los subfusiles, recientemente se ha incorporado un camión de agua. “La respuesta de ‘porque hacen falta’ no es propia de un director general de la policía”, ha espetado Tanno. “El daño que puedan generar esas pelotas es muy superior al que puedan evitar. Un ser humano vale más que un contenedor”, ha sentenciado.

 

 

 

 

 

Armação da polícia de Sérgio Cabral para justificar o holocausto dos Amarildos

Informa R7 Notícias: A mulher do pedreiro Amarildo, Elizabete Gomes da Silva, disse que todas as acusações de envolvimento dela e do marido com o tráfico de drogas são mentirosas e têm o objetivo de desviar o foco de atenção das investigações sobre o paradeiro do pedreiro, desaparecido há cerca de um mês, após ser abordado por policiais da UPP (Unidade de Polícia Pacificadora) da Rocinha.

— Isso é tudo mentira. Para eles falarem isso, têm que ter prova.

Na semana passada, o delegado Ruchester Marreiros, que participou da primeira fase de investigações sobre o sumiço de Amarildo na Delegacia da Gávea (15ª DP), apresentou relatório no qual cita o pedreiro e Elizabete como colaboradores do tráfico da comunidade.

Irritada, a mulher de Amarildo declarou que, sem imagens, fica fácil falar qualquer coisa.

— Estão querendo sair do foco e querendo me envolver. Minha casa nunca foi alvo de nada.

Anderson Dias Gomes, de 21 anos, filho de Amarildo e Elizabete, declarou estar angustiado com as insinuações feitas contra a mãe e o pai.

— Nós já estamos sofrendo bastante para eles inventarem uma calúnia dessa sem provas.

Uma mãe de família, por ter sido esposa do falecido Amarildo, a polícia transforma em traficante e torturadora
Uma favelada mãe de família, por ter sido esposa do falecido Amarildo, a polícia transforma em traficante e torturadora. Foto Alessandro Costa
Veja que infâmia: Escutas telefônicas feitas com autorização da polícia captaram uma conversa na qual um traficante conhecido como Catatau fala com um policial infiltrado no tráfico sobre o desaparecimento de Amarildo Dias. Segundo o criminoso, Boi, como seria chamado o pedreiro, foi morto para jogar a população contra o comandante da UPP da Rocinha. A conversa teria ocorrido quatro dias após o sumiço de Amarildo.

Uma das testemunhas que gravaram depoimento aparece com as duas mãos enfaixadas e diz ter sido torturada na casa onde Amarildo vivia com a família.

— Eles me botaram sentado na escada da porta da Bete. Ela é conhecida minha. Aí ela comentou: “você vai tomar um coro, né?”. Eu falei: “pô, acho que vou”. Então você vai ser o nono [disse ela]. Quebraram minhas duas mãos e me queimaram todo, no peito, na barriga, tudo.

[Jogar a população contra o comandante da UPP. Amarildo, para a polícia,  era um estrategista político, e excelente marqueteiro. Ou melhor dito, mais um marqueteiro bandido, traficante de moedas para os paraísos fiscais].

