Favela protesta no Rio após enterro do menino Patrick. Mais um negrinho executado pela polícia de Pezão

* Manifestantes fecharam a Autoestrada Grajaú-Jacarepaguá à tarde.

* Patrick, que faria 12 anos neste sábado, levou um, dois, três, quatro tiros na quinta-feira.

 

Os negros enterram mais um filho de negro no Rio de Janeiro, capital do rock
Os negros enterram mais um filho de negro no Rio de Janeiro, capital do rock

 

Foi enterrado por volta das 15h no Catumbi, na Região Central do Rio, o menino Patrick Ferreira de Queiroz. O menor, que completaria 12 anos neste sábado (17), foi executado na quinta-feira (15), por um bando de policiais da UPP Camarista Méier. Parentes e amigos acompanharam a cerimônia num clima de comoção e revolta. Na despedida, familiares cantaram “parabéns”.

Após o enterro, os moradores da favela invadiram as pistas da Autoestrada Grajaú-Jacarepaguá em protesto contra a morte do menino. A mesma Polícia Militar, que matou Patrick, foi chamada para evitar que a via permanecesse fechada.

 

Patrick é enterrado ao som de ‘parabéns’

 

O pai com o menino de colo e o menino de pé, Patrick
O pai com o menino de colo e o menino de pé, Patrick

por Carmen Lucia/ Jornal O Dia

 

Rio – Ao som de ‘Parabéns pra você’, o menino Patrick Ferreira de Queiroz, 11 anos, foi enterrado na tarde deste sábado no Cemitério do Catumbi, na Zona Norte do Rio.

“Era um menino alegre e divertido, gostava de soltar pipa e jogar videogame. Patrick era conhecido pela comunidade, todo mundo gostava dele. Gostaria de pedir ao governador Pezão uma polícia mais preparada na rua. Os policiais precisam fazer cursos, se preparar. Isso que aconteceu com meu filho não pode acontecer mais”, disse Daniel Pinheiro de Queiroz, 48 anos, pai da vítima.

Durante o enterro, familiares cantarem parabéns para Patrick, que faria 12 anos neste sábado. Pai do garoto estava inconsolável Foto:  Márcio Mercante / Agência O Dia
Durante o enterro, familiares cantarem parabéns para Patrick, que faria 12 anos neste sábado. Pai do garoto estava inconsolável
Foto Márcio Mercante / Agência O Dia

Emerson Nascimento, 16 anos, conhecia Patrick desde a infância. “Éramos melhores amigos, fomos criados juntos. Ele nunca foi de briga ou confusão. Quando aconteceu, os policiais não deixaram que eu cobrisse o corpo dele, mas eu fui lá e cobri”, disse o adolescente, emocionado.

No protesto na Autoestrada Grajaú-Jacarepaguá contra a morte do menino, Daniele Sampaio, irmã do Patrick, estava indignada. “Ninguém quer quebrar ônibus ou causar confusão aqui. Era para a família estar fazendo festa e tivemos que chorar a perda dele. A UPP não trouxe nada de bom pra comunidade”, disse Daniele. Por conta do protesto, a via foi interditada parcialmente no sentido Jacarepaguá. O tráfego ficou intenso no trecho. Pelo menos 60 PMs acompanharam o ato.

Família vai processar o estado

A família de Patrick decidiu procesar o estado . A ajuda virá do advogado João Tancredo, ex-presidente da Comissão de Direitos Humanos da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB-RJ). “A bala ‘perdida’ da PM tem alvo: pretos, pobres e moradores de favelas. É preciso que algo seja feito contra os autos de resistência que, com o mínimo de investigação, se revelam como homicídios cometidos pelos agentes do estado”, disparou João Tancredo.

'Deram um tiro e ele caiu sentado. Ao chegar perto, os PMs deram os outros tiros pelas costas', Denise Silva 24 anos, tia do garoto Foto:  Severino Silva / Agência O Dia
‘Deram um tiro e ele caiu sentado. Ao chegar perto, os PMs deram os outros tiros pelas costas’, Denise Silva 24 anos, tia do garoto
Foto Severino Silva / Agência O Dia

Nesta sexta-feira, versões diferentes foram dadas, mas nenhuma esclareceu a morte de Patrick. A Coordenadoria de Polícia Pacificadora (CPP) informou quinta-feira que houve uma troca de tiros entre policiais e traficantes e que Patrick foi baleado. Na delegacia, os PMs envolvidos no caso registraram o fato como auto de resistência (morte em confronto com policiais). No entanto, testemunhas contaram à família que o menino [foi] executado.

“Deram um tiro e ele caiu sentado. Quando chegaram perto, os PMs deram os outros tiros pelas costas. Patrick disse que estava com sede e o policial pegou água e jogou na cara dele”, afirmou a prima do garoto, Denise Balu da Silva, de 24 anos.

Delegado da 25ª DP (Engenho Novo), Niandro Lima, acompanhou a perícia no Morro da Cachoeira Grande, Complexo do Lins, e disse que não foram encontradas cápsulas deflagradas de pistola. Esta seria a arma que, segundo a PM, Patrick portava. O armamento foi apreendido e encaminhado ao Instituto de Criminalística Carlos Éboli. A perícia vai verificar se algum disparo foi feito com a pistola calibre 9 milímetros, se há impressões digitais de Patrick ou de outras pessoas. O laudo sairá em 30 dias.

Nesta sexta-feira, as investigações passaram para a 26ª DP (Todos os Santos). Outra análise, do Instituto Médico-Legal (IML), vai mostrar se havia pólvora nas mãos do menino. Se positivo, o resultado vai contradizer a versão do confronto dada pelos policiais da UPP. O pai de Patrick, o ajudante de caminhão Daniel Pinheiro de Queiroz, 48, voltou a afirmar que foi ameaçado pelos PMs e impedido de socorrer o filho. “Os policiais disseram que, se eu desse mais um passo eu também ficaria estirado no chão igual a ele”, contou Daniel.

[Esta a Polícia Militar do Rio de Janeiro, comandada pelo governador Pezão, que continua a mesma do governador Sérgio Cabral: inimiga do povo, e assassina de mulheres e crianças pobres e negras. Desmilitarização já]

 

 

Durante as campanhas eleitorais o PCC desaparece

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Os governadores reconhecem a existência de governos paralelos em cada estado brasileiro. Esta a razão para comandar um exército de soldados estaduais fortemente armados.

A Polícia Militar de São Paulo tem perto de cem mil homens. As forças armadas de vários países não conseguem recrutar, nem municiar, nem pagar o soldo de uma multidão igual.

