Qualquer cidadão que faz greve, que reivindica, que protesta pode ser preso como terrorista. Nos 21 anos de ditadura era rotulado como subversivo/comunista, e sequestrado e assassinado.
No passado e no presente, a lista macabra de mortos, com a etiqueta de “desaparecidos”, falseia o número de vítimas.
Nenhum lugar, na ditadura militar, era seguro. Qualquer semelhança com o Brasil de hoje não é mera coincidência. As polícias dos governadores de Minas Gerais, São Paulo e Rio de Janeiro atuam descaradamente contra os direitos humanos.
E a justiça nem aí.
Para conhecer a Verdade bastava abrir os processos que correram no judiciário a partir de 64, notadamente nos tribunais militares.
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Capaz de também decretar o fim das passeatas de protesto contra a corrupção. Várias manifestações estão marcadas para o dia Sete de Setembro. Goiás é um Estado cheio de presepadas nos três poderes.
Onda de greve nunca mais
Escreve Rodolfo Cardoso
Foi assinado pelo governador Marconi Perillo (PSDB) o decreto de nº (7.964) que estabelece medidas administrativas contra paralisações e greves de servidores públicos.
O texto prevê corte de pontos, instauração de processo administrativo disciplinar para efetivos e exoneração de imediato àqueles que ocupam cargos ou funções comissionadas. Ele também, determina a convocação expressa dos funcionários por meio do Diário Oficial a reassumirem suas funções.
A resolução tem como parágrafo único o seguinte termo: “Somente em caso de acordo celebrado pela categoria profissional com o Poder Público, a fim de que haja a reposição dos dias não trabalhado, é que será autorizado o pagamento dos valores relativos aos descontos na folha”.
O decreto também autoriza o Governo a promover o compartilhamento da execução de atividades com outros entes, a remanejar servidores, mesmo com mudança de domicílio, para substituições e a celebrar contratos temporários em caráter emergencial – “com a finalidade de conter ou mitigar os efeitos provocados por greves, paralisações ou retardamento administrativo”.
A nota técnica, assinada pelo procurador Rafael Arruda Oliveira, diz que a União também editou um decreto no mesmo sentido e nega “pretensão de se disciplinar o exercício do direito de greve constitucionalmente garantido”.
[Lá em MInas Gerais o governador tucano Antonio Anastasia quis acabar com as passeatas. Botou a polícia dele nas ruas. Tem até um viaduto da morte. Mas o povo unido nunca é vencido. T.A.]
As investigações sobre o assassinato do cabo Marcelo Alessandro Campinam Macedo, ocorrido em março desse ano, tiveram desdobramentos na manhã de hoje. Foram cumpridos mandados de busca e apreensão de documentos e outras provas requisitadas pela Delegacia de Homicídios, que concentra os trabalhos.
A principal execução dos mandados foi na residência e trabalho do tenente-coronel Sérgio Ricardo Caetano, titular do Comando de Apoio Logístico (CAL) e citado pela Delegacia de Homicídios como investigado na morte do cabo Capinam. De acordo com o relatório feito ao juiz Jesseir Coelho de Alcântara pelo delegado Murilo Polatti, titular da DIH, “existem fortes indícios de que militares soubessem, com antecedência, de que o cabo Capinam seria executado ou que tivessem até mesmo participação”. O que os investigadores querem confrontar é o envolvimento de um grupo de militares com demonstrações de animosidades entre eles.
Capinam foi morto com uma sequência de tiros disparados por um homem que desceu de uma motocicleta. A caminhonete que o cabo Capinam dirigia estava parada no sinaleiro próximo ao Detran-GO quando o atirador desceu da garupa da moto, escorou na janela do veículo Amarok e disparou ao menos 12 tiros. Junto com ele estavam outros dois homens que também foram feridos sem gravidade.
Cabo Campinam executado. Foto: Edilson Pelikano
As investigações apontam para envolvimento de Capinam e outros militares com um grupo que agia em várias frentes praticando uma série de delitos. “Há indícios de crimes como extorsão, lavagem de dinheiro, estelionato e falsificação de documentos”, explicou um membro do Ministério Público (MP).
No dia em que foi morto Capinam carregava consigo uma grande quantidade de cheques, com valores variando de R$ 30 mil a R$ 40 mil, e que totalizavam pouco mais de R$ 1 milhão. As suspeitas da polícia na época é que o cabo estaria fazendo cobranças para os credores desses cheques. Na época ele estava lotado no 26º Batalhão da Polícia Militar, sediado em Caldas Novas.
Conhecimento
Os investigadores têm como certo que o executor de Capinam sabia de sua rotina e lhe conhecia bem, além de ser altamente treinado em tiro e abordagem, o que aumentou as suspeitas de que se tratava de outro militar. Capinam serviu muitos anos na temida Rotam, Rondas Ostensivas Táticas Metropolitanas, tropa de elite da Polícia Militar. Mesmo sendo militar experiente e saber dos riscos a que estaria exposto ele sequer teve tempo de reagir.
Capinam era acusado de ter sido o autor dos disparos feitos contra a casa do então senador Demóstenes Torres, fato ocorrido em agosto de 2004. Ele teria saído no carro de uma prima sua, à noite, e disparado os tiros na casa de Demóstenes para intimidá-lo como forma de pressão política. A amigos o cabo teria confidenciado algumas vezes arrependimento desse fato e expressado medo de sofrer represálias por isto.
As ligações do cabo Alessandro Capinam com integrantes de facções criminosas é a principal tônica das investigações da Polícia Civil. “O que parece mais correto é que os integrantes de um grupo com forte atuação no submundo do crime esteja se confrontando depois de desentendimentos. Esse processo pode ser entendido como sendo uma autodestruição do grupo criminoso.”