“República do Paraná”. Todo separatista é um traidor, e deve ser preso por pregar uma guerra civil

Celso Deucher, führer do movimento O Sul é o Meu País, numa maquinação realizada em Passo Fundo
Celso Deucher, führer do bródio O Sul é o Meu País, numa maquinação realizada em Passo Fundo

 

É o caso do bunda mole Celso Deucher, escritor medíocre que lidera um movimento de extrema direita, nazista, racista, tucano, que inclusive apela para uma intervenção militar estrangeira, pretendendo separar do Brasil os Estados do Paraná, Santa Catarina e o Rio Grande do Sul.

Esse seboso tropel de traidores da Pátria, ora conhecido como “República do Paraná”, está realizando campanha para derrubar Dilma Rousseff da presidência, repetindo o discurso de Aécio Neves e caterva.

Com “vergonha moral” do Brasil, o apátrida Celso Deucher, presidente do hatajo O Sul é Meu País, pede “desculpas” por ser brasileiro: “cara, eu não sou daquele país lá da bunda grande, da mulata puta, essa imagem que o Brasil faz questão de passar”. 

“A gente vê o governo abrindo mais vagas no Bolsa Família, mas não vê postos de trabalho”, reclama Deucher. “Nós queremos nos livrar, porque esse Estado, Brasília, não nos representa. Ele não diz nada para nós, o que ele diz é só coisa ruim”, conclui. A rejeição a Brasília é o mote dos panfletos que os traidores imprimem e distribuem.

"Para tirar Brasília do nosso bolso"- críticas à política nacional são recorrentes no discurso da mamparra
“Para tirar Brasília do nosso bolso”- críticas à política nacional são recorrentes no discurso da mamparra

Escreve Fernanda Canofre: Os separatistas também se creem injustiçados na representação parlamentar. Deucher reconhece que algumas das “oligarquias que tomaram conta do Estado nacional” são do Sul. Ainda assim, acredita que o cálculo do quociente eleitoral – que divide o número de eleitores pelo número de cadeiras disponíveis – faz com que o Sul nunca seja ouvido. “Como eu preciso de 17 catarinenses para valer um voto de um cara, sei lá, do Acre? De onde que saiu essa conta tão louca que um tem que ter poder econômico e outro tem que ter poder político? Num tempo em que o voto universal é um voto, como que isso continua acontecendo no Brasil, né? Essa questão aí, ela é seríssima. Por quê? Porque ela tira o valor como cidadãos que nós temos, como brasileiros. Tira a nossa força de lutar por aquilo que nós queremos”, frisa.

Na conferência, as “oportunidades” de expansão do movimento e formas de se espalhar a ideia são discutidas durante uma Oficina de Planejamento Estratégico. Um dos participantes sugere que o movimento utilize a mesma estrutura do marketing multinível – o polêmico esquema de pirâmide – esclarecendo que aqui não entraria dinheiro. Ele explica que uma pessoa seria responsável por integrar outras três à organização; essas três, outras três; e assim por diante. Outro integrante reconheceu na ideia uma estratégia também utilizada por igrejas evangélicas para arrebanhar mais fiéis: “Ah, sim, na igreja chamamos isso de igreja em células. Pode funcionar!”, exclama.

O livro é a mistura do Mein Kampf de Hitler com histórias dos movimentos libertários do Sul. Uma salada para fanatizar a elite branca que não se sente brasileira
O livro é a mistura do Mein Kampf de Hitler com histórias dos movimentos libertários do Sul. Uma salada para fanatizar a elite branca que não se sente brasileira

Mas a polêmica maior é o ter ou não ter participação ativa na política brasileira. Um dos participantes, Hermes Aloisio, vice-presidente do movimento em Passo Fundo, foi também candidato a vice-governador do Rio Grande do Sul pelo PRTB, o partido de Levy Fidelix. No programa de governo de sua coligação, o plebiscito pela “autodeterminação política e econômica” é uma promessa. Deucher tenta se afastar disso. Fala que alguns políticos já demonstraram interesse em apoiá-los: “Só que nós não queremos esses apoios, entendes? Porque os caras são sujos, pô”.

