Polícia do Rio forja cena de crime para esconder assassinato de jovem

Moradores filmam pms alterando cena de crime após morte de jovem de 17 anos
 Eduardo Felipe Santos Victor, 17 anos. Foto Facebook
Eduardo Felipe Santos Victor, 17 anos. Foto Facebook
Gravação é novo golpe na imagem das UPP’s. Flagrante provoca protestos contra a PM

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Imagem mostra PMs mexendo na cena do crime na Providência
Imagem mostra PMs mexendo na cena do crime na Providência

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Até junho deste ano, a polícia matou em média quase duas pessoas por dia

por María Martín/ El País/ Espanha

A morte de Eduardo Felipe Santos Victor, de 17 anos, no morro da Providência, no centro do Rio, noticiada como a de um narcotraficante que entrou em confronto com os policiais da Unidade de Polícia Pacificadora (UPP), poderia ter sido mais uma em um Estado onde, até junho deste ano, a polícia matou em média quase duas pessoas por dia. Mas dois vídeos gravados por moradores, onde ficaram registrados todos os passos dos agentes ao adulterar a cena do crime, põe em dúvida a versão policial, que afirmou que houve troca de tiros e que encontrou com o adolescente um radiotransmissor, munições e uma pistola.

Nas imagens, gravadas na manhã desta terça, o jovem com a camisa banhada em sangue morre no chão rodeado de três policiais com colete antibalas e fuzis. Aparece na cena um quarto agente que entrega a arma que é deixada junto ao corpo e depois atira para o ar. Outro policial pega uma arma, depois de limpá-la, e a coloca entre os dedos inertes do jovem. Atira. Duas vezes. Levanta e fica, junto aos outros, contemplando o cadáver. Percebe que tem a mão suja de sangue e limpa-se na parede. Corta-se a imagem.

Após a morte do adolescente, o segundo na comunidade em uma semana, o clima ficou tenso. Indignados, moradores protagonizaram vários protestos durante todo o dia nas imediações da favela, na zona portuária do Rio, e atiraram pedras contra os policiais. À noite, segundo relatou o jornal O Globo, um grupo de 50 moradores protestou na frente da delegacia onde os cinco agentes envolvidos foram ouvidos. Houve gritos de “polícia assassina” e tumulto e os policiais lançaram bombas de efeito moral para dispersar os manifestantes.

Mais um golpe para as UPPs

Dois policiais foram presos em flagrante por fraude processual e três estão detidos administrativamente. O secretário de Estado de Segurança Pública, José Mariano Beltrame, determinou “rigor nas investigações com punição exemplar dos responsáveis”, mas as gravações são mais um golpe na agonizante imagem das Unidades de Polícia Pacificadora (UPP) no Rio.

O programa de polícia comunitária acumula escândalos de letalidade policial. O último foi na semana passada, quando Herinaldo Vinicius da Santana, de 11 anos, morreu com um tiro na cabeça em um suposto confronto entre agentes da UPP e traficantes da favela do Caju. A lista é longa, mas o pontencial de sucesso da missão das UPP’s nas comunidades começou a se frustrar de vez com a morte de Amarildo Dias de Souza, o pedreiro da Rocinha cujo corpo ainda não foi encontrado e que foi torturado até a morte na sede da UPP da comunidade em 2013.

O porta-voz das UPPs do Rio de Janeiro, major Ivan Blaz, reconheceu que “o vídeo mostra uma manipulação flagrante que atinge duramente a confiabilidade estabelecido ao implantação da UPP Providência” mas afirmou que “os ganhos estabelecidos pelas UPPs não podem ser perdidas por casos lamentáveis como esse”.

Luiz Eduardo Soares, antropólogo e subsecretario de Segurança Pública no Rio, entre 1999 e 2000, disse em entrevista ao EL PAÍS que a crise nas UPP’s é imensa. “Porque foi feita de forma precipitada, sem a formação policial que teria sido imprescindível. Eu sempre disse que não seria sustentável um programa desse tipo com as nossas polícias. Elas precisam ser profundamente reformadas para ter alguma afinidade com os princípios que nortearam a criação do programa, como ser uma policia de proximidade e garantir direitos”, afirma Soares.

O número de pessoas mortas em supostos confrontos com a polícia aumentou no primeiro semestre do ano no Rio. A quantidade de mortes provocadas por agentes de segurança – policiais militares e civis – foi a maior registrada em um semestre desde a primeira metade de 2011, tanto na capital quanto no Estado, segundo dados do Instituto de Segurança Pública divulgados no UOL. No total, foram 349 casos, um aumento de 21,6% em comparação ao primeiro semestre de 2014.

Polícia mata o mais perigoso bandido do Rio de Janeiro

 

A polícia social do Rio de Janeiro divulga: “Em legítima defesa,  a patrulha que vigiava a fronteira da favela em guerra, foi forçada a  atirar, até que quatro tiros acertassem o corpo do perigoso bandido, traficante, e serial killer Patrick Ferreira de Queiroz. Era matar ou morrer”.

