Censura. Aécio costuma “transformar o Poder Judiciário em instrumento de perseguição de cidadãos”

Quem tem rabo preso não deve ser candidato. Não existe campanha livre e democrática sem debate.

Censurar é querer tapar o sol com uma peneira. A claridade sempre vence a escuridão.

Eleição é a escolha do melhor programa de governo. Da melhor política.

Nas urnas votamos em um partido político e candidatos. É mais do que uma escolha. É um julgamento.

É a hora de punir os corruptos, os incompetentes, os inimigos do povo e da Nação. É a hora da verdade.

 

Twitter dá “bronca” em Aécio após ameaças contra 66 internautas

Twitter não quebrará sigilo dos 66 usuários e acusa Aécio Neves de transformar Judiciário em “instrumento de perseguição”. Antes, candidato tucano já havia tentado censurar Google, Yahoo! e Microsoft

Judiciário, Twitter e internautas rechaçam ofensivas de Aécio por censura de redes sociais (Edição- Pragmatismo Político)

Judiciário, Twitter e internautas rechaçam ofensivas de Aécio por censura de redes sociais (Edição: Pragmatismo Político)

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por Marcelo Carota, RBA

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No último domingo (07), nada menos que 66 comunicadores independentes começaram o dia com uma surpresa nada agradável: foram notificados pelos administradores do Twitter sobre um mandado de citação e intimação liminar derivado de ação por calúnia movida contra eles pelo senador Aécio Neves (PSDB/MG).

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Para o candidato tucano a presidente, as críticas coletivas a sua pessoa são fruto de “robôs”, como são chamados perfis falsos criados nas redes sociais para disseminar conteúdo contratado, ou militantes pagos por partidos de esquerda para desconstruir sua imagem pública, e dos quais sua campanha tentou, sem sucesso, coletar IP (Protocolo de Internet, na sigla em inglês, dado que pode localizar geograficamente usuários da rede) e dados cadastrais.

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A “denúncia” não vicejou na Justiça, e ainda rendeu “bronca” do Twitter ao candidato a presidente: “Com a devida vênia, são meras elucubrações do autor, absolutamente desprovidas de qualquer indício de veracidade”, pontuou comunicado da empresa, em resposta a pedido do próprio juiz acionado por Aécio, que negou pedido de sigilo sobre a ação e determinou que provas concretas de irregularidade fossem apresentadas de acordo com os perfis dos militantes virtuais.

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“Quanto à conduta de usuários cuja ilicitude em nenhum momento restou demonstrada, não podem servir de fundamento para a eventual quebra do seu sigilo de dados. Admitir esse tipo de medida corresponde a transformar o Poder Judiciário em instrumento de perseguição de cidadãos, dando margem ao surgimento de um Estado policialesco, que desconsidera as garantias fundamentais dos cidadãos de forma injustificável. (…) No mérito, requer o Twitter Brasil que seja julgada improcedente a demanda, com a condenação do Autor ao pagamento das custas, despesas processuais e honorários advocatícios”, concluiu o Twitter.

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A reticência do judiciário em acatar o pedido de Aécio e a defesa inflamada do Twitter indicam que se alguém pode ser acusado de calúnia em mais este imbróglio promovido pelo senador mineiro é ele próprio, ao tentar criminalizar o direito constitucional à liberdade de expressão sempre que fatos não favoráveis à sua imagem e propósitos políticos são difundidos e democraticamente discutidos.

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Acusados falam

Aécio censura

 

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Fernando Castro (perfil @ciscozappa), mineiro residente em Belo Horizonte, sociólogo que trabalha na área de educação e planejamento urbano socioparticipativo, destaca que todo o material compartilhado por ele é de conhecimento público. “Condeno qualquer tipo de difamação. Quando se publica algo de que não se tem prova material ou análise por parte da Justiça – como, aliás, o faz boa parte da grande mídia –, está se produzindo falso jornalismo e destruindo imagens públicas”, ressalta Fernando.

