Governo FHC foi “o caos”. O Brasil “perdeu todas as suas divisas”

Silvano Mello
Silvano Mello

 

 

O escritor Theotonio dos Santos, em carta a Fernando Henrique Cardoso: “Sua política externa submissa aos interesses norte-americanos. Os juros mais altos do mundo que inviabilizava e ainda inviabiliza a competitividade de qualquer empresa. Uma dívida sem dinheiro para pagar. Enfim, UM FRACASSO ECONÔMICO ROTUNDO que se traduzia nos mais altos índices de risco do mundo”.

Já publiquei dois posts da carta do professor emérito Theotonio dos Santas, que mostram o rei nu, os mitos criados pela propaganda política e o noticiário mentiroso da mídia, “a  aventura econômica que FHC e seu partido criou para este pais”. Veja links. Leia um novo trecho da carta:

 

O fracasso do setor exportador Brasileiro no desgoverno de FHC

 

FHC

 

Meu Caro Fernando,

Terceiro mito – Segundo você, o Brasil tinha dificuldade de pagar sua dívida externa por causa da ameaça de um caos econômico que se esperava do governo Lula.

Fernando, não brinca com a compreensão das pessoas. Em 1999 o Brasil tinha chegado à drástica situação de ter perdido TODAS AS SUAS DIVISAS. Você teve que pedir ajuda ao seu amigo Clinton que colocou à sua disposição ns 20 bilhões de dólares do tesouro dos Estados Unidos e mais uns 25 BILHÕES DE DÓLARES DO FMI, Banco Mundial e BID. Tudo isto sem nenhuma garantia.

Esperava-se aumentar as exportações do pais para gerar divisas para pagar esta dívida. O fracasso do setor exportador brasileiro mesmo com a espetacular desvalorização do real não permitiu juntar nenhum recurso em dólar para pagar a dívida. Não tem nada a ver com a ameaça de Lula. A ameaça de Lula existiu exatamente em conseqüência deste fracasso colossal de sua política macro-econômica.

Sua política externa submissa aos interesses norte-americanos, apesar de algumas declarações críticas, ligava nossas exportações a uma economia decadente e um mercado já copado.

A recusa dos seus neoliberais de promover uma política industrial na qual o Estado apoiava e orientava nossas exportações. A loucura do endividamento interno colossal. A impossibilidade de realizar inversões públicas apesar dos enormes recursos obtidos com a venda de uns 100 bilhões de dólares de empresas brasileiras. Os juros mais altos do mundo que inviabilizava e ainda inviabiliza a competitividade de qualquer empresa. Enfim, UM FRACASSO ECONOMICO ROTUNDO que se traduzia nos mais altos índices de risco do mundo, mesmo tratando-se de avaliadoras amigas.

Uma dívida sem dinheiro para pagar…

Fernando, o Lula não era ameaça de caos. Você era o caos. E o povo brasileiro correu tranquilamente o risco de eleger um torneiro mecânico e um partido de agitadores, segundo a avaliação de vocês, do que continuar a aventura econômica que você e seu partido criou para este pais.

 

Nani
Nani

A irresponsabilidade cambial se transformou em irresponsabilidade fiscal. FHC elevou a dívida do Brasil de 60 para mais de 850 bilhões de dólares, pagando juros de 50% ao ano

Ali Divandari
Ali Divandari

 

O governo de Fernando Henrique Cardoso “é um dos casos mais sérios de irresponsabilidade fiscal em toda a história da humanidade. Criou uma dívida colossal só para atrair capitais do exterior para cobrir os déficits comerciais colossais gerados por uma moeda sobrevalorizada que impedia a exportação, agravada ainda mais pelos juros absurdos que pagava para cobrir o déficit que gerava”, afirma o escritor, professor, cientista político e economista Thetonio dos Santos Júnior.

Na carta que endereçada ao presidente FHC, Theotonio dos Santos desconstrói o mito criado pela mídia do milagre econômico do Plano Real. Escreveu: “TIVEMOS NO SEU GOVERNO UMA DAS MAIS ALTAS INFLAÇÕES DO MUNDO. E aqui chegamos no outro mito incrível. Segundo você e seus seguidores (e até setores de oposição ao seu governo que acreditam neste mito) sua política econômica assegurou a transformação do real numa moeda forte. Ora Fernando, sejamos cordatos: chamar uma moeda que começou em 1994 valendo 0,85 centavos por dólar (…) UMA MOEDA QUE SE DESVALORIZA 4 VEZES EM 8 ANOS PODE SER CONSIDERADA UMA MOEDA FORTE?