Patrick Ferreira de Queiroz, criança de 11 anos, considerado perigoso bandido, que sempre andava armado
Patrick Ferreira de Queiroz, criança de 11 anos, considerado perigoso bandido, que sempre andava armado

Um, dois, três, quatro tiros em uma criança de onze anos. É muita covardia e crueldade 

 

Hoje o jornal “O Dia” desmente a polícia. Escreve Helio Almeida: O ajudante de caminhão Daniel Pinheiro de Queiroz, de 48 anos, negou nesta sexta-feira que seu filho, Patrick Ferreira de Queiroz, de 11 anos, estava armado quando foi morto por PMs da Unidade de Polícia Pacificadora (UPP) Camarista Méier, na quinta-feira. No Instituto Médico Legal (IML) para a liberação do corpo, ele defendeu o menor e disse o filho não estava envolvido com o tráfico de drogas.

“Escutei os tiros e dez minutos depois um menino disse que o Patrick tinha sido baleado. Vi o corpo do Patrick com a mochila e radinho. O PM me mostrou a arma dizendo que era do Patrick, só que mais tarde me mostrou outra arma”, disse Daniel, pai de mais seis filhos.

Daniel Pinheiro de Queiroz, de 48 anos, negou nesta sexta-feira que seu filho, Patrick Ferreira de Queiroz, de 11 anos, estava armado quando foi executados por PMs assassinos
Daniel Pinheiro de Queiroz, de 48 anos, negou nesta sexta-feira que seu filho, Patrick Ferreira de Queiroz, de 11 anos, estava armado quando foi executados por PMs assassinos

Segundo o pai da criança, Patrick estava brincando, soltando pipa, quando foi baleado. Daniel Pinheiro disse ainda não acreditar na morte da criança. “Quando lembro do meu filho, acho que nada disso aconteceu”.

A prima de Patrick, que não quis se identificar, afirmou que ele foi executado. “Deram um tiro e ele caiu sentado. Quando chegaram perto, eles deram mais três tiros. Meu primo disse que tava com sede e o policial pegou água e jogou na cara dele”, afirmou.

As armas utilizadas pelos policiais militares foram apreendidas e foi aberto um inquérito para apurar a morte do garoto. O inquérito decidirá que os militares devem ser condecorados como heróis. Pela  coragem de enfrentar o perigoso menino de 11 anos. Que bem merecia a pena de morte decidida pela Polícia Militar de Pezão. De acordo com a Coordenadoria de Polícia Pacificadora (CPP), o policiamento está reforçado na Camarista Méier e o clima na comunidade é de tranquilidade nesta manhã.

Como acontecia na ditadura militar, para evitar qualquer manifestação, ainda não se sabe o local, dia e hora do sepultamento de Patrick, cujo corpo não foi ainda liberado.

Será enterrado em uma cova rasa, como indigente.

 

 

A detenção do coronel Alexandre Fontenelle confirma que as máfias continuam agindo nas fileiras da polícia carioca

A maldição policial que domina o Rio
Prisão do coronel da Polícia Militar do Rio de Janeiro, Alexandre Fontenelle, nesta semana: PABLO JACOB
Prisão do coronel da Polícia Militar do Rio de Janeiro, Alexandre Fontenelle, nesta semana: PABLO JACOB

 

 

por Francho Barón/ El País/ Espanha

 

Enquanto o Governo do Rio de Janeiro luta com todas as forças para recuperar a confiança da sociedade em sua Polícia Militar e investe enormes somas de dinheiro em Unidades de Polícia Pacificadora (UPP), com a finalidade de conquistar os moradores das favelas, o câncer da corrupção parece manter-se vivo no cerne da instituição. A detenção esta semana do coronel Alexandre Fontenelle Ribeiro de Oliveira, número três na pirâmide hierárquica da Polícia Militar e principal responsável pelo Comando de Operações Especiais (COE), que aglutina o Batalhão de Operações Especiais (BOPE), o Grupo Aeromarítimo (GAM) e o Batalhão de Choque, três das corporações de elite mais firmes e respeitadas do Rio, confirma que as máfias continuam agindo nas fileiras da polícia carioca e que o problema está longe de ser resolvido.

Fontenelle e outros 24 policiais, entre os quais cinco oficiais, foram capturados durante a operação Amigos S.A., sob a acusação de formar um grupo criminoso que cobrava grandes quantias de dinheiro de comerciantes, mototaxistas, transportadores e motoristas de vans ilegais de passageiros em troca de fazer vista grossa e permitir que continuassem operando irregularmente. A operação representa um novo golpe na credibilidade da polícia do Rio.

O fato é que Fontenelle se uniu há seis anos ao grupo de 24 policiais que tentou proibir judicialmente a exibição do premiado filme Tropa de Elite, no qual as torpezas da Polícia Militar carioca são apresentadas cruamente. O já ex-comandante do COE argumentou que o longa metragem ofendia a honra e a dignidade da instituição. A denúncia foi rejeitada por uma juíza, que a considerou improcedente.

