MALABARISMOS. Senador do DEM, amigo de Gilmar Mendes, tem processo ‘esquecido’ na gaveta de Barbosa

Prescreve em 6 de outubro crime de peculato do qual é acusado Jayme Campos por desvio de verbas federais de saúde quando era governador de Mato Grosso, em 1994

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por Helena Sthephanowitz

Na tarde do dia 2 de maio de 2013, nove meses atrás, o plenário do Supremo Tribunal Federal (STF) iniciou o julgamento do Inquérito 2606, instaurado a partir de uma denúncia apresentada pelo Ministério Público Federal contra o senador Jayme Campos (DEM), acusado de peculato e de burlar a Lei de Licitações quando era governador de Mato Grosso, em 1994, quase 20 anos antes – o MPF constatara que Campos teve participação no desvio de verbas federais da Saúde para compra de equipamentos e materiais hospitalares, através de superfaturamento com dispensa de licitação de forma ilegal.

A sessão do STF não condenaria nem ao senador, nem a ninguém. Apenas decidiria se a denúncia seria acatada para virar processo ou não.

Naquele dia, o ministro Joaquim Barbosa, presidente do STF, viajava para a Costa Rica, para onde fora convidado a acompanhar a celebração do Dia Mundial da Liberdade de Imprensa. Presidia a sessão o vice-presidente da Corte, Ricardo Lewandowski.

O julgamento foi interrompido por sugestão de Celso de Mello, acatada pelos demais ministros após o voto de Luiz Fux, que se manifestou favorável a abrir o processo contra Jayme Campos. Lewandowski proclamou a decisão do adiamento, dizendo que estava ali interinamente e por isso deixaria para Joaquim Barbosa remarcar nova data para continuar a apreciação da denúncia do MPF.

Mas o inquérito 2606 entrou na pauta do STF para ser retomado no dia 23 de maio de 2013 – e não foi julgado. Apareceu na pauta de novo nos dias 13 de junho, 20 de junho, 25 de junho, mas nada de o julgamento continuar em nenhuma desta datas. Depois disso, o presidente do Supremo, Joaquim Barbosa, não colocou mais em pauta, e a apreciação plenária da matéria continua em aberto. No próximo dia 6 de outubro, o crime de peculato de que Jayme Campos é acusado prescreverá.

O senador não é o único a desfrutar da impunidade com as prescrições e com o engavetamento do inquérito. Ao não colocá-lo em julgamento, o ex-secretário estadual de Saúde do Mato Grosso Domingos Sávio Pedroso de Barros e o então presidente da comissão de licitação do governo daquele estado, Moacy Lopes Suares, também ficarão impunes.

Jayme Campos articula candidatar-se à reeleição ao Senado coligado a Pedro Taques (PDT) para governador. Antes desta articulação com Taques, ele lançou a candidatura a governador de Mato Grosso nada menos que Gilmar Mendes, também ministro do STF e seu conterrâneo. Convidou-o a filiar-se ao DEM. Campos disse aos jornais que tinha uma relação de amizade, admiração e respeito por Mendes. O ministro declinou do convite.

Pelo andar da carruagem no STF, a ficha de Jayme Campos estará sem este processo quando apresentar-se ao eleitor nas eleições deste ano. E no dia seguinte ao primeiro turno da eleição, mesmo que ele perca nas urnas, terá o que comemorar: a prescrição do peculato.

Não se defende aqui a impunidade de ninguém, seja de onde for, venha de que partido vier. Mas é impossível não lembrar que, enquanto os réus petistas da Ação Penal 470 tiveram processo aberto em dois anos, e foram condenados seis anos após a denúncia, Jayme Campos está há seis anos denunciado no STF, mas nem sequer tem processo aberto por atos cometidos há quase 20 anos. E a um passo da prescrição.

Por essas e tantas outras, quanto malabarismo garantista…

Assista à sessão do STF que iniciou o julgamento do mérito do inquérito contra Jayme Campos (Transcrito da Rede Brasil Atual)

 

Vamos rezar. Votação amanhã da lei para punir enriquecimento ilícito

A corrupção no Brasil começa pelas prefeituras e câmaras municipais. Ser prefeito é um negócio bem bão. Bom demais. Tanto que parlamentares renunciam os mandatos de deputado federal e senador. Gastam fortunas na campanha eleitoral para administrar uma média cidade perdida no papa do imenso Brasil.

