Refugiados no Brasil pedem paz, e guerra nunca mais, e ditadura nunca mais

refugiadoTem nazi-fascista que pede o retorno da ditadura militar, o golpe contra Dilma, o perigo de uma guerra civil.

Antes de ir para a marcha militar deste domingo, asista este vídeo:

Os discursos do Papa na Terra Santa

Raúl Arias
Raúl Arias

 

O Papa pediu hoje “perdão” pelas divisões que existem entre cristãos e pediu um compromisso de todos para chegar à “plena comunhão”, evocando no Vaticano os gestos ecuménicos da sua recente viagem à Terra Santa.

“Mais uma vez, como fizeram os Papas precedentes, eu peço perdão por tudo aquilo que fizemos para favorecer esta divisão”, declarou Francisco, perante dezenas de milhares de pessoas reunidas na Praça de São Pedro para a audiência pública semanal.

“Peço ao Espírito Santo que nos ajude a curar as feridas que provocamos nos outros irmãos. Todos somos irmãos em Cristo”, acrescentou, recordando o encontro com o patriarca ecuménico de Constantinopla (Igreja Ortodoxa), Bartolomeu, na Basílica do Santo Sepulcro, em Jerusalém.

A inédita oração ecuménica, que decorreu no domingo, contou com a presença do patriarca greco-ortodoxo, Teófilo III, e do patriarca arménio apostólico, Nourhan, para além de arcebispos e bispos de outras Igrejas.

“Naquele lugar, onde ressoou o anúncio da ressurreição, sentimos toda a amargura e o sofrimento das divisões que ainda existem entre os discípulos de Cristo”, observou o Papa.

“Isto faz verdadeiramente muito mal, mal ao coração, ainda estamos divididos”, prosseguiu.

Francisco afirmou ainda que na celebração marcada pela “recíproca fraternidade, estima e afeto”, todos sentiram “a voz” de Jesus que “quer fazer de todas as suas ovelhas um só rebanho”.

“Sentimos o desejo de curar as feridas ainda abertas e de prosseguir com tenacidade o caminho para a plena comunhão”, declarou.

O Papa retomou algumas das questões abordadas na declaração conjunta que assinou com o patriarca Bartolomeu e apelou a fazer “tudo o que é possível fazer” para que os cristãos caminhem juntos.

“Rezar juntos, trabalhar em conjunto pelo rebanho de Deus, a paz, cuidar da criação, tantas coisas que temos em comum. Como irmãos, devemos ir em frente”, precisou.

Francisco realçou que a sua peregrinação à Terra Santa, entre sábado e segunda-feira, quis assinalar o 50.º aniversário do “histórico encontro” entre o Papa Paulo VI e o patriarca Atenágoras, de Constantinopla, que classificou como um “gesto profético”.

“Por isso, o meu encontro com sua santidade Bartolomeu, amado irmão em Cristo, representou o momento culminante da visita”, sustentou.

O Papa disse que esta viagem, com passagens por Amã, Belém, Jerusalém e Telavive, foi um “grande dom para a Igreja”.

 

– Como artesãos pacientes – na missa em Aman o convite do Papa a ser artífices de paz

A paz não se pode comprar, não está à venda. A paz é um dom que se deve buscar pacientemente e construir «artesanalmente» através dos pequenos e grandes gestos que formam a nossa vida diária. Consolida-se o caminho da paz, se reconhecermos que todos temos o mesmo sangue e fazemos parte do género humano; se não nos esquecermos que temos um único Pai no Céu e que todos nós somos seus filhos, feitos à sua imagem e semelhança.

 

– Por detrás dos mercadores de armas – um novo apelo a favor da Síria durante o encontro com os jovens refugiados e deficientes

Todos queremos a paz! Mas, vendo este drama da guerra, vendo estas feridas, vendo tantas pessoas que deixaram a sua pátria, que foram forçadas a partir, eu pergunto-me: quem vende as armas a esta gente para fazer a guerra? Eis aqui a raiz do mal! O ódio e a avidez do dinheiro, no fabrico e na venda das armas. Isto deve-nos fazer pensar em quem está por detrás, que fornece, a todos aqueles que estão em conflito, as armas para continuar o conflito! Pensamos e, do fundo do nosso coração, dizemos também uma palavra a esta pobre gente criminosa: que se converta.

 

– Chegou a hora da coragem – ao chegar a Belém o Pontífice convidou a gestos generosos e criativos para pôr fim ao conflito

Há decénios que o Médio Oriente vive as consequências dramáticas do prolongamento de um conflito que produziu tantas feridas difíceis de curar e, mesmo quando, felizmente, não se alastra a violência, a incerteza da situação e a falta de entendimento entre as partes produzem insegurança, negação de direitos, isolamento e saída de comunidades inteiras, divisões, carências e sofrimentos de todo o tipo.

 

– A violência não se vence com a violência – com as crianças no campo prófugos de Dheisheh

Nunca deixeis que o passado vos determine a vida. Olhai sempre para diante. Trabalhai e lutai para conseguir as coisas que vós quereis. Mas estai certos de uma coisa! A violência não se vence com a violência. A violência vence-se com a paz; com a paz, com o trabalho, com a dignidade de fazer progredir a pátria.

 

O sinal da criança – a homilia da missa celebrada na praça da Manjedoura em Belém

Infelizmente, neste mundo que desenvolveu as tecnologias mais sofisticadas, ainda há tantas crianças em condições desumanas, que vivem à margem da sociedade, nas periferias das grandes cidades ou nas zonas rurais. Ainda hoje há tantas crianças exploradas, maltratadas, escravizadas, vítimas de violência e de tráficos ilícitos. Demasiadas são hoje as crianças exiladas, refugiadas, por vezes afundadas nos mares, especialmente nas águas do Mediterrâneo. De tudo isto nos envergonhamos hoje diante de Deus, Deus que Se fez Menino.