O mesmo policial que outrora alardeou de forma persistente a decência e a ética profissional de sua corporação saiu na segunda-feira passada pela porta de sua residência no rico bairro carioca do Leme escoltado por vários agentes e em meio a uma nuvem de fotógrafos que não perdiam detalhes de sua cara inexpressiva. A operação Amigos S.A. foi o ponto culminante de meses de investigações e escutas telefônicas que levaram à detenção de Fontenelle e 24 comparsas. No momento da captura, o oficial se encontrava em seu apartamento acompanhado da mãe e irmã. Segundo fontes policiais, no interior do imóvel havia objetos ostensivos. Fontenelle, com camiseta esportiva, tinha em sua carteira um papel simplório com rabiscos do que claramente era a contabilidade e a partilha de uma propina. “Eu 10.000”, dizia uma linha do documento. A polícia também apreendeu uma escritura de um imóvel na turística e glamorosa cidade costeira de Búzios, em seu nome.

Segundo a Secretaria de Segurança Pública do Rio, os 25 acusados criavam obstáculos ao trabalho da polícia no bairro periférico de Bangu, “deixando de servir à população”. A promotoria garante que o 14º Batalhão da Polícia Militar, que opera em Bangu, se transformou em uma “vitrine de negócios” ou numa “verdadeira sociedade anônima na qual os lucros provinham da arrecadação de subornos por parte de diversas equipes de policiais responsáveis por patrulhar a área”. Grande parte dos lucros era destinada ao que a promotoria denomina “a Administração”, que em português claro seria a cúpula policial encarregada de comandar a tropa, dar exemplo e manter a paz e a ordem nesse bairro pobre. Comerciantes, transportadores, mototaxistas e vans piratas pagavam semanal ou mensalmente quantidades de dinheiro que oscilavam entre 50 reais e 10.000 reais em troca de obter uma licença oficiosa para continuar com as atividades ilegais.

Da Operação Amigos S.A. se extraem três conclusões imediatas: primeiro, que a cruzada contra a corrupção policial lançada há anos pelo secretário de Segurança Pública do Estado do Rio, José Mariano Beltrame, continua em vigor. Com suas luzes e sombras, a gestão de Beltrame à frente das polícias do Rio não dá margem a dúvidas sobre sua determinação de limpar uma imagem historicamente manchada por inumeráveis episódios de corrupção. Em segundo lugar, a detenção de Fontenelle e seus comparsas deixa um sabor amargo, pois confirma fielmente que nem o mais alto escalão policial está livre de suspeita. Ainda assim, Beltrame declarou que não fará mudanças no comando da Polícia Militar, pelo menos de momento. Por último, o golpe da máfia policial de Bangu ocorre a pouco menos de três semanas das eleições presidenciais e para governador, algo que poderia interpretar-se como um sinal do atual governador, Luiz Fernando Pezão, para o eleitorado carioca, cansado dos frequentes casos de corrupção e amedrontado pela insegurança.

Segundo o Instituto de Segurança Pública (ISP) do Rio, quase todos os indicadores de criminalidade pioraram no Estado durante os primeiros oito meses do ano, comparados com o mesmo período de 2013. Os aumentos mais significativos ocorreram nos seguintes indicadores: homicídios dolosos (11,4%), tentativas de homicídio (31%), roubos a comerciantes (23,5%), roubos de transeuntes (40,3%) e furtos de veículos (31%).

Nem os padres escapam

O crime no Rio de Janeiro não distingue classes, raças nem crenças. Isso ficou evidente na noite da segunda-feira passada, quando o carro oficial do arcebispo da cidade, o cardeal Orani João Tempesta, foi interceptado no bairro de Santa Teresa por três homens armados. No interior do veículo estavam o máximo representante do Vaticano no Rio, um seminarista, o fotógrafo da Arquidiocese e o motorista. Segundo o cardeal, um dos assaltantes o reconheceu imediatamente e pediu desculpas pelo roubo, mas isso não serviu para que a quadrilha reconsiderasse sua ação. Com as armas apontadas para os religiosos, os delinquentes levaram o anel, o colar, o crucifixo, a caneta e o telefone celular do arcebispo. Levaram também todo o material de trabalho do fotógrafo.

Tempesta, que é próximo ao Papa Francisco, conhecido pelo seu trabalho pastoral permanente e muito próximo aos estratos sociais mais humildes, não interrompeu sua agenda após o incidente. No entanto, os ladrões sim alteraram seus planos. Os pertences do religioso foram abandonados em plena rua, em um ato que pode ser interpretado como um posterior arrependimento. O cardeal recuperou tudo. Seu fotógrafo, porém, não teve a mesma sorte.

 

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Silêncio cúmplice. Que pessoal da polícia militar tem as chaves dos cemitérios clandestinos do Rio de Janeiro?

Quais candidatos a governador, senador, deputado federal e deputado estadual vão lembrar os trucidamentos da Polícia Militar do Rio de Janeiro. São milhares de desaparecidos.