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“Os conteúdos relacionados ao senhor Aécio Neves que difundi são de conhecimento público e podem ser lidos também em jornais e revistas de circulação nacional. Um deles, o conhecido caso do aeroporto na cidade de Cláudio (MG), em terreno de propriedade da família do senador. Outros, relacionados aos processos judiciais envolvendo desvios de verbas para a área da Saúde, e casos semelhantes durante sua gestão no governo de Minas Gerais”, conta.

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Regina Salomão (perfil @ReginaSalomo), de Juiz de Fora (MG), é professora aposentada da Universidade Federal baseada na mesma cidade, diz que não conhece seus colegas de perseguição, e garante que não existe “rede de difamação”, como sustenta Aécio. “Não conhecia nem seguia a maior parte dos 66 tuiteiros, o que é outro argumento contra a formação de uma rede de difamação. De qualquer modo, o Twitter é uma rede com a ferramenta RT, o que caracteriza a normalidade de seu funcionamento como rede”, protesta.

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VEJA TAMBÉM: Os 66 twitteiros processados por Aécio Neves

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“Minhas divulgações dos atos do candidato foram exclusivamente baseadas nas notícias divulgadas pela mídia, e sempre coloquei os links das matérias ou marcava o nome dos jornais com hashtags (o sinal de #) em meus tweets. Sou mineira, acompanhei as gestões do Aécio e acrescentei comentários sobre as mesmas. Não difamei nem caluniei ninguém. O senador é que terá que provar que sou um robô, pago, e que atuo em rede”, desafia.

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O próprio perfil dos processados por Aécio dificulta a argumentação de que há uma “milícia” virtual cujo alvo seria a reputação do PSDB mineiro. Stella de Mendonça (perfil @stellamendonça), paulistana, conservadora e restauradora de bens culturais é perita na obra da artista plástica modernista Annita Malfatti, e diz não ter preferência política: em 1994 e 1998, por exemplo, votou por Fernando Henrique Cardoso. “Nunca fui militante. Votei em FHC, o qual me trouxe plena decepção. Comecei a usar o Twitter recentemente, em 2012, divulgando os absurdos noticiados maciçamente pela mídia sobre o julgamento do ‘mensalão’ do PT”, revela.

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“O que mais divulguei, considerado ilícito pelo senador, foram seus atos comprovadamente ilegais, fatos divulgados até pela mídia velha, e especialmente as denúncias do Novo Jornal, cujo dono está preso devido a uma ação por ‘formação de quadrilha’, movida pelo senador e acatada pelo Ministério Público de Minas”, completa.

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Stella ressalta que também divulgou com intensidade o caso do aeroporto construído pelo governo estadual de Minas em terreno pertencente à família de Aécio, sempre ressaltando a fonte. “Também difundi o escândalo relacionado ao senador, do aeroporto construído na fazenda de seu tio, a ligação dele com os Perrellas e o helicóptero apreendido com mais de 400 kg de pasta-base cocaína. Tuitava o link das matérias que apresentavam fatos e documentos, pra garantir a veracidade”.

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Indignado com mais essa tentativa do senador mineiro de, como fez em Minas Gerais em seus dois mandatos como governador, uniformizar a informação e a opinião de forma a favorecer seu partido e sua imagem pessoal, o Dr. César Marcos Klouri abraçou a defesa dos 66 cidadãos, de forma solidária e gratuita. Segundo Regina Salomão, o grupo tem recebido muitas manifestações de solidariedade de “todos que são contrários à censura, que prezam e defendem a liberdade de expressão, que odeiam a ditadura sob qualquer forma. Muito linda a reação das pessoas. O Brasil avançou mesmo”.

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Segundo o deputado estadual Rogério Correa (PT), um dos criadores do Movimento Minas sem Censura, Aécio não sabe lidar com adversidades, tratando quem se contrapõe às suas ideias e atos não como adversários, mas como inimigos, que, portanto, “têm de ser aniquilados, politicamente”.