HOLOCAUSTO: SOLUÇÃO FINAL
DE UMA POLÍCIA NAZISTA
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O Papa Francisco, na visita que fez a uma favela carioca, denunciou o terrorismo policial.
Uma polícia que vem ameaçando de morte o cartunista Latuff. Uma polícia que mata.
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Escreve Edu H. Silva: O projeto da UPP (Unidade de Polícia Pacificadora) foi inaugurado em 2008, na Comunidade Santa Marta, zona sul do Rio de Janeiro, e depois se expandiu para outras comunidades.
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De lá para cá, aproximadamente cinco mil pessoas foram mortas pela ação truculenta da polícia. Este é o número de habitantes em várias pequenas cidades país afora. E, certamente, isto corresponde apenas aos dados registrados. Há um ainda mais e mais assustador que sequer se conhece. O fato é que o que tem marcado os quase cinco anos de UPP nas favelas são chacinas, desaparecimentos e intimidação aos moradores.
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A presença das UPP’s nas comunidades cariocas faz parte de uma política do governo estadual – sob aval e o incentivo do governo federal (PT) – de criminalizar a pobreza e não, de forma alguma, para garantir proteção e segurança da comunidade. Isto tudo cercado de muita publicidade e propaganda enganosa.
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Como prova disso, basta lembrarmos de uma ação escandalosa, em novembro de 2011, chamada “Operação Choque de Paz”, na favela do Vidigal, onde além de toda a violência durante a invasão, foi montada (como a imprensa revelou recentemente) uma farsa hollywoodiana, com direito a figurantes e sangues de ficção.
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A realidade, contudo, não tem nada de “filme de ficção”. Nos morros tomados pela UPP, a taxa de desaparecidos aumenta vertiginosamente. E os desaparecidos em sua maioria são jovens negros, que, segundo dados do governo, têm 139% mais chances de serem mortos dos que os brancos.
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Dentre os desaparecidos, a maioria (59%) é do sexo masculino, sendo que 27,4% são estudantes. Os desaparecimentos, em sua maioria, atingem a população com faixa etária superior a 18 anos. Muitos deles trabalhavam em empregos precarizados, sem direitos trabalhistas, garantias de estabilidade e baixos salários. Amarildo, como muitos outros trabalhadores, se encaixa nesses dados.
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Diferente do que defende a grande imprensa, as UPPs estão longe de ser órgãos pacificadores para o combate ao tráfico nas comunidades. Pelo contrário. Não são poucos os exemplos da existência de acordos entre o crime organizado e amplos setores da polícia, inclusive em seu alto escalão.
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O uso cada vez mais freqüente de meios de comunicação “alternativos” (como os vídeos postados nas redes sociais) só tem servido para confirmar algo que os moradores das comunidades negras e pobres do Rio já conhecem há tempos: s UPPs se tornam verdadeiras máquinas de execução em massa, com seus fuzis voltados particularmente para a população negra.
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Uma simples busca na internet apresenta resultados que, literalmente, embrulham o estômago. São cenas de policiais agredindo mulheres, como o caso de um oficial da UPP espancando uma mulher negra sentada em um banco
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ou de um vídeo feito em 2010, no morro do Cantagalo, que mostra um policial agredindo um jovem e ameaçando os moradores que estavam em volta da ação
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Exemplos (dentre centenas de outros que poderíamos citar) de que UPP e violência policial são sinônimos. Assim como polícia e racismo.
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(Transcrevi trechos)
mijo menino favela polícia invasão

Jornalista Sérgio Silva pode perder um olho. Por que a polícia de Alckmin só atira no rosto de fotógrafos e cinegrafistas?

Os torturadores têm pontaria certeira. São treinados para acertar no alvo. Eles atiram para atingir o olho. Os gorilas sabem que não existem fotógrafos e cinegrafistas cegos.
A solução final da censura é matar o jornalista.
Veja o testemunhal de um jornalista que pode perder um olho:
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sergio 2

Jornalista Sérgio Silva
Jornalista Sérgio Silva

O despreparo da Polícia Militar em lidar com uma mobilização democrática foi notório na última manifestação contra o aumento das passagens. Eu, Sérgio Silva, 31 anos, fotógrafo parceiro da Agência Futura Press, estou sofrendo na pele as consequências da violência contra a marcha. Fui atingido no olho esquerdo por uma bala de borracha, enquanto cobria a manifestação da quinta feira 13 de junho de 2013.

Muitos outros companheiros da imprensa também foram atingidos enquanto estavam trabalhando, cumprindo o importante papel da imprensa para o aprofundamento da democracia. Sou testemunha de que cidadãos que protestavam pacificamente, ou simplesmente transeuntes voltando do trabalho, e que se depararam com a manifestação, também foram vítimas.

Todo cidadão tem o direito de sair às ruas para reivindicar seus direitos sem temer uma repressão por parte da Polícia. Assim, lanço um abaixo-assinado, pedindo a proibição do uso da bala de borracha e gás de efeito moral, pela PM, contra manifestantes.

O Estado deve formar policiais que tenham outras repostas para as manifestações que não sejam a violência e para que armas desse nível não sejam utilizadas no acompanhamento de manifestações, onde a sociedade busca defender seus direitos. É necessário repensar como a Polícia deve agir. Dessa forma, defendo que a extinção dessas armas deve ser imediata. Leia mais

Mega-eventos y contra-reforma urbana. 100 homicidios de “moradores de rua” en los últimos 2 años en Belo Horizonte

por Juan Luis Berterretche
Rebelión

Elena
Elena

La mayoría de los desplazamientos de pobladores favorecen una “limpieza” en zonas con comunidades conflictivas y abren espacio para la valorización territorial, funcional a la especulación inmobiliaria. En Rio el numero de afectados es cerca de las 30.000 personas. Una “concentración de estas obras se realiza en el oeste de Rio de Janeiro en ciertas áreas en donde las personas no están viviendo. De esta forma hay un desplazamiento de esos pobladores hacia zonas más lejanas de la ciudad, lo que representa una pérdida en términos de transporte, horas y gastos, para que dichos pobladores lleguen a los locales de trabajo”…

Por ejemplo en el Morro da Previdência, donde está el proyecto del Porto Maravilha, algunas familias fueron removidas por la construcción de un teleférico, y otras sin ninguna justificación desde áreas sin riesgo”…

“Esos procesos de remociones dan prioridad a las inversiones empresariales y los negocios y se realizan a través de un proceso decisorio autoritario, cerrado, no transparente y simbólicamente muy violento” .