Acrescenta Theotonio dos Santos

 

Irresponsabilidade fiscal que o povo brasileiro pagou sob a forma de uma queda da renda de cada brasileiro pobre. Nem falar da brutal concentração de renda que esta política agravou drasticamente neste pais da maior concentração de renda no mundo

Meu Caro Fernando,

Segundo mito – Segundo você, o seu governo foi um exemplo de rigor fiscal. Meu Deus: um governo que elevou a dívida pública do Brasil de uns 60 bilhões de reais em 1994 para mais de 850 bilhões de dólares quando entregou o governo ao Lula, oito anos depois, é um exemplo de rigor fiscal?

Gostaria de saber que economista poderia sustentar esta tese. Isto é um dos casos mais sérios de irresponsabilidade fiscal em toda a história da humanidade. E não adianta atribuir este endividamento colossal aos chamados “esqueletos” das dívidas dos estados, como o fez seu ministro de economia burlando a boa fé daqueles que preferiam não enfrentar a triste realidade de seu governo.

Um governo que chegou a pagar 50% ao ano de juros por seus títulos para, em seguida, depositar os investimentos vindos do exterior em moeda forte a juros nominais de 3 a 4%, não pode fugir do fato de que criou uma dívida colossal só para atrair capitais do exterior para cobrir os déficits comerciais colossais gerados por uma moeda sobrevalorizada que impedia a exportação, agravada ainda mais pelos juros absurdos que pagava para cobrir o déficit que gerava.

Este nível de irresponsabilidade cambial se transforma em irresponsabilidade fiscal que o povo brasileiro pagou sob a forma de uma queda da renda de cada brasileiro pobre. Nem falar da brutal concentração de renda que esta política agravou drasticamente neste pais da maior concentração de renda no mundo.

indignados mais ricos mais pobres

 

Vergonha, Fernando. Muita vergonha. Baixa a cabeça e entenda porque nem seus companheiros de partido querem se identificar com o seu governo…te obrigando a sair sozinho nesta tarefa insana.

pobre rico colono colonizado

 

O real nunca foi uma moeda forte. Começou valendo 0,85 centavos de dólar e foi desvalorizado quatro vezes no governo FHC que teve uma das mais altas inflações do mundo

charge_inflacao_tudo_em_cima1

 

“TIVEMOS NO SEU GOVERNO UMA DAS MAIS ALTAS INFLAÇÕES DO MUNDO. E aqui chegamos no outro mito incrível. Segundo você e seus seguidores (e até setores de oposição ao seu governo que acreditam neste mito) sua política econômica assegurou a transformação do real numa moeda forte. Ora Fernando, sejamos cordatos: chamar uma moeda que começou em 1994 valendo 0,85 centavos por dólar (…)UMA MOEDA QUE SE DESVALORIZA 4 VEZES EM 8 ANOS PODE SER CONSIDERADA UMA MOEDA FORTE?

O real foi uma moeda drasticamente debilitada. Isto é evidente: quando nossa inflação esteve acima da inflação mundial por vários anos, nossa moeda tinha que ser altamente desvalorizada. De maneira suicida ela foi mantida artificialmente com um alto valor que levou à crise brutal de 1999”.

Uma Carta Aberta a FHC que merece ir para os livros de história

Theotonio dos Santos e a Carta Aberta a FHC: uma das manifestações públicas mais demolidoras da nossa história política recente

Theotonio dos Santos Júnio e Fernando Henrique Cardoso
Theotonio dos Santos e Fernando Henrique Cardoso

 

Segue uma Carta Aberta de Theotonio dos Santos, economista, cientista político e um dos formuladores da Teoria da Dependência. Hoje é um dos principais expoentes da Teoria do Sistema Mundo. Mestre em Ciência Política pela UnB e doutor “notório saber” pela UFMG e pela UFF. Coordenador da cátedra e rede UNU-UNESCO de Economia Global e Desenvolvimento sustentável – REGGEN. (Renato Rovai)

Meu caro Fernando,

Vejo-me na obrigação de responder a carta aberta que você dirigiu ao Lula, em nome de uma velha polêmica que você e o José Serra iniciaram em 1978 contra o Rui Mauro Marini, eu, André Gunder Frank e Vânia Bambirra, rompendo com um esforço teórico comum que iniciamos no Chile na segunda metade dos nos 1960.