Onde estão os assassinos de Márcia? Onde enterraram Amarildo?

 

Amarildo um ano

DIDi HELENE
DIDi HELENE
ESTEVÃO RIBEIRO
ESTEVÃO RIBEIRO
MARA OLIVEIRA
MARA OLIVEIRA
 HARETE
HARETE

Justiça militar. Mulher negra favelada não morre, desaparece. Sumido “saco”

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Uma decisão da juíza Ana Paula Pena Barros, da Auditoria da Justiça Militar, concedeu a liberdade provisória para os três policiais acusados de arrastar o corpo de Cláudia Silva Ferreira, morta após ser baleada durante uma ação da Polícia Militar no Morro da Congonha, em Madureira. Os subtenentes Rodney Miguel Archanjo e Adir Serrano Machado e o sargento Alex Sandro da Silva Alves estavam presos administrativamente desde a segunda-feira.

Presos pelo simplório motivo de não carregar direito, no porta-malas de uma rádio-patrulha, o corpo de uma mulher com duas balas. Eta país injusto, cruel, desumano, desigual, sádico, masoquista e kafkiano. O assassinato de Cláudia Silva Ferreira não foi o motivo da detenção. O arrastamento da cidadã Cláudia Silva Ferreira, baleada, sangrando, até que o corpo ficasse em carne viva, não foi o motivo da detenção ad-mi-nis-tra-ti-va. Eta país sem justiça.

Três assassinos soltos à procura da próxima vítima
Três assassinos soltos à procura da próxima vítima

Informa o portal Terra: Os três policiais militares (PMs) presos por terem arrastado a auxiliar de serviços Claudia Silva Ferreira, no Rio de Janeiro, constam como envolvidos em 62 autos de resistência (mortes de suspeitos em confrontos com a polícia). Pelo menos 69 pessoas morreram em supostos tiroteios com os três soldados estaduais desde 2000. As informações foram publicadas no jornal O Estado de S. Paulo.

O recordista é o subtenente Adir Serrano Machado, com envolvimento em 57 registros de autos de resistência (com 63 mortos). O subtenente Rodney Archanjo aparece em cinco ocorrências (com seis mortos). Já o sargento Alex Sandro da Silva Alves não tinha participação em nenhum auto de resistência até o último domingo, quando um adolescente de 16 anos, suspeito de envolvimento com o tráfico, morreu durante a operação no Morro da Congonha, em Madureira, zona norte, onde Claudia morava.

Acrescente à longa lista de assassinatos, mais um nome: o de Claudia Silva Ferreira.

Foi um crime que escandalizou a imprensa internacional. No Brasil, apenas um ato costumeiro de uma polícia racista, arbitrária e violenta com os favelados, os pobres, os moradores de rua, os sem teto, os sem terra, os bolsas-família, isto é, os negros.

 

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Um “saco” com quatro filhos

 

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A morte de uma mulher no Rio, após ser vítima de uma troca de tiros e ser arrastada por uma viatura policial, mostra como a vida continua perdendo valor no Brasil

 

por María Martín, El País, Espanha

 

O choro dos filhos
O choro dos filhos

primogênito

A morte de Cláudia Silva Ferreira, uma auxiliar de limpeza de 38 anos, vítima de bala perdida e cujo corpo ainda foi arrastado durante 250 metros por uma viatura da Polícia Militar, rebaixou mais um pouco a cotação de uma vida no Brasil.

Seria mais uma morte por um projétil sem rumo, cotidianas trajetórias fatais nas quais a responsabilidade do Estado ainda não foi definida, mas o episódio não acabou no alto do morro da Congonha, em Madureira, no norte do Rio de Janeiro.

Três policiais do 9º BPM (Rocha Miranda), que participaram de uma troca de tiros com supostos criminosos na favela, pegaram a mulher, ferida à bala no pescoço e nas costas, e a jogaram no porta-malas –e não no banco traseiro– de uma viatura. A intenção seria a de socorrê-la, pois o relatório da polícia afirma que a vítima ainda estava viva. Porém, essa prática tem sido questionada infinitas vezes pela quantidade de irregularidades e imprudências que podem ser cometidas dentro de um camburão –o Estado de São Paulo já proibiu em janeiro do ano passado que policiais socorram feridos a tiros.

Desta vez, não deu certo. Um motorista, que com aparente temor de ser surpreendido escondia o celular entre as pernas toda vez que podia ser visto pelos agentes, gravou parte do percurso de Cláudia até o Hospital Carlos Chagas. A gravação, publicada pelo site do jornal Extra, mostra o porta-malas da viatura aberto e o corpo de Cláudia pendurado pelas roupas, enquanto era arrastado ao ritmo da ultrapassagem apressada do veículo policial.

As primeiras informações indicam que vários pedestres e motoristas alertaram aos policiais que arrastavam o corpo de uma mulher, mas foi só em um semáforo que os agentes desceram e carregaram de novo no carro um corpo, agora, em carne viva.