Quem somos nós diante das crianças de hoje? Somos como Maria e José que acolhem Jesus e cuidam d’Ele com amor maternal e paternal? Ou somos como Herodes, que quer eliminá-Lo? Somos como os pastores, que se apressam a adorá-Lo prostrando-se diante d’Ele e oferecendo-Lhe os seus presentes humildes? Ou então ficamos indiferentes? Por acaso limitamo-nos à retórica e ao pietismo, sendo pessoas que exploram as imagens das crianças pobres para fins de lucro? Somos capazes de permanecer junto delas, de «perder tempo» com elas? Sabemos ouvi-las, defendê-las, rezar por elas e com elas? Ou negligenciamo-las, preferindo ocupar-nos dos nossos interesses?

 

Na minha casa de paz – o Papa Francisco convidou os presidentes palestinianos e israelianos a um encontro de oração no Vaticano

Todos desejamos a paz; tantas pessoas a constroem dia a dia com pequenos gestos; muitos sofrem e suportam pacientemente a fadiga de tantas tentativas para a construir. E todos – especialmente aqueles que estão colocados ao serviço do seu próprio povo – temos o dever de nos fazer instrumentos e construtores de paz, antes de mais nada na oração.

Construir a paz é difícil, mas viver sem paz é um tormento.

 

Do sonho para a realidade – ao chegar a Israel o Pontífice repropôs o convite a rezar pela paz e relançou a solução dos dois Estados

Venho peregrino à distância de cinquenta anos da histórica viagem do Papa Paulo VI.

Jerusalém significa «cidade da paz». Assim Deus a quer e assim todos os homens de boa vontade desejam que seja. Mas, infelizmente, esta cidade é ainda atormentada pelas consequências de longos conflitos. Todos nós sabemos quão urgente e necessária seja a paz, não só para Israel, mas também para toda a região.

 

A pedra removida do sepulcro – o Papa Francisco na celebração ecuménica em recordação do encontro entre Paulo VI e Atenágoras

Detenhamo-nos em devoto recolhimento junto do sepulcro vazio, para redescobrir a grandeza da nossa vocação cristã: somos homens e mulheres de ressurreição, não de morte. Aprendamos, a partir deste lugar, a viver a nossa vida, as angústias das nossas Igrejas e do mundo inteiro, à luz da manhã de Páscoa. Cada ferida, cada sofrimento, cada tribulação foram carregados sobre os próprios ombros do Bom Pastor, que Se ofereceu a Si mesmo e, com o seu sacrifício, abriu-nos a passagem para a vida eterna. As suas chagas abertas são como que a passagem através da qual se derrama sobre o mundo a torrente da sua misericórdia. Não nos deixemos roubar o fundamento da nossa esperança, que é precisamente este: Christòs anesti! Não privemos o mundo do feliz anúncio da Ressurreição! E não sejamos surdos ao forte apelo à unidade que ressoa, precisamente deste lugar, nas palavras d’Aquele que, já Ressuscitado, chama a todos nós «os meus irmãos» (cf. Mt 28, 10; Jo 20, 17).

Enquanto como peregrinos fazemos uma pausa nestes Lugares santos, a nossa recordação orante vai para a região inteira do Médio Oriente, tantas vezes marcada, infelizmente, por violências e conflitos. E não esquecemos, na nossa oração, muitos outros homens e mulheres que sofrem, em várias partes do mundo, por causa da guerra, da pobreza, da fome; bem como os inúmeros cristãos perseguidos pela sua fé no Senhor Ressuscitado. Quando cristãos de diferentes confissões se encontram a sofrer juntos, uns ao lado dos outros, e a prestar ajuda uns aos outros com caridade fraterna, realiza-se o ecumenismo do sofrimento, realiza-se o ecumenismo do sangue, que possui uma eficácia particular não só para os contextos onde o mesmo tem lugar, mas, em virtude da comunhão dos santos, também para toda a Igreja. Aqueles que matam por ódio à fé, que perseguem os cristãos, não lhes perguntam se são ortodoxos ou se são católicos: são cristãos. O sangue cristão é o mesmo.

 

Ninguém instrumentalize o nome de Deus – o apelo durante a visita ao grã-mufti de Jerusalém

desejei ardentemente vir como peregrino visitar os lugares que viram a presença terrena de Jesus Cristo. Mas esta minha peregrinação não seria completa, se não contemplasse também o encontro com as pessoas e as comunidades que vivem nesta Terra e, por isso, sinto-me particularmente feliz por me encontrar convosco, fiéis muçulmanos, irmãos amados.

Neste momento, o meu pensamento volta-se para a figura de Abraão, que viveu como peregrino nestas terras. Embora cada qual a seu modo, muçulmanos, cristãos e judeus reconhecem em Abraão um pai na fé e um grande exemplo a imitar. Ele fez-se peregrino, deixando o seu povo e a própria casa, para empreender aquela aventura espiritual a que Deus o chamava.

Um peregrino é uma pessoa que se faz pobre, que se põe a caminho, propende para uma grande e suspirada meta, vive da esperança duma promessa recebida (cf. Heb 11, 8-19). Esta foi a condição de Abraão, esta deveria ser também a nossa disposição espiritual. Não podemos jamais considerar-nos auto-suficientes, senhores da nossa vida; não podemos limitar-nos a ficar fechados, seguros nas nossas convicções. Diante do mistério de Deus, somos todos pobres, sentimos que devemos estar sempre prontos para sair de nós mesmos, dóceis à chamada que Deus nos dirige, abertos ao futuro que Ele quer construir para nós.

 

Nunca mais – no Yad Vashem a invocação do Papa

Homem, quem és? Já não te reconheço.
Quem és, ó homem? Quem te tornaste?
De que horrores foste capaz?
Que foi que te fez cair tão baixo?