Na mesma época em que os catarinenses tentavam reunir os três estados sulistas em torno da causa com a fundação de O Sul é Meu País, em Porto Alegre, a República Federativa dos Pampas virava notícia nacional. Em 1993, Irton Marx, presidente da organização que defendia um território independente só para os gaúchos, protagonizou uma reportagem no Jornal Nacional da Rede Globo defendendo um país que falasse alemão. Acabou sendo acusado de nazista e processado pelo Estado. Uma imagem que, mesmo com a absolvição de Marx, ainda assombra os separatistas de hoje.

“O cara (Marx) criou um país inteiro. Ele sentou numa mesa e – com o perdão da palavra – se masturbou com a ideia e botou tudo ali. (…) Ele era radical, personalista, era ele que era o gostosão do negócio. Era ele que ditava as ordens, e isso começou a desagradar todo mundo”, critica Deucher. Depois da secessão sulista, o movimento representado por ele decidiu se legalizar, registrando inclusive um CNPJ, se formalizando como pessoa jurídica.

O presidente alega que, na década de 1990, o grupo foi espionado pelo governo. Pessoas que se apresentavam como interessados na causa participavam das reuniões, gravavam conversas e, um tempo depois, aparecia um processo contra os separatistas. Outras vezes, recém-chegados pediam a palavra e revelavam um discurso fascista. Deucher conta que isso ainda se repete vez ou outra. Há oito meses, um militar da reserva gravou um dos encontros e registrou representação contra ele no Ministério Público com base na Lei de Segurança Nacional.

Ainda que Deucher critique o personalismo de Irton Marx, é difícil separar sua figura de O Sul é Meu País. Ele mesmo admite ser procurado para palestras dentro dos movimentos de Minas Gerais, São Paulo, Rio de Janeiro e Amapá como referência do assunto.

Para Celso Deucher, o separatismo é pessoal. Vem daí sua terceira razão para a criação de um novo país: “É tu te sentir parte de um país. Nós não nos sentimos brasileiros. Não sei o porquê. Não sei o que é que houve. Cara, como é que tu vai me obrigar a me sentir brasileiro? Entendeste? Não tem outra nacionalidade que eu me sinta mais. Eu não me sinto alemão, não me sinto italiano, não me sinto nada: eu me sinto sulista”, revela. Assim como a maioria dos separatistas reunidos na conferência, além da geografia e mesmo a neve que, para eles, “respeita os limites geográficos” e não cai em São Paulo, o que os afasta da ideia do Brasil como nação é que o país passou a representar vergonha moral.

Os nazistas, como faziam os integralistas de Plínio Salgado, usam frases indígenas como slogam. Fotografias de Fernanda Canofre / Vice Brasil
Os bichos da República do Paraná, como faziam os integralistas de Plínio Salgado, para enganar os tolos, usam frases indígenas como slogans. Fotografias de Fernanda Canofre / Vice Brasil

– Esse sentimento interno, essa coisa dentro de mim, dentro de milhões de outras pessoas, de não se sentirem brasileiros, de terem vergonha de serem brasileiros, de quando perguntada ‘De que país tu é?’, ‘Cara…meu, eu sou do Brasil, bicho. Desculpa’. Entendeste? Tu implorar desculpas pras pessoas por ser do Brasil. Cara, eu não sou daquele país lá da bunda grande, da mulata puta, do não sei o quê – eu não sou. Peraí, cara. Não é isso. Sabe, essa imagem que o Brasil faz questão de passar. Sabe, do tráfico humano, do tráfico sexual. Sabe, esse país erótico em que as menininhas com doze anos colocam os peitinhos para fora e chamam os gringos pra virem comer elas (sic). Esse país não é o meu, cara – destaca.

“Mas tu não achas que exploração sexual acontece no Sul também?”, perguntei. – Acontece, acontece muito, justamente por quê? Porque nós temos lá inclusive uma sulista, uma Xuxa da vida, que erotizou a mulheradinha desde pequenininha. Qual é o negócio? Mostra a bundinha, filha. Mostra os peitinhos, filha. Diz que tu é gostosa, filha. Tu me entendeu? Quem é que fez isso, onde é que tá a mística desse troço aí? TV e outros meios de comunicação que sempre trabalharam isso como produto nacional. Nós somos um povo querido, alegre, e nossas mulheres são as mais gostosas. Não é isso? É isso que nós vendemos lá fora”. Leia mais

 

 

Passeata do retorno foi uma piada. As leis da ditadura contra o povo continuam em vigor

Deputado Jair Bolsonaro liderou a passeata no Rio
Deputado Jair Bolsonaro liderou a passeata no Rio