Cláudia Silva, mãe de quarto filhos e responsável pelos cuidados de outros quatros sobrinhos, chegou morta no hospital. Sua filha Thaís Silva, de 18 anos, foi a primeira a encontrá-la sem vida. “Eles arrastaram minha mãe como se fosse um saco e a jogaram para dentro do camburão como um animal”, gritou aos choros a jovem à imprensa. Alexandre Fernandes da Silva, de 41 anos, marido de Cláudia há 20 anos, também disse abalado que arrastaram o corpo da sua mulher como se ela fosse um saco. “A perna dela ficou toda em carne viva. Não podiam ter feito isso com ela”.

A irmã de Cláudia, Jussara Silva Ferreira, de 39 anos, ficou revoltada ao ver o vídeo do traslado da irmã. “Acham que quem mora na comunidade é bandido. Tratam a gente como se fôssemos uma carne descartável. Isso não vai ficar impune. Esses PMs precisam responder pelo que fizeram”, afirmou ao jornal Extra.

Três policias foram detidos pelo episódio. “Eles estão presos em flagrante criminalmente e vão responder por causa da condução do corpo, que não é para ser feita daquele jeito. Vi irregularidades, sim”, afirmou ao Extra o comandante do 9º BPM, tenente-coronel Wagner Moretzsohn.

Em nota, a PM justificou que este tipo de conduta não condiz com um dos “principais valores da corporação, que é a preservação da vida e dignidade humana”.

O corpo de Cláudia, velado por mais de duzentas pessoas, foi sepultado, na tarde desta segunda-feira. O enterro foi seguido de um protesto dos moradores da comunidade contra a violência policial. A polícia não deu informações sobre a origem da bala que matou Cláudia quando ia comprar pão.

O doloroso adeus do esposo
O doloroso adeus do esposo

Desuma polícia de Sérgio Cabral. Mulher é baleada e arrastada por viatura da PM

Mulher arrastada por viatura da PM RJ

 

Eram cerca de 9h desse domingo, quando uma viatura do 9º BPM (Rocha Miranda) descia a Estrada Intendente Magalhães, no sentido Marechal Hermes, na Zona Norte do Rio, com o porta-malas aberto. Depois de rolar lá de dentro e ficar pendurado no para-choque do veículo apenas por um pedaço de roupa, o corpo de uma mulher foi arrastado por cerca de 250 metros, batendo contra o asfalto conforme o veículo fazia ultrapassagens. Apesar de alertados por pedestres e motoristas, os PMs não pararam. Um cinegrafista amador que passava pelo local registrou a cena num vídeo.

A mulher arrastada era Claudia Silva Ferreira, de 38 anos, baleada durante uma troca de tiros entre policiais do 9º BPM e traficantes do Morro da Congonha, em Madureira. Em depoimento à Polícia Civil, os PMs disseram que a mulher foi socorrida por eles ainda com vida, e levada para o Hospital Carlos Chagas, em Marechal Hermes, mas não resistiu. Já a secretaria Estadual de Saúde informou que a paciente já chegou à unidade morta. Ela levou um iro no pescoço e outro nas costas.

TRAJETO DE 250m

A cena começou a ser registrada próximo ao número 796 da Estrada Intendente de Magalhães, na altura da Rua Boiacá, e foi filmada aproximadamente até o 878, onde fica uma agência da Caixa Econômica Federal. A irmã de Claudia, Jussara Silva Ferreira, de 39 anos, ficou chocada quando viu a imagem do corpo da irmã sendo arrastado. Revoltada, ela quer que os policiais sejam punidos:

“Acham que quem mora na comunidade é bandido. Tratam a gente como se fôssemos uma carne descartável. Isso não vai ficar impune. Esses PMs precisam responder pelo que fizeram.”

Antes mesmo de saberem o que havia acontecido com Claudia, familiares tinham desconfiado de que algo pudesse ter ocorrido, já que viram o corpo dela em carne viva ao chegarem no hospital:

“Achamos estranho quando vimos o corpo daquele jeito. Desconfiamos de que tinha acontecido no trajeto até o hospital” relatou Diego Gomes, de 30 anos, primo de Claudia.

Thaís Silva, de 18, filha da vítima e a primeira a encontrá-la morta, já tinha reclamado até mesmo da forma com que os policiais do 9º BPM a socorreram:

“Eles arrastaram minha mãe como se fosse um saco e a jogaram para dentro do camburão como um animal” revoltou-se a jovem.

“Foi revoltante ver aquele corpo pendurado. Eles iam ultrapassando outros carros, e o corpo ia batendo. As pessoas na rua gritavam, tentando avisar os policiais, mas eles não ouviam. Só pararam por causa do sinal e, aí, conseguiram ouvir o que as pessoas diziam. Dois policiais, então, desceram da viatura e puseram o corpo de volta no carro” disse o cinegrafista.

