Janio chama Marina Silva de ‘divisora’. Rede e PSB contra Aécio

Ricardo da Costa: Detalhe de uma pintura mural do Egito antigo, tumba (Tebas) de Userhat (reinado de Amen-hotep II, XVIII dinastia, c. 1428 e 1397 a. C). São quatro mulheres de luto, vestidas de branco, sentadas, duas segurando a cabeça com as mãos e chorando compulsivamente. Elas também estão pegando pó para jogá-lo sobre suas cabeças, ato muito comum e recorrente nas sociedades pré-industriais. Todo esse pranto, toda essa dor pela perda do esposo não nos deve impressionar, insensíveis que nos tornamos. Nas sociedades pré-industriais, as pessoas sentiam as coisas muito mais intensamente do que nós hoje. Embrutecemos. O historiador Johan Huizinga (1872-1945), há quase cem anos, em sua famosa obra O Outono da Idade Média (1919) já alertara para a notável sensibilidade à flor da pele das culturas antigas, dos medievais: tudo era muito mais sentido, sofrido e regozijado.
Ricardo da Costa: Detalhe de uma pintura mural do Egito antigo, tumba (Tebas) de Userhat (reinado de Amen-hotep II, XVIII dinastia, c. 1428 e 1397 a. C). São quatro mulheres de luto, vestidas de branco, sentadas, duas segurando a cabeça com as mãos e chorando compulsivamente. Elas também estão pegando pó para jogá-lo sobre suas cabeças, ato muito comum e recorrente nas sociedades pré-industriais.
Todo esse pranto, toda essa dor pela perda do esposo não nos deve impressionar, insensíveis que nos tornamos. Nas sociedades pré-industriais, as pessoas sentiam as coisas muito mais intensamente do que nós hoje. Embrutecemos. O historiador Johan Huizinga (1872-1945), há quase cem anos, em sua famosa obra O Outono da Idade Média (1919) já alertara para a notável sensibilidade à flor da pele das culturas antigas, dos medievais: tudo era muito mais sentido, sofrido e regozijado.

Marino velório

Segundo o colunista Janio de Freitas, ao demorar para anunciar seu apoio a Aécio Neves (PSDB), Marina Silva “instalou a implosão em dois partidos”: “proporcionou tempo para que uma ala do PSB, com o estandarte da viúva de Eduardo Campos, articulasse o abandono da linha tradicional do partido, de centro-esquerda”, e um racha de parte da Rede, que considerou a adesão “grave erro” e contrária ao projeto original

247 – O colunista Janio de Freitas atribui a Marina Silva o apelido de “divisora”. Segundo ele, ao ‘espichar as atenções por mais uns dias sobre sua posição no 2° turno, ela instalou a implosão em dois partidos’.

No PSB, diz que ela proporcionou tempo para que uma ala, com o estandarte da viúva de Eduardo Campos, articulasse o abandono da linha tradicional do partido, de centro-esquerda, e a necessária derrubada dos dirigentes mais identificados com sua formação.

Quanto a Rede, lembra que parte da sigla considerou adesão a Aécio, decidida por Marina, “grave erro” e contrária ao “projeto original”, ao torná-la “parte da polarização PT x PSDB”.

 

Marina Divisora
Jarbas
Jarbas

por Janio de Freitas

A adesão de Marina Silva a Aécio Neves é o seu caminho convencional, mas, para formular os argumentos vazios que invocou, não precisava de tantos dias, bastavam minutos. Além disso, Marina já tem convivência bastante com a política para saber que nenhuma condição exigida de Aécio tem valor algum: se eleito e por ela cobrado, não esqueceria o velho refrão político “as circunstâncias mudaram”. Ao espichar as atenções por mais uns dias, no entanto, Marina instalou a implosão em dois partidos. Um feito, sem dúvida.

A demora de Marina proporcionou tempo para que uma ala do Partido Socialista Brasileiro, com o estandarte da viúva de Eduardo Campos, articulasse o abandono da linha tradicional do partido, de centro-esquerda, e a necessária derrubada dos dirigentes mais identificados com o PSB. Novo rumo: adesão a Aécio.

Em termos partidários, é como se o PSB fosse extinto, com uma descaracterização que preserva apenas o nome e a sigla. Não de todo, aliás, com o humor já se referindo ao “novo PV”: não de Partido Verde, mas Partido da Viúva.

O manifesto “A favor da nova política” tem argumentos consideráveis e reúne, em corrente própria, os que se integraram à Rede Sustentabilidade, partido de Marina, para construir novos modos de fazer política. E consideram a adesão a Aécio, decidida por Marina, “grave erro” e contrária ao “projeto original da Rede Sustentabilidade”, ao torná-la “parte da polarização PT x PSDB”. A adesão agrava-se porque Aécio, diz o manifesto, tem “integração orgânica à desconstituição de direitos, aos ruralistas e ao capital financeiro”, três frentes a que a Rede se opõe por princípio.

Para contornar a reação de correligionários valiosos, Marina Silva precisará de argumentos melhores do que lhe bastaram para aderir ao candidato do PSDB, em vez de “rejeitar as duas candidaturas”. Rede se remenda. O PSB, não.

 

Apoio a Aécio provoca debandada na cúpula da Rede
Casso
Casso

Jornal GGN – Sete coordenadores do Rede Sustentabilidade em São Paulo saíram do partido em protesto à adesão de Marina Silva à candidatura de Aécio Neves. São eles os coordenadores executivos Valfredo Pires e Marcelo Pilon; os coordenadores de comunicação Emílio Franco e Renato Ribeiro; os coordenadores de finanças Gérson Moura e Marcelo Saes e o coordenador de organização Washington Carvalho.

Na parte mais dura do manifesto, o grupos salienta que “As nossas esperanças de um Brasil mais justo, mais ético e mais sustentável mostraram-se como mercadorias, à venda por promessas que não surtirão resultados a médio e a longo prazo”.

Folha de S. Paulo (por Gustavo Uribe) – Em carta, sete coordenadores do partido pediram renúncia de suas atribuições

No texto, o grupo afirma que o apoio a qualquer um dos candidatos à sucessão presidencial neste segundo turno reforça a polarização entre PT e PSDB, criticada pela Rede no primeiro turno da disputa eleitoral.

Em uma crítica ao PSDB, o grupo afirma que não pode servir indiretamente a um projeto de poder que “já foi testado” e com o qual não concorda. Ele ressalta ainda que não responderá pelo “assassinato” de ideais e princípios que o atraíram à Rede.

“No primeiro turno, a Rede tinha como discurso sair da polarização entre PSDB e PT. E, agora, quebra-se essa posição”, criticou Pires.

 

“Traição à luta”
Jrobson
Jrobson

O presidente nacional do PSB, Roberto Amaral, divulgou neste sábado (11) uma carta aberta em que apoia a reeleição de Dilma Rousseff (PT) e afirma que seu partido “traiu a luta” do ex-governador de Pernambuco Eduardo Campos ao se aliar a Aécio Neves (PSDB).

Amaral diz na carta que ao se aliar “acriticamente” à candidatura Aécio Neves, o bloco que controla o partido “renega compromissos programáticos e estatutários” e “joga no lixo o legado de seus fundadores”.

“Ao aliar-se à candidatura Aécio Neves, o PSB traiu a luta de Eduardo Campos, encampada após sua morte por Marina Silva, no sentido de enriquecer o debate programático pondo em xeque a nociva e artificial polarização entre PT e PSDB.”

Por vingança, dentro do PSB, um grupo de dirigentes em Pernambuco pretende tirar Roberto Amaral da presidência da sigla. O mais cotado para o cargo seria o gaúcho Beto Albuquerque, líder da bancada ruralista na Câmara dos Deputados,e lobista das empresas de fumo, armas e transgênicos, que concorreu como vice de Marina, que se declarou herdeira da Campos e viúva.

