
Para quem apanhou da PM, cicatriz está aberta
por Vítor Ogawa
Entre os servidores do Hospital Universitário (HU) que estiveram no histórico protesto realizado na última quarta-feira no Centro Cívico de Curitiba, as cicatrizes da violenta ação repressora da Polícia Militar continuam abertas. A psicóloga Carla Maria Pagnossim esteve lá e relatou sua experiência. “Nós estávamos lutando pela tentativa de fazer o Governo Estadual recuar dessa decisão absurda de mexer no fundo (previdenciário), que já é deficitário porque os governantes nunca depositaram as partes que lhe cabiam. Em três ou cinco anos nós não teremos mais fundo”, afirmou. “Eu não acreditei no que fizeram com a gente. Eram mais de 3 mil homens contra 400 pessoas. Os policiais fortemente armados com espingardas, cassetetes, bombas de gás lacrimogênio e spray de pimenta. A nossa arma era um apito verde”, descreveu Carla, visivelmente emocionada. Ela prosseguiu: “Nós ouvíamos os cachorros latirem atrás, e enquanto nos afastávamos, os policiais avançavam sobre a gente. O objetivo deles não era afastar a gente da Assembleia Legislativa, mas nos expulsar da praça Nossa Senhora de Salete, que é enorme. Nada justifica eles lançarem bombas por mais de duas horas sobre a gente. Eles deveriam ter avisado os pais das crianças do Centro de Educação Infantil que ficava ao lado a não levarem elas para a escola”, criticou.
Ouro Verde
Em frente ao Teatro ouro Verde (centro), outros manifestantes protestaram ontem pela manhã contra a repressão feita na Praça Nossa Senhora de Salete, no Centro Cívico. Felipe Godeny, técnico de suporte de uma empresa privada, organizou a manifestação para mostrar que existem eleitores que não aceitam as atitudes tomadas pelo governador Beto Richa (PSDB) após a reeleição. “Eu acho lamentável. Ele poderia ter tomado uma atitude para evitar tudo isso, já que era previsto que tudo isso poderia acontecer, porque é comum algum manifestante querer derrubar grade e querer entrar lá dentro (da Assembleia Legislativa). A polícia deveria se comunicar com os manifestantes e evitar esse tipo de violência”, apontou. Os manifestantes colaram cartazes nos tapumes da obra parada do teatro. “Escolhemos o Ouro Verde para protestar porque ele é símbolo da ineficiência do Estado.” Folha de Londrina
Câmara revoga título de cidadão de Londrina de Beto Richa

por Carlos Oliveira
Os vereadores questionaram durante a sessão, o merecimento do Título de Cidadão Honorário de Londrina concedido ao Governador Beto Richa.
Na avaliação de alguns vereadores, Richa não seria mais merecedor da honraria depois de ter permitido a violenta ação da PM contra os professores no último dia 29 de abril.
O título foi aprovado em janeiro de 2007, e o autor da proposta foi o então vereador Marcos de Freitas. A entrega da honraria aconteceu no dia 4 de abril do mesmo ano.
Por se tratar de projeto ligado a honraria, a tramitação da matéria é secreta, porém, recebi a informação de que o projeto revogando o título de cidadão honorário de Londrina do governador Beto Richa será apresentado.
