Lollapalooza faz propaganda de grupos políticos ligados à direita estadunidense
Acontece de 12 a 13 de março de 2016. Já começou a propaganda do festival de música estrangeira no Brasil dos alienados
Lollapalooza é um festival de música anual composto por gêneros como rock alternativo, heavy metal, punk rock e performances de comédia e danças, além de estandes de artesanato. Também fornece uma plataforma para grupos políticos e sem fins lucrativos. Lollapalooza tem apresentado uma grande variedade de bandas e ajudou a expor e popularizar artistas como, Alice in Chains, Tool, Red Hot Chili Peppers, Pearl Jam, The Cure, Primus, Rage Against the Machine, Soundgarden, Arcade Fire, Nine Inch Nails, Nick Cave, L7, Janes Addiction, X Japan, The Killers, Siouxsie and the Banshees, The Smashing Pumpkins, Muse, Hole, 30 Seconds to Mars, The Strokes, Arctic Monkeys, Foo Fighters, Green Day, Lady Gaga e Fun.
Concebido e criado em 1991 pelo cantor do Jane’s Addiction, Perry Farrell, como uma turnê de despedida para sua banda, o Lollapalooza aconteceu até o ano de 1997 e foi revivido em 2003. Desde a sua criação até 1997 e em seu renascimento em 2003, o festival percorreu a América do Norte. Em 2004, os organizadores do festival decidiram ampliar a permanência do festival para dois dias por cidade, mas a fraca venda de ingressos forçou o cancelamento da turnê de 2004. Em 2005, Farrell e a Agência William Morris fizeram uma parceria com a empresa Capital Sports Entertainment (atual C3 Presents), sediada em Austin, no Texas, e reformularam o festival para o seu formato atual, como um evento fixo em Grant Park, Chicago, Illinois.
Em 2010, foi anunciada a estreia do Lollapalooza no exterior, com um ramo do festival sediado em Santiago, no Chile, em 2 e 3 abril de 2011, onde estabeleceu uma parceria com a empresa chilena Lotus. Em 2011, a empresa Geo Eventos confirmou a primeira versão brasileira do evento, que foi sediada no Jockey Club, em São Paulo nos dias 7 e 8 de abril de 2012. Foi anunciado que o primeiro Festival Lollapalooza será realizado na Europa em setembro de 2015, na capital alemã,Berlim, no histórico aeroporto Tempelhof.
Lollapalooza de 2009 em Chicago
A palavra, algumas vezes pronunciada como lollapalootza ou lalapaloosa, vem dos séculos XIX e XX, de uma expressão americana que significa “uma extraordinária ou incomum coisa, pessoa, ou evento; um exemplo excepcional ou circunstância.” Com o tempo, o termo passou também a um grande pirulito (em inglês lollipop). Farrell, em busca de um nome para seu festival, gostou da sonoridade do termo ao ouvi-lo em um filme dos Três Patetas. Em homenagem ao duplo significado do termo, um personagem no logo original do festival segura um pirulito.
Em 1997, no entanto, o conceito Lollapalooza tinha acabado, e em 1998, os esforços não conseguiram encontrar uma banda principal adequada, assim resultando no cancelamento do festival. O cancelamento serviu como um significante declínio da popularidade do rock alternativo. Em meio aos problemas do festival, Spin disse, “Lollapalooza é como um coma para o rock alternativo agora.”
Morto o festival, apelaram para a ressurreição em países colonizados.
Em 2010, foi anunciado que Lollapalooza iria estrear na América do Sul, com um ramo do festival produzido na capital do Chile, Santiago de 2 a 3 de Abril de 2011. A lineup incluia Kanye West, Jane’s Addiction, 30 Seconds to Mars, The National, Manny and Gil the Latin, The Drums, Los Bunkers,The Killers, Ana Tijoux, Javiera Mena, Fatboy Slim, Deftones, Los Plumabits, Cypress Hill, 311, The Flaming Lips e outros.
Veja todas as atrações do Lollapalooza 2016 na ordem divulgada pelo festival:
Eminem, Florence + The Machine, Jack Ü, Mumford & Sons, Snoop Dogg, Noel Gallagher, Tame Impala, Alabama Shakes, Zedd, Kaskade, Die Antwoord, Of Monsters and Men, Marina and the Diamonds, Cold War Kids, Odesza, Zeds Dead, Flosstradamus, RL Grime, Emicida, Bad Religion, Walk the Moon, Twenty One Pilots, Halsey, Matanza, Jungle, Marrero, Eagles of Death Metal, A-trak, Seed, Albert Hammond Jr., The Joy Formidable, Gramatik, Maglore, Vintage Trouble, Supercombo, Matthew Koma, Jack Novak, Dônica, Versalle, Groove Delight, Zerb, Karol Conka, The Baggios, Funky Fat, Dingo Bells.
As onerosas repartições públicas das secretarias e Ministério da Cultura não promovem a música brasileira. Nem os artistas novos. Prefere mega eventos de shows superfaturados dos cantores da TV Globo.
O Lolla mantém outra que é sua principal característica: apostar em grupos não tão conhecidos no Brasil. Entre eles, o mais destacado no line-up é o Mumford & Sons, estreante por aqui. Representantes do novo rock dançante, Walk the Moon e Twenty One Pilots têm em comum o fato de serem do estado americano de Ohio.
É o cantar na língua inglesa. Precisamente no inglês dos Estados Unidos. Que mortos estão os ritmos brasileiros.
No festival são proibidas as músicas de Tom Jobim, João Gilberto, Chico Buarque, Caetano Veloso, Noel Rosa, Cartola, Gilberto Gil, Dorival Caymmi, Pixinguinha, Luiz Gonzaga, Paulinho da Viola. Vinicius de Moraes, Milton Nascimento, Baden Powell, Ary Barroso, Nelson Cavaquinho,
Zé Ramalho, Adoniran Barbosa, Sivuca, Capiba, Nelson Ferreira, Getúlio Cavalcanti, entre outros mil da Pátria Amada Brasil.
O pessoal do tráfico sempre investe na noite: bares, restaurantes, motéis (nome sofisticado para prostíbulo), boates. São esses os principais negócios que lavam o dinheiro sujo do tráfico de drogas, de pessoas, de órgãos, de tudo que não presta. Depois a compra de fazendas na fronteira seca. Certo que não estou generalizando. Mas, para esta gente do tráfico a vida humana não vale um tostão furado.
Eis a prova:
Dois anos após tragédia da Kiss, lobby emperra lei sobre segurança em boates
.
.
Projeto determina prisão para quem descumprir as regras e enfrenta resistência de produtores culturais e donos de casas noturnas.
Fachada da boate Kiss foi limpa nesta semana para as homenagens de um ano do incêndio em Santa Maria
Dois anos após a tragédia na boate Kiss, em Santa Maria (RS), onde 242 pessoas morreram em janeiro de 2013, o Brasil ainda não tem uma lei unificada que trata especificamente da segurança em casas noturnas. A proposta que trata especificamente sobre esse tema tramita há sete anos no Congresso Nacional e ainda precisar ser aprovada pelo Senado para virar lei. O PLC 33 enfrenta o lobby contrário de produtores culturais, organizadores de festas e donos de casas noturnas em todo o Brasil, que não querem uma lei que estabeleça regras para a segurança. Resumindo: Os assassinos que torraram 242 pessoas no forno da Kiss estão todos soltos.