 

– Juntos contra qualquer discriminação – aos grão-rabinos de Israel

Somos chamados, como cristãos e como judeus, a interrogarmo-nos em profundidade sobre o significado espiritual do vínculo que nos une. É um vínculo que vem do Alto, ultrapassa a nossa vontade e permanece íntegro, não obstante todas as dificuldades de relacionamento vividas, infelizmente, na história.- A paz exige o respeito de todos – ao presidente Peres o Papa renovou o apelo a superar controvérsias e conflitos

 

Rolezinhos na Europa. Os emigrantes

refugiado arame

Para onde devem ir os nativos dos países invadidos pelas nações atômicas, principalmente nas guerras pelo petróleo árabe e minérios na África Negra?

A imposição dos colonizadores: que permaneçam em campos de concentração, eufemisticamente chamados campos de refugiados.

O Brasil tem o Exército ocupando o Haiti, mas não quer mais negros aqui. Os pobres haitianos estão sendo barrados em nossas fronteiras.

Retirantes do Iraque
Retirantes do Iraque
Retirantes da Síria
Retirantes da Síria
Retirantes de Rwanda
Retirantes de Rwanda

lacroix. emigrante França

«Les Européens croient que tous les migrants veulent s’installer en Europe, c’est faux»

Pour Catherine Wihtol de Wenden, directrice de recherche au Centre d’études et de recherches internationales de Sciences-Po, spécialiste des questions migratoires, l’immigration peut être une chance pour l’Europe. Entretien

 

refugiado indignados barraca

La Croix : Que représente, pour l’Europe, l’immigration venue du Sud de la Méditerranée ?

Catherine Wihtol de Wenden : Le monde se divise en espaces migratoires régionaux et, pour ce qui est de l’Europe, elle fonctionne depuis très longtemps avec la Méditerranée. Pour des raisons historiques, géographiques, sociales et culturelles, l’essentiel des migrants en Europe vient de la rive sud, de Syrie, d’Égypte, du Proche-Orient, de Turquie, du Maghreb…

Il y a une complémentarité entre le nord et le sud de la Méditerranée. Au nord, l’âge médian est de 40 ans et, au sud, de 25 ans. Au nord, plusieurs secteurs – garde des personnes âgées, construction, ramassage des fruits et légumes – constituent des niches qui correspondent à une offre de main-d’œuvre dans les pays du Sud, où la population est de plus en plus urbaine, scolarisée et, pour une partie d’entre elle, au chômage. Il y a une dépendance migratoire réciproque. Mais à ce système se superpose un système migratoire institutionnel qui est en contradiction avec la réalité. L’Europe se ferme au niveau de la Méditerranée, mais les besoins demeurent. Ainsi les migrants sont-ils conduits à venir en Europe dans des situations illégales.

Depuis quand l’Europe se ferme-t-elle ?

C. W. de W. : Cela varie selon les pays européens, mais la fermeture a débuté après le premier choc pétrolier, au milieu des années 1970. Cependant, le besoin de main-d’œuvre a persisté, notamment dans ce qu’on appelle les « trois D », c’est-à-dire les métiers dirty, difficult, dangerous (sales, difficiles, dangereux, NDLR).

Ces emplois ont été essentiellement pourvus par les sans-papiers. Les migrants ayant en effet continué à venir en Europe car la situation ne s’était pas améliorée dans leur pays d’origine, ils se sont retrouvés dans une situation illégale.

Comment expliquer la persistance du décalage entre les besoins et le système institutionnel ?

C. W. de W. : Il y a ce principe selon lequel l’Europe s’arrête à la Méditerranée, et que c’est à ce niveau qu’il faut renforcer les frontières extérieures. Derrière cela, il y a la peur de la jeunesse de la population, de son dynamisme démographique, alors qu’elle est en transition, de l’islam… Il y a aussi l’idée qu’il faut construire l’Europe à l’Est. L’ouverture à l’Est a eu pour conséquence de renforcer la fermeture au Sud. Les pays à l’Est de l’UE représentent peu de chose en termes d’immigration car ils se trouvent souvent dans une situation de déclin démographique, souvent assez avancé. Enfin, il y a l’idée, pas toujours fausse, que les migrants venus de l’Est font des allers-retours plutôt que de s’installer tandis que les migrants venus du Sud, la situation politique dans leur pays n’offrant souvent pas d’espoir, ont tendance à s’installer.

La fermeture des frontières a-t-elle entraîné l’illégalité ?

C. W. de W. : L’illégalité existait déjà auparavant. En 1968, l’Office national d’immigration, en France, ne contrôlait que 18 % des entrées, ce qui signifie que 82 % d’entre elles étaient illégales. Mais à l’époque, les régularisations étaient plus faciles. Beaucoup de migrants accueillis comme réfugiés, des Vietnamiens en 1975, des Chiliens en 1974, n’auraient toujours pas, aujourd’hui, le statut de réfugié car le système est devenu beaucoup plus sévère. Un tour de vis a été donné sur les critères de l’asile et du regroupement familial.

Les Européens ont-ils une réflexion tronquée sur le phénomène migratoire ?

C. W. de W. : Oui, ils croient que tout le monde veut s’installer en Europe, ce qui est complètement faux. Un Africain sur deux qui émigre, ne va pas vers l’Europe. Il va aux États-Unis, mais surtout vers les pays du Golfe, qui constituent la troisième destination migratoire au monde. Mais il ne s’agit pas d’ouvrir les frontières à tout le monde tout de suite. Il s’agit de les ouvrir à plus de catégories de personnes, ou de les ouvrir à un espace régional donné, comme aux pays riverains de la Méditerranée, au Sud, qui sont d’ailleurs dans une situation de transition démographique.