A discussão agora não é entre os cientistas sociais e sim a partir de uma experiência política que reflete contudo este debate teórico. Esta carta assinada por você como ex-presidente é uma defesa muito frágil teórica e politicamente de sua gestão. Quem a lê não pode compreender porque você saiu do governo com 23% de aprovação enquanto Lula deixa o seu governo com 96% de aprovação.Já discutimos em várias oportunidades os mitos que se criaram em torno dos chamados êxitos do seu governo. Já no seu governo vários estudiosos discutimos, o inevitável caminho de seu fracasso junto à maioria da população.

Pois as premissas teóricas em que baseava sua ação política eram profundamente equivocadas e contraditórias com os interesses da maioria da população. (Se os leitores têm interesse de conhecer o debate sobre estas bases teóricas lhe recomendo meu livro já esgotado: Teoria da Dependência: Balanço e Perspectivas, Editora Civilização Brasileira, Rio, 2000). Contudo nesta oportunidade me cabe concentrar-me nos mitos criados em torno do seu governo, os quais você repete exaustivamente nesta carta aberta.O primeiro mito é de que seu governo foi um êxito econômico a partir do fortalecimento do real e que o governo Lula estaria apoiado neste êxito alcançando assim resultados positivos que não quer compartilhar com você… Em primeiro lugar vamos desmitificar a afirmação de que foi o plano real que acabou com a inflação.

Teoria

Os dados mostram que até 1993 a economia mundial vivia uma hiperinflação na qual todas as economias apresentavam inflações superiores a 10%. A partir de 1994, TODAS AS ECONOMIAS DO MUNDO APRESENTARAM UMA QUEDA DA INFLAÇÃO PARA MENOS DE 10%. Claro que em cada pais apareceram os “gênios” locais que se apresentaram como os autores desta queda. Mas isto é falso: tratava-se de um movimento planetário. No caso brasileiro, a nossa inflação girou, durante todo seu governo, próxima dos 10% mais altos.

TIVEMOS NO SEU GOVERNO UMA DAS MAIS ALTAS INFLAÇÕES DO MUNDO. E aqui chegamos no outro mito incrível. Segundo você e seus seguidores (e até setores de oposição ao seu governo que acreditam neste mito) sua política econômica assegurou a transformação do real numa moeda forte. Ora Fernando, sejamos cordatos: chamar uma moeda que começou em 1994 valendo 0,85 centavos por dólar e mantendo um valor falso até 1998, quando o próprio FMI exigia uma desvalorização de pelo menos uns 40% e o seu ministro da economia recusou-se a realizá-la “pelo menos até as eleições”, indicando assim a época em que esta desvalorização viria e quando os capitais estrangeiros deveriam sair do país antes de sua desvalorização, O fato é que quando você flexibilizou o cambio o real se desvalorizou chegando até a 4,00 reais por dólar. E não venha por a culpa da “ameaça petista” pois esta desvalorização ocorreu muito antes da “ameaça Lula”.

ORA, UMA MOEDA QUE SE DESVALORIZA 4 VEZES EM 8 ANOS PODE SER CONSIDERADA UMA MOEDA FORTE? Em que manual de economia? Que economista respeitável sustenta esta tese? Conclusões: O plano Real não derrubou a inflação e sim uma deflação mundial que fez cair as inflações no mundo inteiro. A inflação brasileira continuou sendo uma das maiores do mundo durante o seu governo. O real foi uma moeda drasticamente debilitada. Isto é evidente: quando nossa inflação esteve acima da inflação mundial por vários anos, nossa moeda tinha que ser altamente desvalorizada. De maneira suicida ela foi mantida artificialmente com um alto valor que levou à crise brutal de 1999″.

O governo FHC vendido pela mídia
O governo FHC vendido pela mídia

 

(Continua)

 

O “chega de PT” e o vice terrorista do doutor Aécio da Cunha

No segundo turno, um plebiscito

por Elio Gaspari

 

‘Chega de PT’, ou ‘Mais PT’, essa será a escolha que o eleitorado fará daqui a três semanas

[Eleição (*) não é plebiscito (**) nem referendo. 

O sub-título, além de faccioso, expõe o voto de Elio Gaspari. Um jornalista, independente escreve o certo, baseado na contagem dos votos das urnas de Minas Gerais:

‘Chega de PSDB’. Nuca ‘mais PSDB’]

A doutora Dilma vai para o segundo turno sem uma plataforma clara.