Leia abaixo a íntegra da carta aberta:

Mensagem aos militantes do PSB e ao povo brasileiro

A luta interna no PSB, latente há algum tempo e agora aberta, tem como cerne a definição do país que queremos e, por consequência, do Partido que queremos. A querela em torno da nova Executiva e o método patriarcal de escolha de seu próximo presidente são pretextos para sombrear as questões essenciais. Tampouco estão em jogo nossas críticas, seja ao governo Dilma, seja ao PT, seja à atrasada dicotomia PT-PSDB – denunciada, na campanha, por Eduardo e Marina como do puro e exclusivo interesse das forças que de fato dominam o país e decidem o poder.

Ao aliar-se acriticamente à candidatura Aécio Neves, o bloco que hoje controla o partido, porém, renega compromissos programáticos e estatutários, suspende o debate sobre o futuro do Brasil, joga no lixo o legado de seus fundadores – entre os quais me incluo – e menospreza o árduo esforço de construção de uma resistência de esquerda, socialista e democrática.

Esse caminhar tortuoso contradiz a oposição que o Partido sustentou ao longo do período de políticas neoliberais e desconhece sua própria contribuição nos últimos anos, quando, sob os governos Lula dirigiu de forma renovadora a política de ciência e tecnologia do Brasil e, na administração Dilma Rousseff, ocupou o Ministério da Integração Nacional.

Ao aliar-se à candidatura Aécio Neves, o PSB traiu a luta de Eduardo Campos, encampada após sua morte por Marina Silva, no sentido de enriquecer o debate programático pondo em xeque a nociva e artificial polarização entre PT e PSDB. A sociedade brasileira, ampla e multifacetada, não cabe nestas duas agremiações. Por isso mesmo e, coerentemente, votei, na companhia honrosa de Luiza Erundina, Lídice da Mata, Antonio Carlos Valadares, Glauber Braga, Joilson Cardoso, Kátia Born e Bruno da Mata, a favor da liberação dos militantes.

Como honrar o legado do PSB optando pelo polo mais atrasado? Em momento crucial para o futuro do país, o debate interno do PSB restringiu-se à disputa rastaquera dos que buscam sinecuras e recompensas nos desvãos do Estado. Nas ante-salas de nossa sede em Brasília já se escolhem os ministros que o PSB ocuparia num eventual governo tucano. A tragédia do PT e de outros partidos a caminho da descaracterização ideológica não serviu de lição: nenhuma agremiação política pode prescindir da primazia do debate programático sério e aprofundado. Quem não aprende com a História condena-se a errar seguidamente.

Estamos em face de uma das fontes da crise brasileira: a visão pobre, míope, curta, dos processos históricos, visão na qual o acessório toma a vez do principal, o episódico substitui o estrutural, as miragens tomam o lugar da realidade. Diante da floresta, o medíocre contempla uma ou outra árvore. Perde a noção do rumo histórico.

Ao menosprezar seu próprio trajeto, ao ignorar as lições de seus fundadores – entre eles João Mangabeira, Antônio Houaiss, Jamil Haddad e Miguel Arraes –, o PSB renunciou à posição que lhe cabia na construção do socialismo do século XXI, o socialismo democrático, optando pela covarde rendição ao statu quo. Renunciou à luta pelas reformas que podem conduzir a sociedade a um patamar condizente com suas legítimas aspirações.

Qual o papel de um partido socialista no Brasil de hoje? Não será o de promover a conciliação com o capital em detrimento do trabalho; não será o de aceitar a pobreza e a exploração do homem pelo homem como fenômeno natural e irrecorrível; não será o de desaparelhar o Estado em favor do grande capital, nem renunciar à soberania e subordinar-se ao capital financeiro que construiu a crise de 2008 e construirá tantas outras quantas sejam necessárias à expansão do seu domínio, movendo mesmo guerras odientas para atender aos insaciáveis interesses monopolísticos.

O papel de um partido socialista no Brasil de hoje é o de impulsionar a redistribuição da riqueza, alargando as políticas sociais e promovendo a reforma agrária em larga escala; é o de proteger o patrimônio natural e cultural; é o de combater todas as formas de atentado à dignidade humana; é o de extinguir as desigualdades espaciais do desenvolvimento; é o de alargar as chances para uma juventude prenhe de aspirações; é o de garantir a segurança do cidadão, em particular aquele em situação de risco; é o de assegurar, através de tecnologias avançadas, a defesa militar contra a ganância estrangeira; é o de promover a aproximação com nossos vizinhos latino-americanos e africanos; é o de prover as possibilidades de escolher soberanamente suas parcerias internacionais. É o de aprofundar a democracia.

Como presidente do PSB, procurei manter-me equidistante das disputas, embora minha opção fosse publicamente conhecida. Assumi a Presidência do Partido no grave momento que se sucedeu à tragédia que nos levou Eduardo Campos; conduzi o Partido durante a honrada campanha de Marina Silva. Anunciados os números do primeiro turno, ouvi, como magistrado, todas as correntes e dirigi até o final a reunião da Comissão Executiva que escolheu o suicídio político-ideológico.

Recebi com bons modos a visita do candidato escolhido pela nova maioria. Cumprido o papel a que as circunstâncias me constrangeram, sinto-me livre para lutar pelo Brasil com o qual os brasileiros sonhamos, convencido de que o apoio à reeleição da presidente Dilma Rousseff é, neste momento, a única alternativa para a esquerda socialista e democrática. Sem declinar das nossas diferenças, que nos colocaram em campanhas distintas no primeiro turno, o apoio a Dilma representa mais avanços e menos retrocessos, ou seja, é, nas atuais circunstâncias, a que mais contribui na direção do resgate de dívidas históricas com seu próprio povo, como também de sua inserção tão autônoma quanto possível no cenário global.

Denunciamos a estreiteza do maniqueísmo PT-PSBD, oferecemos nossa alternativa e fomos derrotados: prevaleceu a dicotomia, e diante dela cumpre optar. E a opção é clara para quem se mantém fiel aos princípios e à trajetória do PSB.
O Brasil não pode retroagir.

Convido todos, dentro e fora do PSB, a atuar comigo em defesa da sociedade brasileira, para integrar esse histórico movimento em defesa de um país desenvolvido, democrático e soberano.

Rio de Janeiro, 11 de outubro de 2014.

Roberto Amaral

Marina, a velha política de carreirista do PT e fundadora da CUT

Marina Silva, no debate de ontem na TV Globo, disse para Dilma Rousseff: Você não tem experiência política, “por ter virado presidente da República” sem “ter sido vereadora”.

Sempre ambiciosa, Marina quando foi candidata pela primeira vez, não foi para vereador.

Se acreditava tão importante que o primeiro cargo que disputou foi de deputado federal. E se achava superior a Chico Mendes, líder sindical da CUT, representante dos seringueiros…

deputada marina

 

… e Marina era também líder sindical da CUT, representando os professores.

Marina perdeu a eleição para deputado federal em 1986. Em 1988, eleita vereadora pelo Rio Branco, passou dois anos no cargo. Eleita deputado estadual do Acre, em 1990, deu um pulo, não quis mais ser candidata a deputado federal. Em 1994, foi candidata a senador, aos 36 anos, tendo sido reeleita no pleito de 2002. Nomeada Ministra do Meio Ambiente no governo de Luiz Inácio Lula da Silva em 1º de janeiro de 2003, ficou no cargo até 13 de maio de 2008.

Todas eleições que Marina venceu foram pelo PT.  Depois de Secretária Nacional do Meio Ambiente e Desenvolvimento do Partido dos Trabalhadores, em 1995-96, e nomeada por Lula ministra do Meio Ambiente, no final do segundo mandato de senadora eleita pelo PT, Marina disputou a presidência da República em 2010, pelo partido Verde que criou. Perdeu. Tentou fundar outro partido, a Rede Sustentabilidade, parece nome de ONG e fundação de George Soros, e não conseguiu. Quando da campanha de busca de assinaturas, para registrar o partido, deu uma fugida para estudar na Argentina.  É candidata a presidente pelo PSB, legenda de aluguel.