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Outros casos, outro (e perigoso) instrumento de silêncio
Sinfronio
Sinfronio

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Como as acusações de Aécio contra a mídia independente não se sustentam legalmente, o senador lança mão de outro recurso jurídico, com o mesmo propósito de calar as vozes dissonantes, mas com maior peso intimidatório: mover ações por “formação de quadrilha”.

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No início do ano, devido à imensa repercussão da apreensão de uma carga de quase meia tonelada de pasta-base de cocaína transportada em helicóptero de propriedade do senador Zezé Perrela (SDD-MG), amigo pessoal e aliado político de Aécio, o candidato processou o Facebook por “direito de imagem”, de forma a tentar cercear a difusão de qualquer conteúdo que o associasse ao caso e aos envolvidos neste, o que, de novo, creditou a “quadrilhas pagas para difamá-lo”.

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Em junho passado, acatando denúncia da equipe ligada à candidatura do senador, o Ministério Público do Rio de Janeiro determinou à polícia cumprir mandato de busca e apreensão na casa da jornalista do Canal Brasil Rebeca Mafra, acusada de fazer parte, com mais quatro pessoas, de uma “quadrilha” formada para difamar o candidato Aécio nas redes. Foram apreendidos um computador, dois HDs externos, pen drives, chips de computador, CDs com fotos e um roteador, e rigorosamente nada que incriminasse os acusados foi encontrado. No mesmo dia, outros 13 mandatos desse tipo foram cumpridos no Rio de Janeiro.

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Em agosto, Aécio processou o Google, Yahoo! e a Microsoft, tentando impedir que tais portais mostrassem resultados de buscas sobre o desvio de verbas na saúde de Minas Gerais durante a sua gestão como governador do estado, o que “quadrilhas formadas e remuneradas” para caluniá-lo difundiam nas redes sociais, mas o Tribunal de Justiça de São Paulo negou o pedido.

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[Não esquecer que Aécio e a irmã Andréa Neves sempre submeteram a mídia de Minas Gerais, via um estado judicial/policial, a uma censura com lista negra de jornalistas. É o único estado do Brasil que mantém jornalista preso]

 

IMPRENSA. A perseguida que Aécio gosta

Rogério Correia: “Como Aécio comete ilegalidades na vida pública e apronta muito na vida privada, ele precisa de blindagem absoluta na mídia”
Rogério Correia: “Como Aécio comete ilegalidades na vida pública e apronta muito na vida privada, ele precisa de blindagem absoluta na mídia”

 

Pelo interesses de esconder obscuros acontecimentos, a imprensa se tornou a perseguida de Aécio Neves. Stalking que ele promove por gosto e vício.

O patronato não faz a imprensa. E sim os jornalistas divididos em três tipos: os verdadeiros, os frouxos e os vendidos.

 

“Aécio fez com jornalista do Rio o que sempre faz em Minas. Censura, cala e até prende quem denuncia o que ele faz de errado”

Escreve Conceição Lemes: Nessa semana, a pedido do Ministério Público do Rio de Janeiro, a jornalista Rebeca Mafra, do Canal Brasil, teve a casa invadida por policiais e apreendidos um computador, dois HDs externos, pen drives, um iphone sem uso, chips de computador, CDs de fotos e um roteador.

A acusação é de que ela e outras quatro pessoas fariam parte de uma espécie de “quadrilha virtual” organizada para difamar nas redes sociais o senador e candidato do PSDB à Presidência da República Aécio Neves.

Rebeca, além de não conhecer os demais acusados, nunca falou nada de Aécio nas redes sociais.

Em entrevista à TVT, Rebeca confirma que a denúncia partiu do senador tucano.

“Uma denuncia feita pela assessoria de imprensa dele, diretamente ligada à candidatura”, frisa. “Pelo que eu soube, foram 17 buscas e apreensões no Rio. No mandado que tinha o meu nome eram mais quatro pessoas.”

Nenhuma novidade para jornalistas e políticos mineiros. Não à toa deputados estaduais criaram o bloco parlamentar de oposição Minas Sem Censura (MSC), integrado por PT, PMDB e PRB.

