Qualquer cidadão que faz greve, que reivindica, que protesta pode ser preso como terrorista. Nos 21 anos de ditadura era rotulado como subversivo/comunista, e sequestrado e assassinado.
No passado e no presente, a lista macabra de mortos, com a etiqueta de “desaparecidos”, falseia o número de vítimas.
Nenhum lugar, na ditadura militar, era seguro. Qualquer semelhança com o Brasil de hoje não é mera coincidência. As polícias dos governadores de Minas Gerais, São Paulo e Rio de Janeiro atuam descaradamente contra os direitos humanos.
E a justiça nem aí.
Para conhecer a Verdade bastava abrir os processos que correram no judiciário a partir de 64, notadamente nos tribunais militares.
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Os ataques terroristas em Santa Catarina não impediram o mais animado Carnaval de Florianópolis.
Quando chegam as forças federais, os ataques param. Foi assim no Rio de Janeiro. Foi assim em São Paulo.
O Estado bola da vez é o Paraná. Os delegados de polícia convocaram a turma do Rio de Janeiro para pegar jornalistas. Mas o pessoal da fronteira é contra. O espalhafato nos jornais pode expor o tráfico, antes comandado pelo general Lino Oviedo.
O assistente de controladoria Carlos Barbossa Meldola, de 33 anos, foi morto domingo último, pela polícia militar de Santa Catarina, com choques de uma pistola taser.
Os jornais de Florianópolis, comprados pelo governador, silenciam o caso.
Ainda retido pela autópsia, o corpo do estudante Roberto Curti, 21, morto pela polícia em Sydney, deve ser liberado na semana que vem. Mas, para cumprir o desejo de levá-lo ao Brasil e realizar um enterro católico, a família estimou que terá de desembolsar US$ 100 mil.
A família não tem esta grana, e o dinheiro da prefeitura de Porto Alegre é para embalos nos finais de semana; do governo do Estado, para a construção de um Coliseu da Copa do Mundo; e o governo federal não paga enterro de brasileiro assassinado no exterior.
Polícia ‘fritou’ ele, diz parente
Roberto Curti, 21 anos
A família de Roberto Laudisio Curti, também morto no último domingo, afirma ter “indícios de que a morte do rapaz foi um erro”. Os policiais “perseguiam outra pessoa e não tomaram o cuidado de identificá-lo antes de fritá-lo“.
A Corregedoria da Polícia Militar de Santa Catarina instaurou um Inquérito Policial Militar (IPM) para apurar as circunstâncias em que ocorreram a morte do assistente de controladoria Carlos Barbossa Meldola, de 33 anos, ocorrida após PMs usarem contra ele um disparo de pistola taser, que emite eletrochoques.
Foi assassinado na madrugada de domingo (25), em Santa Catarina, após ser imobilizado por policiais militares com o uso de choques elétricos de uma pistola taser. Isto é,
torturado e morto.
Segundo informações do 21º Batalhão da PM de Santa Catarina, a ocorrência ocorreu por volta das 4h40 de domingo, quando a mulher da vítima ligou para a polícia afirmando que o casal estava discutindo e o marido estava destruindo o apartamento, localizado no bairro dos Ingleses, na ilha de Florianópolis.
A PM informou que ao chegar ao apartamento do casal, encontrou o rapaz descontrolado e que aparentava ter feito de uso drogas. Os policiais fizeram uso da taser para imobilizar o homem e só perceberam que ele estava sem sinais vitais após acionarem apoio. Dão as cargas elétricas e nem percebem que a vítima não se mexe. Apagou.
Segundo o tenente-coronel Silvio Gomes Ribeiro, comandante do 21º Batalhão da PM de Santa Catarina: “O PM que fez o disparo é um cabo experiente e habiilitado na taser. Não houve falha da PM. O disparo do choque é de uma voltagem fraca, o fabricante diz que não tem como matar uma pessoa. Só o resultado da perícia vai dizer se o choque contribuiu ou não para a morte”. Cabo experiente, essa é ótima. Doutor em choques. Garantia do fabricante: mata não. Mata sim. Taí um homem morto.
Se o fabricante deu essa garantia, que não acredito, precisa ser processado. Mentiu para o governador de Santa Catarina, e para o comandante de sua Polícia.
Os jornais de Santa Catarina publicaram hoje o mesmo release da policia, e sem nenhuma declaração da mulher do morto, como testemunha do crime.
No Brasil essa arma não é recomendada. Muitas dessas armas podem ser disfarçadas nos mais variados tipos de objetos, desde canetas até celulares.
Taser International fabrica e vende diversos modelos de armas de eletrochoque, popularizando seu uso principalmente pelas polícias de diversos países.
Taser do governador do Paraná
In Wikipédia: Mortes relacionadas ao uso de armas de eletrochoque
Um caso recente é de um turista brasileiro de 21 anos, ocorrido em Sydney na Austrália no dia 19 de março de 2012, noticiado pelo jornal local The Sidney Morning Herald.
Outro caso é o de Robert Dziekanski, ocorrido em 14 de outubro de 2007 e que resultou no Inquérito Braidwood. O incidente inflamou o debate a cerca do uso de armas de eletrochoque, especificamente as de fabricação pela Taser Internacional. O resultado parcial do Inquérito, recomenda restrições extensas ao uso de armas de energia em geral, incluindo as armas de eletrochoque.
O mapa das mortes relacionadas com uso de taser no Canadá indica que o alto grau de treinamento das forças policiais no uso da arma não evita a ocorrência de fatalidades. Grupos de direitos civis argumentam que elas aumentam a violência policial, uma vez que não deixam marcas e a morte pode ocorrer horas após o incidente, sendo dada como por outras causas. Após estudos realizados por laboratórios imparciais, como o caso dos estudos realizados em Montreal, Canadá,
a fabricante Taser International deixou de reivindicar que os dispositivos sejam “não-letais”,
e atualmente diz que eles “são mais eficazes e mais seguros do que o uso de outras opções de força.”
O comitê contra tortura das Nações Unidas aponta para o fato de que o uso de armas de energia dirigida como as de eletrochoque pode constituir
um objeto de tortura
devido à dor aguda que eles causam, e alerta contra a possibilidade de morte. O uso dos cintos de descarga elétrica foi condenado pela Anistia Internacional como a tortura, não só para a dor física causada pela arma mas também pelas maiores possibilidades de abuso, uma vez que causa intensa dor sem deixar marcas. Seria a tortura sem contato, facilmente negada.
Tortura legal
Informa o Diário Catarinense:
Em todo o Estado, já foram realizadas cerca de 200 ações envolvendo esses equipamentos. Esta é a primeira vez que uma morte é relacionada ao uso da arma, que é tida pelos policiais como “não letal”.
Três tipos de órgãos podem adquirir Tasers. Primeiro, os de segurança pública e Guardas Municipais, que compram diretamente no fabricante estrangeiro. Depois, empresas de segurança privada, com autorização da Polícia Federal e do Exército para importar esse tipo de arma, que não é fabricada no Brasil. Por último, outros órgãos públicos podem ser autorizados a comprar, de acordo com a necessidade.