Marina entrou em um convento católico, das Servas de Maria Reparadora, quando tinha 18 anos, matriculada na 5a. série do primeiro grau. Fez o supletivo e cursou História na Universidade Federal do Acre (UFAC), formada em 1984, quando participou da fundação da CUT, como vice-coordenadora.

Marina filiou-se ao clandestino Partido Revolucionário Comunista e entrou para um grupo de teatro, o Semente.

O PCR passou a funcionar no PT, comandado por José Genoíno.

 

Marina 1985 professora

 

Em 1985 exerceu seu primeiro emprego de professora, e abandonou a profissão em 1986 para se dedicar à política sindical e partidária. É uma veterana. Considerando os tempos da CUT, e da perdida campanha para deputada federal, tem mais de 30 anos de profissionalismo na política, apesar de toda vez que mudou de partido, depois de 2010, blasona que faz  nova política. Confunde partido novo com política nova.

 

Marina Silva, Jair Meneguelli, Avelino Ganzer e Jorge Viana, em reunião da CUT
Vestida estilo hippie, em moda na época, Marina Silva, Jair Meneguelli, Avelino Ganzer e Jorge Viana, em reunião da CUT
Marina Silva em protesto de professores, promovido pela CUT
Marina Silva em protesto de professores, promovido pela CUT

 

Marina, em Xapuri no Acre, diante da foto de Chico Mendes. Em Xapori trabalhava Fábio Vaz de Lima, como técnico agrícola.
Marina, em Xapuri no Acre, diante da foto de Chico Mendes. Em Xapori trabalhava Fábio Vaz de Lima, como técnico agrícola.

 

Marina Silva, ao lado de José Genoino, acompanha o julgamento do asssassinato de Chico Mendes, em Rio Branco. O líder seringueiro teve uma morte matada em 22 de dezembro de 1988
Marina Silva, ao lado de José Genoino, acompanha o julgamento do asssassinato de Chico Mendes, em Rio Branco. O líder seringueiro teve uma morte matada em 22 de dezembro de 1988

 

 

 

 

 

A elite acredita que o povo é bobo e medroso

Nunca vi nenhuma propaganda competente fazer campanha positiva para o adversário político. Esta manchete do jornal O Globo reforça a imagem da Marina Silva coitadinha, frágil, lacriminosa, doentia, que não convenceu o eleitorado:

Para cientistas políticos, queda de Marina se deve a propaganda negativa contra ela

Fausto
Fausto

A queda da candidata do PSB, Marina Silva, nas pesquisas se deve à campanha negativa feita contra ela pelas candidaturas da presidente e candidata à reeleição Dilma Rousseff (PT) e do tucano Aécio Neves. É o que afirmam especialistas ouvidos pelo GLOBO. A nove dias para a eleição, Dilma ampliou para 13 pontos a vantagem sobre sua principal adversária. Se a eleição fosse hoje, a candidata petista teria 40% das intenções de voto, contra 27 % de Marina, segundo levantamento do Datafolha divulgado nesta sexta-feira. O ex-governador de Minas Gerais Aécio Neves (PSDB) oscilou positivamente [?] um ponto e aparece com 18% das intenções de voto. O número de eleitores que não sabem em quem votar oscilou de 7% para 6%. Votos brancos e nulos são 5%.

– Essa campanha negativa produziu efeitos, sobretudo quando Dilma e Aécio mostraram a inconsistência do programa de governo e da sua capacidade de governabilidade de Marina – disse Fernando Antonio Azevedo, cientista político da Universidade Federal de São Carlos. [Discursos, debates, peças de propaganda têm essa finalidade: persuadir o eleitor a mudar de opinião (ação passiva), de atitude  (predisposições e indecisões) e de comportamento (ação ativa). Propaganda não se faz conforme o estabelecido pelo Tribunal Superior Eleitoral e estaduais: de que todo candidato possui ficha limpa, e com as velhas promessas de sempre]

Alecrim
Alecrim

Para Azevedo, Marina foi beneficiada pela comoção na morte de Eduardo Campos, mas sofreu uma queda brusca logo que começou a ser questionada por seus adversários:
– Historicamente, quem vence o primeiro turno, normalmente ganha a eleição no segundo turno. Salvo mudanças de última hora, é possível afirmar que Dilma conseguirá renovar seu mandato.

[Mais do que a comoção, a propaganda emocional de Marina apelou para o voto de vingança. No velório, no enterro, inclusive com faixas e cartazes, apressadamente fixados nas ruas, os gritos de “justiça, justiça” pediam a condenação dos responsáveis pela morte de Eduardo Campos. As paredes das ruas de Pernambuco continuam pichadas com a frase “O PT matou Eduardo Campos”. Este linchamento funcionou em Pernambuco. O candidato Armando Monteiro que ia vencer disparado o primeiro turno, hoje perde. Tudo indica que a legenda não vai eleger nenhum deputado federal. E o candidato a senador, João Paulo, ex-prefeito do Recife, a cada dia perde votos. A incompetência da campanha não conseguiu demonstrar que os beneficiados com a morte de Eduardo foram os inimigos do PT. A campanha de Marina, em Pernambuco, é um apedrejamento. É uma campanha de ódio, de puro terrorismo. Não se vence uma campanha emocional de Marina viúva, vestida de negro, no mais pesado luto, com uma campanha racional como faz Armando Monteiro para governador de Pernambuco. Vale o mesmo para capirotar os mitos e lendas de “fada da floresta”, de “várias vezes ressuscitada”, de salva pela Providência Divina, de santa Nossa Senhora das Dores, de primeira presidenta negra, ex-empregada doméstica, de alfabetizada pelo Mobral da ditadura militar, de herdeira política de Chico Mendes, da criança que passou fome, de seringueira aos dez anos]

Enio
Enio

 

Para o professor de Ciência Política da Universidade de Brasília (UnB) Paulo José Cunha, o crescimento de Dilma é resultado da campanha agressiva conduzida pelo PT nas últimas semanas.

– A pesquisa indica que Dilma aumentou sua intenção de voto em cima dos eleitores da Marina, o que significa que a agressividade da campanha da presidente funcionou. É uma campanha discutível do ponto de vista ético, mas conseguiu atingir seu objetivo. [Não existe ética em propaganda política. O mais próximo da verdade que se pode chegar é o slogan tipo “rouba, mas faz”. Em uma campanha política não funciona o slogan publicitário “lava mais branco”]

A perda de terreno de Marina principalmente no Nordeste mostra, para Cunha, que o discurso da campanha petista de ameaça de fim do Bolsa Família caso outro candidato vença a eleição está entre os principais fatores para sua recuperação.
– Esse é o eleitorado que mais se sensibiliza com esse discurso do medo. [Toda campanha política, toda campanha religiosa, toda campanha filosófica, para ser eficaz, cria o inimigo n.1. Isso vem sendo feito. Dilma é comunista, e foi guerrilheira. Todo comunista é ateu, e contra a propriedade privada, e inimigo dos Estados Unidos. Dilma é contra a família, defende os gays e o aborto. E a mensagem velada, elitista: Dilma é contra a tradição. Defende as quotas para os negros nas universidades, estimula a malandragem com o bolsa-família, penaliza a classe média com a lei que regulamenta o trabalho das empregadas domésticas etc.]