Essa gentalha não tem vergonha na cara. Prefeitos e vereadores não estão nem aí para as constantes prisões ou denúncias de ladroagem.Veja links.

BRA^PA_OL prefeito belem

BRA^PR_OP falhas prefeito

BRA^SP_DDR vereador

BRA^SP_TI vereador

É sempre assim: a Polícia Federal prende os bandidos de colarinho (de) branco, e a justiça solta.

Existe a possibilidade dessa impunidade acabar. O novo Código Penal PLS 236/2012 será votado amanhã, terça-feira.

Os 1.750 crimes previstos hoje serão enxugados para 355.

O enriquecimento ilícito será punido com perda de bens e prisão de dois a cinco anos. Que improbidade administrativa e peculato estão sem punição específica.

Será considerado crime de enriquecimento ilícito “adquirir, vender, emprestar, alugar, receber, ceder, utilizar ou usufruir bens cujo valor seja incompatível com a renda do servidor público”.

Esta uma lei que pode acabar com a impunidade nos três poderes.

Brasil encarcera muito, mas prende mal. Criminosos violentos e ladrões do dinheiro público ficam livres

Presos por corrupção apenas 0,1%

Metade dos presos é acusada de crimes contra o patrimônio; só 0,5% responde por crimes contra a administração pública
Metade dos presos é acusada de crimes contra o patrimônio; só 0,5% responde por crimes contra a administração pública

Os condenados por corrupção no julgamento do mensalão, como o ex-ministro José Dirceu, o empresário Marcos Valério Fernandes e os deputados Valdemar Costa Neto (PR-SP), Pedro Henry (PP-MT), João Paulo Cunha (PT-SP) e José Genoino (PT-SP), vão reforçar uma estatística reveladora do sistema penitenciário brasileiro. Das 548 mil pessoas que superlotam as unidades prisionais do país, somente 722 estão lá acusadas de terem praticado corrupção. Isso equivale a 0,1% do total de presos no Brasil, entre aqueles que já cumprem algum tipo de pena ou aguardam o julgamento na prisão.

Amarildo
Amarildo




Por outro lado, na mesma época, 38 mil pessoas (7%) acusadas de praticar furto, que é a subtração de coisa alheia sem uso de violência ou ameaça, dividiam a cela com criminosos violentos, como estupradores e assassinos. Na avaliação de juristas ouvidos pelo site, os dados oficiais indicam que o Brasil encarcera muito, mas prende mal. Encarcera pessoas acusadas de crime de menor potencial ofensivo e deixa de fora denunciados por crimes violentos e de roubar o dinheiro público.


A pesquisa anual do Depen, que deve ser atualizada em janeiro, escancara como o Estado brasileiro ainda tem dificuldade para punir os crimes contra a administração pública, dos quais a corrupção e o desvio de dinheiro público fazem parte. Os crimes contra a administração são responsáveis por levar à prisão apenas 2.703 pessoas – o equivalente a 0,5% de todos os presos do país. Ainda assim, houve um crescimento de 133% nas prisões por essa categoria de crime nos últimos quatro anos.


Distrito Federal


Em dezembro do ano passado, apenas seis pessoas estavam presas no Distrito Federal por corrupção passiva (funcionário público que recebe propina) ou peculato (desvio ou apropriação de recurso público por servidor em razão do cargo que ocupa), outra modalidade de crime contra a administração pública. Mais seis eram acusadas de corrupção ativa, ou seja, de ter tentado corromper um agente do Estado. Esse número mais que dobrou nos últimos dias, com a prisão dos condenados no processo do mensalão.


Entre os 25 réus considerados culpados pelos ministros do Supremo Tribunal Federal (STF) no julgamento, 19 foram condenados por corrupção (oito por corrupção ativa e 11 por passiva). Nove deles estão presos em Brasília: José Dirceu, José Genoino, Delúbio Soares, Marcos Valério, Cristiano Paz, Ramon Hollerbach, Simone Vasconcellos, Romeu Queiroz e Jacinto Lamas.