[Dilma lançar um plano de governo seria admitir que governa sem nenhum. Ora, cara pálida, o plano de governo de Dilma começou a ser executado no dia 1 de janeiro de 2011]

Em junho, durante a convenção do PT para anunciar um “Plano de Transformação Nacional”, no qual, além de generalidades, ela prometeu uma reforma dos entraves burocráticos e um projeto de universalização do acesso à banda larga. Como? Não explicou. No seu lugar, entraram autolouvações e manobras satanizadoras contra os adversários. Delas, a mais mistificadora é aquela que confunde os oito anos de Fernando Henrique Cardoso com uma ruína econômica e social. Foi o período de esplendor da privataria, época em que um hierarca do Ministério do Trabalho dizia que o aumento do número de brasileiros sem carteira assinada era uma boa notícia, mas deve-se ao tucanato algo muito maior: o restabelecimento do valor da moeda. Sem isso, Lula, Dilma e o PT não teriam conseguido quaisquer avanços sociais. Por questão de justiça, reconheça-se que o DNA demofóbico de parte do tucanato seria um obstáculo para que fizesse o que Lula fez.

[Elio Gaspari parece Marina Silva. Denúncias contra o PSDB e Fernando Henrique são  “manobras satanizadoras”. O diabo é que FHC rasgou a CLT, e terceirizou os empregos públicos e privados.

Elio Gaspari para contrariar Itamar Franco, o verdadeiro criador, chama Fernando Henrique de pai do Plano Real]

 

 

A ideia segundo a qual o PT precisa continuar no poder porque no poder deve continuar é pobre e pode funcionar como uma armadilha.

[A idéia segundo a qual o PSDB precisa retomar o poder porque no poder deveria ter continuado é pobre e pode funcionar como uma armadilha]

Na noite de domingo, a doutora Dilma afirmou que o “povo brasileiro vai dizer que não quer os fantasmas do passado de volta”. Pode ser, desde que se entenda que o Brasil de FHC foi um castelo mal-assombrado. Mesmo nesse caso, o PT faz sua campanha pretendendo continuar no governo pelos defeitos do adversário e não pelas suas próprias virtudes. Colocando a questão dessa maneira, deu a Aécio Neves a oportunidade de responder: “O Brasil tem medo dos monstros do presente”.

[É isso aí: medo das monstruosidades do governo Fernando Henrique. Que elas retornem com Aécio Neves, que foi um governador irresponsável – a irmã Andréa governou no lugar dele – e corrupto. Para esconder os desmandos, comprou e prendeu jornalistas. Abusou da censura judicial. Minas é o único estado que ainda mantém um jornalista como preso político. Vide Marco Aurélio Carone

aécio governador

O desempenho da doutora no primeiro turno foi o pior desde 1998. Ficou em terceiro lugar em São Bernardo, no coração do ABC paulista. A bancada petista no Congresso perdeu 18 cadeiras. Em Pernambuco, foi dizimada. Boa notícia, o PT só recebeu de Minas Gerais, onde o eleitorado negou ao PSDB o mandato que lhe daria 16 anos de poder ininterruptos. É isso que o PT busca na esfera federal. Nunca na história deste país um grupo político homogêneo ficou no poder por 16 anos.

[Esqueceu Elio Gaspari de enfatizar que Aécio da Cunha perdeu em Minas Gerais, que ele considerava um feudo, um curral fechado]

Dilma vai para o segundo turno com a arma do favoritismo de quem ganhou no primeiro. Contudo, faltam-lhe dois amparos. Agora, o tempo de televisão será o mesmo e os debates serão mano a mano. Aécio, como fez o petista Fernando Pimentel em Minas, falará em desejo de mudança. É o “Chega de PT”. Dilma defenderá o “Mais PT”. Darão ao pleito um tom plebiscitário.

[Dilma, como fez o petista Fernando Pimentel em Minas, falará em desejo de salvação do Brasil e do povo. É o “Chega de PSDB”. Nunca mais PSDB. Votar em Aécio da Cunha é um retrocesso.  

O “Mais PT” ganhou em Minas. Basta mostrar para o Brasil que o mineiro expulsou Aécio. Isso näo é plebiscitário. Isso é polarização. Mostrar que o governo do doutor Aécio da Cunha foi um desastre. Tão nocivo quanto o governo entreguista de Fernando Henrique]

Seria melhor se discutissem propostas para os próximos quatro anos. O PT carrega êxitos e escândalos…

[Gaspari reconhece os êxitos dos governos Lula e Dilma. Mas não cita quais.