.
O projeto torna obrigatória a vistoria e a liberação das licenças e alvarás de funcionamento em locais com grande quantidade de pessoas e determina a publicação destes documentos na internet. Além disso, responsabiliza por crime de improbidade administrativa, gestores municipais que deixarem de regulamentar medidas de prevenção e combate à incêndio.
.
Um dos pontos mais polêmicos é o que determina pena de seis meses a dois anos de prisão para os donos de casas noturnas que não realizarem obras de combate a incêndio. A proposta também proíbe a utilização das comandas em boates, prática que pode motivar a demora ou a retenção de pessoas nas casas noturnas em casos de emergência.
.
No caso da boate Kiss, a demora em liberar os clientes sem o pagamento das comandas e os obstáculos colocados na porta acabaram contribuindo para o grande número de mortos.
Todas as normas da proposta são destinadas a estabelecimentos de diversões cuja frequência média seja superior à 100 pessoas por evento.
.
A proposta foi apresentada em 2007 pela deputada federal Elcione Barbalho (PMDB/PA) e tramitou na Câmara durante por sete anos. Somente na Comissão de Constituição e Justiça da Câmara, a proposta ficou parada entre maio de 2012 e janeiro de 2013. A comoção provocada pela tragédia fez com que o projeto voltasse a ser discutido e votado.
.
Em abril do ano passado foi aprovado na Câmara. No Senado, foi aprovado pela Comissão de Direitos Humanos da Casa, com relatoria do senador Paulo Paim (PT-RS), que levou a proposta para comissão com o objetivo de driblar a resistência dos proprietários de boates e produtores. “Existe um lobby intenso para que essa lei não vá adiante porque essa proposta não trata apenas das casas noturnas, mas também traz normas mais rígidas para espaços de shows”, revelou o senador Paim. Os maiores promotores de shows são os prefeitos e governadores, nas festas profanas e festas de santo. Vários cantores ladrões esquentam notas frias.
.
“Estou em contato direto com as famílias vítimas de Santa Maria. É um absurdo que essa proposta esteja demorando tanto para ser aprovada. É um desrespeito às famílias. O massacre em Santa Maria ocorreu há quase dois anos e não temos ainda uma legislação nacional que regulamente o funcionamento das casas noturnas”, disse o senador.
.
A proposta está pronta para ser apreciada pelo plenário do Senado. A intenção do relator do projeto é que ela seja votada no retorno do processo legislativo. No final do ano passado, Paim chegou a conversar com o presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), para que o projeto fosse apreciado no final do ano. Renan preferiu deixar a pauta para este ano. “Vou brigar para que o Renan coloque isso em pauta o quanto antes”, revelou o petista.
.
Por se tratar de uma proposta de lei complementar, o projeto precisa ser aprovado no Senado sem modificações antes de seguir para sanção da presidente Dilma Rousseff (PT). Se houver modificações, precisará passar novamente pela Câmara para que essas modificações sejam apreciadas, antes de retornar para o Senado e seguir para sanção.
.
Para a imprensa safada de Santa Maria a noite está segura. O Diário da Santa Maria publica hoje a seguinte manchete mentirosa: “A noite está mais segura e começa mais cedo em Santa Maria”. O jornal não pede cadeia para os assassinos.
Boate Kiss – Programação das homenagens
AVTSM – A Associação dos Familiares de Vítimas e Sobreviventes da Tragédia de Santa Maria divulgou a sua programação religiosa em homenagem aos dois anos da Tragédia de Boate Kiss, que vitimou 242 pessoas em 27 de janeiro de 2013.
Na oportunidade, ocorrerá um Ato Ecumênico na Praça Saldanha Marinho, a partir das 18h, da próxima terça-feira. Dentre as atividades, estão previstas toques de bumbo e tarol, que serão executados 242 vezes após a leitura, em ordem alfabética, do nome de cada vítima da tragédia. Também haverá a participação da Banda de Música da Base Aérea de Santa Maria, um momento de oração e a liberação de balões ao ar simbolizando todos os jovens vitimados na tragédia.
Movimento do Luto à Luta – Já o Movimento do Luto à Luta irá prestar a sua homenagem a partir do dia 26, segunda-feira. A concentração está marcada para as 20h, na Praça Saldanha Marinho, e as homenagens irão se estender até a terça-feira. Durante o período, estão previstos os depoimentos de familiares e amigos das vítimas, e a divulgação de fotos e vídeos. A partir da meia-noite, o grupo seguirá em deslocamento até a boate onde ficará em vigília em frente ao local. A intenção do Movimento, segundo o presidente Flávio Silva, é fazer a repercussão da tragédia tocar as pessoas e não cair no esquecimento.
Roupa branca: O presidente da AVTSM, Adherbal Ferreira, solicita às pessoas que usem roupas brancas na data. A atitude serve para lembrar e prestar solidariedade aos familiares e vítimas da tragédia. Recomenda-se, também, o uso de fitas brancas nos carros e nas motocicletas.
Projeto Ahh… Muleke! realiza festa: No dia 27, a partir das 23h30min ocorre a Festa I Love Funk – White Peace no Muzeo Pub, localizado na Rua Dr. Bozano, 565. A ideia da comemoração é relembrar as 242 vítimas da tragédia. Cinquenta por centro da renda adquirida na festa será revertida para uma instituição de caridade. É obrigatória a entrada com uma peça de roupa branca.
Palacete dos Artistas faz parte do projeto da Prefeitura de ocupação do Centro de São Paulo (Foto Olivia Florência/ G1)
Artistas, escritores, poetas, jornalistas e educadores da rede pública morrem na miséria em Pernambuco, notadamente no Recife.
O poeta Carlos Pena Filho, termina assim seu Guia Prático da Cidade do Recife:
“Recife, cruel cidade,
águia sangrenta, leão.
Ingrata para os da terra,
boa para os que não são.
Amiga dos que a maltratam,
inimiga dos que não
este é o teu retrato feito
com tintas do teu verão
e desmaiadas lembranças
do tempo em que também eras
noiva da revolução”
Um prefeito não faz nada que preste para o povo, principalmente pela Cultura.
Que realiza um prefeito, se o Recife não tem museu, biblioteca, editora, universidade, cinema, tv educativa e passeio público?
As festas tradicionais – Carnaval, São João, Natal e Virada do Ano Novo – são animadas por artistas de fora, contratados a peso de ouro.
Que diabo um prefeito do Recife empreende com os bilhões que arrecada?
Constrói e varre os caminhos dos shoppings.
PALACETE PARA 50 ARTISTAS EM SÃO PAULO
O prefeito de São Paulo, Fernando Haddad, inaugurou nesta sexta-feira (12) o edifício Palacete dos Artistas, destinado a moradia popular de artistas com mais de 60 anos e renda familiar de um a três salários mínimos.
Os 50 artistas beneficiados terão que pagar de 10% a 12% da renda mensal deles pelo apartamento. O contrato será renovado a cada quatro anos.
O imóvel permanecerá como propriedade pública. “Uma locação social a um preço bastante módico para permitir que o prédio seja sempre destinado a artistas que dependam de locação”, explicou Haddad.