“Aécio não tem limites, é um perigo à democracia. Em Minas, não há democracia. O que existe é um poder de exceção feito a partir do dinheiro e do poder”, denuncia Rogério Correia, deputado estadual Rogério Correia (PT-MG) e vice-líder do MSM. “O que acontece hoje em Minas é uma amostra do que Aécio fará no restante do Brasil, se eleito. O caso da jornalista do Rio de Janeiro é a prova.”

“Como Aécio comete ilegalidades na vida pública e apronta muito na vida privada, ele precisa de blindagem absoluta na mídia”, prossegue. “Tem que frear tudo que contraria seus interesses.”

“Aécio fez com jornalista do Rio o que sempre faz em Minas. Censura, cala e até prende quem denuncia o que ele faz de errado”, alerta Rogério Correia.

“Um dos objetivos centrais de Aécio, caso eleito, será limitar o acesso à informação. Tanto que não ele queria a aprovação do marco civil da internet”, previne o deputado.

Rogério Correia fala de cadeira. Em 2010, o então governador Aécio Neves tentou cassar o seu mandato e o do deputado estadual Sávio Souza Cruz (PMDB-MG).

Segue a íntegra da nossa entrevista com um dos mais combativos deputados estaduais de Minas.

Viomundo – Surpreende-o o fato de Aécio Neves ter denunciado ao MP do Rio a jornalista Rebeca Mafra e outras quatro pessoas por difamação, embora ela nunca tenha falado dele na internet nem conheça os demais integrantes da “quadrilha virtual”?

Rogério Correia — Nenhum pouco. Aécio fez com jornalista do Rio o que sempre faz em Minas. Censura, cala e até prende quem denuncia o que ele faz de errado.

O senador não tem limite. Ele é completamente blindado aqui e agora está adquirindo blindagem nacional.

A Folha de S. Paulo fez reportagem sobre o assunto como se fosse um grande escândalo e o senador a vítima. Assim, o blinda, até porque é o candidato desse extrato das elites dominantes brasileiras.

Viomundo – O deputado Sávio Souza Cruz diz que em Minas “está tudo dominado” por Aécio e seus parceiros. Concorda?

Rogério Correia – Assino embaixo. Aqui, o controle de Aécio se dá em todas as esferas: Ministério Público, Tribunal de Justiça, Tribunal de Contas, Assembleia Legislativa… Além disso, há uma blindagem muito forte da imprensa quanto a qualquer tipo de análise negativa que possa ser feita sobre a sua administração como governador ou a respeito de sua vida privada.

Essa blindagem faz com tudo que é negativo em relação a ele se torne inquestionável. Também dá muita tranquilidade para que Aécio e seus parceiros possam agir fora da lei na certeza da impunidade.

Viomundo – Que tipo de impunidade?

Thiago Lucas
Thiago Lucas

Rogério Correia – Vou dar dois exemplos. Um é a não aplicação de recursos estipulados pela Constituição em relação à Saúde e à Educação.

Desde o governo Aécio desviam-se em Minas recursos da saúde. Na gestão Antônio Anastasia, isso virou ação institucionalizada.

Explico. A Constituição determina a aplicação de, pelo menos, 25% dos recursos dos Estados em Educação e, no mínimo, 12% em Saúde. Mas mediante um Termo de Ajustamento de Gestão (TAG), firmado em 2012 com o Tribunal de Contas do Estado, o governo de Minas foi “autorizado” a não cumprir o mínimo constitucional para Saúde e Educação. O Tribunal de Contas deu permissão para o governo de Minas cumprir o que estabelece a Constituição somente depois de 2015.

Um absurdo no campo da gestão pública. E o que é pior. Com o aval do órgão que deveria fiscalizar e impedir que esse tipo de coisa acontecesse.

Apesar de auditores fiscais, parlamentares e três promotores do Ministério Público mineiro questionarem esse absurdo, o governo de Minas nunca recebeu uma punição.