Também foi condenado pelo crime o ex-diretor do Banco Central Henrique Pizzolatto, atualmente foragido da Justiça. A ex-presidente do Banco Rural Kátia Rabello e o ex-executivo da instituição José Roberto Salgado também estão detidos. Mas cumprem pena por outros crimes (lavagem de dinheiro, gestão fraudulenta, evasão de divisas e formação de quadrilha). Veja as penas dos condenados no mensalão

Veríssimo justiça PT PSDB tucano versus petista



Contra o patrimônio


Eles, porém, são exceção. Quase metade dos presos brasileiros (49%) é acusada de ter cometido crimes contra o patrimônio, como furto, roubo, extorsão, estelionato, latrocínio e apropriação indébita. Outros 24% estão presos por tráfico de drogas, e 12% são acusados de crimes contra a pessoa, como homicídio e sequestro. “Continuamos prendendo muita gente errada. Apenas o criminoso violento tem de estar lá. O sistema penitenciário só ensina a pessoa a ser violenta”, critica o ex-juiz e ex-promotor Luiz Flávio Gomes, professor de Direito Penal e Processo Penal. “Muita gente não precisava estar na cadeia, mas está. Vai explodir o sistema carcerário brasileiro”, acrescenta.


Para o coordenador da Comissão Pastoral Carcerária, padre Valdir João Silveira, a prisão de políticos abre caminho para que o país conheça a realidade trágica do sistema carcerário. “Conhecer os porões dos cárceres é novidade para a sociedade mais alta, mais rica, mas não para os pobres”, diz o coordenador da entidade ligada à Igreja Católica.


Luiz Flávio Gomes diz que o baixo índice de prisões por corrupção no Brasil é histórico. “Esse crime sempre teve privilégio porque envolve pessoas com status, não envolve o pobre. Nunca foi diferente”, afirma o especialista. Ainda assim, o número de presos por corrupção pode ser considerado “o maior da história” do país, avalia. “Nunca foi mais do que isso.”



Condenado a empobrecer


Como solução, o ex-magistrado defende uma posição polêmica: em vez de irem para a cadeia, os condenados por corrupção no Brasil deveriam ser condenados à miséria, na opinião dele. “A corrupção não é um crime violento e nunca deveria dar cadeia. Nunca. Deveria existir uma pena de empobrecimento, deixar o corrupto pobre. Hoje, o corrupto é preso e continua rico”, critica. “Corrupção não provoca temor. Gera indignação. A sociedade não tem medo do corrupto”, reforça.


Coordenador do Movimento Paraná Sem Corrupção, o promotor Eduardo Cambi defende que os crimes contra a administração pública sejam tratados como hediondos, ou seja, passíveis da punição mais rigorosa possível. Segundo ele, a falta de punição para os casos de corrupção e desvio de dinheiro público servem de estímulo para novas fraudes ao erário, retirando recursos de áreas essenciais, como saúde e educação.


“O Brasil não é o país da impunidade. Mas aqui não se pune com regime fechado os crimes mais graves. Se não mudarmos esse perfil, os sistemas judiciário e policial brasileiro vão trabalhar para fazer controle social do pobre”, afirma.


Sistema seletivo


Integrante da Associação Juízes para a Democracia (AJD), Luís Carlos Valois também entende que a punição é seletiva no Brasil. “O sistema prisional está abarrotado de gente pobre. Todos os traficantes presos são pobres. São bodes expiatórios para a população achar que o sistema prisional resolve. Eles estão misturados com homicidas. É um absurdo”, critica o juiz, titular da Vara de Execuções Penais em Manaus e defensor da descriminalização das drogas.


Para ele, o país precisa discutir um novo modelo de punir seus cidadãos. Mas não pode depositar as esperanças de resolver problemas sociais no Direito penal. “Daqui não vai sair solução alguma de problema social. Direito penal é consequência de uma falta de estrutura. Só ameniza uma situação negativa. É como tomar remédio pra dor de cabeça, é só analgésico”, compara Valois. O magistrado defende a maior aplicação de penas alternativas para desafogar o sistema penitenciário e favorecer a reinserção de pessoas acusadas de crime na sociedade.