RECUEILLI PAR MARIANNE MEUNIER

dia del regugiado 2

Galeria de fotos

Papa Francisco convidou a pensar nos “exilados escondidos” no seio das famílias, e deu como exemplo os anciãos

 

São José do Egito
São José do Egito

A Sagrada Família de Nazaré.

Família – porque Deus quis nascer numa família com mãe e pai, como aliás mostram os presépios – disse o Papa Francisco – frisando que o Evangelho deste domingo é centrado sobre a fuga da Sagrada Família de Belém para o Egito devido às ameaças de Herodes.

José, Maria e Jesus experimentam portanto as condições dramáticas dos refugiados, marcadas por medo, incerteza, dificuldades – prosseguiu o Papa – recordando que, infelizmente, também nos nossos dias, milhões de famílias vivem esta triste realidade. Quase todos os dias os meios de comunicação falam de pessoas obrigadas a fugir devido à fome, guerras e outros perigos graves, indo à procura de segurança e de uma vida digna para si e para os próprios familiares…

Mesmo quando esses refugiados e emigrantes encontram trabalho, nem sempre isto é acompanhado dum verdadeiro acolhimento, respeito, apreço dos valores de que são portadores – frisou o Papa, convidando a pensar no drama dos migrantes e refugiados que são vítimas de recusa e exploração.

Mas o Papa convidou também a pensar naqueles que definiu de “exilados escondidos” no seio das famílias, e deu como exemplo os anciãos, por vezes tratados como uma presença incômoda, e recordou mais uma vez que a forma como se tratam os anciãos e as crianças é espelho do estado da família…

E com veemência Francisco voltou a repetir que numa família onde os membros se recordam sempre de pedir licença, dizer obrigado e pedir desculpas, nessa família reina a alegria e a paz…
O Papa Francisco continuou a sua reflexão, fazendo notar que Jesus quis pertencer a uma família humana que passou por várias dificuldades, isto para mostrar que Deus está lá onde a pessoa humana enfrenta perigos, lá onde o homem sofre, onde tem de fugir, onde experimenta a recusa e o abandono; mas está também lá onde a pessoa humana sonha, espera regressar à Pátria em liberdade, projecta e opta pela vida, pela própria dignidade e pela dos seus familiares.

O Papa referiu-se ainda à simplicidade de vida da Família de Nazaré, exemplo para as famílias de hoje, ajudando-as a se tornar comunidades de amor e de reconciliação, em que se experimenta a ternura, a ajuda e o perdão recíprocos. Mas convidou-as também a tomar consciência da importância que têm na Igreja e na sociedade, especialmente no anuncio do Evangelho que da família passa aos diversos âmbitos da vida quotidiana…

Depois da oração mariana do Angelus, o Papa recordou que o próximo Sínodo dos Bispos enfrentará o tema da família e, neste dia da Festa da Sagrada Família confiou à Família de Nazaré os trabalhos do Sínodo, dirigindo a Ela, juntamente como os fiéis, uma oração a favor de todas as famílias do mundo…

ORAÇÃO À SAGRADA FAMÍLIA
Jesus, Maria e José,
em Vós, contemplamoso esplendor do verdadeiro amor,
a Vós, com confiança, nos dirigimos.
Sagrada Família de Nazaré,tornai também as nossas famílias
lugares de comunhão e cenáculos de oração,escolas autênticas do Evangelho
e pequenas Igrejas domésticas.
Sagrada Família de Nazaré,que nunca mais se faça, nas famílias, experiência
de violência, egoísmo e divisão:quem ficou ferido ou escandalizado
depressa conheça consolação e cura.
Sagrada Família de Nazaré,que o próximo Sínodo dos Bispos
possa despertar, em todos, a consciência do carácter sagrado e inviolável da família,
a sua beleza no projecto de Deus.
Jesus, Maria e José,escutai, atendei a nossa súplica.

Em Pernambuco, existe uma cidade, que rememora o exílio da Sagrada Família de Nazaré: São José do Egito.

Igreja

¿Margaritas en el Vaticano?

Seis meses de papado de Francisco
Francisco Miguel Villalba Sánchez (Elchicotriste)

Quia vidisti me, credidisti. Beati, qui non viderunt et crediderunt! ”

Juan, 20:29

Ver para creer. Ángulo inferior izquierdo de la portada del “cotidiano comunista” Il Manifesto del domingo 15 de septiembre de 2013. Antetítulo: Tras la carta a Repubblica, segunda postal del papa al Manifesto. Titular: “Mirad los ojos de los niños sin vida”. Firmado: Francesco. Traduzco el texto:

Numerosas llamadas y cartas de sorpresa y consenso, y alguna de contrariedad, a los breves mensajes del papa “en un cotidiano comunista”. También nos ha llamado la [agencia de prensa] ANSA. Solo podemos confirmar la procedencia inequívoca del otro lado del Tíber [NdT: el Vaticano] y la segura paternidad de Francisco de las “postales” al Manifesto. Ayer llegó otro breve mensaje que, por su intensidad, les proponemos inmediatamente.

Queridos hermanos y hermanas, buenos días. Gracias por esta hospitalidad. Para mí es un deber escribir más allá de la soledad de la comunidad y en la comunión del silencio. Quisiera hablar aún de la guerra, la nueva guerra que nos amenaza en Siria, aunque hombres de buena voluntad se ocupan en estas horas de encontrar una solución de diálogo, la única posible. Lamento que un hombre recto, el presidente de una gran potencia, para convencer a su pueblo de la intervención militar haya abierto la ventana de los horrores. “Miren -dijo- a los ojos de los niños muertos por las armas químicas, miren esos ojos, esa mirada fija”. El Nuncio estadounidense me revela que se han distribuido fotos de esos ojos a los pilotos de los cazabombarderos. Cómo no asustarse. Hablando desde la plaza de San Pedro, yo también expresé mi dolor por esos niños destrozados. Miré aquellos rostros y aquellos ojos. ¿Acaso nos dicen ahora que hay que hacer otra guerra y matar todavía más inocentes, como ya ocurre en otras partes del mundo? No. Eso significaría matarlos dos veces, hacer otro estrago. Cierto: quienquiera que haya sido el criminal culpable, tiene que pagar: ante los hombres y ante Dios. Pero la respuesta no es la guerra que produce en todo el mundo ojos de niños sin vida ni sonrisa. En la plaza de San Pedro hablé también del mercado de las armas: no hay un mercado bueno de armas legales y otro malo de armas ilegales. Están fuera de la ley todas las armas. Y la guerra. Abandonen todo vana pretensión de intervención militar. Que la paz esté con nosotros.