En las favelas que tienen una interface mayor con los locales de los eventos, la ocupación militar a través de las Unidades de Policía Pacificadora (UPPs), no van acompañadas de un avance en los servicios públicos y los derechos ciudadanos. No se trata entonces, de una reestructura que beneficia el deporte o la ciudadanía, sino centrada en grandes emprendimientos inmobiliarios por medio de un proceso decisorio que desconoce tanto el Estatuto de la Ciudad (2001) como los Planes Directores, principales instrumentos de una planificación participativa de los ciudadanos.

Se está agrediendo el capital social de muchas de esas comunidades: su capacidad de resistir el clientelismo político, los desplazamientos autoritarios, la violencia policial, e incluso al tráfico de drogas.

Con esta contra-reforma urbana, a la vez de favorecer la especulación inmobiliaria, se está desmontando la organización comunitaria.

Y con la coartada de los mega-eventos este proceso se ha extendido a varias ciudades del país. Con situaciones más graves aún que en Rio de Janeiro, en Belo Horizonte donde la violación de derechos humanos y exterminio de la población que vive en la calle (moradores de rua) fue denunciada por el Centro Nacional de Defensa de los Derechos Humanos de la Población de Calle y Clasificadores de Materiales Reciclables (CNDDH).

La entidad denuncia que teme la intensificación de acciones contra “moradores de rua” con el inicio de los Juegos de la Copa de Confederaciones. Y recuerda que hubieron 100 homicidios de “moradores de rua” en los últimos 2 años en Belo Horizonte.

Como David Harvey señala “la producción del espacio urbano se conecta cada vez más a la forma mercadería que sirve a las necesidades de la acumulación promoviendo cambios, exigiendo readaptaciones de usos y funciones de los lugares en la ciudad, reproduciéndose bajo la ley de lo reproducible. Esto es así porque hoy, cada vez más, el espacio producido como mercadería entra en el circuito del intercambio atrayendo capitales que migran de otros sectores de la economía de modo de viabilizar la reproducción en un momento de super-acumulación del capital que coacciona y solapa la producción de la ciudad como espacio-tiempos de realización de la vida humana.” Y concluye “El capital tiene la capacidad de construir las ciudades que quiera sin importarle lo que necesita la gente. Como individuos nos vemos obligados a vivir en el tipo de ciudad que el capital quiera y el tipo de ciudad que es coherente con mantener la acumulación de capital”. Leer más

Soledad, a mulher do Cabo Anselmo

por Urariano Mota

 

 

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Quem lê Soledad no Recife pergunta sempre qual a natureza da minha relação com Soledad Barrett Viedma, a bela guerreira que foi mulher do Cabo Anselmo. Eu sempre respondo que não fomos amantes, que não fomos namorados. Mas que a amo, de um modo apaixonado e definitivo, enquanto vida eu tiver. Então os leitores voltam, até mesmo a editora do livro, da Boitempo: “mas você não a conheceu?”. E lhes digo, sim, eu a conheci, depois da sua morte. E explico, ou tento explicar.

Quem foi, quem é Soledad Barrett Viedma? Qual a sua força e drama, que a maioria dos brasileiros desconhece? De modo claro e curto, ela foi a mulher do Cabo Anselmo, que ele entregou a Fleury em 1973. Sem remorso e sem dor, o Cabo Anselmo a entregou grávida para a execução. Com mais cinco militantes contra a ditadura, no que se convencionou chamar “O massacre da granja São Bento”. Essa execução coletiva é o ponto. No entanto, por mais eloquente, essa coisa vil não diz tudo. E tudo é, ou quase tudo :

Entre os assassinados existem pessoas inimagináveis a qualquer escritor de ficção. Pauline Philipe Reichstul, presa aos chutes como um cão danado, a ponto de se urinar e sangrar em público, teve anos depois o irmão, Henri Philipe, como presidente da Petrobras. Jarbas Pereira Marques,  vendedor em uma livraria do Recife, arriscou e entregou a própria vida para não sacrificar a da sua mulher, grávida, com o “bucho pela boca”. Apesar de apavorado, por saber que Fleury e Anselmo estavam à sua procura, ele se negou a fugir, para que não fossem em cima da companheira, muito frágil, conforme ele dizia. Que escritor épico seria capaz de espelhar tal grandeza?