Apesar deste poderoso exército, com armas modernas e homens treinados na polícia e no exército de vários países, notadamente nos Estados Unidos e na Escola das Américas, o governador Geraldo Alckmin anunciou solenemente, em outubro de 2013, que estava com a vida ameaçada pelo Primeiro Comando da Capital (PCC), considerada a maior organização criminosa do Brasil.

Coitado! Devia pedir proteção especial à Policia Federal
Coitado! Devia pedir proteção especial à Policia Federal

Pela propaganda oficial, veiculada pela mídia, o grupo capitaneia rebeliões, assaltos, sequestros, assassinatos e o narcotráfico. A facção atua principalmente em São Paulo, mas também estaria presente em 22 dos 27 estados brasileiros.

A organização seria financiada principalmente pela venda de maconha e cocaína, mas roubos de cargas e assaltos a bancos também são fontes de faturamento.

Esquecem de informar que o lucro principal das facções criminosas no Terceiro Mundo passou a ser o tráfico de minérios.

No Brasil não existe uma distinção entre PCC e milícias, formadas por soldados estaduais e policiais civis, e elementos expulsos dessas organizações, e soldados desmobilizados das forças armadas.

O mundo travou guerras do ópio, conflitos armados ocorridos entre a Grã-Bretanha e a China nos anos de 1839-1842 e 1856-1860. E luta, hojemente, a guerra da cocaína nos Andes, financiada pelos Estados Unidos, que possuem plantações de coca legalizadas pela ONU. Trata-se de um estranho monopólio.

O que importa discutir aqui é que um pacto policial, esquisita pacificação, determina a desativação dos PCCs em ano eleitoral.  Com a eleição das bancadas da bala.

O governo paralelo fecha à bala seus redutos eleitorais para o voto de cabresto em seus candidatos, todos com ficha-limpa nas 1001 polícias e tribunais do Brasil.

 

Acontece que o PCC é feito pé de cobra: ninguém sabe onde se esconde, qual o quartel, ou quem lidera em cada Estado. Tão invisível quanto a água nas torneiras da Grande São Paulo. A única prova da existência, apresentada pela polícia, parece piada: todos os capos do PCC estão presos, e acaudilham suas tropas de dentro de presídios de segurança máxima, trancados em celas individuais, sem direitos a visitas e de contato com outros presos, e de comunicação via telefone, via computador, via rádio, com qualquer pessoa viva ou morta.

 

Alckmin, em ano eleitoral, evitar falar em PCC
Alckmin, em ano eleitoral, esquece o PCC

 

 

 

 

Policial sem identificação fica sujeito à punição judicial em Minas. Nos outros Estados… pode ser bandido disfarçado, milícia, infiltrado…

Liminar do Tribunal de Justiça abre espaço para que sanções de descumprimento da norma não se restrinjam à corporação

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Transcrevo trechos de uma reportagem de Bernardo Almeida: Policiais militares que não estiverem identificados podem responder à Justiça a partir de agora, e não apenas ao comando militar. A mudança ocorre após o Tribunal de Justiça de Minas Gerais acatar, parcialmente, um pedido de liminar do Ministério Público, que solicitava uma maior identificação de cada agente.

A Promotoria de Justiça Especializada em Direitos Humanos do MP ingressou com a ação civil pública na terça-feira (17), na 1ª Vara de Fazenda Pública e Autarquias do TJ.

 

A CHARGE DO POLICIAL SEM IDENTIFICAÇÃO

O juiz Michel Curi e Silva reforçou a necessidade de identificação de cada policial militar em exercício, portanto a questão a violação não constituirá somente transgressão do Código de Ética e Disciplina da Polícia Militar, mas também uma violação judicial.

“Na medida em que o poder judiciário reforça a obrigatoriedade de identificação, temos agora como buscar uma responsabilização daqueles policiais que não cumpram a norma, que podem responder agora disciplinar e também judicialmente”, explica a promotora de justiça Janaina de Andrade Dauro, uma das responsáveis pela ação. “Nosso pedido não diz respeito apenas às manifestações de rua da Copa, há um escopo muito maior que é a identificação de todos os policiais, que muitas vezes desrespeitam as normas já existentes na corporação, seja por descuido ou por intenção criminosa”.

Apesar de comemorar a decisão, a promotora já informou que o Ministério Público entrará com um embargo de declaração para reverter a outra parte da decisão, na qual o magistrado entende que não há necessidade de uma identificação mais visível dos nomes de cada policial.

 

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De acordo com a promotora Dauro, equipes de policiamento especializado, como o Batalhão de Rondas Táticas Metropolitanas (Rotam) e o Grupo de Ações Táticas Especiais (Gate) não têm especificadas normas de visibilidade de identificação por cima dos coletes, uma lacuna que a liminar do TJ não contemplou.

Ainda segundo a promotora, o maior rigor na exigência de identificação dos policiais está sendo respaldada pela Corregedoria da PM. Ela diz que, desde as manifestações de rua do último dia 14 de junho, a Corregedoria tornou mais aparente a identificação das fardas dos militares.

 

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cobertura policial segredo polícia indignados

AS MANIFESTAÇÕES DE PROTESTO, LÓGICO, ÓBVIO, EVIDENTE, PACIFICAS, FORAM DERROTADAS POR ESSE EPISÓDIO ASSASSINO, VOLUNTÁRIO OU INVOLUNTÁRIO. NÃO ESMOREÇAM, ÀS RUAS, CIDADÃOS

por HELIO FERNANDES

 

polícia marcha passeata indignados

O lugar comum de todas as autoridades dos Três Poderes, vem sendo repetida há meses: “Somos favoráveis a toda e qualquer manifestação pacífica e sem violência, é um direito do cidadão”. Mas ninguém tomou a menor providência para que essa “manifestação pacífica” se transformasse em realidade.

A morte do cinegrafista

Ontem foi preso o maior suspeito, a responsabilidade agora se transforma para um juiz comum, ou passa para o âmbito do Tribunal do Júri. Essa decisão levará algum (muito) tempo, pois depende do estabelecimento de vários fatores, que não poderão ser esclarecidos em horas ou dias. E terão que ficar sob o comando do delegado, até que conclua o caso, e envie tudo para a Justiça.

Haja o que houver, a palavra final caberá a Justiça. E o principal acusado, agora preso depois de cansativo trabalho, saberá se responde diante de um juiz singular (único) ou perante ao colegiado do Tribunal do Júri. (Thomas Jefferson, um dos “pais fundadores” da independência da República dos EUA, e depois oito anos presidente, escreveu: “O Tribunal do Júri, é um dos pontos mais respeitáveis e respeitados da Justiça”.