Aqui, tudo é arquivado, esquecido, engavetado,diante do poder ditatorial de Aécio e do PSDB em Minas. O que permite que o senador e aliados, como o ex-governador Antônio Anastasia, saiam impunes. Resultado: Aécio segue infringindo a lei, pois sabe que sairá impune.

Aliás, esta semana, foi noticiado o arquivamento de mais uma denúncia contra o senador tucano.

Viomundo – O outro exemplo.

Rogério Correia — É a Lei 100. Mesmo sabendo que era ilegal, Aécio efetivou 100 mil professores sem concurso público. Ele age com a complacência da Justiça, já que isso vai ser julgado muito tempo depois, quando ele já não estará mais no governo. Em consequência, não dá inelegibilidade para ele.

Depois que ele conquista essa blindagem, ele acha que está impune a tudo, inclusive na sua vida pessoal. Por isso faz também da sua vida pessoal uma baderna.

É o menino mimado do avô. Então, tudo é protegido para ele. A irmãzinha [Andréa Neves] protege-o de tudo o que ele faz de errado. Ele virou um garoto mimado.

Viomundo – Como se dá a blindagem em Minas?

Rogério Correia – Aqui há o que eu chamo de pacto das elites dominantes, que têm um projeto em torno do Aécio. Elas o paparicam com discursos do tipo “Aécio é mineiro e vai retomar Minas”. Essa mesma elite ocupa os mais altos cargos dos poderes Executivo, Legislativo e Judiciário de Minas. No caso da mídia, não é só a elite amiga que mantém o controle, mas também a sua própria família.

É uma ação de mão dupla, pois o governo de Minas garante muitos ganhos para essas classes mais altas. Aqui, já saiu o aumento salarial para o Ministério Público, que ganha o que quer de dinheiro. O Tribunal de Contas e os juízes, idem.

Para eles, não tem tempo ruim. Já para os professores e o pessoal da saúde, são migalhas. Na prática, é tudo para os amigos. A blindagem faz parte dessa troca de favores.

Viomundo – Já quem ousa divergir ou denunciar os malfeitos do senador corre o risco de ser preso.

SOLEDAD CALÉS
SOLEDAD CALÉS

Rogério Correia – É o que ocorreu com o jornalista Marco Aurélio Carone, do Novo Jornal. A pedido de Aécio, o seu site foi fechado e Carone está preso há quase cinco meses, apesar de problemas de saúde.

O Tribunal de Justiça de Minas negou o habeas corpus para libertá-lo e responder o processo em liberdade. A negativa do habeas corpus é uma proteção a Aécio.

O Carone não respeitava a censura imposta por Aécio ao restante da imprensa mineira e Aécio o calou. Assim como ele quis cassar o meu mandato e o do Sávio Souza Cruz. Aécio não admite adversário. Adversário é inimigo que tem de ser aniquilado politicamente.

Viomundo – Aliás, assim como o Carone, a jornalista Rebeca Mafra, do Rio de Janeiro, está sendo acusada de formação de quadrilha, embora ela não conheça os demais acusados.

Rogério Correia – Acho que a formação de quadrilha é a forma que Aécio encontrou no Judiciário para justificar e facilitar desmandos autoritários. Tanto que o Carone e o Nílton Monteiro estão com prisão preventiva acusados de intimidar testemunhas que comprovariam formação de quadrilha. Aécio cala as vozes dissonantes na imprensa e, ainda, se faz de vítima.

Além disso, ele põe os seus parceiros para fazer propaganda suja na internet, contrata robô para baixar o nível nas redes sociais, e o Ministério Público finge que não vê.

É um absurdo o que ele conseguiu agora no Rio de Janeiro. Depois, será no Ministério Público de São Paulo, no Ministério Público Federal… Aécio é um perigo.

Viomundo – Os mineiros estão totalmente a par dessa situação?