Mãe de quatro filhos, Claudia, conhecida no Morro da Congonha como Cacau, era auxiliar de serviços gerais do Hospital Naval Marcílio Dias, no Lins. Nascida e criada em Madureira, ela ainda cuidava de quatro sobrinhos. A vítima faria 20 anos de casada com o vigia Alexandre Fernandes da Silva, de 41 anos, em setembro deste ano.

Em nota, a assessoria de imprensa da PM afirmou que os policiais do 9º BPM trocaram tiros com criminosos durante uma operação no Morro da Congonha, e um suspeito chegou a ser baleado. Ainda segundo a assessoria, os policiais encontraram a vítima baleada na Rua Joana Resende, ponto mais alto da comunidade. Ela foi levada para o Hospital Carlos Chagas, mas não resistiu. A 29ª DP (Madureira), que investiga o caso, esteve no local para perícia. Dois fuzis usados pelos policiais foram recolhidos para serem periciados.

Revoltados, moradores do Morro da Congonha fizeram protestos pela manhã e também à noite. Eles chegaram a fechar a Avenida Edgar Romero.

mulher arrastada por viatura da PM-RJ como se fosse um saco

Segundo o marido da vítima: “Arrastaram o corpo da minha mulher como se ela fosse um saco. A perna dela ficou toda em carne viva. Não podiam ter feito isso com ela”

Política dos governadores e o estado policial

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Vitória, Espírito Santo
Vitória, Espírito Santo

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Militantes podem ser indiciados por autoria intelectual do crime de incêndio, formação de quadrilha e corrupção de menores em Pernambuco. Temos alertado para a ofensiva criminalizante que os movimentos sociais tem sofrido por parte do Governo do Estado, notadamente, na repressão em dias de manifestações. Mas, não pára por ai, pasmem, há uma tendência de que o Inquérito Policial indicie de maneira aleatória e sem individualização de condutas algumas pessoas. Isto é um absurdo.  Deu no Jornal do Commercio desta quinta-feira
Militantes podem ser indiciados por autoria intelectual do crime de incêndio, formação de quadrilha e corrupção de menores em Pernambuco.
Temos alertado para a ofensiva criminalizante que os movimentos sociais tem sofrido por parte do Governo do Estado, notadamente, na repressão em dias de manifestações. Mas, não pára por ai, pasmem, há uma tendência de que o Inquérito Policial indicie de maneira aleatória e sem individualização de condutas algumas pessoas. Isto é um absurdo.
Deu no Jornal do Commercio desta quinta-feira

Coronel Erir exonerado a bem do serviço público. Foi embora, e não disse onde estava Amarildo

Tem muito poder um comandante da polícia militar no Rio de Janeiro, apesar de subordinado ao Secretário de Segurança, que recebe ordens diretas do governador do Estado.

Pode perdoar fardados bandidos.

Quem tem o poder de perdoar tem o de punir. Aí fala mais alto o corporativismo.

O Estado tem obrigação de divulgar a lista dos anistiados. E os deputados estaduais e as várias justiças – existem as civil e militar, a estadual e a federal – vão investigar as reais intenções do perdão? Foi beneficiado algum parente?

Se o perdão era necessário, por que o coronel foi posto para fora do cargo, e seu ato, estarrecedor para a opinião pública, revogado.

BRA^RJ_EX o coronel que perdoou

Amarildo

Amarildo 2

Escreve o deputado Garotinho: O secretário Beltrame cometeu um erro infantil. Há duas semanas não escondia mais de ninguém próximo que iria exonerar o comandante da PM, coronel Erir Ribeiro. Queria usá-lo como bode expiatório. A notícia vazou e o coronel Erir deu-lhe uma rasteira. Seguiu o raciocínio de que se não escaparia da degola, pelo menos sairia bem com a tropa dando a anistia, de olho numa futura candidatura a deputado estadual.

Na verdade Beltrame demorou a agir porque não tinha definido quem seria o substituto, que deve ser anunciado hoje. O comandante dos sonhos de Beltrame é o coronel Robson Rodrigues, ex-coordenador das UPPs. O problema é que pega mal colocar no comando um coronel que foi punido por prestar serviços à contravenção, faz parte do chamado “Batalhão da LIESA”.

Com seu gesto, Erir deu uma rasteira em Beltrame e deixa uma casca de banana para seu sucessor, que terá que começar tomando uma medida que vai desagradar toda a tropa, que é justamente a revogação da anistia.

Beltrame calado com medo do comandante exonerado

Reprodução da coluna Extra, Extra
Reprodução da coluna Extra, Extra

Cabral e Beltrame sabem que se o coronel Erir resolver falar vai deixá-los muito mal, principalmente o secretário, por conta da ordem para usar de violência nas manifestações, e pelas infiltrações de agentes da P2 para insuflar o vandalismo nos protestos.

Por isso, Beltrame até agora não falou nada e Cabral até agradeceu ao coronel Erir pelos serviços prestados. Isso que é medo!