Sobre os escândalos teria que repetir as manchetes diárias do julgamento de Joaquim Barbosa, que teve sua filiação na OAB recusada. O Barbosa que julgou o mensalão do PT, e engavetou o mensalão tucano. Ou a delação premiada de Paulo Roberto Costa, que envolve os governadores Eduardo Campos, Roseana Sarney (que tem sociedade com o marido de Marina Silva, Fabio Vaz de Lima) e Sérgio Cabral, quando o mais escandaloso presidente da Petrobras foi Henri Philippe Reichstul, genro de Fernando Henrique, que disputa a taça da corrupção com Shigeaki Ueki (presidente no governo do ditador Figueiredo). Com Reichstul, a maior plataforma produtora de petróleo do mundo, a P-36, afundou, dando um prejuízo direto de US$ 350 milhões à companhia e causando 11 mortes. Foi responsável, também, pelo derramamento de cerca de 4 milhões de litros de óleo no Rio Iguaçu, destruindo a flora e fauna e comprometendo o abastecimento de água em várias cidades da região].

O governo Fernando Henrique afundou a maior plataforma do mundo, a P-36
O governo Fernando Henrique afundou a maior plataforma do mundo, a P-36

…porém, o programa de Aécio é mais uma coleção de platitudes e promessas. Seus capítulos para a educação e a saúde não enchem um pires.

[O programa do doutor Aécio, foi elaborado por Armínio Fraga, ex-empregado de George Soros, e presidente do Banco Central no governo de Fernando Henrique. De bancário, da noite para o dia, Fraga virou banqueiro. Fraga considera o salário mínimo muito alto. É uma Maria Alice Setubal. Da política do tudo para os banqueiros, e neca para o povo]

neca marina Itaú

Se Marina Silva obtiver dele [Aécio] a meta de implantar em quatro anos o tempo integral nas escolas públicas, terá justificado sua passagem pela disputa. Em qualquer país que tenha um sistema universal de saúde com uma clientela de 150 milhões de pessoas, suas deficiências seriam discutidas por todos os candidatos. O assunto ficou fora dos debates. Aconteceu a mesma coisa com os planos privados, que coletam recursos de 48 milhões de fregueses e financiam generosamente seus candidatos.

[Programas como mais escolas, mais hospitais são promessas para governadores. As elites costumam estadualizar e municipalizar as eleições presidenciais. Os presidenciáveis deveriam discutir saúde pública ou privada, educação pública ou privada, renacionalização das empresas estatais que Fernando Henrique doou. A defesa das riquezas nacionais. Retomar antigas campanhas como “O Petróleo é nosso”,  “Fora FMI”, “A Amazônia é brasileira”. 

Criar novas campanhas nacionalistas, patrióticas e cívicas. Evitar o tráfico do nióbio. Considerar, como já fez a ONU, a água um alimento.

Erradicar os transgênicos.  Nacionalizar os meios de comunicação de massa e acabar com os monopólios dos barões da mídia. Criar conselhos de redação.

Promover as reformas de base,  impedidas pelo golpe de 64. Restaurar as conquistas dos trabalhadores, que a CLT foi rasgada por Fernando Henrique, inclusive a estabilidade no emprego cassada pelo ditador Castelo Branco.

Promover as reformas do executivo, do judiciário, do legislativo, via plebiscito e referendo.

Realizar um governo para todos, e que contemporize os sem terra, os sem teto, os sem nada. E não exclusivamente as elites e os 1% ricos, representados pelos bancos, indústrias e empresas que financiaram a ditadura militar e, agora, marcham unidas para eleger Aécio Neves, e seu vice Aloysio Nunes Ferreira, tucano que, em 1964, ingressou na Ação Libertadora Nacional (ALN), organização guerrilheira liderada por Carlos Marighella e Joaquim Câmara Ferreira, o Toledo].

aécio programa FHC

obra PSDB

 

(*) Eleição, ensina Wikipédia, é todo processo pelo qual um grupo designa um ou mais de um de seus integrantes para ocupar um cargo por meio de votação. Na democracia representativa, é o processo que consiste na escolha de determinados indivíduos para exercerem o poder soberano, concedido pelo povo através do voto, devendo estes, assim, exercerem o papel de representantes da nação. A eleição pode se processar com o voto de toda a comunidade ou de apenas uma parcela da comunidade, os chamados eleitores.