Rogério Correia – Uma parcela, sim. Só que, com essa blindagem absoluta, ele passa a imagem que quer. Por isso, boa parte da sociedade mineira desconhece os malfeitos do Aécio.

Viomundo – Diria que a imprensa mineira é responsável por essa desinformação?

Rogério Correia – Completamente. A mídia é fator fundamental. Conseguir pautar nos grandes veículos mineiros alguma notícia que critique o governo de Minas é trabalho árduo. Como Aécio comete muitas ilegalidades na vida pública e apronta muito na vida privada, ele precisa dessa blindagem absoluta, que é garantida por sua irmã Andrea Neves.

Nos dias de hoje, a internet e as redes sociais devem ser o inferno para Aécio, pois elas democratizam muito mais as informações.

Eu acho que, se eleito presidente – o que não acontecerá ! – , um dos objetivos centrais de Aécio será limitar o acesso à informação. Tanto que ele não queria o Marco Civil da Internet.

Ele tem que frear tudo. A ponto de se preocupar com a coitada da jornalista no Rio de Janeiro. Assim como já faz em Minas, ele está usando o Ministério Público do Rio de Janeiro para pôr em prática a sua censura.

Viomundo – O que acontece hoje em Minas poderá se repetir no Brasil?

Rogério Correia — Não tenho a menor dúvida de que o que acontece, aqui, há anos, é uma amostra do que Aécio fará no restante do Brasil, se eleito.

O caso da jornalista Rebeca Mafra é a prova. Por isso, eu reitero: Aécio é um perigo à democracia. Em Minas, não há democracia. O que existe é um poder de exceção feito a partir do dinheiro e do poder.

Aécio não tolera liberdade de expressão

Em Minas Gerais continua preso o jornalista Marco Aurélio Carone, castigado porque denunciou o enriquecimento rápido e ilícito da irmã Andréia Neves, que governou de fato Minas Gerais, nos impedimentos emergenciais do irmão Aécio Neves.

Falou a verdade roubada de Aécio, no País da Geral, o jornalista sofre desemprego, stalking polícial, assédio judicial e cadeia. Aécio é um pequeno César. Empoado Rei Sol

Luís XIV
Luís XIV

 

Professora: “Absurda” a busca e apreensão na UFRJ a pedido de Aécio

 

por Luiz Carlos Azenha

A professora Monica Grin Monteiro de Barros, do Instituto de Filosofia e Ciências Sociais (IFCS) da Universidade Federal do Rio de Janeiro, está no rol dos cinco acusados pelo senador Aécio Neves, candidato do PSDB ao Planalto, de difamá-lo na internet.

Da lista também faz parte a jornalista carioca Rebeca Mafra, que denunciou ter tido a casa revirada pela polícia sem nunca ter feito qualquer comentário ofensivo a Aécio Neves na internet.

Por conta disso, a pedido do Ministério Público do Rio de Janeiro um juiz carioca autorizou busca e apreensão numa repartição da UFRJ.

A professora Maria Paula Araujo, colega dela, considerou a situação “absurda” e um indício de que o senador “não tolera a liberdade de expressão”.

Eis a explicação que ela deu no Facebook, em comentário que nos foi encaminhado por um amigo:

Denúncia

PS do Viomundo: A assessoria do PSDB disse que o senador não pediu busca e apreensão, que foi uma decisão do MP, mas podemos dizer que a ação policial resultou de uma demanda do candidato tucano.

PS2 do Viomundo: Como na caso envolvendo Carla Hirt e outros ativistas do Rio de Janeiro, este é mais um caso em que as pessoas acusadas de “formar quadrilha” não se conhecem!

processo

Leia também: 

Polícia faz busca em casa de jornalista: “Nunca falei nada do Aécio”

Aécio sempre perseguiu jornalistas. Tem medo de quê?

Quando Aécio Neves era governador, um oficial, de sua guarda de segurança, com um revólver engatilhado na cabeça da vítima indefesa, fez uma jovem jornalista se ajoelhar. Aécio promoveu o covarde agressor.