Menos naturalmente no Brasil, por causa das mudanças feitas aqui. Desde que esse Júri foi criado na Inglaterra, há mil e 200 anos, pelo Rei João sem Terra, eram 12 os membros e se exigia unanimidade. No Brasil são apenas 7 julgadores e me fartei de assistir grandes julgamentos terminarem em 4 a 3. Pela condenação ou absolvição. Deturpação completa.

O papel dos advogados

O da defesa tem a obrigação de diminuir a responsabilidade do acusado. Dirá: “Meu cliente não conhecia o poder destruidor do artefato”. Outra afirmação: “Ele não tem certeza da capacidade de destruição do rojão. Jogou para o alto, não sabia onde iria cair”. E irá por esse caminho, inocentando o acusado. E naturalmente contestado pelo promotor.

O “conflito de interesses” do advogado Jonas Tadeu

Esse advogado dos milicianos surgiu do nada, antes dos personagens principais. Como e por que se deu sua entrada em cena? Não deve ser muito brilhante, pois os milicianos defendidos (?) por ele, foram condenados a pesadas penas de prisão.

Falando pelos réus, os dois ao mesmo tempo? Problema para o advogado Tadeu

Há visível conflito de interesses. O que disser em defesa do réu inicial, Fábio Raposo, (apresentado por ele, apesar de ter afirmado, “nunca o vi nem conheci”), logicamente vai agravar a situação do segundo réu, o agora preso, Caio Silva.

Sua posição é quase a de um maratonista advocatício. Não tem condições para correr 100 metros, ele mesmo tem que ocupar duas tribunas, defendendo dois réus ou acusados que ele mesmo apresentou e agora representa.

A posição do promotor

Se a questão for decidida na Justiça comum, a acusação caberá ao Ministério Público. Indo para o Tribunal do Júri, estarão presentes, jurados, advogados de defesa, (não apenas um para os dois acusados) e o promotor do Tribunal do Júri. Aí será mais demorado e mais sensacional, o Júri exerce sensação, emoção e repercussão fora do comum.

PS – A televisão ouviu exaustivamente, Procuradores, advogados, Promotores, discordância total. Uns dizem: “A confissão não tem a menor importância”. Outros: “Sem a confissão, a investigação policial terá que ser irrefutável e indiscutível”.

PS2 – Existe uma visível cortina de fumaça, a respeito desse estranho advogado Tadeu. Faltou a verdade várias vezes. Começou apresentando Fábio Raposo, dizendo: “Não o conheço, mas convenci-o a se apresentar espontaneamente, é melhor”.

PS3 – Mais inverdade: “Não conheço Caio Silva, mas tenho um amigo intimo dele. Através desse contato, estou tentando fazer com que se apresente”. É o advogado multiforme, multimultiplo, múltiplo dublador da própria voz.

PS4 – Apesar de tudo, Caio fugiu para todos os lados, foi preso na Bahia, sem conhecer esse Tadeu. Se entregou sem resistência, na Bahia, foi trazido tranquilamente para o Rio.

PS5 – Ninguém sabe se terá esse doutor Tadeu como advogado duplo. Vários outros já se ofereceram para defendê-lo de graça. Consideram que está sendo injustiçado.

PS6 – Dois criminalistas do primeiro time, fui defendido por todos eles, me disseram: “Se o Caio for defendido pelo mesmo advogado acusado que o denunciou, este será inocentado e ele condenado”.

PS7 – Por enquanto não acontecerá nada. Como não há confissão, o delegado Luciano terá que trabalhar dia e noite para obter provas irrefutáveis.

PS8 – O delegado cumpriu com eficiência o seu papel de informar e dialogar com os jornalistas. Duas entrevistas de horas, explicando tudo.

PS9 – Na segunda, presente por mais de duas horas, Fernando Veloso, chefe da Polícia Civil. Era praticamente sua estreia, ganhou nota 10. Paciente, calmo, não deixou pergunta sem resposta.

PS10 – Alguém precisa esclarecer esse fato: o Caio Silva das fotos distribuídas pelo Brasil, inteiramente diferentes. Pela foto, ninguém iria denunciá-lo.

PS11 – Termino como comecei, fazendo apelo ao povo das ruas, para continuarem participando cada vez mais de manifestações. Em vez de mil, um Milhão como se estivéssemos na Candelária das “Diretas Já”, que a Tribuna tanto incentivou. E continuamos, é mais do que uma obrigação, é uma convicção.

“Mães de Maio, Mães do Cárcere – A Periferia Grita”. O Brasil das cabeças degoladas

O Movimento Independente Mães de Maio está de luto.
A doméstica Maria da Conceição Ferreira Alves, 54 anos, morreu às 10h30 desta sexta-feira (10), vítima de câncer, no Hospital Geral de Itapecerica da Serra, na Grande São Paulo.

Maria da Conceição era mãe de Antonio Carlos da Silva Alves, 31 anos, o Carlinhos, sequestrado e morto pelo grupo de extermínio “Os Highlanders”, formado por policiais militares que agiam na zona sul de São Paulo.

Em 8 de outubro de 2008, Carlinhos, portador de problemas mentais, foi sequestrado, segundo a Promotoria e a Polícia Civil, pelos PMs Rodolfo da Silva Vieira, Moisés Alves Santos, Joaquim Aleixo Neto e Anderson dos Santos Sales. O corpo de Carlinhos, decapitado e sem as mãos, foi achado no dia seguinte, numa área de despejo de cadáveres em Itapecerica da Serra (Grande SP). Para os responsáveis pela investigação, a hipótese para o crime é de que, numa abordagem dos quatro PMs, Carlinhos não tenha conseguido falar direito. Sem saber da deficiência, os policiais teriam interpretado como gozação e decidido matá-lo. Com mais cinco PMs, os quatro PMs são acusados de integrar o grupo de extermínio “Os Highlanders”, assim chamado porque 5 das 12 supostas vítimas foram decapitadas.

Desde o sequestro e morte de seu filho, Maria da Conceição e seus familiares lutavam por Justiça. Em julho de 2011, os quatro PMs acusados pela morte de Carlinhos foram condenados a 18 anos anos e 8 meses de prisão pelo crime, mas o julgamento foi anulado pelo Tribunal de Justiça de São Paulo e os PMs estão soltos, à espera de um novo Júri. A defesa dos PMs alegou ao TJ-SP que o promotor do caso cometeu um desvio durante o Júri ao mostrar uma camiseta com a foto de Carlinhos aos sete jurados.

protesto
Maria da Conceição foi uma das autoras do livro “Mães de Maio, Mães do Cárcere – A Periferia Grita”.