Cunha destacou uma fragilidade de Marina.
– De todos os candidatos, ela é a que tem maior volume de eleitores volúveis e isso pode explicar também o ritmo da queda dela nas últimas semanas. [Marina faz um discurso que não acredita e, politicamente, é uma candidata inconstante, sem fidelidade partidária. Fez carreira política no PT. Foi candidata a deputado federal derrotada, depois vereadora mais votada do Rio Branco, deputada estadual do Acre, Senadora duas vezes e ministra. Todas vitórias e conquistas que teve foram no PT. Nos últimos cinco anos, mudou de partido quatro vezes. Saiu do Partido dos Trabalhadores, fundou o Partido Verde, tentou criar o Partido Rede, entrou no PSB]

Nani
Nani

Em relação ao segundo turno, o professor acredita que é cedo para fazer prognósticos e que a igualdade de tempo de TV no horário eleitoral entre os candidatos na próxima fase pode mudar o cenário de desvantagem de Marina.
– Eu arrisco dizer que será um jogo muito apertado no segundo turno. [Neste primeiro turno, o crescimento de Marina se deu nos dez dias de trégua de luto de todos os partidos pela morte de Eduardo Campos. Apenas o PSB, com o apoio dos meios de comunicação de massa, não respeitou o pacto. Uma possível mudança do comportamento do eleitorado acontece logo depois de apurado os votos, antes da campanha do segundo turno recomeçar. Dou um exemplo: Jarbas Vasconcelos perdeu a primeira campanha para senador. Se a votação tivesse sido adiada por três dias, ou se existisse segundo turno, teria ganho. É o chamado pique (timig). Apesar da propaganda ser plágio, nenhuma campanha se parece. Como tudo pode acontecer (atos e fatos improváveis), um bom propagandista planeja várias estratégias]

  Roque Sponholz
Roque Sponholz

De acordo com o Datafolha, no segundo turno, a presidente teria 47% das intenções de voto, contra 43% de Marina. Na semana passada, a ex-senadora aparecia na frente, com 46% contra 44% da presidente. Como a margem de erro é de dois pontos percentuais para cima ou para baixo, as duas seguem tecnicamente empatadas. [O que derrota Marina é o programa de governo que apresentou. As mudanças, os ajustes que fez enalteceram o governo de Dilma. Marina deu uma de propagandista de Dilma, ao executar uma das mais importantes leis da propaganda: a do exemplo, por ressaltar tudo de bom que o atual governo fez, e que deve ser mantido, em benefício do povo.

Esta entrevista com cientistas políticos, da empresa Globo, repetida nos portais estrangeiros, é antiética, porque se trata de uma peça de propaganda indireta. E o que é mais grave: uma propaganda enganosa, por fazer tudo que condena. Propaga o mais puro terrorismo. Pretende que o leitor acredite como negativa, agressiva e ameaçadora, inclusive por criar o medo, a campanha do PT.

Tem mais. A Folha de S. Paulo também faz campanha contra Dilma. Pesquisa do Datafolha sempre beneficia Marina, como antes dava como certa a eleição de Aécio.

Tiago
Tiago

 

Golpe baixo. Marina propõe luto hoje no “Agita 13” da campanha de Dilma

Dinheiro Marina avião Eduardo

Quando Eduardo Campos morreu, acidentalmente em um desastre de avião, no dia 13 de agosto, Marina Silva foi a única que não respeitou os sete dias de luto, espontaneamente decretado por todos os candidatos a presidente da República.

No dia 14, ainda não recolhidos os restos do corpo de Eduardo no local do acidente, Marina já tinha mudado o CNJ da campanha, e transferido para uma nova conta, controlada por ela, mais de 2,5 milhões de reais.

Fez campanha eleitoral durante o velório e o enterro, e cambalachos para consolidar o lançamento do seu nome para substituir o de Eduardo, quando o PSB, partido criado por Miguel Arraes, tem socialistas ideologicamente credenciados.

Marina continua uma hospedeira no PSB, assim como incorporou Chico Mendes para realizar sua campanha presidencial em 2010, pelo Partido Verde, agora diz encarnar Eduardo Campos.

 

Marina foi do Partido Revolucionário Comunista

Marinacomunista

Marina não passa de uma biruta do aeroporto de Cláudio, o escravo. Já foi atéia, quando comunista, e virou católica, sendo noviça de um convento. Atualmente professa o fundamentalismo evangélico dos pastores Silas Malafaia e Marco Feliciano.

Leia em Wikipédia: “Ingressou no Partido Revolucionário Comunista (PRC), organização marxista e leninista que se abrigava no Partido dos Trabalhadores, então sob o comando do deputado José Genoíno“.

Apoiada por Lula, Marina se elegeu senadora do PT pelo Acre. E Ministra do Meio Ambiente no governo Lula.

Exonerada do ministério, abandonou o PT para criar o Partido Verde, e ser candidata a presidente. Saiu do partido que fundou, e  para se candidatar de novo a presidente, inventou de criar o Partido Rede, mas fracassou.

O candidato do Partido Verde é Eduardo Jorge.

Sem partido, Marina entrou no último dia permitido pela Justiça Eleitoral, para uma nova filiação partidária, apelando para o Partido Socialista Brasileiro, PSB, de Eduardo Campos, e contentando-se em ser candidata a vice.

 

Marina decretou hoje dia de luto

Cellus
Cellus

 

Marina lança hoje dia de luto pela morte de Eduardo quando tradicionalmente  o PT realiza o “Agita 13”

Marina Silva acaba de propor que se “estabeleça, hoje, um dia de trégua na campanha” ao lembrar da morte do então candidato do partido, o ex-governador de Pernambuco Eduardo Campos, que completa um mês neste sábado (13).

”Hoje é um dia muito especial para todos nós. Neste dia, eu quero estabelecer um dia de trégua na campanha”, decretou Marina. Não se sabe se ela vai exibir o programa de sua campanha na televisão. Talvez se limite à propaganda fúnebre, explorando o cadáver de Eduardo.

Marina Silva também disse que é possível achar “pessoas de bem” em todos os partidos. Para ela, “foi preciso Eduardo Campos morrer para que todos os políticos e partidos reconhecessem o seu valor.”

“Esse dia é um dia simbólico para os partidos, para os candidatos do mesmo partido e de partidos diferentes. Então, em memória de Eduardo Campos ofereço neste dia a outra face. A face do diálogo, do respeito, de que acredito nas pessoas”, completou.

Marina costuma citar Jesus. Começou com a frase “ninguém é profeta em sua terra”, para explicar suas derrotas eleitorais no Acre.

Marina o partido deu sozinho. E Neca para o povo

 

AGITA 13 

Marina foi do PT, sabe que, historicamente, no dia 13 de setembro, seu antigo partido realiza o “Agita 13”.

O dia de luto de Marina é um golpe sujo. Que ela não vai parar a campanha hoje. Nem parou nos dias 13, 14, 15, 16, 17, 18 e 19 de agosto.

Registra o portal do PT: “Chegou o #Agita13!, nosso grande dia de mobilização nacional pela reeleição de Dilma. Tem eventos espalhados pelo Brasil inteiro, e você pode conferir o mais proximo de você usando nosso mapa interativo (veja aqui).

É claro que Dilma não podia ficar de fora da programação. Ela passará o sábado em Minas Gerais, sua terra natal, e participa de dois grandes eventos muito especiais. Pela manhã, Dilma estará em Nova Lima para o Ato pelo Dia Nacional de Promoção da Igualdade Racial. No evento, Dilma vai apresentar seus 13 compromissos com o segmento, documento desenvolvido em parceria com diversos movimentos sociais. O Ato acontece na Praça do Rosário e começa às 10h.

Logo depois, Dilma vai para Belo Horizonte e participa de um novo ato, agora com a Juventude. O grande encontro será em Belo Horizonte, na praça Nova Pampulha. A chegada de Dilma está prevista para as 16h, mas desde as 11h há atividades no local”.

 

Mario
Mario

 

Marília tomou a decisão certa. Marina tem o apoio dos generais que prenderam Arraes

Pris_o_de_Miguel_Arraes

A vereadora do Recife Marília Arraes, do PSB, prima de Eduardo Campos, está realizando campanha em favor da candidata do PT, Dilma, no plano nacional, além de pedir votos, no plano local, para o petebista Armando Monteiro Neto, adversário do candidato Paulo Câmara (PSB). A socialista também avisou que vai apoiar o petista João Paulo, deputado federal, para a disputa ao Senado.

Marília desaprovava as alianças realizadas por Eduardo Campos com direitistas. Mais razão tem agora que Marina tem o patrocínio da extrema-direita. Inclusive dos generais que prenderam seu avô Miguel Arraes.

Várias vezes Marília Arraes fez questão de ressaltar que a divergência ideológica não interfere na relação pessoal da família. “Ele foi no meu casamento, eu vou na casa dele”, afirmou, em referência ao primo Eduardo Campos.