O processo eleitoral pode ser basicamente dividido em dois modelos: eleição direta e indireta.

(**) Plebiscito (do Lat. plebiscitu – decreto da plebe) , voto ou decreto passados em comício. O plebiscito é convocado antes da criação da norma (ato legislativo ou administrativo), e são os cidadãos, por meio do voto, que vão aprovar ou não a questão que lhes for submetida…

Ainda in Wikipédia: Podemos dizer que plebiscito é uma consulta ao povo antes de uma lei ser constituída, de modo a aprovar ou rejeitar as opções que lhe são propostas; o referendo é uma consulta ao povo após a lei ser constituída, em que o povo ratifica (“sanciona”) a lei já aprovada pelo Estado ou a rejeita. Maurice Battelli, de fato, define plebiscito como a manifestação direta da vontade do povo que delibera sobre um determinado assunto, enquanto que o referendo seria um ato mais complexo, em que o povo delibera sobre outra deliberação (já tomada pelo órgão de Estado respectivo).

 

 

Chipre reprisa o Brasil

Na atual crise mundial o jogo de moedas russa, chinesa, indiana, inglesa, estadunidense  e européia (UE). Ninguém fala do real, que já teve vários nomes: cruzeiro, cruzeiro novo,  cruzado, cruzeiro real.

Tudo que a troika impõe aos países da Europa, o Brasil já fez a mando do FMI. Fernando Collor mexeu na poupança. Dilma também.

O minhaeiro, em forma de porquinho, fazia parte da propaganda bancária para abocanhar as moedas dos pobres (De grão em grão a galinha enche o papo).

porquinho 3

poupança pegar o porquinho para comer
poupanca porquinho
Porquinho na esteira 2
poupança 2-gordura

Por ser preferência nacional, poupança no Brasil também nomeia o traseiro.

OPI-002.eps

A operação bancária ora realizada no Chipre, a imprensa brasileira explica assim:  “é o primeiro caso de um país do euro que suprime a plena liberdade de circulação de capitais”.

“Há uma limitação dos levantamentos a 300 euros”.

Ninguém fala que atinge principalmente os ricos. Informa o jornal “Público” de Portugal:

“Os depósitos de montantes superiores a 100.000 euros no maior banco da República de Chipre poderão perder cerca de 60%, anunciou o banco central do país.

Esta semana já tinha havido indicações de que os maiores depositantes do Banco de Chipre iriam perder entre 30% e 40% do seu dinheiro, contribuindo para o esforço do resgate financeiro do país. Esses números tinham sido avançados pelo governador do banco central, Panicos Demetriades, e pelo ministro das Finanças, Mijalis Sarris.

Mas o decreto publicado pelo Governo explicitou que os titulares de depósitos superiores a 100.000 euros receberão ações do banco que valem apenas 37,5% das suas poupanças. Isso quer dizer que poderão nunca mais recuperar o resto do seu dinheiro, diz a Reuters.

Os detalhes da nova decisão do Governo foram anunciados pelo ministro das Finanças, Mijalis Sarris. Em causa estão todos os valores acima de 100.000 euros. Por exemplo, num depósito de 200.000 euros, metade será alvo de uma taxa de 37,5%, ou 37.500 euros. Este dinheiro será imediatamente retirado das contas — afetando cerca de 19 mil clientes do Banco de Chipre que, segundo o Wall Street Journal, detêm cerca de 8000 milhões de euros em depósitos não segurados.

Mas este valor poderá ser maior porque 22,5% dos valores restantes ficarão congelados durante três meses. Após esse prazo, 22,5% serão convertidos em ações ou devolvidos aos depositantes e o que vai influenciar essa decisão será a situação financeira do banco na altura. Na prática, para além da taxa de 37,5%, poderá ser aplicada uma taxa adicional de 22,5%, dependendo das necessidades do banco. O processo de limpar o Banco de Chipre pode durar seis a sete anos, disse Sarris, citado pelo Wall Street Journal”.

Cipriotas reabrem banco com seguranças armados

Seguranças armados é coisa que não falta no Brasil. Todo brasileiro quer um segurança armado: na igreja, na escola, na rua, no prédio que mora. Os bancários promovem greves reivindicando seguranças com metralhadoras. Publica o jornal Oje de Portugal:

“Os bancos, sob altas medidas de segurança, reabriram hoje em Chipre, depois de terem estado fechados 12 dias, sem grandes afluências de pessoas nem tensão.