“A prisão é a pior das soluções. É deletéria, destrói o cara, que sai de lá pior. Hoje é utópico falar em fim da prisão, que faz parte do sentimento popular. Mas o sistema penitenciário não serve para nada, nem aqui nem em lugar algum do mundo. Ninguém vai aprender em viver em sociedade preso. Ninguém vai aprender jogar futebol treinando em elevador”, avalia Valois.

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Fonte: Congresso em Foco

Transcrito do Fenapef

Corrupção. Senado aprova projeto de lei que dificulta a saída da prisão de quem tenha sido condenado

por Simone Duarte

Manifestante "enterra" corrupção em frente ao Congresso Nacional em Brasília
Manifestante “enterra” corrupção em frente ao Congresso Nacional em Brasília

Em resposta às manifestações das ruas, os senadores brasileiros aprovaram o projeto de lei que transforma a corrupção em crime hediondo. A decisão, tomada na quarta-feira, surgiu no mesmo dia em que pela primeira vez desde a democratização do país (1985) o Supremo Tribunal Federal (STF) mandou prender um deputado.

Com a aprovação do projeto de lei de 2011, os condenados por corrupção perdem direito à anistia, indulto e pagamento de fiança para serem libertados. Também se torna mais difícil conseguir a liberdade condicional.

A votação decorreu durante o jogo do Brasil com o Uruguai na tarde de quarta-feira, a contar para a Taça das Confederações em futebol. A proposta agora segue para a Câmara dos Deputados e depois tem de ser promulgada pela Presidente Dilma Rouseff.

Segundo o jornal Folha de São Paulo, o presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), admitiu que votação ocorreu como “consequência” das “vozes das ruas”.

A proposta também aumenta as penas de prisão previstas no código penal, que poderão variar entre quatro e 12 anos. Atualmente, a moldura penal varia entre dois e 12 anos. A pena mínima de prisão para quem usar o cargo para obter vantagem indevida para si ou para outra pessoa (crime de concussão) passa de dois para quatro anos e a máxima para oito anos.

Para os crimes de corrupção ativa ou passiva e peculato, a pena mínima também sobe de dois para quatro anos. A máxima é de 12 anos.

Segundo o jornal O Globo, o relatório para a aprovação do projeto foi apresentado pelo senador Álvaro Dias (PSDB-PR) há um ano, mas só agora, após a pressão popular contra a corrupção, o Senado decidiu discutir e votar o tema.

Numa comunicação nacional via televisão e rádio, na semana passada, a presidente Dilma Rouseff disse que ia propor uma lei que tornaria a corrupção em crime hediondo.

Segundo a Folha de São Paulo, Dilma Rousseff dirigirá na segunda-feira ao Congresso uma mensagem sugerindo a convocação de um referendo sobre a reforma política, na qual listará as perguntas que devem ser feitas aos eleitores.

Na quarta-feira, uma manifestação contra os gastos para o Mundial, em Belo Horizonte, levou 50 mil pessoas às ruas da capital de Minas Gerais. Um jovem de 21 anos morreu ao cair de um viaduto. Outras nove pessoas ficaram feridas.

O jornal brasileiro Valor Econômico desta quinta-feira calculou quanto custaria para o Governo atender às principais reivindicações de melhoria dos serviços públicos dos manifestantes que saíram às ruas nas últimas semanas. Seriam necessários 40 mil milhões de euros ( 115 mil milhões de reais nos valores de hoje) até 2020 para desenvolver planos na área de educação, saúde e transportes urbanos. (Público/ Portugal)

Quando falta justiça sobra ladrão

A primeira instância livra muita gente

a segunda instância livra livra muita mais

A terceira instância livra muita gente

a quarta instância livra livra livra livra muito mais

br_atarde.ficha suja cidades prefeitos ladrõesBRA^GO_CPMI Cachoeira lista

BRA^GO_DDM operação Monte CarloBRA^SP_FDR corrupçao operação fratelli

Um meio de ganhar dinheiro fácil em um ambiente corrupto: As famosas licenças para roubar

BRA_DG um meio de ganhar dinheiro fácil em um ambiente corrupto. As famosas licenças para roubar