 

Começa com o fim da estabilidade no emprego e a repressão aos protestos populares (protesto é coisa de traficantes, de arruaceiros, de baderneiros, de vândalos, de terroristas). Também são consideradas ilegais as greves. Faz greve quem fiscaliza, prende e condena.Passeatas para fazer cumprir as promessas eleitorais estão proibidas. Quando as marchas pela Família, Propriedade e um deus nada cristão continuam. E fazer a apologia do golpe é permitido, para eleger a bancada da bala.

cartaz manifesto

Quase três décadas após o fim da ditadura (1964-1985), o Brasil continua regido por uma série de leis, práticas e códigos criados pelos militares

por João Fellet/ BBC

São daquela época, por exemplo, as atuais estruturas tributária, administrativa e financeira do país. E mesmo após a Constituição de 1988 definir como pilares do Estado brasileiro a democracia e o respeito aos direitos humanos, seguem em vigor normas e práticas que, segundo especialistas, contrariam esses valores.

Gilberto Bercovici, professor de direito econômico e economia política da Universidade de São Paulo (USP), diz que, em busca de refundar o país e valendo-se de medidas autoritárias, os militares redefiniram as regras de várias das principais áreas da administração pública.
As ações, segundo ele, anularam os esforços da Presidência de João Goulart (1961-1964) para ampliar a participação popular na gestão do país.
“Até hoje isso (maior participação popular) não foi recuperado. Parece que temos na nossa democracia certos limites que não podem ser ultrapassados”, diz.

Práticas policiais

Ainda que a Polícia Militar (PM) tenha sido criada antes do Golpe de 1964, organizações que militam pelos direitos humanos dizem que, durante a ditadura, foram incentivadas práticas que violam esses valores e que seguem em vigor.
O advogado Eduardo Baker, da ONG Justiça Global, cita entre esses mecanismos o crime de desacato, “usado pela polícia como forma de intimidação em sua atividade cotidiana”. “A existência dele permite que um policial leve qualquer um para a delegacia, colocando o policial acima do cidadão.”
Outra prática criticada é o registro de mortes provocadas pela polícia como “autos de resistência”. Segundo a Justiça Global, o mecanismo visa proteger policiais infratores e impedir a investigação de execuções sumárias.
A Secretaria Nacional de Segurança Pública não se pronunciou sobre as críticas. Tramita no Congresso um projeto de lei que prevê a investigação de mortes e lesões corporais cometidas por policiais durante o trabalho, mas não há prazo para a sua votação.

Código Penal Militar

Aprovado em 1970, o Código Penal Militar dá margem para que civis sejam investigados por cortes militares. Organizações dizem que essa possibilidade, inexistente em vários países democráticos, contraria a Constituição de 1988. Elas defendem a extinção do código.
Críticas à manutenção da legislação ganharam força em 2008, quando o economista Roberto de Oliveira Monte se tornou réu na Justiça Militar acusado de “incitar à desobediência, à indisciplina ou à prática de crime militar” e “ofender a dignidade ou abalar o crédito das Forças Armadas”.
A acusação se embasou em palestra feita por Monte em 2005, quando ele criticou as humilhações sofridas por militares por seus superiores e defendeu que os praças pudessem se sindicalizar. Já a Procuradoria de Justiça Militar diz que Monte fez “apologia à insubordinação” e empregou termos ofensivos ao Exército. (Transcrevi trechos)

Passeata do retorno. Esse cara parece aquele pastor que deu um chute na santa. O Papa Francisco jamais aprovaria tal abuso: o crime da apologia da ditadura. Não existe ditadura em nome de Deus. O Papa Francisco foi contra a ditadura na Argentina.
Passeata do retorno. Esse cara parece aquele pastor que deu um chute na santa. O Papa Francisco jamais aprovaria tal abuso: o crime da apologia da ditadura. Não existe ditadura em nome de Deus. O Papa Francisco foi contra a ditadura na Argentina.