Cerca de meia-hora antes da abertura, dezenas de pessoas faziam fila nas entradas dos bancos, onde foram colocados seguranças, alguns armados, para controlar o número de pessoas no interior das agências.

Os bancos em Chipre reabriram, tendo sido distribuídas folhas informativas aos clientes enquanto esperavam com as medidas de controlo de capitais.

As medidas adotadas incluem um limite diário de levantamento de 300 euros por depositante particular e de 5 mil para as empresas para facilitar o pagamento de salários.

As restrições de movimentos de capitais, inéditas na zona euro, foram impostas para evitar uma fuga de capitais da ilha, salva da falência por um plano internacional”.

Chipre ilha fiscal

No meu pobre economês, falei de briga de moedas. Entenda:

OLIVER-Russia-cyprus

La solución a la crisis chipriota puede considerarse como un intento de la UE para librarse de un paraíso fiscal internacional y limitar la influencia de Rusia en el Mediterráneo. Pero a largo plazo, Moscú podría sacar más partido de esta jugada, advierte un editorialista checo.

por Pavel Mása
Rusia está furiosa. Cuidado, se va a enfadar. La mayoría de los depósitos extranjeros en Chipre pertenecen a empresas rusas (la cantidad total se ha estimado que oscila entre 20.000 y 30.000 millones de euros). El presidente ruso Vladimir Putin y su primer ministro Dimitri Medvedev han indicado claramente que consideraban como un gesto hostil la “confiscación” planificada de parte de los depósitos rusos.

Medvedev cree que la UE se comporta como “un elefante en una tienda de porcelana” y ha comparado su acción con las prácticas de los bolcheviques. Los rusos también han dirigido su ira contra los chipriotas, pues en su opinión habrían intentado “jugar en los dos tableros” (con Rusia y la UE), cuando presentaron la semana pasada un plan que vinculaba los capitales rusos al saneamiento de su economía.

El fracaso del emisario chipriota en Moscú demostró, al contrario que lo que esperaban los empresarios rusos con intereses en la isla, que el Kremlin prefiere una estrategia económico-política a largo plazo antes que una perspectiva a corto plazo. La oferta que Chipre presentó a Moscú incluía un paquete de propuestas que iban desde la adquisición de los bancos endeudados de la isla, hasta una participación en la explotación del gas natural por toda la isla. “Nuestros inversores analizaron esta oferta y ninguno se mostró interesado”, resumió Anton Siluanov, ministro ruso de Finanzas.

Un riesgo insensato

Pero para la mayoría de expertos en la política rusa, no hay ninguna duda de que tras “la ausencia de interés” de las empresas rusas semi-estatales, se encuentra la decisión del presidente Putin. Si bien es cierto que las pérdidas inmediatas de las empresas rusas, incluidas las relativas a las cuentas de las instituciones públicas, alcanzarán con los impuestos aplicados a los depósitos bancarios cientos de millones e incluso miles de millones, también es cierto que no será posible, ni siquiera con el apoyo oficial, mantener las posiciones estratégicas de Rusia en su “base insular”. Sobre todo porque la evolución brutal de la crisis chipriota se está produciendo en un periodo en el que el gigante del gas ruso Gazprom se enfrenta a un descenso en sus beneficios, como consecuencia del crecimiento exponencial de las exportaciones de gas de esquisto procedente de Estados Unidos. Invertir en las perforaciones situadas en zonas sísmicas y políticamente inestables (tensiones entre Turquía, Israel y el mismo Chipre) habría supuesto correr un riesgo insensato.

Como Bruselas excluyó a Rusia en la reunión sobre la gestión de la crisis, se ha reforzado la línea política rusa que pretende actuar como contrapeso a la UE en el espacio euroasiático, en detrimento de otra que siempre ha estado tentada por la posibilidad de una cooperación con la Unión. Esta evolución se ajusta a la perfección a personajes influyentes del Kremlin, como Serguéi Gláziev, consejero de Putin y secretario general adjunto de la Comunidad Económica Euroasiática (CEEA).