LISTA DO PRESOS

— Luiz Fernando Záchia, secretário municipal do Meio Ambiente de Porto Alegre

— Berfran Rosado, consultor ambiental e ex-secretário estadual do Meio Ambiente 

— Giancarlo Tusi Pinto, trabalha no Instituto Biosenso de Sustentabilidade Ambiental, que tem como sócio Berfran Rosado

— Alberto Antônio Muller, servidor do Departamento Nacional de Produção Mineral (DNPM)

— Ricardo Sarres Pessoa, servidor da Fundação Estadual de Proteção Ambiental (Fepam)

— Lúcio Gonçalves da Silva Junior, consultor ambiental

— Carlos Fernando Niedersberg, secretário estadual do Meio Ambiente

— Élvio Alberto dos Santos, assessor na Câmara de Porto Alegre

— Mattos’Alem Roxo, servidor da Fepam

Empresários

— Vanderlei Antônio Padova, dono da Padova e Chedid Ltda, especializada em consultoria na área de geologia

— Bruno José Muller, engenheiro de minas e irmão de Alberto Antônio Muller, sócio das empresas Erthal e Muller Consultoria Ambiental e Mineral Ltda e da Geodinâmica, Engenharia, Geologia e Meio Ambiente Ltda

— Marcos Aurélio Chedid, sócio de Vanderlei Antônio Padova na Padova & Chedid Ltda, especializada em consultoria na área de geologia

— Gilberto Pollnow, proprietário da empresa Pollnow & Cia Ltda

— Disraeli Donato Costa Beber, empresário 

— Paulo Régis Mônego, sócio da Mineração Mônego Ltda

— Nei Renato Isoppo, empresário

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Começou Operação Pega Ladrão Rico em 12 Estados. Desviaram mais de um bilhão. Se vasculharem bem: tem mais dinheiro e sobram bandidos de colarinho branco

A Operação pegou centenas de prefeitos na campanha nacional para afastar os promotores das investigações e inquéritos que envolvam funcionários em crime de peculato – termo jurídico para definir o “bom ladrão”  (veja tag).

De ontem para hoje, 150 promotores e  1. 300 policiais prenderam almas sebosas em 12 Estados:

espírito santo café

Informa Veja:

Sonegação – A operação também pretende desarticular a atuação de uma organização criminosa que age na comercialização do café nos estados do Espírito Santo, Minas Gerais e Rio de Janeiro. Só no Espírito Santo, as ações do grupo levaram à sonegação de mais de 130 milhões de reais em impostos nos últimos três anos. Nesse estado, os promotores têm para cumprir onze mandados de busca e apreensão, dez de prisão temporária, além de ordens judiciais de sequestro de bens, ativos e valores supostamente desviados – que servirão para a futura restituição do dinheiro sonegado aos cofres públicos.

De acordo com as investigações, que começaram pela Receita Estadual e foram levadas ao conhecimento do MP, há provas do envolvimento de empresas capixabas que, mediante a utilização de notas fiscais falsas, simulavam compra de café de empresas de fachadas em Minas Gerais e Rio de Janeiro, com a finalidade de não pagar ICMS.

Festas superfaturadas – No Rio Grande do Norte foram descobertos esquemas de contratação fraudulenta de shows musicais e estrutura para eventos realizados nos municípios de Macau e Guamaré entre os anos de 2008 a 2012. Só no ano passado, Guamaré gastou mais de seis milhões de reais em festas. Segundo o MP do estado, prefeitos e agentes públicos teriam desviado cerca de três milhões de reais para empresários do ramo artístico, a pretexto de fomento da economia local. Os shows contratados pelas prefeituras eram intermediados por empresas de produção de eventos da Bahia e Pernambuco, estados onde também houve a operação.

Na Bahia, os promotores também descobriram um esquema de superfaturamento de shows pelas prefeituras de Salvador e Serrinha. Até agora, foram enviados cinco mandados de busca e apreensão nas empresas produtoras de eventos, mas ninguém foi preso. O MP não informou em que época ocorreram as fraudes. [Os jornais da Bahia estão escondendo os bandidos que estão na frente do trio elétrico]

Corrupção na prefeitura – Em Rondônia, o ex-prefeito de Porto Velho Roberto Sobrinho foi preso por comandar fraudes em licitações. Segundo o MP estadual, o esquema operou entre 2006 e 2012 dentro da prefeitura e contava com a participação do ex-vereador e presidente da Empresa Municipal de Desenvolvimento Urbano (EMDUR) Mário Sergio Leiras Teixeira, que também foi preso, e de mais vinte suspeitos. A quadrilha desviava dinheiro através de convênios com a EMDUR, e os valores eram usados em contratos superfaturados ou com empresas fantasmas. Quando era prefeito, Sobrinho repassou 27 milhões de reais à empresa presidida por Teixeira a pretexto de melhorias de infraestrutura e urbanismo na cidade.