A guerreira Maria da Conceição, que foi diversas vezes ameaçada de morte para que não buscasse Justiça pela morte de Carlinhos, escreveu uma carta para a presidente Dilma:

Estou escrevendo esta carta para todos os políticos do Brasil, especialmente para nossa presidenta, a senhora Dilma. Peço o apoio de todos vocês neste momento, o mais difícil e doloroso de toda a minha vida – e não só da minha, mas de toda a minha família.

Tudo mudou em nossas vidas no dia 8 de outubro de 2008, numa quarta-feira, por volta das 17h30. Carlinhos, que estava com 31 anos e tinha deficiência mental, era o meu filho mais velho. Apesar de sua deficiência, trabalhava com um senhor, dono de uma imobiliária.

Quando os inquilinos mudavam ele chamava Carlinhos para pintar as casas. Meu filho sempre trabalhou no mesmo bairro em que moramos há mais de 35 anos. Nunca o deixávamos andar sozinho para longe, pois não sabia ler, escrever nem mesmo falar o próprio nome.

Nesse dia 8 de outubro, ele vinha do trabalho. Faltavam cerca de 100 metros para chegar em casa quando uma viatura do 37º Batalhão da Força Tática (nº 37014, de placa CMW-5209) parou ao seu lado. Um policial desceu do carro já lhe dando uma gravata e o colocou dentro da viatura, no banco de trás, entre dois policiais.

Tudo foi visto por um senhor que é evangélico. Logo em seguida, vizinhos vieram nos avisar que os policiais haviam levado Carlinhos.

Imediatamente peguei os documentos e meu marido telefonou para minha filha Vânia, que tinha ido à padaria .Quando ela voltou, foi logo perguntando: “Foi a Força Tática? Passei por ela e vi uma pessoa no banco de trás, entre dois policiais, e eles empurrando a cabeça dessa pessoa para baixo, tentando escondê-lo”.

Começou então nossa correria para encontrar meu Carlinhos. Temíamos que os policiais fizessem perguntas a ele – com certeza ele não saberia responder, já que não falava o próprio nome. Passamos a noite procurando em várias delegacias e até mesmo em hospitais.

Enquanto isso, Vânia e meus outros filhos ficaram em casa ligando para delegacias ou procurando pelo bairro, na esperança de que os policiais percebessem que ele era deficiente mental e o liberassem.

Chegando na manhã do dia 9, não sabíamos mais onde procurar. Fomos então ao 37º batalhão e pedimos para falar com o comandante. Ele veio falar conosco. Estava muito nervoso.

Fez várias perguntas, uma delas sobre como era Carlinhos fisicamente. Falamos que era magro, de cabeça raspada. Ele não queria essas características, só queria saber se ele tinha alguma cicatriz em algum lugar do corpo. Eu disse que ele tinha uma cicatriz no abdome, devido a uma cirurgia de apêndice, e uma tatuagem em forma de teia de aranha no braço esquerdo – por ele ser deficiente, uma pessoa de má índole que estava aprendendo tatuar usou meu filho como cobaia, fazendo esse desenho sem a nossa autorização.

O comandante ficou desesperado, olhando para outro policia. Perguntei a ele: “O senhor encontrou meu filho? Ele respondeu “ainda não”. Saí da sala e não o vi mais.

Meu marido e um de meus filhos ficaram em outra sala. Desci para fumar e comecei a conversar com uma policial, para quem mostrei a foto de Carlinhos. Um outro policial chegou e perguntou o que estava acontecendo. A mulher respondeu que eu procurava meu filho, que era deficiente mental. Ele disse então: “Por causa desse caso, ‘fui chamado a atenção’”.

Perguntei: “Por quê? O senhor trabalhou por aqueles lados?”. “Realmente ‘fiz’ a Planalto, mas não abordei ninguém com essas características”, respondeu o policial. Perguntei a que horas ele havia “feito” a Planalto, e ele falou que não se lembrava exatamente, mas que havia sido por volta das 17h30.

“Moço, foi nesse horário que pegaram meu filho”, eu disse. A policial que estava comigo falou que eu estava com a foto de Carlinhos. Mostrei para ele – que, olhando para a imagem, disse “realmente” não tê-lo visto.

Fiz então um pedido. “Moço, se o senhor encontrá-lo, por favor, não judie dele nem o deixe jogado. Entre em contato conosco que iremos buscá-lo. Ele não vai saber voltar sozinho e vai se perder.” Sem responder, o policial abaixou a cabeça e saiu.

Peguei meu celular e falei para a policial: “Tenho foto dele aqui. A senhora quer ver?”. Quando ela pegou o celular, chamou o policial, que voltava em nossa direção. “Moisés, ela tem foto dele aqui no celular. Procure para mim”, disse a policial. O colega pegou o celular, mexeu em algumas teclas e logo entregou à mulher, dizendo que não conseguia encontrar nada.

Mal sabia eu que aquele policial, que minutos antes eu havia chamado de senhor, era um dos assassinos do meu filho.

Depois disso, passei por tratamento psicológico e tomo medicamento. Não consigo dormir. Fico a noite inteira acordada, só ouvindo os gritos e gemidos do meu filho.

Deus, como meu filho sofreu. Foi espancado até a morte e decapitado. Arrancaram as mãos e ainda o retalharam.

Esses policiais mataram não apenas o Carlinhos, mas a mim também. Achando pouco que fizeram, ainda ameaçam a mim e à minha família.

No dia 29 de julho de 2010, eles foram julgados e condenados a 18 anos e 8 meses de prisão – mas só ficaram 1 ano e 6 meses presos. O juiz Antonio Augusto Galvão de França Hristov, da 1ª Vara Criminal do Fórum de Itapecerica da Serra, resolveu colocá-los em liberdade, alegando que neste ano não havia mais vaga para um novo julgamento – o anterior foi anulado por causa de uma camiseta que o promotor mostrou no dia do julgamento.

Eles foram soltos no dia 9 de fevereiro e já voltaram a nos ameaçar por telefone celular e mandando mensagens. Já fizemos boletim de ocorrência, mais um – temos todos os B.O.s das ameaças guardados.

Por isso, peço às autoridades competentes que nos ajudem a colocar esses assassinos de volta na cadeia. Ajudem-nos a fazer justiça, antes que eles comecem a decapitar mais inocentes e outras mães sofram. Eu pergunto às autoridades deste país como um juiz solta um grupo de extermínio treinado e organizado no meio da sociedade.