SÃO 50 HABITAÇÕES COMO HOMENAGEM E RECONHECIMENTO PELOS SERVIÇOS PRESTADOS ÀS ARTES
A Prefeitura de São Paulo entregou nesta sexta-feira (12) 50 apartamentos do Edifício Palacete dos Artistas, o antigo Hotel Cineasta, localizado na Avenida São João, a poucos metros do seu cruzamento com a Avenida Ipiranga. O edifício foi revitalizado e adaptado para ser o novo endereço de 50 artistas ligados a diversas entidades do meio, entre as quais o Sindicato dos Artistas, a Cooperativa Paulista de Teatro o Balé Stagium e o Movimento de Moradia dos Artistas e Técnicos.
“São 50 habitações, mas este número não expressa a importância do gesto. O nosso programa habitacional é mil vezes maior, mas [este gesto] significa muito mais do que isso. A sua dimensão quantitativa não retrata a dimensão qualitativa do projeto. Vocês certamente vão alegrar o centro, vão enriquecer a vida do centro e suas próprias vidas. Este é o reencontro da cidade com seu centro histórico. Requalificar o centro não é só reformar prédios. É, sobretudo, um gesto em direção às pessoas. E acho que o gesto não poderia ser mais significativo”, afirmou o prefeito Fernando Haddad na cerimônia onde foram entregues aos artistas as chaves de seus apartamentos.
A cantora aposentada Penha Maria, de 74 anos, é uma delas. Nesta sexta-feira (12), ao visitar o que será sua residência, não conteve a emoção. “Não tenho nem palavras. É um sonho. Achei o apartamento lindo”, disse com a voz embargada. O ator e diretor de teatro Kokocht, de 66 anos, elogiou a vista. “É maravilhosa, uma vista para a Avenida São João. Amei o apartamento. Está lindo”, afirmou.
O cantor Valdemar Farias, 85, popularmente conhecido como Roberto Luna, será um dos novos maradores do palacete. Atualmente, ele vive com sua companheira na casa de uma amiga no Horto Florestal, zona norte da capital. Nesta manhã, ele não escondia o seu contentamento pela conquista. “Sou da Paraíba e, quando cheguei em São Paulo, na década de 50, foi para o centro que eu vim. Fui morar no Hotel Excelsior. Hoje posso dizer que estou voltando às origens”, afirmou.
“Esta é a luta de nós artistas. Nós lutamos com a nossa alma, com a palavra, com a emoção e com o coração. E a nossa luta de tantos anos vai cada dia conquistando mais espaço”, afirmou a atriz Vicencia Militello, 71. Após receber a chave do apartamento que habitará, Vic, como é chamada pelos colegas, chamou atenção para a questão dos idosos e afirmou que o projeto contribui para uma melhoria da qualidade de vida dessa população. “Trazer para o Centro os idosos é importante, pois desobrigaremos eles a terem de andar de ônibus e atravessar a cidade frequentemente”, disse, lembrando que nem sempre os mais jovens são generosos de modo a facilitar suas vidas.
A INCRÍVEL HISTÓRIA DE PENHA MARIA, A SAPOTI DO NORDESTE
por Germano Barbosa
Recife,1968, Jornal do Comércio
Ela foi a maior cantora do Norte e Nordeste do Brasil, de todos os tempos. Brilhou no Rio, em shows do rei da noite, Carlos Machado, foi aplaudida e elogiada pela imprensa em mais de 10 países da antiga cortina de ferro, representando a Varig. Trabalhou com Abelardo Figueiredo, no Beco e nas melhores casas noturnas de São Paulo, até que resolveu parar, em 1972, para cuidar da família. Agora, 42 anos depois, eu a encontrei, pobre e doente, mas completamente lúcida, em um lar para idosos, na periferia da capital paulista.
Simpática e muito educada, ela quer dar a volta por cima e voltar a cantar.
Eu a procurei, incansavelmente, durante mais de 10 anos.
Nascida em 22 de dezembro de 1939, em João Pessoa, Paraíba, com o nome de Maria da Penha Soares, desde cedo seus pais, Antônio e Hercília, lhe deram uma educação religiosa, tendo ela começado a cantar na igreja aos 10 anos.
Com 18 anos, depois de ganhar um concurso de calouros, estreou profissionalmente na Radio Tabajara, a melhor da capital paraibana, e aí começou a sua trajetória de sucesso.
Dois anos depois, em 1959, o grande maestro Giuseppe Mastroianni a descobriu e levou-a para a Rádio Jornal do Comércio de Recife. No ano seguinte, ela inaugurou a TV Jornal do Comércio, onde sua voz, maravilhosa, aliada a sua beleza e elegância, deslumbrava os espectadores, participando dos famosos programas da época, Você Faz o Show, de seu grande amigo Fernando Castelão, Noite de Black-Tie e Bossa 2, de Nair Silva.
Durante cinco anos, foi eleita a melhor cantora de Recife, sendo conhecida como “a sapoti do nordeste”.
Penha era convidada para cantar para as grandes personalidades da época que passavam por Recife, como o governador de São Paulo Ademar de Barros e o presidente Juscelino Kubitchek, e cantou ao lado de grandes ídolos, como Cauby Peixoto e Angela Maria. Transcrevi trechos. Leia mais
RECIFE QUEIMA DINHEIRO NO RÉVEILLON
No Palacete dos Artistas de São Paulo foram investidos cerca de R$ 8,2 milhões, sendo R$ 1,3 milhão em restauro; R$ 5,1 milhões em reformas e adequações em geral e R$ 1,8 milhão em reforços da estrutura do prédio e adequação e instalação dos elevadores. Outros R$ 4,2 milhões foram gastos com a desapropriação do edifício.
A fonte de recurso foi do governo federal, por meio do Programa Especial de Habitação Popular (PEHP), que previa o financiamento para esse tipo de empreendimento a fundo perdido por meio da Caixa Econômica Federal.
No Recife gasta-se muito mais com qualquer festança. Como acontece no Réveillon, com a queima de fogos e carnaval à baiana.
Os palacetes e casarões do Recife, reservados para a especulação imobiliária, deveriam ser transformados em museus, biblioteca de bairros, asilos, casas de artistas, de educadores, de jornalistas, ateliês, escolas de arte como a de João Pernambuco na Várzea, cinemateca, sede de bandas de música, galerias de arte etc
O que sei de Alex Antunes? Nadinha de nada. Li na internet: “Jornalista, escritor e produtor musical, escreve ou já escreveu para a Rolling Stone, Veja, Folha Ilustrada, Bravo! e outras publicações. Foi diretor de redação das revistas Bizz e Set. Seu livro a Estratégia de Lilith foi adaptado para o cinema, no filme Augustas (em finalização). É estudioso de xamanismo e de rituais de transe”.
Produtor musical sempre usa dinheiro dos governos da União, estados, municípios e empresas estatais e privatizadas. Mais ainda quando faz cinema. Também não sei se é o caso de Alex Antunes.
A abertura de um filme parece mais uma lista de classificados de empresas multinacionais. Todo filme lava mais branco as faturas frias do mecenato brasileiro para desconto no imposto de renda. O Brasil produz assim uma cultura de esquentar faturas numa verdadeira feira e queima de dinheiro público, notadamente de impostos sonegados e vaidades e vaidades.
Passei muitas tardes de domingo, na tranquilidade da Várzea, no Recife, conversando com Francisco Julião, fundador das Ligas Camponesas, no seu velho casarão colonial de senhor de engenho. E questionei suas imunidades, isso antes de 64. E ele me respondeu: “Um líder só deve ser preso quando convém ao movimento”.