Marco Aurélio Carone publicou vários provas da corrupção desenfreada no governo de Aécio. Resultado: o jornal foi fechado, e Carone está preso incomunicável. Só vai ser solto depois das eleições.

 

Rebeca Mafra

Diário de Centro do Mundo publica:

 

BUSCA, APREENSÃO E INTIMIDAÇÃO: O ESTILO AECISTA SAI DE MINAS PARA O BRASIL

 

 

Os mandados de busca e apreensão de computadores e outros equipamentos eletrônicos na casa de seis pessoas suspeitas de difamar Aécio Neves é uma amostra de seu modus operandi. Esse é o estado de vigilância e intimidação que ele impôs em Minas, cujo resultado é uma imprensa dócil, amedrontada e a favor.

A investigação foi pedida pelo próprio Aécio. O partido emitiu uma nota: “O PSDB, em nenhum momento, requereu a realização de busca e apreensão de quaisquer equipamentos ou documentos, sejam em residências ou em sedes de empresas”.

Fala-se em “quadrilhas virtuais”. Rebeca Mafra, produtora do Canal Brasil, teve seu apartamento na Lapa, no Rio, invadido. “Um grupo de sete oficiais revirou minha casa toda. Levaram um computador, chip da máquina fotográfica, um pen drive e dois HDs externos, tudo material de trabalho”, disse.

“Eu virei perseguida política de um dia para o outro. Eu nunca posto nada de política em rede social. Tenho amigos muito engajados que não sofreram abuso desse tipo. Eu não faço parte do eleitorado dele, mas nunca difamei ninguém. Me sinto insegura. Teria de haver um técnico para que eles realizassem a perícia dos dados sem levar nada, mas levaram isso tudo para a 5ª DP”.

Para além da truculência, há o fator óbvio da ineficácia da medida. Aécio e seus assessores sabem que os boatos não foram inventados por aquelas pessoas e que aquilo não servirá para contê-los. A ideia, porém, é mandar um recado de intimidação. O próximo pode ser você.

E como ficará Rebeca Mafra, que teve a casa ocupada? (Ela conta que escapou de ter a porta arrombada porque uma amiga tinha a chave e viu a movimentação) A quem ela deve apelar?

A Justiça que agiu com rapidez e rigor para apreender laptops não será a mesma. Mas Rebeca, como você, teve um aperitivo do estilo aecista de governar, de lidar com as críticas e, num sentido mais amplo, com o mundo.

próximo morte ameaça polícia censura

Jornalistas que não apóiam Aécio têm casas invadidas no Rio de Janeiro. E são levados na marra: computadores, máquinas de filmar, de fotografar e telefones. Isso é roubo. É ditadura

censor censura2

 

Roubar a ferramenta de trabalho de um jornalista considero um abuso. Isso tem cheiro de ditadura.

Aécio Neves quer o brilho de uma campanha que só mostre suas virtudes. Quer uma campanha de pó de arroz. Perfumada que nem talco. Uma campanha do lava mais branco.

Essas invasões começaram em Minas Gerais, estado que prende e mata jornalistas.

Todo ferramenta levada de um jornalista, a polícia jamais devolve; nem a justiça.

Aécio sabe da probreza dos jornalistas. Não são ricos que nem ele. Um jornalista compra um computador, uma máquina de filmar com sacrifícios inimagináveis.

Além de ser um atentado à democracia, é um ato de censura. Impede que o jornalista independente continue a exercer a profissão. É uma maneira de silenciar, de amordaçar.

Ação movida por Aécio leva Justiça a invadir até casa de jornalista

 

O Ministério Público do Rio de Janeiro determinou nesta quarta-feira a execução de mandados de busca e apreensão contra seis pessoas suspeitas de difamar o senador Aécio Neves (PSDB-MG), a fim de recolher de suas residências computadores, pen-drives, câmeras fotográficas e outros aparelhos eletrônicos.