Senhora Dilma, peço a Deus todos os dias que me dê forças para suportar essa dor, esse sofrimento que para mim não tem fim. Sei que a senhora é mãe e deve entender o quanto é doloroso perder um filho, principalmente dessa maneira tão cruel e pelas mãos dessas pessoas que tinham a obrigação de protegê-lo.

Por favor, senhora Dilma e senhores políticos, me ajudem. É o pedido de uma mãe que está clamando por Justiça. Conto em primeiro lugar com Deus e, em segundo, com vocês.

Muito obrigada pela atenção.

Maria da Conceição Ferreira Alves

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Querida dona Maria da Conceição, esteja em paz.
Nós sempre lutaremos para que seu maior desejo seja realizado: Justiça para o sequestro e morte do seu amado filho Carlinhos. Vai em paz, dona Maria. Estaremos aqui para lutar pela memória do Carlinhos.

No foto, dona Maria da Conceição se ajoelha após a condenação dos quatro PMs acusados de sequestrar e matar seu filho. O Júri ocorreu em 31 de julho de 2011, mas depois foi anulado pelo TJ-SP.

Um dos raros registros de dona Maria da Conceição

mães de maio

São Paulo, 10 de janeiro de 2014.

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Hig

Os “Highlanders”, grupo formado por policiais, também atuam no Rio de Janeiro. Eles torturam, matam e degolam suas vítimas, sempre pessoas pobres, moradores de favelas da capital

O grupo de extermínio formado por policiais militares, conhecido como “Os Highlanders”, uma alusão a forma de matar suas vítimas que sempre são decapitadas, é acusado de promover a morte de pelo menos onze pessoas, e todos os corpos foram encontrados sem as cabeças.

Os grupos paramilitares organizados por policiais, são formas de atuar da PM e possuem consentimento do Estado para promover a matança contra, principalmente, a população pobre das favelas. Esses grupos tiveram suas atividades intensificadas durante a ditadura militar, com o conhecido “Esquadrão da Morte”, uma organização que surgiu no final dos anos 60 e era integrado por políticos, membros do Poder Judiciário, policiais civis e militares e financiado pelos empresários. A forma de atuar do Esquadrão era semelhante ao que acontece atualmente com as milícias, também formadas por policiais, que torturam, reprimem e matam a população civil.

Assim como em todos os casos, o grupo de extermínio não era uma pratica isolada de alguns policiais, mas sim parte da política de repressão do governo do Rio de Janeiro. Essa conivência ficou bastante clara com a prisão de três PMs que assumiram os assassinatos, entre eles o soldado Rodolfo da Silva Vieira, filho de um oficial da corporação e protegido do coronel Eduardo Félix, comandante do Batalhão de Choque da PM. O coronel chegou inclusive a ordenar que todos os relatórios onde os PMs citassem a abordagem de pessoas que apareceram mortas posteriormente fossem destruídos, uma forma de eliminar toda e qualquer pista de envolvimento dos PMs, mostrando o envolvimento com o comandante do Batalhão de Choque da PM, ou seja, com a pessoa que organiza e dá toda a linha das operações e da política de repressão.

É preciso ter claro, no entanto, que em nenhum dos casos os assassinos fardados serão punidos, é o que acontece também com os assassinos do Esquadrão da Morte, que até hoje permanecem impunes. A prisão de PMs, em alguns casos, não representa a punição deles, que logo serão soltos, mas mostra a crise existente dentro da Polícia, órgão repressor do Estado, sendo obrigados a encenar a punição de alguns policiais para dar uma espécie de satisfação para a população que não suporta mais as atrocidades cometidas pela PM. (Fonte: Causa Operária)

 

As milícias dominam 45% das favelas do Rio

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Deu em O Globo

As milícias já dominam 454 favelas, de um universo de 1.001 localizadas no município do Rio, revela pesquisa realizada pela antropóloga Alba Zaluar, em conjunto com uma equipe do Instituto de Estudos Sociais e Políticos, da UERJ, e Christovam Barcellos, coordenador do Laboratório de Informação em Saúde do Instituto de Comunicação e Informação Científica e Tecnológica, da Fiocruz. Esse número representa 45% do total de favelas do Rio.

O trabalho também mostra que 370 comunidades, ou 37% do total, ainda são controladas por traficantes de drogas. Já as Unidades de Polícia Pacificadora (UPPs) aparecem em 174, ou 18%, das favelas. A pesquisa também mostra que apenas seis favelas que passaram por processo de pacificação não têm tráfico de drogas: Chapéu Mangueira e Babilônia, no Leme; Batan e Avenida Brasil (bairro Batan), em Realengo; Camarista Méier, no Engenho de Dentro; e Morro Azul, no Flamengo, segundo a pesquisadora.

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Deu na Folha 

ÁREAs DOMINADAs POR MILÍCIAS TRIPLICAM

Em cinco anos, milícias que exploram serviços clandestinos de segurança, vans, venda de botijões de gás e TV a cabo ampliaram sua área de atuação nas favelas do Rio de Janeiro. De 2005 a 2010, triplicou o número de pessoas que vivem em áreas sob o domínio desses grupos, aponta pesquisa. Em 2005, as milícias estavam estabelecidas em favelas que, juntas, tinham 100 mil moradores; em 2010, ocupavam áreas com 300 mil habitantes. As informações são de um estudo do Observatório de Saúde Urbana da Fiocruz (Fundação Osvaldo Cruz) e do Nupevi (Núcleo de Pesquisa das Violências) da Uerj.
(Texto trancrito do ex-blog de Cesar Maia, 
enviado por Mário Assis/ Tribuna da Imprensa)
milicias
Nota do redator: Todo mundo sabe que as milícias são formadas por policiais, ex-policiais e bandidos sem farda. E quem comanda a Polícia Civil e a Polícia Militar é o governador.
O Rio de Janeiro tem 1. 100 favelas. Toda favela é sinal de pobreza No Governo de Sérgio Cabral, o Rio foi rebaixado do segundo para o terceiro maior PIB do Brasil.
A PM do Rio, que mata os Amarildos, é notavelmente eficiente na repressão… aos movimentos sociais, estudantis e grevistas e despejos.
 

 

A pobre vida dos pobres traficantes do Brasil que lidam com milhões de dólares

Por que o traficante de drogas no Brasil reside nas favelas? Movimenta milhões e milhões e prefere morar em miseráveis mocambos. Quando poderia ter uma vida de luxo e luxúria.

No auge de seu império, a revista Forbes estimou Pablo Escobar como o sétimo homem mais rico do mundo, com seu Cartel de Medellín controlando 80% do mercado mundial de cocaína. Sua organização tinha aviões, lanchas e veículos caros. Vastas propriedades e terras eram controladas por Escobar durante esse período, onde ele ganhava uma soma de dinheiro quase incalculável. Estima-se que o Cartel de Medellín chegou a faturar cerca de 30 bilhões de dólares por ano.