Aqui lembro a sabedoria de João Grilo. Graciliano Ramos saiu da cadeia de Vargas para trabalhar no DIP, convidado por Lourival Fontesque, o Goebbels de Getúlio Vargas.
Prestes, o líder máximo do comunismo no Brasil, também saiu da prisão para apoiar a volta de seu carcereiro à presidência.
No Brasil, da última ditadura militar, valeu o ame-o ou deixe-o. E muita gente brincou de exílio como Fernando Henrique. Saia e voltava quando queria. Milhares foram mortos. Principalmente camponeses, operários, negros e índios. E continuam sendo trucidados, principalmente os negros e os índios. Nunca se faz a contagem dos anônimos. Vide lista de desaparecidos, hojemente, no Brasil da ditadura judicial-policial nos Estados.
Os que tentaram a luta armada foram mortos. Escaparam os julgados pela justiça militar. Caso de Dilma Rousseff.
Os que deram uma de João Grilo foram salvos. Nem todos os funcionários do governo de Hitler eram nazistas. Nem todos os funcionários do governo de Stalin eram comunistas. Nem todos os soldados de Israel defendem o genocídio de Gaza.
E para completar, a contribuição do negro escravo na cultura do Brasil foi pequena, e está sendo destruída pela imposição da cultura estadunidense, via gêneros afro-culturais como rock and roll, blues, country, rhythm and blues, jazz, pop, techno, hip hop, soul, funk, inclusive a música religiosa (gospel) divulgada por igrejas Neopentecostais, apoiadas pela CIA e pela ditadura militar, como revide à Teologia da Libertação, apesar de seu criador ser um presbiteriano, o esquecido Rubem Alves, que também faleceu neste fatídico mês de julho de 2014.
“Jornalista e poeta, João Suassuna, pai de Ariano, escrevia para jornais do Rio Grande do Norte e da Paraíba. Compunha versos e tocava violão, executando música do cancioneiro popular. Apaixonado pelas coisas do Sertão, mesmo quando presidente do Estado, costumava realizar festivais de violeiros em sua residência ou no palácio do governo. Estimulou a publicação de livros, entre os quais o romance A Bagaceira, de José Américo de Almeida, que teve repercussão imediatamente ao seu lançamento”.
Nair de Tefé von Hoonholtz1 (Petrópolis, 10 de junho de 1886 — Rio de Janeiro, 10 de junho de 1981), mais conhecida como Nair de Tefé, foi uma pintora, cantora, atriz e pianista brasileira. Considerada, por Hermes Lima e por artistas e intelectuais, a primeira caricaturista mulher do mundo. Além disso, Nair de Tefé foi a primeira-dama do Brasil de 1913 a 1914 (Wikipédia)
Também de pele branca, Nair de Tefé, filha de barão e esposa do marechal presidente Hermes da Fonseca, “promovia saraus noutro palácio, o do Catete – o palácio presidencial da época -, que ficaram famosos por introduzir o violão nos salões da sociedade. Sua paixão por música popular reunia amigos para recitais de modinhas.
As interpretações de Catulo da Paixão Cearense fizeram sucesso e, em 1914, incentivaram Nair de Teffé a organizar um recital de lançamento do Corta Jaca, um maxixe composto por Chiquinha Gonzaga (sua amiga). Foram feitos críticas ao governo e retumbantes comentários sobre os ‘escândalos’ no palácio, pela promoção e divulgação de músicas cujas origens estavam nas danças lascivas e vulgares, segundo a concepção da elite social. Levar para o palácio presidencial do Brasil a música popular foi considerado, na época, uma quebra de protocolo, causando polêmica nas altas esferas da sociedade e entre políticos. Rui Barbosa chegou a pronunciar o seguinte discurso no Senado Federal a 7.11.1914:
‘Uma das folhas de ontem estampou em fac-símile o programa de recepção presidencial em que, diante do corpo diplomático, da mais fina sociedade do Rio de Janeiro, aqueles que deviam dar ao país o exemplo das maneiras mais distintas e dos costumes mais reservados elevaram o Corta-jaca à altura de uma instituição social. Mas o Corta-jaca de que eu ouvira falar há muito tempo, o que vem a ser ele, sr. Presidente? A mais baixa, a mais chula, a mais grosseira de todas as danças selvagens, a irmã gêmea do batuque, do cateretê e do samba. Mas nas recepções presidenciais o Corta-jaca é executado com todas as honras da música de Wagner, e não se quer que a consciência deste país se revolte, que as nossas faces se enrubesçam e que a mocidade se ria!”
O que a mulata tem para oferecer no Globeleza e nas escolas de samba?
Não vejo nativismo (os índios eram chamados de negros da terra), negritude, nem brasilidade na Globeleza, nas escolas de samba da TV Globo, na música brega, no funk, nas revistas Rolling Stone, Veja, em Lilith, no monarquista e escravocrata Zambi.
Transcrevo o transe:
Suassuna, velho burro
por Alex Antunes
João Grilo e Nossa Senhora
Me perguntei algumas vezes se deveria escrever este texto. Porque o principal que tenho a dizer sobre Ariano Suassuna é que ele era um velho burro e chato. E o homem, como se sabe, acabou de morrer – o que o eleva automaticamente aos píncaros da genialidade e da infalibilidade nos textos que se espalham pela imprensa.
Mau momento para lembrar o seu principal defeito: a profunda e total incompreensão da natureza da cultura pop. Eu tinha desistido de escrever. Mas eis que a televisão de domingo o mostra numa entrevista, atacando, com volúpia e deboche, Michael Jackson e Madonna, além da réplica da estátua da Liberdade na Barra da Tijuca.
Ora, é fácil concordar com ele que a réplica da estátua é um monumento à imbecilidade playba. E que Michael Jackson (esse trecho não passou no domingo) é digno de pena, pela forma como foi explorado e depois massacrado pela mesma indústria cultural.
Mas Suassuna os atacava pelas razões erradas. Não há “superioridade” da cultura brasileira, e em particular da nordestina, sobre a cultura pop internacional. Por uma razão muito simples: o sistema arquetípico sobre o qual elas se constroem é exatamente o mesmo.
A mesma graça que há nos modos e sotaques regionais pode ser vista em expressões culturais globais. A cultura pop é simplesmente o “folclore sintético”. O que está por trás do Batman, do Super Homem, dos filmes policiais negros da blaxploitation ou da Madonna são os mesmíssimos arquétipos que animam os mitos gregos do Monte Olimpo, as lendas dos orixás das religiões africanas ou os arcanos do Tarô.
Não é à toa que Suassuna implicou tanto com os tropicalistas (de maioria baiana) quanto com o manguebeat que surgiu no seu estado de adoção, Pernambuco. Dizia que falaria com Chico se ele tirasse o Science do nome, e que a música da Nação Zumbi era “de quarta categoria”.
Suassuna se irritava porque esses nordestinos decifraram as matrizes em comum que existem na cultura popular brasileira e em qualquer expressão cultural. Ao mesmo tempo em que escapavam do purismo elitista e castrador, propunham uma forma nacional, desinibida e não-colonizada de cultura pop.