Relata G1 com vários vídeos:

Corrupção no Noroeste de SP
Batizada de “Fratelli”, a ação investiga contratos suspeitos de fraude firmados com prefeituras de 80 municípios da região, no total de mais de R$ 1 bilhão, segundo o Ministério Público.
O estado de São Paulo concentra a maior parte da operação nacional. São cumpridos 13 mandados de prisão contra empresários, funcionários públicos e políticos e 160 mandados de busca e apreensão expedidos pela Justiça Federal em Jales (SP) e pela Justiça Estadual em Fernandópolis (SP).
Equipes do Gaeco cumprem mandados de busca nas prefeituras de Urupês, Catiguá, Paulo de Faria, Palestina, Guapiaçu, Ibirá, Uchoa, Monte Aprazível, Ariranha, Novo Horizonte, Potirendaba, Catanduva, Fernandópolis, Jales, Votuporangae também de Cafelândia. Muitas delas estão com as portas fechadas por conta da operação.
Os agentes ainda cumprem mandados de busca e apreensão em Cafelândia, na região Centro-Oeste do Estado. A prefeitura também está fechada e só deve reabrir para expediente normal depois das 14 horas.
Agentes federais também fazem buscas nas casas de empresários e nas sedes de empresas que estariam envolvidas com o esquema de fraudes.

Venda de sentença em MT
Agentes do Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco) devem cumprir cinco mandados de prisão e outros cinco de busca e apreensão em Mato Grosso contra acusados de envolvimento na venda de decisões judiciais em favor de traficantes de drogas, conforme apontam investigações do Ministério Público Estadual (MPE).
Os mandados devem ser cumpridos contra um advogado, um estagiário de direito e um servidor do Poder Judiciário mato-grossense. Por meio das investigações foi descoberta uma suposta negociação de compra de decisão por mais de R$ 1 milhão para que fossem colocados em liberdade traficantes presos pela Polícia Federal em Porto Esperidião, a 358 km da capital.
Além disso, foi constatada duas tentativas de suborno de um assessor jurídico da Vara Especializada contra o Crime Organizado, Ordem Tributária e Econômica e Administração Pública (leia mais sobre a ação).

O prefeito de Quixeramobim, a 210 quilômetros de Fortaleza, Cirilo Pimenta (PSD) e o vice Tarso Borges estão entre os procurados pela Polícia Federal, em operação deflagrada pelo Ministério Público para investigar denúncias de corrupção na cidade. São suspeitos de envolvimento e tiveram mandados de prisão decretados o procurador-geral do município, Ricardo Alexander Cavalcante, dez secretários municipais e diretores de autarquias.

Em Juazeiro do Norte. O Ministério Público Federal no Ceará (MPF-CE) apresentou denúncia e entrou com ação de improbidade administrativa contra do ex-secretário de Infraestrutura de Juazeiro do Norte, Mário Bem Filho.

Outras 4 pessoas estão envolvidas em fraude na execução de convênio entre o Município e o Ministério da Educação (MEC), por meio do Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação (FNDE).

Os denunciados são acusados de burlar o processo licitatório que escolheria a empresa responsável pela construção de 3 creches.

Em março deste ano, o ex-secretário Mário Bem Filho foi denunciado também por fraude nas licitações e na execução de contratos para obras de escolas públicas em Juazeiro do Norte.

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Peculato. Delito praticado por funcionário público. Quando o funcionário aproveita o acesso que tem a dinheiro ou valores públicos e tira proveito dessa “acessibilidade” para roubar ou desviar dinheiro público.

O Peculato é um dos tipos penais próprios de funcionário público contra a administração em geral, isto é, só pode ser praticado por servidor público, embora admita participação de terceiros.