Os primos Eduardo e Marília. Foto do álbum da família
Os primos Eduardo e Marília. Foto do álbum da família

Quando Eduardo faleceu, revelou: “Eduardo é o meu primo mais velho, uma pessoa muito querida por mim, alegre, saudável e que amava viver. Apesar de discordarmos politicamente nos últimos tempos, mantínhamos o nosso relacionamento familiar preservado. Sempre deixei claro que qualquer divergência seria menor do que os laços que nos uniriam para sempre – tanto com ele, quanto com qualquer familiar tão próximo. Isso porque, desde cedo, aprendemos a separar os assuntos políticos dos familiares. Era uma das pessoas mais inteligentes que conheci, um pai exemplar, bom marido e filho dedicado, que amava e protegia muito sua mãe. Lamento bastante pela perda, principalmente, por minha tia Ana, por Renata, Eduarda, João, Pedro, José e Miguel. Eduardo morreu em um dia que já era muito doloroso para todos nós, porque é aniversário da morte de meu avô Miguel Arraes. Agora, a dor se tornou insustentável.”

 

Marina só continua perto de Eduardo Campos nas fotos de propaganda que ela explora. Partidariamente está cada vez mais distante. Faz os cambalachos da velha política que Campos jamais imaginária.

 

jb teoria da conspiração marina paraquedas mão de Deus

247 – Depois de receber o apoio oficial do deputado pastor Marco Feliciano (PSC-SP), conhecido e duramente criticado por entidades que lutam pelos direitos humanos, por suas posições radicais e polêmicas contra os homossexuais, Marina Silva recebe o voto de um setor ainda mais conservador: o Clube Militar do Rio de Janeiro.

Em manifesto divulgado na última quarta-feira, o clube mais conservador do Exército trata a candidata do PSB como “um fio de esperança” para derrotar o PT. “Esperança de algo novo e diferente, que rompa com a tradição negativa representada pelos atuais homens públicos”, diz trecho do texto.

Regi
Regi

Autor do documento, o general da reserva Clóvis Purper Bandeira diz que os militares veem Marina como a grande aposta para tirar os petistas do poder. Entre as reivindicações dos militares está a preservação da Lei da Anistia, para que se evite que os agentes da ditadura militar sejam punidos enquanto ex-militantes da esquerda armada contra o regime permaneçam impunes.

Embora defina Marina como a esperança, o manifesto também aponta “uma nova política misteriosa” comandada pela “figura messiânica” da eventual presidente da República. A candidata, segundo o Clube Militar, faz “declarações vagas” e “propostas esquerdistas e ambientalistas”, com “cheiro de bolivarianismo”, em referência à maior participação popular, como por meio de plebiscitos. Depois, acrescenta que “ser uma incógnita camaleônica é uma vantagem”.

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Leia abaixo ou no site do Clube Militar a íntegra do texto:

UM FIO DE ESPERANÇA

As surpresas que o destino nos reserva são assustadoras. Tudo corre num determinado sentido quando, de repente, um acontecimento totalmente inesperado muda nossa história, nossa vida.

O terrível acidente aéreo que, no meio de agosto (sempre agosto) ceifou a vida do Senador Eduardo Campos, candidato à Presidência da República, bem como as da tripulação e de assessores que o acompanhavam, mudou em duas semanas todo o panorama e as previsões para as eleições de outubro, em nível federal e estadual.

Subitamente elevada à condição de presidenciável, a até então candidata a Vice Presidente, Marina da Silva, foi talvez a pessoa diretamente mais atingida pelas consequências da tragédia.

Relembremos.

Tendo obtido 20 milhões de votos nas últimas eleições presidenciais, em 2010, Marina despontou como um fenômeno eleitoral, séria pretendente ao cargo nas próximas eleições.

Para conseguir ser apontada como candidata, procurou fundar um partido próprio, a Rede de Sustentabilidade, ou simplesmente Rede. No entanto, a burocracia – e os problemas reais ou criados pelos cartórios para o reconhecimento de centenas de milhares de firmas necessárias para a criação de um partido – terminaram por impedir que o mesmo viesse à luz no prazo legal para permitir o registro de seus candidatos.

Assim, sem uma sigla que a apresentasse, Marina teve que se contentar em aderir ao PSB, que já apontara Eduardo Campos como candidato a Presidente da República. Ela teve, então, que limitar-se à Vice Presidência.

A morte do cabeça da chapa do PSB a menos de dois meses das eleições determinou sua substituição por Marina, que imediatamente decolou nas pesquisas de intenção de votos.

Atualmente, já empata com Dilma Roussef no primeiro turno e vence folgadamente por dez pontos percentuais no segundo turno.

Na verdade, a nova candidata incorporou o desejo vago de mudanças que levou o povo às ruas em junho do ano passado. Que tipo de mudança, isso já é outro problema.

Não tendo ainda sido atacada pelos demais candidatos – pois sua candidatura não foi, inicialmente, percebida como grande ameaça – navega em mar calmo e vento muito favorável, enquanto o tempo, cada vez mais curto, corre a seu favor.

Sua figura messiânica, suas declarações vagas, suas promessas iniciais muito generosas, mas fora do alcance do cofre nacional, acenam com uma “nova política” misteriosa, mistura de propostas esquerdistas e ambientalistas, entre as quais maior participação direta, governar com pessoas e não com partidos, participação direta popular no governo, por meio de plebiscitos e consultas populares (cheiro de bolivarianismo), criação de conselhos do povo (cheiro dos sovietes petistas), orçamento participativo etc.

Cálculos preliminares orçam suas promessas – entre as quais 10% do orçamento para a saúde, outros 10% para a educação, aumento da bolsa esmola, do efetivo da Polícia Federal – em quase 100 bilhões de reais por ano, cuja origem não é esclarecida.

Seu calcanhar de Aquiles é o fraco apoio político, pois na verdade não tem o apoio firme de nenhum partido. Seus apoiadores são aqueles interessados em pegar carona em sua súbita popularidade, sem nenhum compromisso com a realidade política durante seu possível governo.

Mas uma excelente candidata não será, necessariamente, uma excelente Presidente.

No governo, terá que descer das nuvens “sonháticas” onde flutua e lutar na arena do dia a dia da Praça dos Três Poderes, enfrentando as feras insaciáveis que fazem as leis, sempre cobrando algum preço político por seu apoio.

Na verdade, os políticos temem o populismo de suas propostas e os desvios que promete adotar, para evitar o isolamento de seu governo pelos partidos, percebendo uma ameaça de autoritarismo na ideia de governar sem os mesmos. Será real isso ou será apenas uma ameaça para angariar apoios mais fortes dos partidos, que seriam enfraquecidos com um governo mais populista?

Dona de um discurso inatacável, é a favor de tudo que é bom e contra tudo que é ruim. Como, aliás, todos os candidatos.

Ser uma incógnita camaleônica é uma vantagem, pois o que é conhecido da política e dos políticos é rejeitado pelos eleitores.

A esperança de algo novo e diferente, que rompa com a tradição negativa representada pelos atuais homens públicos, parece impulsionar a subida de Marina nas pesquisas eleitorais.

A desilusão popular procura o novo. As mudanças podem ser para melhor ou para pior, desde que interrompam a malfadada corruptocracia instalada no poder pelo lulopetismo.

Como está não pode continuar. Há expectativa de que novos rumos e novos governantes tragam melhores dias e maior esperança para os eleitores desiludidos.

É um fio de esperança, mas parece que as pessoas a ele se agarram com fé, apostando no futuro para esquecer o presente.

Gen Clovis Purper Bandeira – Editor de Opinião do Clube Militar

A volta da República velha de Marina que promete um governo com partidários da ditadura, Sarney, Collor, FHC e Soros

Marina prometeu governar com um banco de reservas. Nem isso. Pretende entregar os ministérios, o Banco Central, o Banco do Brasil, o Banco do Desenvolvimento, e o que resta de estatais, a zumbis, vampiros, sanguessugas de um circo de horrores. É um retrocesso, uma velha república com personagens de dupla nacionalidade. Uma elite que ela diz ser a cara de Chico Mendes.