 Sandra Ávila Beltrán
Sandra Ávila Beltrán

Escreve Paul Harris: Ela é elegante, atraente e aprecia Botox e as coisas boas da vida – mesmo na prisão. Mas a fantástica carreira de Sandra Ávila Beltrán, a baronesa das drogas mexicana, parece fadada a terminar em uma prisão norte-americana.

Ávila foi extraditada, em 2012, para os Estados Unidos. Conhecida como a “Rainha do Pacífico” por sua imensa influência nas rotas de tráfico de drogas, Ávila é uma das figuras mais excêntricas que surgiram nos últimos anos na indústria do narcotráfico mexicano, cuja violência extrema já causou 60 mil vítimas desde que a ofensiva do governo teve início em 2006. “É uma personagem curiosa. É a primeira chefona realmente sexy a chamar a atenção da mídia. Além de elegante e vaidosa, existe um fascínio por ela por ser mulher”, diz Howard Campbell, especialista em tráfico de drogas mexicano da Universidade do Texas em El Paso.

Há muito tempo os mexicanos são fascinados por Ávila, que é tema de uma popular balada sobre drogas, ou “narcocorrido”, gravada pela banda Los Tucanes, de Tijuana. “A Rainha das Rainhas” inspira o verso: “Quanto mais bela a rosa, mais afiados os espinhos”.

Ávila é famosa por apreciar boas roupas, e dizem que recebia a visita de um médico na prisão mexicana para lhe aplicar injeções de Botox. Ela queixou-se de que as regras prisionais que a impediram de receber em sua cela a comida enviada por restaurantes vizinhos infringiam os direitos humanos. E acreditava que servia de inspiração para a popular novela da TV mexicana, “La Reina del Sur”, sobre uma bela jovem envolvida no perigoso mundo dos cartéis.

México. Imagem publicada na página de Facebook de Serafín Zambada, um dos filhos de Ismael Zambada, líder do cartel de Sinaloa. No Brasil, as fotos dos traficantes são de favelados
México. Imagem publicada na página de Facebook de Serafín Zambada, um dos filhos de Ismael Zambada, líder do cartel de Sinaloa. No Brasil, as fotos dos traficantes são de favelados

Na Ilha do Governador, “e tudo isso ao lado do Galeão”, denuncia a revista Veja: Quem manda e desmanda é um barão das drogas: Fernando Gomes de Freitas, 35 anos, um dos traficantes mais poderosos e sanguinários do Rio e o que há mais tempo escapa por entre os dedos da polícia – no dia 1º de dezembro faz uma década que ele se estabeleceu no comando. Temido, temperamental, sempre cercado de seguranças, Fernandinho Guarabu, seu nome de guerra, controla o transporte, o gás, a TV a cabo, os bailes funk, a religião e, claro, a vida e a morte nos seus domínios.

O conjunto de favelas colado ao segundo aeroporto mais importante do país é uma fortaleza patrulhada dia e noite por um exército armado com mais de 200 fuzis, granadas, coletes e até armamento antiaéreo plantado nos becos. Drogas são vendidas abertamente nas ruelas. O QG de Fernandinho fica no Complexo do Dendê, por onde ele perambula com seus carrões, joias e roupas de grife, dormindo cada noite em um lugar (tem sete filhos com sete mulheres) e brandindo sua arma favorita, o fuzil AK-47 – ‘igual ao do Bin Laden’, como gosta de enfatizar. Nessa década de impunidade, colecionou catorze mandados de prisão por oito homicídios, além de tráfico de drogas, armas e extorsão. Jamais foi detido. Ele garante a liberdade na ponta da calculadora, num exemplo contundente de como a corrupção policial pode ser decisiva para a manutenção de um reinado de horror: o chefão do Dendê paga cerca de 300  000 reais por mês em propinas”.

É incrível: paga, anualmente, quase 5 milhões de reais de suborno para as autoridades brasileiras. Eis quanto a Polícia Militar do Rio de Janeiro é corrupta: “Veja ouviu mais de uma dezena de policiais com passagem pela Ilha do Governador e deles obteve ampla confirmação do propinoduto. ‘Lá no batalhão a gente brinca que o Dendê é o Citibank’, diz um sargento com quase uma década de experiência na área. ‘Os preços variam de 450 a 550 reais por dia de serviço no meio de semana, e até 1 000 no fim de semana, que é pra deixar o baile em paz’, conta um soldado. Uma das mais espantosas investigações ainda em curso sobre a quadrilha indica a participação no esquema até mesmo de uma equipe do Bope, a tropa de elite carioca. Sai caro: 12 500 reais por plantão. Outra parte do pagamento vem em forma de mimos e favores. Certa vez, ao descobrir que um PM não estava conseguindo bancar a festa de 15 anos da filha, o chefão pagou a conta. Em outra ocasião, mandou entregar picanha e linguiça para um churrasco no batalhão, e assim manteve os policiais longe das ruas em um dia de ação mais ostensiva do tráfico”. Confira 

Haja dinheiro! e esse estranho gosto de morar em uma favela. O traficante brasileiro tem mais cara de um bodegueiro, com seu pequeno estabelecimento comercial em uma rua da periferia, uma vida bem diferente de um proprietário de uma rede de supermercados, com residência nos mais paradisíacos lugares, seja no Brasil ou no exterior.

No Brasil, pelo noticiário da imprensa, não existe cartel de drogas, e sim quartéis militares. Outro mito que precisa acabar e já. Do traficante pé no chão.

As escondidas informações do helicóptero do deputado Gustavo Perrella mostram uma outra realidade. Quem comanda o governo paralelo do crime e da corrupção não é nenhum preso preso em prisão de segurança máxima, como pretende convencer a polícia e a grande imprensa. Governo oficial e governo paralelo é sempre um só. Que não existe poder acorrentado, movimentando bilhões. E bilhões. Nem voto de pobreza franciscana.

 “República do Pó” mostra seu Poder   

Texto e charge do Novo Jornal, Minas Gerais

 

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Enquanto a sociedade aguarda uma resposta das autoridades, apresentando os verdadeiros responsáveis pelo tráfico de 450 quilos de cocaína utilizando o helicóptero da família Perrella, as autoridades do Poder Judiciário estadual e federal do Espírito Santo recusam-se a assumir suas funções, utilizando justificativas que não convencem.