Diz uma letra do Mundo Livre SA, “O Ariano e o Africano”, de 1998:
“Há quatro séculos a alma africana tem sido um motor
Da inquietação, da resistência, da transgressão
O negro sempre quis sair do gueto
Fugir da opressão fazendo história
Ganhando o mundo com estilo
E é assim que a alma africana sobrevive com brilho e vigor
Em todo o novo continente o africano foi levado para sofrer no norte e gerou,
entre outras coisas, o jazz, o blues, gospel, soul,
r&b, funk, rock’n’roll
No centro, o suor africano fomentou o mambo, o ska,
o calipso, a rumba, o reggae, dub, ragga,
o merengue e a lambada, dancehall e muito mais
Mas é o ariano que ignora o africano ou
é o africano que ignora o ariano?
E ao sul a inquietude negra fez nascer,
entre outros beats, o bumba, o maracatu, o afoxé,
o xote, o choro, o samba, o baião, o coco, a embolada
Entre outros, os Jacksons e os Ferreiras,
os Pixinguinhas e os Gonzagas,
as Lias, os Silvas e os Moreiras
A alma africana sempre esteve no olho do furacão
Dendê no bacalhau, legítima e generosa transgressão
É Dr. Dre e é maracatu
É hip hop e é Mestre Salu
Mas é o ariano que ignora o africano ou é o
africano que ignora o ariano?”
Ariano Suassuana
É um flagra perfeito da condição elitista de Suassuna, branco cristão e filho do governador assassinado da Paraíba em 1930, que abraçou concepções culturais marxistas, não para libertar a cultura popular mas, pelo contrário, para mantê-la sob controle.
.
Suassuna era um artista inspirado. Surpreendentemente pop, a se julgar, por exemplo, pelo filme e microssérie da Globo “O Auto da Compadecida”. E o seu Movimento Armorial teve grande impacto na cultura pernambucana. Mas fazia sempre a trajetória inversa do tropicalismo, do manguebeat e do modernismo antropofágico – as mais generosas e brasileiras das expressões, exatamente pelo não-purismo.
.
Suassuna não aceitava os aspectos bastardos da cultura popular; pelo contrário, queria adensá-la e refiná-la numa expressão erudita. Ou seja, como pensador cultural, era um conservador odioso. Declarava-se “inimigo da colonização e do poder do dinheiro”, mas ele mesmo um colonizador de consciências e um guardião do status quo.
.
Não é de se estranhar que Ariano tenha sido membro-fundador, um dos “cardeais” do Conselho Nacional de Cultura. Uma estranha convergência entre intelectuais (inclusive de esquerda) e a ditadura militar entre 1967 e o anos 70, baseada na busca de uma identidade de Brasil com um sentido cívico, tradicionalista e otimista. Foi a experiência no Conselho que impulsionou Suassuna na organização do movimento Armorial em Recife.
.
Acontece que o negro, ou qualquer oprimido que busca sua libertação na lida cultural, como bem explica a letra do Mundo Livre, é amigo da eletricidade, da cultura em movimento e reinvenção, da provocação bastarda e dessacralizada, da incorporação e inversão de termos pejorativos (funk, punk, junky, nigga etc) – e não do reconhecimento institucional.
.
O momento mais memético de Suassuna na internet é um fruto, bastante humorístico, de seus equívocos. Em suas aulas-espetáculo gostava de contar o causo de um músico punk ou funk que cantou-lhe uma letra. Ela falava de modelos atômicos, dos físicos Rutherford e Bohr, de um cavalo morto e que “fora do buraco tudo é beira”. Naturalmente sua “interpretação” jocosa da tal letra virou um vídeo viral, o “Funk do Suassuna”.
.
Reza a lenda que Suassuna se divertiu com a adaptação (parece que com o trocadilho no nome do bloco carnavalesco Arriano Sua Sunga ele já não lidou tão bem). E, mesmo brigado com o manguebeat, chorou copiosamente no velório de Chico Science. Seria essa sua dimensão humana e generosa.
.
Mas sua teoria cultural elitista e (anti) popular continua inaceitável. O pior de dois mundos, a convergência da culpa cristã com a marxista. Se Michael Jackson e Madonna são meramente “lixo cultural”, como gostava de dizer de boca cheia, Ariano Suassuna era um velho burro, burro e burro.
Resultado da privatização da Companhia de Eletricidade de Pernambuco
Doaram a Celpe aos piratas espanhóis, que terceirizam todos os serviços, inclusive o da morte.
Quantos foram eletrocutados, em 2013, por tocar com a mão em um poste de luz ou pisar em um fio caído nas calçadas estreitas e esburacadas do Recife?
A Celpe faz o que faz porque falta governo, falta justiça, falta legislativo. E a morte coisa tão banal, que hoje à noite a Celpe vai faturar mais dinheiro, iluminando Tamandaré, para o show dos cantores de sempre dos super, super faturados embalos das prefeituras.
O Jornal do Comércio faz a propaganda das cantoras Ivete Sangalo, cidadã de Pernambuco, e Claudinha, que pode ser Claudia Leitte, que pediu a cidadania para Eduardo Campos. E ele, que casa e batiza na Assembléia Legislativa, bem que prometeu. Eta duplinha para faturar em Pernambuco!
No dia 17 de fevereiro de 2000, no começo do milênio, o governador Miguel Arraes entregou a Celpe para a companhia espanhola Iberdrola, que controla 100%, administrativamente, a Celpe.
Escreve Heitor Scalambrini Costa, professor da Universidade Federal de Pernambuco:A Neoenergia também é controladora da Companhia Energética da Bahia (Coelba) e da Companhia Energética do Rio Grande do Norte (Cosern). Possui forte concentração vertical, e atua nos segmentos de geração, transmissão, comercialização e distribuição, praticando contratos de self-dealing (autocontratação). Como é o caso em Pernambuco, onde ¼ da energia comprada pela Celpe vem da TermoPernambuco (termelétrica do grupo Neoenergia), cujo preço é superior ao da hidroelétrica, sendo a diferença repassada para o consumidor.
Ao justificar a venda da Celpe, os gestores do Estado de então e seus opositores (os mesmos de agora, pois nada mudou, somente mudaram de lado: o que era situação virou oposição, e o que era oposição virou situação) prometiam a opinião pública que as tarifas diminuiriam e que os serviços oferecidos à população iriam melhorar através da gestão privada. Ao se completarem 12 anos da venda da Celpe, alguns comentários e observações sobre estas assertivas merecem destaque.
Nesse período [ este texto foi publicado em abril de 2012] o lucro líquido da companhia foi de R$ 2,8 bilhões. Se levarmos em conta somente o lucro de 2008 até 2011, foi de R$ 1,8 bilhão, valor superior àquele pago no leilão de privatização. O lucro é intrínseco ao sistema capitalista, e pode decorrer da eficiência da gestão que resulta na produtividade. Só que não este é o caso da Celpe, pois ele é abusivo e conseguido graças à exploração daqueles que compram e pagam pelos serviços, os consumidores. Só para se ter uma ordem de grandeza dessa exploração descabida, entre 2007 a 2010 o lucro líquido da Celpe cresceu 43%, muito superior ao da inflação no período medido pelo IPCA, que foi de 22,2%, e pelo IGPM que foi de 30%.