28 de março de 1968. Com um tiro no peito, caiu morto “um jovem que poderia ser seu filho”

E à medida que o caixão descia para sempre…  por Henrique Bezerra

44 anos do assassinato de Édson Luís de Lima Souto!No fim da tarde ou início da noite do dia 28 de março de 1968, por volta das 18hs foi assassinado o jovem paraense, estudante secundarista (que recém completara 18 anos), Edson Luís de Lima Souto, que jantava, momentos antes de mais uma das constantes manifestações da Frente Unida dos Estudantes do Calabouço (FUEC), no restaurante Calabouço, no Rio de Janeiro. Os estudantes protestavam, “simplesmente”: “contra o aumento do preço da refeição, que consideraram abusivo, e pela conclusão das obras do restaurante” (Valle; 1998, p. 50). Um protesto “simples”, considerando suas reivindicações e por ser uma ação corriqueira naquele restaurante, porém, realizado num momento de intensa tensão política e social, em pleno ano de 1968. O Calabouço funcionava em outro local e fora demolido sem explicação confessada. Porém, acredita-se que tenha sido devido aos preparativos para uma reunião do Fundo Monetário Internacional (FMI), no Museu de Arte Moderna, de onde o antigo Calabouço ficava próximo.

Para alguns, o emblemático ano de 1968 começou com este acontecimento. A partir deste dia, foram inúmeras as manifestações de rua, aglutinando não apenas estudantes, até o decreto do Ato Institucional nº 5 (AI-5) e a avaliação de boa parte dos estudantes – que tinham maior participação na luta estudantil e política – que não havia mais a possibilidade de mobilizações como até então eram desenvolvidas, ou seja, partindo para a clandestinidade que exige a luta armada. O assassinato de Édson Luís, tomou proporções gigantes, devido, principalmente, o caráter explícito e covarde de tal ato. Não se tratava de mais uma pessoa que tinha sido “suicidada” (justificativa bastante utilizada pelos torturadores – como no caso de um outro assassinato, o do jornalista Vladimir Herzog [Vlado]) ou então, “simplesmente”, mais um caso de “desaparecimento” (outra justificativa exaustivamente utilizada pelos partidários do Golpe). Tratava-se, isto sim, de um assassinato! Aos olhos de todos e todas que se faziam presentes naquele restaurante ou ao seu redor – como por exemplo, os jornalistas Ziraldo e Zuenir Ventura, que estavam na redação de uma revista que tinha sede próxima ao Calabouço.

Com um tiro no peito, caiu morto “um jovem que poderia ser seu filho” (frase que se tornou uma consigna nas grandes manifestações do enterro, das missas de Édson Luís e até na passeata dos 100 mil). Na tentativa (frustrada e ridícula) de justificar o assassinato, o General Osvaldo Niemeyer Lisboa, superintendente da Polícia Executiva, afirmou que “a polícia estava inferiorizada em poder de fogo” (Poerner; 1979, p. 293). Aqueles estudantes – e desconheço relatos que afirmem o contrário – estavam “armados” com paus, pedras, garfos, facas, pratos… “Armas” encontradas em qualquer restaurante ou em qualquer rua, ontem e hoje. Mesmo assim, este militar tenta justificar dessa forma. Além disso, segundo o jornal estudantil O Metropolitano, de abril de 1968, ao falar sobre a brutalidade da violência policial, ressalta que a prova de tal brutalidade residia não apenas no assassinato do estudante, mas, também, nas “diversas perfurações a poucos centímetros do chão, nas paredes do restaurante. Pelo menos seis dessas perfurações se encontravam a metro e meio do solo”. (in Valle; 1998, p. 55). Ou seja,atiraram para matar, de fato!

Frente ao ocorrido, o jornal que fazia oposição à ditadura civil-militar no Brasil:
Correio da manhã, no editorial do dia seguinte (29 de março de 1968), se posiciona sem a farsa da imparcialidade:
“Estudantes reuniram-se ontem, no Calabouço, para protestar contra as precárias condições de higiene do seu restaurante. Protesto justo e correto. (…) Apesar da legitimidade do protesto estudantil, a Polícia Militar decidiu intervir. E o fez à bala. (…) Não agiu a Polícia Militar como Força Pública. Agiu como bando de assassinos. Diante dessa evidência cessa toda discussão sobre se os estudantes tinham ou não razão – e tinham. E cessam os debates porque fomos colocados ante uma cena de selvageria que só pela sua própria brutalidade se explica. Atirando contra jovens desarmados, atirando a esmo, ensandecida pelo desejo de oferecer à cidade mais um festival de sangue e morte, a Polícia Militar conseguiu coroar, com esse assassinato coletivo, a sua ação, inspirada na violência e só na violência. Barbárie e covardia foram a tônica bestial de sua ação, ontem. O ato de depredação dos restaurante pelos policiais, após a fuzilaria e a chacina, é o atestado que a Polícia Militar passou a si própria, de que sua intervenção não obedeceu a outro propósito senão o de implantar o terror na Guanabara. Diante de tudo isso, depois de tudo isso, é possível ainda discutir alguma coisa? Não, e não. A Guanabara, cidade civilizada e centro cultural do Brasil, não perdoará os assassinos”. (in Valle; 1998, p. 54).