E Soledad Barrett Viedma não cabe em um parêntese. Ela é o centro, a pessoa que grita, o ponto de apoio de Arquimedes para esses crimes. Ainda que não fosse bela, de uma beleza de causar espanto vestida até em roupas rústicas no treinamento da guerrilha em Cuba; ainda que não houvesse transtornado o poeta Mario Benedetti;  ainda que não fosse a socialista marcada a navalha aos 17 anos em Montevidéu, por se negar a gritar Viva Hitler; ainda que não fosse neta do escritor Rafael Barrett, um clássico, fundador da literatura paraguaia; ainda assim… ainda assim o quê?

Soledad é a pessoa que aponta para o espião José Anselmo dos Santos e lhe dá a sentença: “Até o fim dos teus dias estás condenado, canalha. Aqui e além deste século”. Porque olhem só como sofre um coração. Para recuperar a vida de Soledad, para cantar o amor a esta combatente de quatro povos, tive que mergulhar e procurar entender a face do homem, quero dizer, a face do indivíduo que lhe desferiu o golpe da infâmia. Tive que procurar dele a maior proximidade possível, estudá-lo, procurar entendê-lo, e dele posso dizer enfim: o Cabo Anselmo é um personagem que não existe igual, na altura de covardia e frieza, em toda a literatura de espionagem. Isso quer dizer: ele superou os agentes duplos, capazes sempre de crimes realizados com perícia e serenidade. Mas para todos eles há um limite: os espiões não chegam à traição da própria carne, da mulher com quem se envolvem e do futuro filho. Se duvidam da perversão, acompanhem o depoimento de Alípio Freire, escritor e jornalista, ex-preso político:

“É impressionante o informe do senhor Anselmo sobre aquele grupo de militantes – é um documento que foi encontrado no Dops do Paraná. É algo absolutamente inimaginável e que, de tão diferente de todas as ignomínias que conhecemos, nos faltam palavras exatas para nos referirmos ao assunto.

Depois de descrever e informar sobre cada um dos cinco outros camaradas que seriam assassinados, referindo-se a Soledad (sobre a qual dá o histórico de família etc.), o que ele diz é mais ou menos o seguinte:

‘É verdade que estou realmente envolvido pessoalmente com ela e, nesse caso, se for possível, gostaria que não fosse aplicada a solução final’.

Ao longo da minha vida e desde muito cedo aprendi a metabolizar (sem perder a ternura, jamais) as tragédias. Mas fiquei durante umas três semanas acordando à noite, pensando e tentando entender esse abismo, essa voragem”.

Esse crime contra Soledad Barrett Viedma é o caso mais eloquente da guerra suja da ditadura no Brasil. Vocês entendem agora por que o livro é uma ficção que todo o mundo lê como um relato apaixonado. Não seria possível recriar Soledad de outra maneira. No título, lá em cima, escrevi Soledad, a mulher do Cabo Anselmo. Melhor seria ter escrito, Soledad, a mulher de todos os jovens brasileiros. Ou Soledad, a mulher que apredemos a amar.

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Este texto foi publicado anteriormente em diversos sites (Portal Vermelho, Carta Maior etc.) e aqui reproduzido a pedido do autor, por ocasião da entrevista no programa Roda Viva com o Cabo Anselmo (que foi ao ar na noite de ontem, 17 de outubro de 2011).

O livro Soledad no Recife será publicado em versão eletrônica (ebook) ainda este mês.

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Urariano Mota é natural de Água Fria, subúrbio da zona norte do Recife. Escritor e jornalista, publicou contos em Movimento, Opinião, Escrita, Ficção e outros periódicos de oposição à ditadura. Atualmente, é colunista do Direto da Redação e colaborador do Observatório da Imprensa. As revistas Carta Capital, Fórum e Continente também já veicularam seus textos. Autor de Soledad no Recife (Boitempo, 2009) sobre a passagem da militante paraguaia Soledad Barret pelo Recife, em 1973, e Os corações futuristas (Recife, Bagaço, 1997). Colabora para o Blog da Boitempo quinzenalmente, às terças.