Exemplo? Segundo fontes do TRF, o juiz federal do Espírito Santo ao receber o processo transferido pelo juiz estadual solicitou parecer do Ministério Público, indagando se o caso não seria da “Justiça Militar” sob a alegação de que o crime “ocorreu dentro de uma aeronave”.

Evidente que o crime não ocorreu dentro da aeronave, mas sim se utilizando de uma aeronave. Juristas que acompanham o caso afirmam que esta apreensão não é um fato novo, pois nos últimos anos a maioria do tráfico de drogas tem utilizado aeronaves. 

 

Embora guardada a sete chaves, Novojornal teve acesso agora à tarde a movimentação do processo 0010730-56.2013.4.02.5001, que passou a tramitar a partir desta sexta-feira (29) na Justiça Federal capixaba, demonstrando ser verdadeira a informação de nossas fontes sobre o despacho do Juiz Federal. A versão corrente é que nenhum magistrado quer assumir o feito devido aos envolvidos.

 

Em Belo Horizonte, a imprensa ficou assustada com a novidade ocorrida no depoimento do deputado Gustavo Perrella, uma vez que por norma, nem mesmo os carros de delegados e agentes da PF passam pela portaria sem parar e identificar-se. Gustavo Perrella no depoimento prestado na última quinta-feira (28), dentro de um carro de vidros escurecidos passou junto com seu advogado direto pelo portão, dando a impressão que o mesmo teria sido aberto com a antecedência necessária para facilitar o ocorrido.

 

Opinião unânime dos jornalistas que estão cobrindo as ações da Polícia Federal na apuração da apreensão do Helicóptero, pertencente à empresa da família Perrella, que estava transportando 450 quilos de cocaína, é que o comportamento que vem sendo adotado não é comum.

 

Normalmente os delegados evitam emitir juízo de valor e antecipar conclusões investigatórias, o que não vem ocorrendo. Primeiro foi à informação transmitida mesmo antes de ser feito a perícia nos celulares apreendidos, assim como no GPS da aeronave sobre a ausência de suspeita de envolvimento do deputado Gustavo Perrella, agora o mesmo delegado apressou-se em informar à imprensa que a fazenda onde foi apreendida a aeronave não pertencia a um laranja ligado a “família Perrella”.

 

O comportamento vem passando a impressão de que existe uma tentativa em ir pouco a pouco esvaziando o caso. O piloto, co-piloto e demais personagens flagrados descarregando o helicóptero tiveram nesta sexta suas prisões em flagrante revertidas para prisões preventivas pelo juiz estadual de Afonso Cláudio ao encaminhar o processo para o TRF. Leia mais

Outra curiosidade. Toda droga do Brasil vem do exterior. Dos países do eixo do mal para os Estados Unidos. A cocaína é da Bolívia. Nunca do Peru ou da Colômbia. A polícia conhece a origem das drogas e desconhece o destino e o dono.

As armas são de guerrilheiros, exportadas via Venezuela ou Cuba.

Isso não é combate ao crime, parece mais propaganda política internacional.

Outro fato bem interessante: Os Estados Unidos jamais pediram a extradição de um traficante brasileiro. Jamais. É que o Brasil nunca prendeu um barão das drogas. Nunca.  

A guerra interna. Soldados estaduais adestrados para matar ou morrer

O treinamento da Polícia Militar visa mais preparar o soldado para uma guerra, uma luta corpo a corpo, como acontece nos protestos de rua, do que para lidar com o povo.

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Anuncia hoje o Pará: o recrutamento de mais soldados, como se a solução para o fim da criminalidade fosse o aumento do efetivo militar.

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Na Bahia, a guarda municipal passa a usar armas. Em Fortaleza tem até canhão sônico.

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Quando a polícia está infiltrada. De dia é polícia e, de noite, milícia.

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Bahia

Na Bahia, a polícia é responsabilizada pela autoria de chacinas, sequestros, torturas e abusos de todos os tipos.

Como aconteceu na ditadura militar, a polícia vem sendo treinada para combater os inimigos políticos.

Nunca prendeu um prefeito e vereadores corruptos. Deixa as prisões para a polícia federal. Fica na de pegar ladrão de galinha, de “pacificar” favelas, onde entra atirando e derrubando portas.

Para os barões da mídia, que propagaram o golpe de 64, eis a missão da polícia:

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Jornal troca manchetes. O certo: Cadeia para os policiais corruptos do PCC e torcedores violentos e sem castigo vão ser monitorados

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Parece que o governador Geraldo Alckmin teme a própria polícia que comanda. Foi noticiado que estava em uma lista dos marcados para morrer. Notícia de hoje: Um tenente da Polícia Militar foi preso administrativamente na corregedoria da corporação, por suspeita de envolvimento com a facção criminosa Primeiro Comando da Capital (PCC).

Preso administrativamente? Ensina o Site http://www.stf.gov.br:

A PRISÃO ADMINISTRATIVA AINDA ESTÁ EM VIGOR NO BRASIL?

A Constituição federal de 1988, em seu artigo 5o, LXI, afirma que:

“ninguém será preso senão em flagrante delito ou por ordem escrita e fundamentada de autoridade judiciária competente, salvo nos casos de transgressão militar ou crime propriamente militar, definidos em lei”.

Nesse sentido, diante da análise do texto do artigo acima, questiona-se se seria possível ainda no ordenamento jurídico brasileiro, a prisão administrativa prevista no artigo 319 do CPP? Leia

Informa o Portal Terra:

O primeiro tenente Guilherme William Pacheco da Silva, 36 anos, é citado em conversas telefônicas divulgadas recentemente pelo Ministério Público paulista (MP-SP), que apontam a ligação de policiais com membros do grupo criminoso. Ele, que está lotado atualmente no 16º Batalhão de Polícia Militar, é suspeito de associação com o crime organizado.

“A instituição, alinhada com seus objetivos estratégicos de valorizar os bons policiais militares e de adotar instrumentos eficazes de depuração interna, ressalta que está com a atenção redobrada quanto à proteção de seus policiais, bem como atenta, rigorosa e implacável contra eventuais desvios de conduta de seus integrantes”, disse a PM paulista em nota.

Interceptações telefônicas mostram extorsões feitas por policiais civis e militares contra bandidos importantes da facção, que são sequestrados e mantidos em cárcere em delegacias. Até mesmo parte do material apreendido na investigação do MP era colocado à venda aos criminosos.

Em um dos grampos mais graves, agentes do Departamento Estadual de Investigações Criminais (Deic) são flagrados oferecendo arquivos de computadores e pen drives apreendidos na operação que terminou com a morte de Ilson Rodrigues de Oliveira, o Teia, em 2011.