Com as ruas escuras, mesmo já sendo à noite, as “autoridades da ditadura” efetuavam mais uma tentativa frustrada de “abafar” o que estava acontecendo, inclusive para que as pessoas nas ruas não conseguissem ler os diversos cartazes empunhados pelas que participavam do cortejo fúnebre. E à medida que o caixão de Édson Luís de Lima Souto, descia para sempre, em várias partes do cemitério de São João Batista, no Rio de janeiro, naquele cemitério e em várias partes do Brasil, o juramento era feito e compartilhado: neste luto, começa a luta!”. Pelo direito à Memória… Pela necessidade da luta!Passaram-se 44 anos daquele fim de tarde. 44 anos e a violência de Estado
continua presente como sempre esteve. Em breve, no dia 1º de abril (considero esta data, mesmo sabendo que alguns defendem que o “aniversário” do golpe seja em 31 de março), serão completados 48 anos do golpe civil-militar de 1964. São 48 anos de impunidade, de “verdade velada” (e não revelada). Mesmo com uma presidenta e vários parlamentares que sofreram na pele as conseqüências do golpe, a maior parte dos arquivos da ditadura (ou, ao menos, aqueles que ainda não foram destruídos – prática comum entre os partidários do regime militar) continuam guardados por diversas chaves e sob os olhares atentos dos generais que hoje, no lugar da punição por seus atos, muitos vivem confortavelmente e desfilam como símbolos de vivos de um país que não se importa nem mesmo com sua História. A Comissão da Verdade continua “no papel”. Um engodo que, ao que parece, no máximo, produzirá alguns novos documentos com informações não tão novas assim e, pronto.

Baseados na argumentação de que a Lei da Anistia sela a conciliação nacional, torturadores, partidários do silêncio que deriva do medo, continuam impunes. E diversas mortes, seja a de Édson Luís, Vlado, o alagoano Manuel Fiel Filho – para citar apenas alguns nomes entre tantos “suicidados” e “desaparecidos” conhecidos e anônimos – sejam tratadas como meras “fatalidades”. De acordo com o que foi afirmado pelo cientista social Bruno Lima Rocha:
“Negar que o Estado brasileiro deliberadamente torturou, matou, cometeu desaparição forçada, violentou, liberou seus chacais para saque e botim de bens de opositores é negar a história do país. […] Infelizmente esta mesma negação do óbvio faz com que tenhamos aprovado a Anistia para criminosos oficiais e, ao contrário, das demais democracias do ConeSul, sermos o país que menos puniu a seus antigos algozes”. (A comissão da verdade e o silêncio dos culpados; março de 2012. http://www.estrategiaeanalise.com.br/ler02.php?idsecao=e8f5052b88f4fae04d7907bf58
ac7778&idtitulo=cd8cefe7509e37d3bb41065fc61743a7).
Hoje, seja também de forma explícita e “legal” (como, por exemplo, com a máquina de extermínio legal, que recebe o significativo nome de: Caveirão) ou de formas mais sofisticadas, vários jovens como Édson Luís de Lima Souto, continuam sendo silenciados e/ou assassinados diariamente, principalmente, nas periferias das cidades. Crimes de intolerância parecem ser cada vez mais tolerados pelos quatro poderes (Executivo, Legislativo, Judiciário e Midiático). Aqui e acolá, crimes de ódio às diferenças tornam-se comuns. Por outro lado, as manifestações “por paz” parecem tentativas de conforto pessoal e de tão estéreis soam irônicas. As feridas nos tão surrados Direitos Humanos, continuam abertas. E assim continuarão, até a dignidade ser um sentimento/ação de rebeldia.

Bibliografia:
MARTINS FILHO, João Roberto. Rebelião estudantil: 1968 – México, França e Brasil. Campinas, SP: Mercado das Letras, 1996.
POERNER, Artur José. O poder jovem: história da participação dos estudantes brasileiros. 2ª edição: revistada, ilustrada e ampliada. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 1979.
ROCHA, Bruno Lima. A comissão da verdade e o silêncio dos culpados. Março de 2012. Artigo visualizado em 28 Março de 2012. No portal: http://www.estrategiaeanalise.com.br
VALLE, Maria Ribeiro do. A morte de Edson Luís e a questão da violência. In
MARTINS FILHO, João Roberto (org.). 1968 faz 30 anos. Campinas, SP: Mercado das Letras; São Paulo: Fapesp; São Carlos, SP: Editora da Universidade de São Carlos, 1998
VENTURA, Zuenir. 1968: O ano que não terminou. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 1988.Zona Sul (periferia de Maceió/AL), fim de tarde ou início da noite de 28 de março de
2012 – 44 anos depois. In Provos. Brasil
Henrique Bezerra – henrihc1@hotmail.com