Os mandados de busca e apreensão do MP foram emitidos após pedido de investigação feito pelo próprio senador e teriam sido cumpridos todos já nesta quarta, três dias antes da Convenção Nacional do PSDB, quando a candidatura do senador à Presidência da República deve ser oficialmente lançada.

A equipe do senador, em nota, confirmou à BBC Brasil o “pedido de investigação dos crimes praticados contra o senador Aécio Neves por quadrilhas virtuais”. Aécio nega, no entanto, que tenha solicitado a “invasão” das residências.

“O PSDB, em nenhum momento, requereu a realização de busca e apreensão de quaisquer equipamentos ou documentos, sejam em residências ou em sedes de empresas”, diz sua assessoria. [Quer dizer que a polícia amiga e a justiça submissa foi além do pedido prende e arrebenta]

A jornalista Rebeca Mafra teve a casa invadida nesta tarde. Rebeca estava no trabalho, na Barra da Tijuca, Zona Oeste, quando recebeu uma ligação do porteiro do prédio onde mora, na Lapa, região central, dizendo que um delegado queria entrar em seu apartamento. Ao telefone, ele ameaçou arrombar a porta se Rebeca não estivesse lá em 15 minutos. Segundo a jornalista, por sorte uma vizinha tinha a chave e conseguiu abrir a porta.
A jornalista Rebeca Mafra teve a casa invadida nesta tarde. Rebeca estava no trabalho, na Barra da Tijuca, Zona Oeste, quando recebeu uma ligação do porteiro do prédio onde mora, na Lapa, região central, dizendo que um delegado queria entrar em seu apartamento. Ao telefone, ele ameaçou arrombar a porta se Rebeca não estivesse lá em 15 minutos. Segundo a jornalista, por sorte uma vizinha tinha a chave e conseguiu abrir a porta.

 

A jornalista Rebeca Mafra foi citada em um dos mandados. “Um grupo de sete oficiais revirou minha casa toda. Levaram um computador, chip da máquina fotográfica, um pen drive e dois HDs externos, tudo material de trabalho”, afirma. “Eu virei perseguida política de um dia para o outro.” [Como acontecia na ditaduras do Cone Sul. Na ditadura de Pinochet e outros brutais assassinos]

Ela nega que tenha escrito qualquer linha contra o senador. “Minha casa está uma ‘zona’. Não entendo o motivo e não tenho nada a ver com o Aécio. Eu nunca posto nada de política em rede social. Tenho amigos muito engajados que não sofreram abuso desse tipo. Eu não faço parte do eleitorado dele, mas nunca difamei ninguém.”

 

‘Padrão’ [da Gestapo]
De acordo com a assessoria do Senador, os pedidos teriam se limitado “aos que são padrão nesse tipo de investigação”.

Segundo o PSDB, a relação de pedidos do partido à Justiça seria a seguinte: “oitiva (ato de ouvir) de testemunhas, depoimento dos suspeitos já identificados como participantes da quadrilha, e providências para apuração se essas pessoas são remuneradas por terceiros pela execução dessas ações”.

Procurado pela reportagem, o Ministério Público do Rio de Janeiro (MPRJ) se limitou a informar que “o MPRJ recebeu representação do senador Aécio Neves e está realizando diligências, que incluem o cumprimento de mandados de busca e apreensão.”

O MP fluminense afirma ainda ter decretado sigilo “porque as diligências estão em andamento”.

Processo [secreto]
A BBC Brasil teve acesso a um mandato de busca e apreensão e também ao processo movido pelo Senador.

O texto do processo, assinado pelo promotor de justiça Luís Otávio Figueira Lopes, pede investigação de supostos crimes contra a honra do senador “através da colocação de comentários de leitores em sites de notícias”.

Ainda de acordo com o processo, os autores dos supostos comentários teriam a intenção de “alterar os resultados dos mecanismos de buscas na internet (por exemplo, o site Google), fazendo com que tais páginas – ainda que substancialmente irrelevantes – alcancem destaque nos resultados das pesquisas eletrônicas”. Fonte BBC Brasil.

próximo morte ameaça polícia censura