Minha homenagem à Marcha da Insensatez, com Língua de Trapo

Definiu Gilmar Crestani para postar o vídeo

 

TRP pede passagem, pra mostrar sua bateria
E seu passado de coragem, defendendo a Monarquia
Salve Pinus Zorreira Zorrileira, precursor da linha-dura
Grande baluarte da ditadura
Legislador da Inquisição, implacável justiceiro
Homem de grande erudição, lia Mein Kampf no banheiro
No tribunal de Nuremberg, defendeu o Mussolini
Sob os auspícios do Lindenberg
E hoje ele se preocupa com a infiltração comunista
No clero progressista (e o Lefebvre)
Lefebvre, fiel companheiro incomparável amigo,
Irrepreensível mentor
Exerce completo fascínio e vai incutindo em Plinus
O gênio conservador
Digno de um poema do Ezra Pound, quer que o
Brasil se transforme num imenso Play Ground
No carnaval a escola comemora nascimento de Nossa Senhora
E a defesa da tradição, cantando esse refrão:
Anauê, Anauê, Anauá, TRP acabou de chegar
E hoje sou fascista na avenida, minha escola é a mais querida
Dos reaça nacional
Plim, plim, plim, plim, plim, plim, plim, plim, plim,
Era assim que a vovó seu Plinus chamava

O nazismo à Plínio Salgado. Manifestante exibe bandeira do Integralismo durante Marcha da Família com deus (que deus?) pela Liberdade.
O nazismo à Plínio Salgado. Manifestante exibe bandeira do Integralismo durante Marcha da Família com deus (que deus?) pela Liberdade.

 

A Marcha da Família em São Paulo foi o encontro das senhoras de Santana com os skinheads

por Mauro Donato

Marcha em São Paulo
Marcha em São Paulo

Enfim, não é uma lenda urbana. Eles existem. E não são 500, como emissoras de TV disseram. O final da Marcha da Família com Deus na Praça da Sé tinha cerca de mil integrantes ou mais. O que, se não é muito, também não é pouco.

Trata-se de um pessoal que tem uma visão no mínimo exótica sobre como se toca uma nação. Fiquei a me perguntar se com suas empresas alguns deles agiriam da seguinte maneira: “Bom, os negócios não vão bem. Chamem o pessoal da segurança e vamos colocar a administração nas mãos deles.” É essa a brilhante ideia?

Pois foi unânime o pedido de intervenção militar já. E demais pautas típicas. Contra a corrupção, fora PT, fora Dilma, Lula na cadeia, cadeira elétrica aos mensaleiros.

Que quem é contra deve ir para Cuba ou Venezuela. É o “ame-o ou deixe-o” reeditado.

Senhoras, senhores, representantes da maçonaria, da igreja católica, skinheads e integralistas. Caras pintadas e roupas verde-amarelas. Discursos inflamados a respeito da existência de um grande complô comunista em andamento. Faixas em apoio à manutenção da militarização das polícias. Hino nacional na concentração e durante todo o trajeto.

Mas nem tudo é paz para a família e seus deuses.

Desde o início, na Praça da República, abordagens altamente intimidadoras contra quem estivesse de camiseta vermelha ou preta terminavam em conflito. A polícia precisou agir várias vezes e retirar o “estranho no ninho” que, cercado, ouvia os gritos de “Fala agora que a polícia não protege, comuna filho da puta.”

Manifestante espanca quem veste preto, na Central do Brasil, no Rio de Janeiro. Se vestisse vermelho estaria morto (T.A.)
Manifestante espanca quem veste preto, na Central do Brasil, no Rio de Janeiro. Se vestisse vermelho estaria morto (T.A.)

Conflitos que durante o trajeto ganharam contornos ainda mais sinistros. A família tem tolerância zero. Em frente à faculdade de direito no Largo São Francisco, uma dupla de amigos encenou um apoio à causa gay. Foram agredidos a pontapés e tiveram seus cartazes rasgados. A agressão só não terminou em algo pior devido à proteção da imprensa.

Mas na Sé outras brigas, feridos e pelo menos uma detenção evidenciaram o enorme desrespeito pelas diferenças. “Ou pensa igual a mim ou lhe quebro a cara.” No Anhangabaú, um grupo de fãs do Metallica a caminho do show foi confundido com black blocs (roqueiros vestem-se de preto, filhos de família não). Foi preciso muita gritaria para que não fossem linchados.

Não ocorreu o aguardado confronto entre as duas manifestações (uma antifascista havia saído da mesma Sé, mas rumou em outro sentido). Sorte. A “segurança” da Marcha da Família estava com sangue nos olhos. Os mastros das bandeiras eram de ferro.