Reducir la influencia rusa

La UE logrará librar a su patio trasero chipriota de la influencia rusa, ejercida tanto en el sector financiero como en el ámbito de la recopilación de información sensible sobre la política de Bruselas a través de fuentes locales. Pero ese es el único beneficio que puede esperar obtener la UE. La lista de pérdidas que causará a la Unión la venganza de Moscú, enumerada tanto por los expertos rusos como por los occidentales, es muy larga. Va desde tasar en represalia las transacciones comerciales y financieras de las empresas de la UE (sobre todo alemanas), hasta la aplicación estricta de las reglas sobre la obtención de licencias, pasando por lo que constituye el instrumento privilegiado de la administración rusa: las “irrupciones” realizadas por las inspecciones de las oficinas financieras o de higiene, o incluso de los bomberos, etc.

Queda por determinar si Rusia aceptará en su propio territorio unas leyes que faciliten las operaciones financieras. En ese caso, el Estado ruso podría salir reforzado, ya que las inquietudes de sus empresarios enfrentados a la política “confiscatoria” imprevisible de la UE sirven a sus intereses.

Resulta aún más probable que Moscú quiera intensificar sus esfuerzos para intentar imponer el rublo y el yuan chino como monedas de reserva. El hecho de que la gestión de la crisis chipriota amenaza también a los intereses chinos e indios puede ayudarle. Sin duda, la UE “está tirando piedras sobre su propio tejado”, con su arma de la “nacionalización”. También ha perjudicado a su reputación. Ha alimentado la inquietud que suscita la imprevisibilidad de la UE y ha reforzado a las potencias deseosas de construir “centros alternativos” de influencia mundial.

 


Nomes das moedas que circularam no Brasil

Na época colonial, circulavam poucas moedas pelo território brasileiro. A economia era baseada principalmente a base de trocas, usando produtos de valor (algodão, açúcar e fumo). As poucas moedas que circulavam aqui eram cunhadas em Portugal.

 

– REAL : nome da moeda que vigorou no Brasil desde o início da colonização (1500) até 1942.

– CRUZEIRO: criado no governo do presidente Getúlio Vargas, em 5 de outubro de 1942. Ao criar o Cruzeiro, o governo realizou o corte de zeros e estabeleceu que cada Cruzeiro equivaleria a mil réis.

– CRUZEIRO NOVO: entrou em circulação em 13 de fevereiro de 1967, durante o regime militar. Circulou até 14 de maio de 1970. Durante sua implantação, o Cruzeiro perdeu três zeros.

– CRUZEIRO: voltou em 15 de maio de 1970, sem corte de zeros.

– CRUZADO: entrou em circulação em 28 de fevereiro de 1986, durante o Plano Cruzado no governo de José Sarney. Houve o corte de três zeros em relação ao Cruzeiro.

– CRUZADO NOVO: novamente, em função da inflação elevada, houve a criação de uma nova moeda e o corte de três zeros em relação a moeda anterior. Entrou em circulação em 16 de janeiro de 1989.

– CRUZEIRO: em 16 de março de 1990, durante o primeiro ano do Governo de Fernando Collor, a moeda retomou o nome de Cruzeiro. Nesta mudança não ocorreu corte de zeros.

– CRUZEIRO REAL: já em preparação para o Plano Real, o governo de Itamar Franco criou o Cruzeiro Real que entrou em circulação em 1 de agosto de 1993. Houve o corte de três zeros.

– REAL: moeda que entrou em circulação em 1 de julho de 1994, durante o Plano Real, implementado no governo de Itamar Franco. Os brasileiros tiveram que trocar a moeda antiga pela nova (2.750 Cruzeiros Reais por 1 Real). O Real (R$) é a moeda em circulação até os dias de hoje.

Correio Braziliense e os slogans dos indignados

Quando o presidente Itamar Franco criou o Plano Real, um centavo de real passou a valer um centavo de dólar.
A pergunta certa deve ser: a quem beneficia a alta do dólar?
O Brasil? Ou melhor: que ganha o povo? Beneficia os 99% pobres ou os 1% ricos?

Esta resposta estava nos cartazes e faixas, e gritada pelas multidões nas marchas dos indignados. Realizadas, exclusivamente, nos países democráticos.
Porque o Brasil não fez manifestações neste histórico sábado 15 de outubro, o Correio Braziliense fala em nome de quem?

As montadoras e oficinas e bancos e latifúndios estrangeiros remetem os lucros para o exterior. Que moeda enviam? Certamente não é o real.
Idem as empresas brasileiras que foram desnacionalizadas.

Este blogue está repleto de vídeos de passeatas em vários países. É clicar em um deles que o povo terá a resposta certa. Uma resposta que vem do povo. Uma resposta que também explica porque o Brasil não foi para as ruas e praças na marcha mundial dos indignados.