El pasado 13 de septiembre, día en que el Alto Comisionado de Naciones Unidas para los Refugiados (ACNUR) informaba de que en los últimos 40 días habían llegado 3.300 refugiados sirios en pateras hasta las costas de Sicilia, en el periódico Il Manifesto habían recibido con gran sorpresa elprimer email del papa Francisco. Decía así esa primera “postal” de Bergoglio:

Hermanos, buenos días. He leído en los periódicos que, visitando un centro de acogida para inmigrantes, yo, al parecer, solo dije: “Abrámosles los conventos cerrados”. En realidad, dije, pensé y comuniqué mucho más. Quisiera explicarme mejor, pues la idea es esta: no crear riqueza ni beneficio con estructuras de la Iglesia, que debe volver a ser pobre. Cristo, en su edad adulta, era un sin techo. Así pues, abramos también los conventos abiertos, los que se han transformado en hoteles de cinco estrellas, los que se han convertido en apartamentos de altos prelados, direcciones de sedicentes óperas pías, confiados a confraternidades multinacionales de santos que ni siquiera yo conozco. Que se conviertan en albergues internacionales de acogida y de paz, como deberían hacerlo, una vez transformadas, todas las bases militares del mundo. Roma, cuna de la cristiandad, también es el corazón hotelero y de negocios del catolicismo organizado. Lo cierro a partir de hoy. Ayúdenme a cerrarlo. La Iglesia no es una renta inmueble: pertenece a los senderos de la humanidad. Universalistas y ecumenistas del mundo, únanse.

Recién se cumplieron seis meses del papado de Francisco, tiempo suficiente para hacer un primer balance. A los más desconfiados no les convencieron enseguida los primeros gestos del nuevo papa: la revolucionaria elección del nombre de Francisco en honor de San Francisco de Asís, el cambio de liturgia, protocolo, ropa, lenguaje. Para juzgar a un papa, conviene fijarse en lo sustancial: su acción como jefe de Estado. Ver qué ejemplo predica cuando toca las opacas esferas del poder y el dinero vaticano. Y ahí la acusación de Graciela Yorio, la hermana del sacerdote Orlando Yorio, quien denunció a Bergoglio como el responsable de su secuestro y de las torturas que padeció durante cinco meses de 1976, invitaba a la prudencia total: “Es la persona indicada para tapar la podredumbre. Es el experto en tapar”. Eso dijo la Yorio cuando lo eligieron para el trono de Pedro.

Había que esperar y ver lo que ocurría con el banco vaticano, el Instituto para las Obras de Religión (IOR), con las finanzas vaticanas y con la Curia, es decir, con el gobierno del Vaticano. En el mes de mayo, Ernst Von Freyberg, el nuevo presidente del IOR, abogado de familia noble, miembro de la orden de Malta, alto directivo de una empresa de trabajo temporal y presidente de unos astilleros en los que se construyeron buques de guerra para la Marina alemana, recibió a la prensa y anunció que, para limpiar la mala imagen del IOR aplicaría una política de tolerancia cero, para lo cual había contratado “a los máximos consultores del mundo expertos en políticas de antilavado de dinero, Promontory, de Estados Unidos, para revisar una por una todas las cuentas que tenemos [serían 19.000] y para revisar nuestros procedimientos y estructuras para que cumplamos con los máximos estándares internacionales en antilavado de dinero”. La consultora Promontory se había ocupado de “limpiar” varios escándalos financieros en corporaciones como AIG, CitigroupMorgan Stanley o Allied Irish Banks. Posteriormente Von Freyberginformó de la publicación en Internet de un “Informe anual” a partir de este año.

En realidad, Francisco había iniciado la reforma “cultural” del banco del Vaticano el pasado mes de abril cuando suprimió el pago de 25.000 euros anuales a cada uno de los cardenales de la Comisión Cardenalicia de Vigilancia: los italianos Tarcisio Bertone  y Domenico Calcagno, el brasileño Odilo Scherer, el francés Jean-Louis Tauran y el indio Telesphore Placidus Toppo .

El día 26 de junio Francisco instituyó una comisión de investigación que estudiara la actuación del IOR y negó la posibilidad del secreto de oficio y de cualquier otra restricción para dicha Comisión. En efecto, daba carta blanca a los miembros de esa Comisión para que entraran en las entrañas de la banca vaticana. No es de extrañar entonces que el 1 de julio dimitieran el antiguo director y subdirector del IOR, protagonistas de la gestión anterior. Aire nuevo.

El 19 de julio Bergoglio constituyó otra comisión de investigación, que se ocuparía de la simplificación y racionalización de los organismos existentes y de una más cuidadosa planificación de las actividades económicas de todas las administraciones de la Santa Sede “para evitar el dispendio de recursos económicos, para promover la transparencia en la adquisición de bienes y servicios, para perfeccionar la administración del patrimonio mueble e inmueble para operar cada vez con mayor prudencia en el sector financiero, para garantizar la correcta aplicación de los criterios contables y garantizar asistencia sanitaria y seguridad social a todos los que tienen derecho”. Según lo declarado, Francisco quería ver claro en las oscuras cuentas vaticanas.