Daí se perguntar de onde vem tal lucro extorsivo? O aumento das tarifas está indexado ao Índice Geral de Preços do Mercado (IGP-M). O que é uma aberração, pois tal índice registra a inflação de preços desde matérias-primas agrícolas e industriais até bens fiscais, abrangendo assim toda a população, sem restrição de nível de renda, ficando acima da inflação oficial, que é medida pelo Banco Central através do Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA). Daí, se levarmos em conta os reajustes médios a partir do primeiro ano de privatização até os dias de hoje (não levando em conta a aplicação da recomposição tarifária extraordinária de 2,9% e 7,9% para distintas classes de consumidores que vigorou de 2001 a 2006, com a justificativa de cobrir os impactos financeiros causados pelo racionamento de energia sobre o caixa das distribuidoras e geradoras de energia elétrica, nem o Seguro de Capacidade Emergencial, que elevou as tarifas em 3,3%), verifica-se um aumento médio total das tarifas de 170%. No caso do reajuste de alta tensão (principalmente o setor industrial), o reajuste tarifário ainda foi maior, de 240%, e no de baixa tensão (residencial) foi de 130%. Por sua vez, o índice que mede a inflação para aqueles que ganham de 1 a 40 salários mínimos, o IPCA, variou, no mesmo período, 102%.
Como resultado desta constatação, conclui-se que o indexador utilizado nos reajustes tarifários anuais (IGP-M) exerce forte influência na elevação do valor das tarifas. Normalmente, a correção de salários, aposentadorias, benefícios e pensões e de outros rendimentos que possuem algum tipo de indexação tendem a acompanhar a variação observada no IPCA. Na prática, as tarifas elétricas estão subindo pelo elevador, enquanto os salários dos consumidores sobem pela escada. Aí está o nó da questão. Logo, se não houver uma revisão no contrato de concessão, sempre teremos essa enorme diferença entre a inflação oficial e o aumento da tarifa. Quanto aos serviços oferecidos, o Índice Aneel de Satisfação do Consumidor (Iasc) da Celpe deixa muito a desejar, ao compararmos com outras empresas do País. Todavia são os consumidores que melhor podem melhor avaliar a qualidade desses serviços, que têm se deteriorado muito nos últimos anos, a julgar pelas reclamações e denúncias.
Bem, somente esta breve análise com os números retirados dos balanços contábeis da empresa são suficientes para se concluir que a privatização colaborou sensivelmente para o aumento das tarifas (bem acima da inflação que corrige o salário do trabalhador) e que a qualidade dos serviços caiu drasticamente conforme constatado no dia a dia da população pernambucana. Privatização para quê? Para quem?
Ninguém sabe quanto a Prefeitura de Jaboatão vai gastar com cantorias, fogos, camarote do prefeito e outras mordomias, nesta virada do ano na praia de Candeias. Exclusivamente Claudia Leitte receberá perto de 800 mil, quando o cachê dela custa 230 mil. A banda Titãs, 50 mil, mas a Prefeitura do Recife paga 275 mil (1).
Vão também faturar: Márcia Pequeno & Banda, Allan Carlos e Convidados (falta a prefeitura confirmar as participações de Jota Quest e Garota Safada), Banda Torpedo e a Orquestra de Frevo de Jaboatão, que deve receber um cachezinho de m., que as prefeituras pernambucanas apenas valorizam (ou melhor dito, superfaturam) os artistas de fora.
Denuncia Noélia Brito:
Produtora do show de Claudia Leitte vai receber R$ 785 mil da Prefeitura de Jaboatão. Empenho comprova valor.
Quem tiver um pouco de conhecimento de Direito Financeiro, analisando os empenhos de pagamentos da da Prefeitura de Jaboatão dos Guararapes para a produtora responsável pelo show da cantora Cláudia Leitte, constatará que o valor que essa empresa receberá pelo show, será muito maior que aquele que tem sido anunciado pela assessoria do prefeito Elias Gomes, pois mesmo após o pagamento de dois empenhos de R$ 236.725,00, ainda ficará um saldo devedor de R$ 311.696,94.
Se o show custará “apenas” R$ 472.000,00 como alega a assessoria do prefeito, a quem se destina os R$ 311 mil que ainda estão emprenhados?
Talvez seja chegada a hora do Tribunal de Contas e do Ministério Público começarem a tomar pé da situação. Confiram
.
DINHEIRO JOGADO FORA NO RECIFE
.
Na mesma faixa de mar vamos ter três shows. Que do pequeno trecho da praia do Pina continua a praia de Boa Viagem, interligada às praias de Piedade/ Candeias.
Veja a gastança do Recife nas praias e outros bairros:
Os shows pirotécnicos devem durar até 15 minutos. A queima de fogos, nas praias de Boa Viagem e Pina, será musicada com trilha sonora regional e a produção deste ano será realizada pela mesma empresa que promove o espetáculo na Praia de Copacabana.
Réveillon na Praia de Boa Viagem – Recife
O palco fica em frente ao Edifício Portugal
DJ Salvador ( O DJ irá tocar a cada intervalo entre os shows)
O palco fica na altura do posto 2 do Corpo de Bombeiros.
DJ Pepe Jordão ( O DJ irá tocar a cada intervalo entre os shows)
21h – Adilson Ramos
22h30 – João do Morro
23h40 – Almir Rouche
00h – Queima de Fogos
01h30 às 03h – Escola Gigantes do Samba
Réveillon na Lagoa do Araçá – Recife
20h – Ayrton Montarroyos
21h40 – Orquestra 100% Mulher
23h30 – Dudu do Acordeon
00h – Queima de Fogos
1h30 às 03h – A Trombonada
Réveillon no Morro da Conceição – Recife
21h – Coco dos Pretos
22h20 – Denis Raz
23h30 – Orquestra do Maestro Adelmo Apolônio
01h às 02h – Adilson Ramos
Réveillon no Ibura – Recife
20h – Saltos Cia de Dança
21h – Xico de Assis
21h50 – Aborto do Cavaco
23h20 – Orquestra Popular do Recife
00h50 às 02h – André Rio
Réveillon Parque da Jaqueira
Na Jaqueira, apesar de não ter programação com shows, haverá uma bela queima de fogos de artifício, os quais serão lançados a partir do Rio Capibaribe, nas proximidades do parque.
A REPETIÇÃO DA FARRA DA NOITE DE NATAL
Aconteceu a mesma farra de dinheiro público para comemorar a noite de Papai Noel, que esses embalos profanos dos governadores e prefeitos descaracterizam a maior festa popular do Brasil que é a Noite de Festa do Nascimento de Jesus.
Isso não é de espantar, que depois vem o Carnaval, em seguida o São João, com 31 dias de festejos de rua em Caruaru, e quase todo sábado show comício, principalmente neste 2014, ano eleitoral.
—-
(1 ) Com esse dinheiro os artistas precisam bancar toda sua infra-estrutura e staff, como funcionários de escritório, advogados, músicos contratados, empresários, transporte de equipamento e toda mão-de-obra envolvida num show.
A estimativa é que os artistas acabam ficando com “apenas” 30% ou 40% do valor total de cada show. Quem paga a hospedagem e alimentação é o contratante, que também precisa, quase sempre, depositar 20% do valor total logo na assinatura do contrato, e o restante a combinar.
.
CONHEÇA OS CACHÊS DOS ARTISTAS BRASILEIROS
.
Confira aqui, e veja quanto o prefeito de sua cidade está pagando. Denuncie. Publico para a devida leitura dos Tribunais de Contas e Ministério Público.
.
ELBA RAMALHO: JANEIRO EM JABOATÃO
É que Jaboatão vai promover outra festa de rua, de 5 a 15 de janeiro, e o prefeito Elias Gomes prometeu trazer Elba Ramalho.