7 motivos pelos quais Marina Silva não representa a “nova política”

por Lino Bocchini

Se a sua intenção este ano é votar em uma “nova forma de fazer política”, leia este texto antes de encarar a urna eletrônica

religião política eleição pastor

É comum eleitores justificarem o voto em Marina Silva para presidente nas Eleições 2014 afirmando que ela representaria uma “nova forma de fazer política”. Abaixo, sete razões pelas quais essa afirmação não faz sentido:

1. Marina Silva virou candidata fazendo uma aliança de ocasião. Marina abandonou o PT para ser candidata a presidente pelo PV. Desentendeu-se também com o novo partido e saiu para fundar a Rede — e ser novamente candidata a presidente. Não conseguiu apoio suficiente e, no último dia do prazo legal, com a ameaça de ficar de fora da eleição, filiou-se ao PSB. Os dois lados assumem que a aliança é puramente eleitoral e será desfeita assim que a Rede for criada. Ou seja: sua candidatura nasce de uma necessidade clara (ser candidata), sem base alguma em propostas ou ideologia. Velha política em estado puro.

novo Marina Beto Alkcmin

2. A chapa de Marina Silva está coligada com o que de mais atrasado existe na política. Em São Paulo, o PSB apoia a reeleição de Geraldo Alckmin, e é inclusive o partido de seu candidato a vice, Márcio França. No Paraná, apoia o também tucano Beto Richa, famoso por censurar blogs e pesquisas. A estratégia de “preservá-la” de tais palanques nada mais é do que isso, uma estratégia. Seu vice, seu partido, seus apoiadores próximos, seus financiadores e sua equipe estão a serviço de tais candidatos. Seu vice, Beto Albuquerque, aliás, é historicamente ligado ao agronegócio. Tudo normal, necessário até. Mas não é “nova política”.

Bira
Bira

3. As escolhas econômicas de Marina Silva são ainda mais conservadoras que as de Aécio Neves. A campanha de Marina é a que defende de forma mais contundente a independência do Banco Central. Na prática, isso significa deixar na mão do mercado a função de regular a si próprio. Nesse modelo, a política econômica fica nas mãos dos banqueiros, e não com o governo eleito pela população. Nem Aécio Neves é tão contundente em seu neoliberalismo. Os mentores de sua política econômica (futuros ministros?) são dois nomes ligados a Fernando Henrique: Eduardo Giannetti da Fonseca e André Lara Rezende, ex-presidente do BNDES e um dos líderes da política de privatizações de FHC. Algum problema? Para quem gosta, nenhum. Não é, contudo, “uma nova forma de se fazer política”.

banco central autonomia marina

4. O plano de governo de Marina Silva é feito por megaempresários bilionários. Sua coordenadora de programa de governo e principal arrecadadora de fundos é Maria Alice Setúbal, filha de Olavo Setúbal e acionista do Itaú. Outro parceiro antigo é Guilherme Leal. O sócio da Natura foi seu candidato a vice e um grande doador financeiro individual em 2010. A proximidade ainda mais explícita no debate da Band desta terça-feira. Para defendê-los, Marina chegou a comparar Neca, herdeira do maior banco do Brasil, com um lucro líquido de mais de R$ 9,3 bilhões no primeiro semestre, ao líder seringueiro Chico Mendes, que morreu pobre, assassinado com tiros de escopeta nos fundos de sua casa em Xapuri (AC) em dezembro de 1988. Devemos ter ojeriza dos muito ricos? Claro que não. Deixar o programa de governo a cargo de bilionários, contudo, não é exatamente algo inovador.

Chico Mendes, Marina, Neca

5. Marina Silva tem posições conservadoras em relação a gays, drogas e aborto. O discurso ensaiado vem se sofisticando, mas é grande a coleção de vídeos e entrevistas da ex-senadora nas quais ela se alinha aos mais fundamentalistas dogmas evangélicos. Devota da Assembleia de Deus, Marina já colocou-se diversas vezes contra o casamento gay, contra o aborto mesmo nos casos definidos por lei, contra a pesquisa com células-tronco e contra qualquer flexibilização na legislação das drogas. Nesses temas, a sua posição é a mais conservadora dentre os três principais postulantes à Presidência.

Ivan
Ivan

6. Marina Silva usa o marketing político convencional. Como qualquer candidato convencional, Marina tem uma estrutura robusta e profissionalizada de marketing. É defendida por uma assessoria de imprensa forte, age guiada por pesquisas qualitativas, ouve marqueteiros, publicitários e consultores de imagem. A grande diferença é que Marina usa sua equipe de marketing justamente para passar a imagem de não ter uma equipe de marketing.

Fausto
Fausto

7. Marina Silva mente ao negar a política. A cada vez que nega qualquer um dos pontos descritos acima, a candidata falta com a verdade. Ou, de forma mais clara: ela mente. E faz isso diariamente, como boa parte dos políticos dos quais diz ser diferente.

Há algum mal no uso de elementos da política tradicional? Nenhum. Dentro do atual sistema político, é assim que as coisas funcionam. E é bom para a democracia que pessoas com ideias diferentes conversem e cheguem a acordos sobre determinados pontos. Isso só vai mudar com uma reforma política para valer, algo que ainda não se sabe quando, como e se de fato será feita no Brasil.

Aécio tem objetivos claros. Quer resgatar as bandeiras históricas do PSDB, fala em enxugamento do Estado, moralização da máquina pública, melhora da economia e o fim do que considera um assistencialismo com a população mais pobre. Dilma também faz política calcada em propósitos claros: manter e aprofundar o conjunto de medidas do governo petista que estão reduzindo a desigualdade social no País.

Se você, entretanto, não gosta da plataforma de Dilma ou da de Aécio e quer fortalecer “uma nova forma de fazer política”, esqueça Marina e ouça Luciana Genro (PSOL) e Eduardo Jorge (PV) com mais atenção.

De Marina Silva, espere tudo menos a tal “nova forma de fazer política”. Até agora a sua principal e quase que única proposta é negar o que faz diariamente: política.

O Brasil precisa conhecer George Soros, o financiador de campanhas eleitorais

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George Soros foi denunciado como um dos mentores da teoria da conspiração para matar Eduardo Campos, e desestabilizar o governo e a reeleição de Dilma Rousseff.

Esta suspeita jamais foi noticiada pelos barões da mídia no Brasil, e não se sabe se faz parte das investigações sobre o avião fantasma da campanha de Eduardo Campos e Marina Silva, que caiu em Santos no azarado e fatídico dia 13 de agosto.

Para a maioria dos eleitores de Marina, a crença de que Eduardo Campos foi assassinado, e ninguém do PSB e partidos aliados, principalmente o clandestino partido Rede, neca de admitir uma morte acidental.

In Wikipédia: George Soros (Budapeste, 12 de Agosto de 1930) é um empresário e homem de negócios húngaro-americano. Ficou famoso pelas suas atividades enquanto especulador, nomeadamente em matéria de taxas de câmbio, chegando a ganhar 1 bilhão de dólares em um único dia apostando contra o banco da Inglaterra, bem como pela sua atividade filantrópica, que apoiou entre outros, a Universidade Central Europeia.

Nascido na Hungria com o nome de Schwartz György, tornado-se Soros György, filho de Tivadar Soros, famoso esperantista húngaro, escritor e ex-soldado, e de Erzebet Czacs, ambos de família judia, George Soros teve uma infância relativamente boa, tendo passado parte da adolescência fugindo de perseguições, na Hungria, pelo fato de ser judeu.

Depois, migrou aos dezessete anos para Londres, onde começou a enriquecer com a administração de empresas.

Actualmente é o Presidente da Soros Fund Management, curador da International Crisis Group, e presidente da Open Society Institute, tendo pertencido à Administração do Council on Foreign Relations. Perdeu um processo judicial na França e no Tribunal Europeu de Direitos Humanos por Insider Trading.