Había comenzado también una operación de limpieza de las finanzas vaticanas que no sólo afectaba a las actividades pastorales sino también a las caritativas de la Santa Sede. Cierto que no se trata de una revolución total, sino que parte de y colabora con el establishment, como demuestra que ya en junio el Banco Santander había dado su disponibilidad para poner a disposición de la Prefectura sus conocimientos y recursos formativos procedentes de su amplia red de relaciones con el mundo universitario internacional 2. El perfil de los miembros de la Comisión es claramente conservador e institucional: como presidente, un economista maltés ex presidente del comité nacional para la introducción del euro en la isla, miembro del consejo directivo de la principal sociedad de consultoría maltesa; como secretario, monseñor Vallejo Balda, miembro del Opus Dei, desde 2011 secretario de la Prefectura de asuntos económicos de la Santa Sede, etc.

Pese a todo, llegaban señales de nuevos tiempos en el Vaticano, y Leonardo Boff escribía un artículo augurándose una “primavera vaticana”. Sin embargo, comenzaron a circular voces y críticas sobre los nombramientos de papa Francisco 3. El papa recibió información sobre los escándalos homosexuales en Uruguay de monseñor Battista Ricca, el prelado que, nombrado el 15 de junio, controlaría a la comisión investigadora y el consejo de administración del IOR. Battista Ricca ha sido confirmado en el cargo y el papa dijo que se había abierto una investigatio previa, según lo previsto por el derecho canónico. Además, ha dado también qué hablar el nombramiento de Francesca Immacolata Chaouqui como miembro de la comisión de reordenamiento de los departamentos económico-administrativos del Vaticano. La han acusado de ser uno de los cuervos que filtraron los vatileaks. Según información aparecida en el diario Il Giornale, propiedad de la familia Berlusconi, en su cuenta twitter había tres mensajes muy polémicos. Uno decía que el cardenal Bertone era un corrupto; otro, que el exministro de Economía italiano, Giulio Tremonti, era homosexual, y un último, que Ratzinger sufría de leucemia 4. A finales de agosto un cardenal ha entregado al papa un informe en el que se afirma que varios de esos tweets de la  cuenta de Francesca Chaouqui son falsos 5.

El 31 de agosto tuvo lugar el paso de poder más esperado: renunció el antiguo Secretario de Estado, el poderoso cardenal Bertone, y fue nombrado monseñor Pietro Parolin para el cargo. Con el nombramiento de Parolin, nacido en 1955, con carrera diplomática en Nigeria, México y reciente nuncio en Venezuela, terminan los siete años de gobierno de Bertone, que ha estado marcado por los escándalos del banco vaticano y losvatileaks. Bertone, al dejar el cargo, denunció que en los dos últimos años le han destinado acusaciones injustas y que había una “red de cuervos y víboras”. Salió dando un portazo.

Los vaticanistas se preguntan si estas señales son presagio de una nueva oleada de leaks vaticanos en otoño. Es muy posible teniendo en cuenta que entre dinero, poder y evangelio no habrá jamás convivencia pacífica. Un incrédulo, al leer una crítica del papa al bombardero Obama y una petición de ayuda a cambiar la iglesia y hacerla más pobre, más para los pobres, en un periódico “comunista”, no puede sino observar, con toda prudencia, que, aunque es otoño, han salido un par de margaritas. ¿Durarán? Creer para ver.

Una huida de película y un canciller renunciado

Ilustração Sponholz
Ilustração Sponholz
Público.es

La huida del senador boliviano Roger Pinto de la embajada brasileña en La Paz, donde se encontraba asilado, y su posterior aparición en Brasilia, encendieron una mecha que terminó de explotar en el Planalto, provocando la renuncia del canciller Antonio Patriota y la irritación de Dilma Rousseff. Pinto, un furibundo opositor a Evo Morales, que desempeñó diversos cargos en el departamento amazónico de Pando, ocupaba una banca en el senado en el bloque de la derecha, y terminó refugiado en la embajada de Brasil hace quince meses tras ser acusado de diversos delitos por parte del gobierno. Para la administración de Evo Morales se trata de un corrupto, vinculado además con la masacre de campesinos de 2008 en El Porvenir –en medio de la pelea entre el gobierno y los autonomistas liderados por Santa Cruz-. Para la oposición es un perseguido político amenazado por una justicia manipulada desde el gobierno. Hay diferentes opiniones, pero lo que sin duda está lejos de ser es el “Assange Boliviano”, como lo llamó el sitio web de Televisión Española.

Lo cierto es la aceptación de su pedido de asilo por parte de las autoridades brasileñas generó una impasse entre La Paz y Brasilia, ya que el gobierno de Evo Morales le negó el salvoconducto para abandonar el país. Así, el senador estuvo más de un año en la legación diplomática, donde se le fue restringiendo cada vez más las visitas y su actividad política. Hasta que el viernes pasado el encargado de negocios en La Paz, Eduardo Saboia, organizó la fuga y acompañó personalmente al parlamentario, escoltado por fusileros brasileños, en dos autos con rango diplomático. Según reproduce Folha de S. Paulo, Saboia –que se encontraba temporariamente al mando de la embajada- dijo haber escuchado la voz de Dios para tomar la decisión, motivada por “riesgo de suicidio”, de pasar por encima de sus propios jefes y recorrer 1.600 kilómetros en coche hasta Corumbá. La inmunidad diplomática de los autos hizo posible pasar varios retenes de control antinarcóticos en una de las zonas más calientes de Bolivia, y donde operan sicarios de distintas nacionalidades, rumbo a la frontera brasileña.