Haja dinheiro.
A safadeza é grande neste mercado corrupto de shows. Informa Marlus Costa: Para o réveillon de Maceió, Ivete Sangalo “fechou contrato por nada mais, nada menos que R$ 2,2 milhões. Nada mau, hein?”
Dinheiro para festanças, para o circo sem pão, e obras faraônicas nunca faltou.
O “melhor” dessas festas, que os governadores e prefeitos promovem nas cidades com imensos currais eleitorais, acontece nos camarotes, montados nas alturas, das autoridades e lobistas das empreiteiras.
Escreve Noélia Brito: “A Secretaria de Turismo do Recife, comandada pelo empresário Felipe Carreras, por meio de inexigibilidade de licitação, vai desembolsar nada menos que R$ 1.625.000,00 para patrocinar três eventos no final de 2013 e início de 2014, em nossa cidade.
Só para patrocinar a Copa da Nações de Beach Soccer 2013 e a Copa América de Beach Soccer, a Prefeitura do Recife vai pagar à empresa Koch Tavares Promoções e Eventos a bagatela de R$ 1 milhão.
Para o patrocínio do tradicional Baile do Menino Deus, a empresa Relicário Produções Culturais e Ediatoriais receberá R$ 625 mil. Confiram
São festas mil. Veja mais uma. Informa Antonio Nelson: “O contratante é a Fundação de Cultura do Recife. Na virada do ano, no polo de Boa Viagem, sobem ao palco Titãs, Patusco, Elba Ramalho e Spok Frevo Orquestra – músicos pernambucanos -.
Titãs receberá R$ 275.000,00 para única apresentação. Os artistas locais – a Spok Frevo aufirerá R$ 60.000,00.
Já Elba R$ 160.000,00. O show da artista, no São João, saiu no valor de R$ 90.000,00. Já no “Ciclo Natalino 2013″ a Fundação paga R$ 160.000,00.” Veja os contratos
Não se faz nada que preste para o povo. Boa Viagem, cercada por favelas, não possui nenhum mercado público. O governo municipal, com as escolas e postos de saúde sucatados, não tem biblioteca pública, e não investe nada em eventos culturais. Prefere gastar dinheiro na degeneração da música brasileira. Na descaracterização do nosso folclore.
A MAIOR FESTA POPULAR DO BRASIL
Escreveu Câmara Cascudo (1962): “Natal é a maior festa popular do Brasil, determinando um verdadeiro ciclo, com bailados, autos tradicionais, bailes, alimentos típicos, reuniões etc. De meados de dezembro até Dia de Reis, 6 de janeiro, uma série de festas ocorre por todo o Brasil, especialmente pelo interior, onde a tradição é mais viva e sensível. O bumba-meu-boi, boi, boi-calemba, cheganças, marujadas ou fandango, pastoris com as velhas lapinhas de outrora, congadas ou congos, reisados estão nos dias mais prestigiados”.
A Tv Globo cuidou, conforme o Projeto Camelot, de acabar com “todos esses divertimentos, públicos, nas festas particulares ou nas sociedades”. Um Projeto da Ditadura Militar que continua.
É! não se faz nada que preste para o povo.
Não se investe em lazer. Recife não tem nenhum passeio público.
A música dos Estados Unidos vem sendo cultuada no Brasil de uma maneira que provoca a degeneração da nossa cultura tão desprezada, apesar da existência de um Ministério, 26 secretarias estaduais, Distrito Federal e centenas de secretarias municipais da Cultura, além de associações, faculdades e ONGs de música.
O Rio de Janeiro virou a capital do Rock and roll. Caldas Novas, Goiás, do country. Vem se popularizando o inferno chamado Caldas country.
São Paulo é a capital do jazz. O techno o som de todas boates. E o Spiritual, notadamente nos templos evangélicos, para diferenciar das tradicionais músicas de procissão dos católicos. Quando a música que Jesus cantou e dançou, na Última Ceia, talvez seja encontrada nos folclores judeu e árabe, especialmente no interior da Síria, e outras pequenas comunidades do Oriente Médio, onde o aramaico ainda é falado.
Os gêneros musicais brasileiros vêm sendo abandonados. Pode-se, inclusive falar, na degeneração da música brasileira. Até o samba está destruído, na versão da TV Globo do Show Beleza e turísticas escolas de samba do Rio de Janeiro.
Citarei como exemplo apenas as músicas que dancei: modinha, lundum, choro, baião, xaxado, bate-pé, batuque, coco, frevo canção, frevo de rua, maxixe, mineiro-pau, pastoril, maracatu e caboclinho.
Também perdidas as danças infantis. Que não mais se brinca nas ruas, nas praças, nos quintais e nas escolas.
Esta lembrança me veio quando pesquisava a página, no Faceboox, de Julia Colle, uma garota linda de olhos azuis, azuis, que se acorrentou ao portão do Instituto Royal, que fazia dos animais cobaias para o fabrico de produtos de beleza.
O que a diferenciava de outras ativistas era o amor pelos animais além dos beagles. Dia ou noite, desde que avisada, saia para socorrer um vira-lata ferido ou abanado pelas ruas de São Roque, santo padroeiro de diversas profissões ligadas à medicina, ao tratamento de animais e dos seus produtos e aos cães.
São Roque
A música country embala os rodeios. Que São Roque nos livre dessa peste. Que São Sebastião livre o Rio de Janeiro da peste do rock. Amém.
O rock Rio faz parte do projeto de degeneração da música popular brasileira, executado por pseudos artistas que promovem shows super, super faturados para prefeitos e governadores. O rock Rio lava muito dinheiro com gastos publicitários. E tudo pago com verbas desviadas do Turismo e da Cultura.
Qualquer dinheiro público investido, inclusive para desconto no imposto de renda, é roubo. Principalmente quando se pretende transformar a Capital do Samba em capital do rock, para desvalorizar a música e a cultura deste Brasil colonizado. A ladroagem no rok Rio imperou desde o primeiro evento. Quando se armou a grilagem do local, que Brizola impediu. Teve até armação de sequestro, pago em dólares.
Transcrevo do Pragmatismo Político estudo do professor Jean Henrique Costa.
Estudo acadêmico parte do forró eletrônico para investigar o que muitos chamam de degeneração da música popular. “Luiz Gonzaga, por exemplo, embora seja o símbolo maior do forró e tratado com respeito pela maioria dos nordestinos, acaba sucumbindo a essa indústria cultural”
A música brasileira está decadente – sans élégance. Difícil encontrar alguém que nunca tenha ouvido uma frase como essa. Refine o gênero, e as frases continuarão a fazer sentido para muitas pessoas. O funk, o sertanejo, o forró, o pop, todas as músicas consumidas pelas massas não prestam.
Um estudo acadêmico parte do forró eletrônico, ouvido à exaustão em todo o Nordeste, para investigar o que muitos chamam de “degeneração” da música popular. O professor Jean Henrique Costa, da Universidade do Estado do Rio Grande do Norte, obteve o título de doutor em Ciências Sociais com a tese “Indústria Cultural e Forró Eletrônico no Rio Grande do Norte”, defendida em março de 2012 na Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN).
O pesquisador defende que o gênero preferido entre os nordestinos faz parte de uma engendrada indústria cultural, por meio da qual são criadas e sustentadas formas de dominação na produção e na audição desse tipo de música.