Nos Estados Unidos é conhecido por ter doado montantes exorbitantes para eleger o presidente Barack Obama.

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No mesmo mês, em 2010, o investidor multimilionário doou US$ 1 milhão para a campanha de um referendo que visa legalizar a maconha na Califórnia. Ele patrocina o International Crisis Group e a Revenue Watch, que financiam campanhas eleitorais em vários países do mundo [Inclusive no Brasil, e mantém a sustentabilidade de várias ONGs na Amazônia].

O povo acredita que Eduardo Campos foi vítima de um atentado político.

Mais paradoxal que seja, Marina não vence sem a teoria da conspiração. Milhões de brasileiros e brasileiras acreditam que Eduardo Campos foi assassinado. Esta suspeita de atentado político foi repassada, implicitamente pela mídia, nos sete dias de trégua de luto pela morte de Eduardo.

Eis a razão da declaração de hoje do vice de Marina, Beto Albuquerque: “Que a Polícia Federal e o Ministério Público aprofundem as investigações tanto sobre a compra como sobre as causas do acidente”.

O vice cobrou ainda que o Ministério Público Federal em Santos investigue a suspeita de que a queda do avião possa ter sido causada por um choque com um drone. “Isso precisa ser esclarecido e não pode ser colocado embaixo do tapete”, disse.

Marina Silva, nas últimas entrevistas, e no debate da Band, também apelou para a Polícia Federal. Disse: que acredita mais na investigação policial do que na investigação jornalística.

Permanece na lembrança de muitos a suspeita morte de ex-presidentes e presidenciáveis, inclusive as doenças de presidentes (o efeito Hugo Chaves). Na História do Brasil eis alguns exemplos: a queda do avião de Siqueira Campos, o assassinato de João Pessoa, a morte de Agamenon Magalhães, a queda do avião de Castelo Branco, o enfarte de Costa e Silva dentro de um avião, a morte de Juscelino, os envenamentos de Carlos Lacerda, João Goular, a morte de Tancredo na véspera da posse, os cânceres de Lula e Dilma.

Jornalistas estadunidenses afirmaram que Eduardo foi vítima de um complô arquitetado pela CIA e por George Soros e seus associados banqueiros e empresários de multinacionais.

O gestual dos filhos de Eduardo Campos, em uma noite de intensa emoção, marcada pelo sentimento de perda, de dor,  de natural revolta pela morte inesperada, uma morte jamais prevista de um amado e carinhoso pai, reforçou a teoria do complô.

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A chegada do corpo de Eduardo Campos para o velório no Palácio das Princesas
A chegada do corpo de Eduardo Campos para o velório no Palácio das Princesas

Escreve Luís Antônio Giron: “Os punhos erguidos e fechados se popularizaram a partir de 1917, com a Revolução Bolchevique. Expressam o desafio aos poderosos e a solidariedade entre os explorados do mundo inteiro. Evocaram a luta das esquerdas contra a exploração do trabalho operário. A imagem de Lênin em 1917, dos Panteras Negras nos Estados Unidos nos anos 60 e dos anarquistas de Maio de 1968 (para não citar o gesto de vitória do saudoso jogador de futebol e homem de esquerda Sócrates são suficientemente eloquentes

Rodrigo Constantino: “Tal gesto de punho cerrado. Era muito comum entre ditadores comunistas ou nacional-socialistas. Vejam:”

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Abdias Duque de Abrantes: “A saudação com o punho fechado tem sido mais usada ao longo da história por grupos de esquerda e de defesa de grupos oprimidos. A saudação junta sinais de resistência, solidariedade, orgulho e militância num gesto simples. O punho fechado simboliza a luta por melhores condições de vida e a resistência contra o fascismo e contra o capitalismo. Simboliza a luta de classes. O gesto alude à resistência, à vitória, ao êxito na batalha, enfim. O punho fechado foi o símbolo do Partido Negro Revolucionário estadunidense, fundado em 1966 em Oakland – Califórnia, por Huey Newton e Bobby Seale, originalmente chamado Partido Pantera Negra para Autodefesa (no original, “Black Panther Party for Self-Defense”, depois, mais conhecido como “Black Panther Party” (Panteras Negras)). Um movimento americano anti-racista, anti-capitalismo, marxista-leninista e socialista. Eles enfrentaram a opinião pública americana contra os vestígios da Ku Klux Kan, notadamente os do Sul dos Estados Unidos.

Segundo o psicólogo Oliver James. “É um modo de indicar que pretendes combater uma força poderosa, malévola e institucional, com a tua própria força – és um indivíduo que se sente ligado a outros indivíduos para lutar contra um ‘ status quo ‘ opressivo.”

FireHead:”Segundo a BBC, a saudação com o punho fechado tem sido mais usado ao longo da História por grupos de esquerda e de defesa de grupos oprimidos do que pelos de direita. Há punhos fechados em cartazes de sindicatos em 1917, em fotografias de anti-fascistas espanhóis nos anos 1930, e ainda no logótipo feminista do punho fechado dentro do símbolo do género feminino. A emissora britânica fez questão de lembrar que Lee Harvey Oswald fez a mesma saudação depois de ter sido detido pela morte de John F. Kennedy, e Carlos “o Chacal”, também. O psicólogo Oliver James afirma que o sinal é popular “porque junta conotações de resistência, solidariedade, orgulho e militância num gesto simples”: “É um modo de indicar que pretendes combater uma força poderosa, malévola e institucional, com a tua própria força – és um indivíduo que se sente ligado a outros indivíduos para lutar um statu quo opressivo.”

Escreve Ronaldo Souza: “O que aqueles homens fizeram com os filhos de Eduardo Campos foi absolutamente execrável.

Ali nada reverenciava Eduardo Campos.

Filhos não enterram o político. Filhos enterram o pai.

A dor dessa hora não pode ser substituída por camisetas e punhos cerrados. Aquilo não era uma batalha a vencer”.

Neca do titular aparecer. O PC reserva de Marina

Um cochicho que vale ouro
Um cochicho que vale ouro

 

Marina prometeu governar com o banco de reservas do PT e do PSDB. A maioria deles pernas de pau e mãos leves ou traidores que tiveram as ambições frustradas. Um deles, Walter Feldman acusado de receber propina da Siemens.

Em 25 de novembro último, o Estadão publicou: Marina Silva se solidarizou com o deputado Walter Feldman (PSB-SP), citado em relatório do ex-diretor da Siemens Everton Rheinheimer por “ligação muito próxima” com Arthur Teixeira, apontado pelo Ministério Público como responsável por pagamento de propinas a agentes públicos. Feldman diz não conhecer Teixeira.

Defendeu Marina: “Walter ofereceu a quebra de sigilo fiscal, bancário, telefônico, em demonstração de que ele não tem temor das investigações. Não quero fazer julgamento nenhum. Quero que a gente tenha justiça. Eleição não é o momento de tentar ganhar voto e simpatia em cima da honra de quem quer que seja. Jamais direi qualquer palavra contra Dilma (Rousseff, candidata à reeleição), contra Aécio (Neves, pré-candidato do PSDB a presidente) simplesmente para ter dividendo eleitoral. Minha expectativa é que possam agir assim em relação a nós”, afirmou.

Marina lembrou que, em 2011, pediu para ser investigada pelo Ministério Público quando surgiram denúncias contra seu marido, Fábio Lima, por supostas irregularidades cometidas quando era ministra do Meio Ambiente. “Quando foram feitas acusações levianas contra mim, fui com meu marido ao Ministério Público pedir que fôssemos investigados. Foi o que Walter Feldman fez também”, lembrou. “No meu caso, graças a Deus nada ficou provado”.

 

 

O braço direito de Marina é símbolo do que há de mais velho na política

 

Marina Silva e WalterFeldman
Marina Silva e WalterFeldman

 

por Kiko Nogueira

 

Se com Eduardo Campos a “nova política” de Marina Silva já era pouco sustentável, em sua carreira solo fica cada vez mais evidente que isso é uma miragem, especialmente com toda as velhas raposas que a cercam e que nos últimos dias se transformaram em seu núcleo duro.