Del otro lado lo esperaba otro partícipe de la operación: Ricardo Ferraço, miembro del PMDB y presidente de la Comisión de Relaciones Exteriores del Senado de Brasil, quien llevó al senador en un avión privado desde Corumbá hasta Brasilia. Todo lo cual demuestra que la huida estuvo orquestada por una red al interior de la política brasileña. La derecha no tardó en reivindicar a Saboia como un luchador por la libertad. La extremista revista Veja, furiosa crítica del gobierno del PT, consideró a la operación un ejemplo para los demócratas del mundo entero, que permitió a Pinto “detenido por la arrogancia de un tirano de opereta” escapar hacia la libertad. Otro columnista en la misma revista consideró que Evo Morales le dio otra zancadilla a Brasil, “lo que se está volviendo un hábito” (cuando Morales nacionalizó el gas hablaron de invasión boliviana). “El falso indio que gobierna Bolivia” (sic) habría dejado que Pinto huyera para sacarse de encima la papa caliente y echarle el fardo a Brasil. Clóvis Rossi, periodista del consejo de redacción de Folha, también defendió a Saboia, y agregó que no tiene sentido sacrificar a Patriota “en el altar de las relaciones con Bolivia”.

En un acto de audacia política -poco habitual en un diplomático- Saboia comparó la situación de Pinto con la de la propia Dilma Rousseff cuando esta era perseguida por la dictadura militar brasileña. Y con una dosis de misticismo contó que en la recta final del viaje casi se quedan sin combustible pero que se pusieron a rezar Biblia en mano (él es católico y el senador evangélico) y finalmente, cual si fueran panes, se produjo el “milagro de la multiplicación de la gasolina”.

 La elite de Pando, parcialmente desplazada del poder (el propio Pinto fue gobernador del departamento y lideró la asociación de ganaderos), mantiene fuertes lazos con políticos y periodistas de la derecha brasileña. Cobija, la capital de la región, está a unos pocos minutos a pie de la frontera, y muchos tienen casas en la localidad de Brasiléa y Epitaciolândia. Después de la crisis de 2008 y de la detención del ex gobernador y hombre fuerte Leopoldo Fernández muchos huyeron a Brasil, donde recibieron asilo.

Mientras tanto, Evo Morales suma otro triunfo internacional en medio de la campaña electoral rumbo a 2014 y poco después del incidente con su avión presidencial, del que hizo de tripas corazón. Al mismo tiempo, se sacó de encima a un incómodo opositor asilado, cuyo predicamento en el exterior se sumará al de otros autoexiliados que hasta ahora no lograron hacer mella en su poder: las encuestas lo siguen dando lejos de sus adversarios.

Brasil acoita ex-senador foragido da Justiça boliviana

Ilustração Elvis
Ilustração Elvis

 

El magistrado de la Sala Penal Primera del Tribunal Supremo de Justicia (TSJ), Jorge Von Borries, dijo el martes que la cabeza del Órgano Judicial está a la espera de la solicitud del Ministerio Público para comenzar con las acciones legales de extradición a Bolivia del senador Roger Pinto, que huyó a Brasil para eludir procesos por corrupción pública.

‘Tenemos que tramitar por medio requerido del Ministerio Público ante la Cancillería del Estado Plurinacional la extradición del ciudadano Roger Pinto, para que Brasil lo entregue a Bolivia’, dijo a los periodistas.

Pinto, que llegó el domingo por la madrugada a Brasilia, se encontraba refugiado hasta el pasado viernes en la legación brasileña en la ciudad de La Paz desde el 28 de mayo de 2012 y, según el Gobierno boliviano, huyó para eludir procesos ‘por delitos comunes de corrupción pública’.

La autoridad judicial dijo que existen una serie de procedimientos para la extradición por el cual una persona acusada o condenada por un delito conforme a la ley de un Estado sea devuelta a su país de origen para ser enjuiciada o cumpla la pena impuesta.

‘Hay varios procesos, hay uno con sentencia, entonces se podría reputar que está sustraído a la ley’, apuntó.

Von Borries dijo que Pinto complicó su situación jurídica con su fuga al Brasil.

Ministerio Público pide a Interpol activar ‘código rojo’ y aprehender a Roger Pinto (Amplía)
Sucre, 28 ago (ABI).- El fiscal general interino del Estado, Roberto Ramírez, informó el miércoles que el Ministerio Público solicitó a la Interpol activar el código rojo y la aprehensión del senador Roger Pinto que huyó a Brasil para no enfrentarse a procesos por corrupción pública.’La solicitud del Ministerio Público y la Fiscalía General del Estado está referido a que se pueda ejecutar estas órdenes de aprehensión en los distintos países vecinos’, dijo en una conferencia de prensa.

Ramírez refirió que Pinto cuenta con una sentencia en el caso Zona Franca Cobija (Zofra-Cobija), la misma que se encuentra en apelación, además de tener siete procesos; cinco que se ventilan en Pando y dos en La Paz.

La autoridad judicial recordó que el Tribunal de Sentencia de Cobija, Pando, emitió el pasado 11 de junio de 2012 un mandamiento de aprehensión contra Pinto por los delitos de resoluciones contrarias a la Constitución y las leyes, Incumplimiento de deberes y conducta antieconómica.

Añadió que el Juez Segundo de Instrucción en lo Penal de Cobija emitió un segundo mandamiento, el 18 de enero del presente año, dentro del proceso por la presunta comisión de los delitos de conducta antieconómica, contratos lesivos al Estado e incumplimiento de deberes.

Además, dijo que este mismo juzgado emitió un tercer mandamiento el pasado 14 de agosto dentro del proceso que se investiga por los delitos de resoluciones contrarias y otros.

‘Ya se envió la solicitud, una vez hecho todos los elementos de los procesos investigativos y la recolección de los mandamientos de aprehensión que han sido librados’, apuntó.