Segundo ele, quando uma banda de forró eletrônico recorre a canções de temática fácil, na maioria das vezes ligadas à busca de uma felicidade igualmente fácil, ela está criando mecanismos para a formação de um sistema de concepção e circulação musical. Nele, nada é feito ou produzido por acaso. Tudo acaba virando racionalizado, padronizado ou massificado.
O ideal de uma vida festeira, regada de uísque, caminhonete 4×4 e raparigas (mulheres) é hoje um símbolo de status e prestígio para muitos dos ouvintes. Ninguém quer ficar de fora da onda de consumo. Numa das partes da pesquisa, Costa analisou o conteúdo das letras dos cinco primeiros álbuns da banda Garota Safada e descobriu que 65% das músicas falam de amor, 36% de sexo e 26% de festas e bebedeiras.
“Parte expressiva das canções de maior sucesso veicula a ideia de que a verdadeira felicidade acontece ‘no meio da putaria’, ou seja, nos momentos de encontros com os amigos nas festas de forró”, escreveu Costa. “Não se produz determinada música acreditando plenamente que se está criando uma pérola de tempos idos, mas sim um produto para agradar em um mercado competitivo muito paradoxal: deve-se ser igual e diferente concomitantemente.” Ou seja, a competitividade do mercado induz à padronização dos hits.
“O que move o cotidiano é isso mesmo: sexo, amor, prazer, diversão. O forró e quase toda música popular sabem muito bem usar desse artifício para mover suas engrenagens”, explicou Costa. “Não é por acaso que as relações sexuais são tão exploradas pelas canções de maior apelo comercial a ponto de se tornarem coisificadas à maneira de clichês industriais.”
REFERENCIAL TEÓRICO
Outros gêneros musicais também recorrem a estratégias semelhantes. O forró eletrônico consegue se diferenciar dos demais ao dar uma roupagem de “nordestinidade”, criando a identificação direta com o seu público. Mas o objetivo final de todos é proporcionar diversão. O problema, segundo Costa, é que “se vende muito pão a quem tem fome em demasia”.
Costa baseou sua pesquisa no referencial teórico de Theodor W. Adorno, um dos ideólogos da Escola de Frankfurt. O pesquisador procurou atualizar o conceito de indústria cultural a partir da constatação de que as músicas do forró eletrônico são oferecidas como parte de um sistema (o assédio sistemático de tudo para todos) e sua produção obedece a critérios com objetivos de controle sobre os efeitos do receptor (capacidade de prescrição dos desejos).
O pesquisador recorreu ainda a autores como Richard Hoggart, Raymond Williams e E.P. Thompson para abordar o gênero musical a partir da leitura dos estudos culturais (a complexa rede das relações sociais e a importância da comunicação na produção da cultura), que dialogam com outro conceito anterior, o de hegemonia, de Antonio Gramsci. Pierre Bourdieu também serve de referencial teórico.
Ao amarrar essas teorias, o pesquisador argumenta que o público consumidor de músicas acaba fazendo parte de esquemas de consumo cultural potentes e difíceis de serem contestados. Neles, até o desejo acaba sendo imposto. Em entrevista a FAROFAFÁ, Costa exemplifica esse fato com a atual “cobrança” pelo consumo de álcool, onde a sociabilidade gira em torno de litros de bebidas.
“O que se bebe, quanto se bebe e com quem se bebe diz muito acerca do indivíduo. O forró não é responsável por isso, mas reforça.” Para o pesquisador, o consumo de bebidas se relaciona com a virilidade masculina, que, por sua vez, se vincula à reprodução do capital.
“Não reconheço grande valor estético (no forró eletrônico), mas considero um estilo musical que consegue, em ocasiões específicas, cumprir o papel de entreter”, afirmou. O pesquisador ouve todo tipo de música (samba-canção, samba-reggae, rock nacional dos anos 1980 e 1990, bolero, tango, entre outros), mas sua predileção é por nomes como Nelson Gonçalves e Altemar Dutra.
Para cobrir essa lacuna sobre o gênero que iria pesquisar, Costa entrevistou nomes como Cavaleiros do Forró, Calcinha de Menina, Balança Bebê e Forró Bagaço. O seu objetivo foi esquadrinhar desde uma das maiores bandas de forró eletrônico do Rio Grande do Norte até uma banda do interior que mal consegue fazer quatro apresentações por mês e cobra em torno de R$ 500 por show.
É dentro desse contexto de consumo de massa de hits que nascem e morrem, diariamente, pelas rádios e carrinhos de CDs piratas, que prevalece o forrozão estilo “risca a faca” e “lapada na rachada”, para uma população semiformada (conceito adorniano de Halbbildung), explica Costa. Sobra pouco ou nenhum espaço para nomes consagrados do gênero.Entre os extremos de quem ganha muito e quem mal consegue sobreviver com o forró, o professor constatou que o sucesso é um elemento em comum, e algo difícil de ser obtido. Depende de substanciais investimentos financeiros e também do acaso – ter um hit pelas redes sociais ajuda. É por isso que Costa afirma que Aviões do Forró e um forrozeiro tecladista independente estão em lados completamente opostos, mas ainda têm algo basilar em comum: a indústria cultural.
Luiz Gonzaga, por exemplo, embora seja o símbolo maior do gênero e tratado com respeito pela maioria dos nordestinos, acaba sucumbindo a essa indústria cultural. “A competição é desigualmente assimétrica para o grande Lua. O assum preto gonzagueano, nesse sentido, bateu asas e voou.”
Costa diz não ser um pessimista ou só um crítico ferrenho do forró eletrônico. Tampouco que tem pouca esperança de que a música brasileira seja apenas uma eterna engrenagem da indústria cultural. Ao contrário, é dentro dela própria que ele vê saídas para o futuro da produção nacional. “Se vejo alguma possibilidade de mudança pode estar justamente nesses estúdios caseiros de gravação de CDs, nas bandas de garagem, no funk das periferias, no tecnobrega paraense. Não afirmo que a via é essa, mas que é um devir, uma possibilidade que pode não ir para além do sistema, mas minar algumas de suas bases”, concluiu.
Definiu o grande e honrado deputado Djalma Aranha Marinho: O liberal é um direitista envergonhado.
A direita é sempre contra a voz do povo que é a voz de Deus.
Detesta referendo, plebiscito, qualquer decisão do povo.
Povo nas ruas, sim, quando não atrapalha o trânsito. Quando boiada nas procissões de santo, nas passeatas dos padres e pastores eletrônicos, nos shows super, super faturados dos prefeitos, nas paradas gays, nas marchas pela paz convocadas pela Globo nos bairros ricos, nos enterros dos políticos das elites e de artistas de televisão, e atrás dos trios elétricos e do Galo da Madrugada.
O povo tem cheiro de suor. Fede.
O povo deve falar, sim, sempre através de intermediários. Na justiça, representado pelos advogados da justiça gratuita. Nos executivos municipais, via vereadores. Com os governadores, via deputados estaduais. Com o governo federal, via deputados federais e senadores.
O trabalhador deve fazer greve, sim, via pelegos, a chamada greve teatro.
O povo escuta, e ouve tudo errado. Fala o que não deve. Que o povo escreva a carta dos leitores da Grande Imprensa, como recomenda Fernando Henrique. Isso é que ele chama liberdade de expressão. Que o povo apareça nas páginas policiais. Repórter policial é colunista social dos pobres.