Um dos pivôs — provavelmente o mais importante — do rompimento com o secretário geral do PSB, Carlos Siqueira, é Walter Feldman.

Siqueira e Marina bateram boca na quarta-feira, quando sua candidatura foi oficializada. Marina quis fazer mudanças na campanha e “trazer o Walter” para a coordenação.

Walter acabou com o cargo de coordenador adjunto (Erundina ficou com a posição) mas é conselheiro, braço direito, porta voz, amigo, articulador financeiro.

Pode ser tudo, absolutamente tudo, menos novidade, menos revitalização ou algo que o valha. Ao contrário, é um político tradicional, com 30 anos de carreira sem brilho. Essa experiência, segundo um pessedebista histórico, lhe permitiu crescer dentro de uma estrutura amadora como a da Rede.

Formado em medicina, Feldman foi do PC do B e passou pelo PMDB antes de fundar o PSDB. Foi deputado estadual em 1998 e, entre os anos de 2000 e 2002, presidente da Assembleia Legislativa.

Em 2002, elegeu-se deputado federal e em 2005 assumiu uma secretaria de Coordenação das Subprefeituras. Entre 2007 e 2012, foi secretário de Esportes, Lazer e Recreação do município de São Paulo. Chegava a aparecer de boné e skate.

Tem uma pendenga antiga com o governador Geraldo Alckmin. Ligado a Serra, liderou em 2008 uma ala tucana que apoiou a reeleição de Gilberto Kassab (que estava no DEM) para a prefeitura, preterindo Alckmin. Kassab, eu disse.

Em 2009, isolado, anunciou que ia sair do PSDB. Acabou enviado a Londres como titular de uma secretária inventada para ele, a de Grandes Eventos. Passou seis meses lá, segundo ele mesmo para estudar a Olimpíada e ver que lições poderiam ser úteis a São Paulo. Lembrando que os Jogos serão no Rio.

Kassab tentou mantê-lo na Inglaterra, sem sucesso. Feldman voltou no ano seguinte feliz com Geraldo e com seu partido, que estava “oxigenado”. Em 2011 estava fora.

Em três décadas de vida pública, é difícil citar algo com sua assinatura, na cidade ou no estado. No plano das ideias, o panorama fica mais turvo.

Mas seu nome esteve envolvido no escândalo de formação dos carteis para a compra de trens. Foi citado num relatório do ex-diretor da Siemens Everton Rheinheimer.

Antes disso, foi mencionado na Operação Castelo de Areia, uma investigação da Polícia Federal sobre evasão de divisas, lavagem de dinheiro e caixa 2. Documentos listavam doações da construtora Camargo Corrêa a vários políticos. Feldman aparecia com 120 mil dólares recebidos entre 13 de janeiro e 14 de abril de 98. Ele se indignou com a menção.

Marina mesma o defendeu no caso do chamado trensalão. Em 2013, declarou que Feldman não tem medo das acusações. “Ele próprio quer ser investigado”, afirmou.

A jogada ousada de Walter Feldman, de se arriscar aos 60 anos na Rede, acabou tendo uma mãozinha do destino — se você quiser chamar assim — quando o avião caiu em Santos.

Agora, merece um pirulito de açaí quem acredita que Walter Feldman se aproxima remotamente de algo parecido com a renovação que Marina Silva apregoa ininterruptamente. Sua presença é, na verdade, um choque de realidade e um exemplo carcomido de sobrevivência política.

Serra e Feldman
Serra e Feldman

 

 

O candidato a vice-presidente é uma nova Marina ou Marina é um novo Beto Albuquerque?

Nani
Nani

 

Aumentam ou ficam reveladas, cada vez mais, as relações perigosas de Marina Silva, como duplo de Neca, com banqueiros e investidores internacionais. Que facilitam, em termos ideológicos e programa de governo, os apoios dos ex-presidentes José Sarney e Fernando Collor.  Das viúvas dos presidentes Castelo Branco, Costa e Silva, Triunvirato Militar, Médici, Geisel e Figueiredo. E, no provável segundo turno, dos herdeiros dos presidentes Itamar Franco e Tancredo Neves.

São apoios inacreditáveis, tanto como ter como vice Beto Albuquerque, um duplo de Ana Amélia Lemos e Kátia Abreu, da bancada ruralista.

A campanha de Marina bem demonstra que George Soros e banqueiros associados, os beneficiados com os leilões das estatais, e com a criação das agência reguladoras, as prostitutas respeitosas, jamais vão desistir do Brasil.

Para quem acredita o contrário, pergunto: os grupos econômicos (multinacionais) e políticos (direita e extra-direita) votam em Dilma, a ex-guerrilheira?

 

ARROMBADORA DE COFRE

 

Quem é Beto Albuquerque. apenas conhecido no RGS?

Escreve Luciano Martins Costa: O mercado está convencido de que uma eventual presidente Marina Silva não seria a mesma Marina Silva que construiu sua carreira no movimento ambientalista e que, isolada num partido que é o contrário de suas pregações, seria facilmente engolida pelo sistema que pretende transformar. Essa avaliação vem sendo divulgada intensamente por corretoras e até gerentes de bancos, com base em declarações da economista-chefe da consultoria Rosenberg Associados, Thaís Zara.

Para o mercado, segundo essa análise, Aécio e Marina são igualmente confiáveis. A presença na chapa do PSB do deputado gaúcho Beto Albuquerque, como candidato a vice-presidente, é vista como uma garantia de que Marina não apenas será domesticada pelo mercado, como ficará mais vulnerável à ação do lobby de empresas que atualmente abomina, como as gigantes do setor de agrotóxicos e a indústria de cigarros.

Dormindo com o inimigo

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Beto Albuquerque não é apenas simpatizante desses setores: sua carreira tem sido financiada por produtores de fumo e pela Monsanto, multinacional que é o avesso de tudo que Marina Silva representa. Além isso, ele é um dos articuladores de projetos que pretendem transferir para o Congresso Nacional e as Assembleias Legislativas dos estados a prerrogativa de delimitar as terras indígenas, assunto que interessa ao agronegócio mais predador. (Transcrevi trechos)

 

Partido de Aluguel. O condomínio está em polvorosa

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Analisa Gilmar Crestani: Por enquanto, balança mas ainda não cai.

A ambientalista da Natura & Itaú celebra casamento de conveniência com o representante do agronegócio que tem rima rica com agrotóxico. Hospedada no recém alugado PS(d)B, ve-se, pela Folha, que nem todos estão dispostos a fazer cafuné enquanto Marina embala seus sonhos na Rede estendida na nova varanda …

A dúvida é se no mundo sonhático da Marina a companhia de Jorge Bornhausen e Roberto Freire é pesadelo ou o novo na política.

Publica Ficha Corrida: Com base eleitoral no noroeste gaúcho, onde a agricultura sustenta a economia, ele defendeu interesses de cerealistas e empresas de celulose no Congresso.

Na eleição de 2010, companhias de sementes, beneficiadoras de grãos e empresas como a Celulose Riograndense e a Klabin compuseram metade das receitas do deputado gaúcho na campanha.

Suas últimas campanhas para deputado também receberam contribuições de uma empresa de defensivos agrícolas, de uma indústria de armas e de uma cervejaria.

O estatuto da Rede, de Marina, veda a arrecadação de doadores desses três ramos.

O deputado, ao mesmo tempo, também mantém vínculos com agricultores familiares do Estado. Albuquerque já foi duas vezes secretário de governos petistas no Rio Grande do Sul. Na última passagem, de 2011 a 2012, comandou a pasta da Infraestrutura e ajudou a criar a estatal de pedágios idealizada pelo governador Tarso Genro.

Deixou o cargo, se afastou do PT e ajudou Campos a ensaiar em 2013 uma aproximação com a senadora Ana Amélia Lemos, candidata do PP e ligada ao agronegócio.