Na chácara em que ele estava, policiais das Rondas Ostensivas Tobias de Aguiar (Rota) mataram três acusados e prenderam outros cinco. Computadores com documentos da facção, uma metralhadora, um fuzil e duas pistolas foram levados para a sede do Deic.

Em outro caso, policiais pedem R$ 300 mil para soltar um dos integrantes da facção conhecido como Jogador, mas aceitaram libertá-lo por R$ 130 mil pagos em duas parcelas – à vista e após 30 dias.

Para evitar uma nova onda de ataques, o governo espera que os chefes do bando sejam enviados por um ano para o Regime Disciplinar Diferenciado (RDD). Além disso, recorrerá a bloqueio dos sinais de celulares nos principais presídios dominados pelos bandidos, um investimento de R$ 30 milhões em 23 penitenciárias.

Apesar da imprensa noticiar com estardalhaço as ameaças do governo paralelo, o PCC, tem autoridade policial que parecer não saber de nada.

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Não é um caso para os panos quentes da possível ilegalidade de uma suave prisão administrativa.

Foram denunciados vários crimes da mais alta gravidade. Que colocam em jogo a vida de um governador, a autoridade do poder executivo e a liberdade e imparcialidade da justiça brasileira.

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Veja link. O PCC constitui um governo paralelo que se espalha por todo o Brasil, conforme a imprensa, principalmente pós a redemocratização, desde que a polícia estava toda voltada para a repressão política, quando eram cometidos crimes de sequestro, tortura e morte de presos que, inclusive, tiveram bens saqueados. Esta polícia, a serviço da ditadura militar pariu a polícia do PCC, para continuar a realizar os mesmos crimes e outros.

Como não existe comando único, a sigla PCC é mais um nome fantasia para esconder termos como milícia, força paramilitar, hoste, bando, quadrilha, chusma,  corja, malta, polícia bandida etc. Em uma mesma cidade podem atuar várias máfias.

Um relatório da Polícia Civil divulgado em março de 2011 responsabilizou dois grupos de extermínio formados por policiais militares por pelo menos 150 mortes na cidade de São Paulo entre 2006 e 2010. Entre as vítimas, 61% não tinha antecedentes criminais, sendo que 20% dos crimes teria sido motivado por vingança, 13% por abuso de autoridade, 13% pelo que o relatório chama de “limpeza” (como o assassinato de viciados em drogas), 15% por cobranças ligadas ao tráfico ou ao jogo ilegal e 39% “sem razão aparente”.

 O 18º Batalhão da Polícia Militar, onde trabalhava a cabo Andreia Bovo Pesseghini, 35 anos, – morta ao lado do marido, o filho, a mãe e uma tia, em agosto último, tem um histórico de suspeitas de corrupção e grupos de extermínio. A cabo Andreia, inclusive, denunciou colegas que participam de uma quadrilha de assalto a caixas eletrônicos.

E o governador Sérgio Cabral garante que a Rocinha está pacificada, apesar dos Amarildos

E o governador Sérgio Cabral garante que a Rocinha, no Rio de Janeiro, está pacificada, apesar dos Amarildos
A investigação tem começar entre a gendermaria estadual. Que o PCC é a famosa milícia, uma tropa de ex-policiais e policiais
A investigação tem que começar entre a gendarmaria estadual. Que o PCC é a famosa milícia, uma tropa de ex-policiais e policiais

Ainda no Portal Terra:A advogada de um dos chefes do Primeiro Comando da Capital (PCC) contou para seu cliente que se reuniu com um ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) e que ele teria se comprometido a avaliar o caso do criminoso. A conversa foi revelada em uma escuta telefônica que compõe a investigação do Ministério Público de São Paulo sobre a facção. O diálogo entre a defensora Lucy de Lima e Edilson Nogueira, conhecido como Birosca, foi gravado em 2010. O objetivo do encontro era tentar autorização para migrar o condenado do regime fechado para o semiaberto. As informações foram publicadas no jornal Folha de S. Paulo.

Morte anunciada: A polícia militar e o planejado sumiço do filho de Amarildo

 

Emerson Gomes da Silva, filho de Amarildo, sequestrado, torturado e assassinado pela Polícia Militar do Rio de Janeiro. O corpo foi enterrado em um cemitério clandestino
Emerson Gomes da Silva, filho de Amarildo, sequestrado, torturado e assassinado pela Polícia Militar do Rio de Janeiro. O corpo foi enterrado em um cemitério clandestino

Não. Não está na lista que aparece Alckmin, ameaçado de morte pela sua própria gendarmaria, a intocável milícia do governo paralelo, formada por policiais e ex-policiais. O filho de Amarildo – que tem os mesmos direitos – de viver, e viver em paz – do governador de São Paulo, vem sendo vítima do terrorismo da polícia de Sérgio Cabral.

Emerson Gomes da Silva, de 20 anos, filho do pedreiro desaparecido Amarildo Dias de Souza, prestou queixa contra o policial militar Lopes Atanazo, da Unidade de Polícia Pacificadora da Rocinha.

Denunciou Emerson que o PM o agrediu quando voltava do trabalho. O caso foi registrado na 15ª DP (Gávea) como abuso de autoridade. É mais do que isso: é stalking com espancamento, e possível tentativa de sequestro.

O jovem afirmou que, por volta das 19h30 de sábado, retornava do local onde trabalha – um restaurante no Parque Lage – quando foi abordado pelo policial na Estrada da Gávea. “Ele disse que queria me levar para outro lugar e conversar comigo. Respondi que eu não iria. Fiquei com medo dele tentar fazer comigo o mesmo que já fizeram com meu pai”.

O PM insistiu, afirmando que ele estava cometendo desacato à autoridade.  O jovem disse, ainda, que o militar tentou agarrá-lo à força e começou a agredi-lo, mas ele resistiu e fugiu. Depois de chegar em casa, Emerson entrou em contato com um advogado que o orientou a registrar o caso na delegacia.

Em outubro do ano passado, esse PM já havia levado o jovem preso até a 15ª DP por porte de maconha. “Só que foi tudo forjado. Ele colocou a maconha nos meus bolsos e quis me incriminar, dizendo que eu era traficante. Tanto que não fiquei preso. Desde então, ele começou a me perseguir e pegar no meu pé” afirmou o filho de Amarildo, que na saída da delegacia mostrou marcas de contusões nos braços e no peito.

O caso foi registrado como abuso de autoridade – delito cujas penas preveem pagamento de multa, detenção de 10 dias a seis meses, além de perda de cargo público por até três anos. Acontece que não vai acontecer nada contra o soldado covarde e espancador. Com base em texto de Carlos Brito, jornal O Dia, e foto de Alessandro Costa.