Ramírez señaló que, una vez remitida la solicitud, la Interpol deberá asignar el código rojo para aprehender a Pinto a fin de que responda a los procesos por corrupción que se le sigue la justicia boliviana. ABI

Roger Pinto responde a una veintena de causas judiciales, que van de mal uso de fondos públicos a asesinato

Presidenta de Brasil protesta y condena la salida de Pinto

Dilma Rousseff afirma que “un país civilizado protege a sus asilados”

La presidenta brasileña, Dilma Rousseff, condenó con vehemencia el operativo que llevó al senador boliviano Roger Pinto desde la Embajada brasileña en La Paz hasta la fronteriza población de Corumbá (El Diário)

por Eric Nepomuceno

 

No es tan suave como esperado el escenario que Roger Pinto Molina, el senador boliviano contrabandeado por el encargado de negocios de la embajada brasileña en La Paz, Eduardo Saboia, encontró en Brasil. No está claro si hubo un equívoco a la hora de interpretar su situación legal, tanto de parte de sus abogados como del descabellado funcionario de segundo rango que decidió sacarlo de la embajada, o si se trata de otra artimaña del político boliviano para ganar espacio en los medios de comunicación, fustigar al gobierno de Evo Morales y reforzar su papel de víctima de persecución implacable.

Al salir de la embajada, dejó de ser asilado. Cuando ingresó por vía terrestre en territorio brasileño el pasado sábado, Pinto Molina –que en Bolivia responde a una veintena de causas judiciales, que van de mal uso de fondos públicos a asesinato– pidió refugio a las autoridades de la aduana. La petición será examinada por el Conare, el Consejo Nacional para Refugiados, vinculado con el Ministerio de la Justicia.

Si se le concede ese status, Pinto Molina podrá residir y trabajar normalmente en Brasil. Se considera refugiado, acorde con los convenios internacionales, quien sufre persecución por razones religiosas, de raza, de género, o los que enfrentaron en sus países catástrofes naturales o son víctimas colaterales de conflictos armados. El asilo político es concedido a quien sufre persecución o está bajo amenaza por razones exclusivamente políticas. Por ahora, sus abogados optaron por no solicitar asilo político, reservando esa opción para el caso de que el gobierno boliviano haga un pedido formal de extradición de su cliente.

En La Paz, la situación de Pinto Molina era la de asilado diplomático, o sea, estaba al amparo del Estado brasileño siempre que se mantuviese dentro de la embajada. El asilo diplomático no se extiende al territorio brasileño. Ahora no le queda otra alternativa que esperar por la decisión del Conare.

Dilma Rousseff, definitivamente irritada por la situación creada a raíz de la iniciativa destartalada del diplomático Eduardo Saboia, determinó a sus asesores que la situación legal de Roger Pinto Molina sea examinada de la manera especialmente detallada. No admitirá ninguna brecha legal que dé lugar a nuevos incidentes. Pidió atención especial a los argumentos presentados por el indeseado huésped para justificar la afirmación de que es un perseguido político. Sin presentar pruebas contundentes, no será considerado ni refugiado y menos aún asilado. En ese caso, y a depender de negociaciones con el gobierno boliviano, a lo sumo recibirá una visa convencional que le permitirá permanecer en Brasil por un período determinado.

Sin refugio ni asilo, la situación del político derechista podrá complicarse mucho, en caso de que el gobierno de Evo Morales pida su extradición. Ayer, Eduardo Saboia –que sigue reivindicando para sí el rol de héroe salvador de vidas humanas– empezó a presentar sus justificativos para sus superiores. Criticado de antemano por el gobierno, se declaró víctima de una inmensa injusticia. Católico extremado, asegura que consultó a Dios a la hora de decidir sacar a Pinto Molina de la embajada y traerlo por tierra a Brasil. Quizá por eso no haya consultado a sus superiores. Por el camino iba leyendo salmos junto a Pinto Molina, que es pastor evangélico, en alegre y ecuménica jornada.

Sigue criticando, en entrevistas a la prensa, la conducta del gobierno brasileño por no haber asumido una actitud firme para salvar la vida del senador boliviano, que él sí considera un perseguido político.

En cuanto estuvo en su puesto en La Paz, Saboia y el entonces embajador Marcel Biabo se caracterizaron por sus posturas francamente críticas al gobierno de Evo Morales. Actuaban más como miembros de la oposición que como representantes de un país vecino. Biabo fue removido de su puesto, que pasó a ser ocupado interinamente por Saboia.

Insistiendo en su rol de libertador de un oprimido, el funcionario comparó la situación del entonces asilado senador boliviano a la de la presidenta Rousseff cuando padeció dos años en las mazmorras de la dictadura brasileña. “Yo me sentía como un carcelero del DOI-CODI”, dijo en referencia a la cárcel política donde Dilma sufrió tormentos y torturas.

La respuesta vino ayer, cuando la presidenta hizo una visita oficial al Senado. Dilma criticó duramente la actitud del diplomático. Dijo que con su iniciativa injustificable, Saboia puso en riesgo la vida de un hombre que, en la embajada, estaba bajo protección del Estado brasileño. “Un país civilizado y democrático protege a sus asilados. Jamás se podría admitir que, al no contar con el correspondiente salvoconducto, fuese colocada en riesgo la vida de quien se encontraba bajo asilo diplomático.”

Respecto de comparar la situación del político boliviano asilado en la embajada con la de una mujer prisionera de la dictadura, Dilma fue contundente: “Yo sí estuve en el DOI-CODI. Y puedo asegurar que la distancia entre aquello y una embajada brasileña es la misma que va del cielo al infierno”.

Eduardo Saboia, de 45 años de edad, diplomático, católico fervoroso, lector de salmos al encontrarse en situación de riesgo, todavía no sabe cuál será su destino en la carrera, si es que tendrá alguno.

Al saber de la reacción de Dilma, se limitó a pedir: “Que Dios me ayude. Recen por mí”.

(Página 12)