A todo instante os carecas criavam uma tensão no ar com boatos sobre o iminente confronto com black blocs que estariam a caminho. Por fim, simularam estar indo embora mas foram acompanhados de perto por 4 ou 5 jornalistas. Dentro do vagão, um contínuo cochichar entre eles deixou passageiros temerosos. Em determinado momento, tomaram conta de todas as portas e saíram apenas durante o sinal sonoro, permanecendo ainda em frente na plataforma para que não mais os acompanhássemos. Estava nítido que não estavam indo embora, a caça aos black blocs iria prosseguir sem a presença da imprensa.

Em 1964, quinhentas mil pessoas fizeram exatamente o mesmo trajeto da praça da República até a Sé e, poucos dias depois, deu no que deu.

Desta vez foi modesto, porém ocorreu em várias cidades do país e tem um agravante para os dias atuais: eles também saíram do Facebook.

 

Registra o Diário de Pernambuco: Na Praça do Derby, em frente ao quartel da PM, até às 15h, apenas seis pessoas se manifestaram.
Registra o Diário de Pernambuco: Na Praça do Derby, em frente ao quartel da PM, até às 15h, apenas seis pessoas se manifestaram.
Marcha em São Paulo
Marcha em São Paulo

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TFB centro São PPaulo marcha

TFM marcha

Um cartola que o passado condena

por Mário Augusto Jakobskind

 

CPI já

 

Fez bem o deputado Romário ao propor a abertura de uma Comissão Parlamentar de Inquérito para investigar a Confederação Brasileira de Futebol. Romário é do ramo, ou seja, conhece muito bem os bastidores da entidade, agora presidida por José Maria Marin, que sucedeu nada mais nada menos que Ricardo Teixeira. Convenhamos, depois de Teixeira vir Marin é dose cavalar para o esporte mais popular do país. E Teixeira, queimado depois de mais de 20 anos de gestão, indicou Marin.

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Teixeira é acusado de várias falcatruas. Numa CPI terá todo o direito de defesa. Já o seu substituto também não pode ser considerado exemplo para o esporte ou para o País, muito pelo contrário. Aliás, o Brasil é useiro e vezeiro de passar por cima de sua memória histórica, como se fatos do passado não interessassem.

Agora, graças ao jornalista Juca Kfouri, foi lembrado em seu blog quem é Marin, como ingressou na política e o seu comportamento (sórdido) durante a ditadura civil militar que assolou o país durante 21 anos a partir de abril de 1964.

Pois bem, José Maria Marin ingressou na política antes de 64 elegendo-se vereador por São Paulo nas fileiras do integralismo, que tinha o nome de Partido de Representação Popular (PRP), capitaneado pelo fascista tupiniquim Plínio Salgado.

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DISCURSOS REVELADORES

Depois do golpe de 64, Marin conseguiu se eleger deputado estadual paulista na legenda do partido da ditadura, a Arena, que por sinal está sendo revivida no século XXI , justamente contando com a falta de memória dos brasileiros.

O atual presidente da CBF bateu o recorde em matéria de meu passado me condena, como lembrou Kfouri. No triste momento do assassinato do jornalista Vladimir Herzog nas dependências do DOI-CODI, Marin teve participação vestindo a camisa da linha dura. Está nos anais da Assembleia Legislativa de São Paulo o discurso que fez poucos dias antes do assassinato do jornalista. Em tom extremista, fazendo eco com a linha dura do regime ditatorial, Marin, em setembro de 1975, pedia maior rigor no combate aos “comunistas da TV Cultura”, e o “retorno da tranquilidade aos lares de São Paulo”. Em seguida, Herzog foi intimado a comparecer na boca do lobo e teve o fim que sabemos.

Mas quem pensa que o apoiador da ditadura José Maria Marin ficou só nisso em matéria de extremismo, engana-se. É de autoria do atual presidente da CBF discurso elogiando a atuação de Sérgio Paranhos Fleury, o hediondo delegado do DEOPS paulista, responsável pela tortura e morte de centenas de opositores da ditadura.

Sempre vinculado ao que havia de pior no mundo político brasileira. Marin foi vice de Paulo Maluf e acabou governando São Paulo por um tempo, sendo posteriormente substituído por governadores eleitos.

Na verdade, uma figura como Marin jamais poderia ter sido galgado à presidência da CBF, porque tal fato depõe contra a imagem do Brasil. Esporte é vida e confraternização. Marin não é nada disso, muito pelo contrário.

 (Transcrevi trechos)