São Paulo sem água e a sede de votar, pela quarta vez, em Alckmin

Alckmin Foto do Cloaca News

Alckmin continua blindado apesar de todas as denúncias que pesam contra ele.

Esquerdistas de carteirinha votam em Alckmin, candidato dos banqueiros, dos empresários, das multinacionais, de Fernando Henrique e da extrema-direita.

Os indignados que foram para as ruas, nos protestos de junho de 2013, apesar de reprimidos pela violenta polícia de Alckmin, votam em Alckmin.

Os eleitores de Dilma, Marina e Aécio (traído e cristianizado pelo PSDB) votam em Alckmin.

Oa evangélicos fundamentalistas votam no Alckmin fundamentalista católico.

O povo sem água está com a maior sede de votar em Alckmin.

A bancada da bala, as milícias e o PCC votam em Alckmin.

Todas as vítimas do governo de Alckmin votam em Alkmin pela quarta vez.

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FHC Ariano tucano

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Qual é a misteriosa alquimia de Alckmin?

Os problemas que São Paulo enfrenta de nada abalam a força política do candidato à reeleição

Aroeira
Aroeira

 

por Juan Arias

 

Há quem se pergunte qual é a alquimia usada pelo candidato a governador de São Paulo, Geraldo Alckmin (PSDB), para que nada nem ninguém seja capaz de evitar que seja eleito até mesmo no primeiro turno, com 51% dos votos. Seria seu quarto mandato como governador.

E não é que não tenha concorrentes de peso, como Paulo Skaf (PMDB), que aparece com somente 22% das intenções de voto, presidente licenciado da poderosa Fiesp (Federação das Indústrias do Estado de São Paulo) e que figura entre os 60 empresários mais importantes do Brasil; ou como Alexandre Padilha, ex-ministro da Saúde que foi escolhido como candidato do partido do Governo, (PT) pelo ex-presidente Lula.

Três vezes governador do Estado que ostenta 30% do PIB do Brasil, com uma população de mais de 40 milhões, Alckmin parece ter um mistério relacionado com a antiga alquimia da qual, ao que parece, vem seu nome de família.

Em eleições duras e complexas como as que vive o Brasil, o tranquilo governador de São Paulo, circundado de problemas por todos os lados, alguns de grande peso como o caótico e desumano trânsito urbano e uma violência que impede a população de sair tranquila à rua por medo de ser assaltada e sequestrada, o candidato a governador parece caminhar sobre as águas de um lago sem que nada nem ninguém o faça cair nas pesquisas.

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A grave situação do Estado de São Paulo faria pensar em uma reeleição, senão impossível, pelo menos difícil para aquele que por três vezes já foi governador.

Foi neste Estado que, no ano passado, estouraram os protestos de rua. E foram nesses protestos que a truculência da Polícia Militar com os manifestantes fez com que eles se estendessem por todo o país.

Soldado de Alckmin ataca um cinegrafista
Soldado de Alckmin ataca um cinegrafista

É em São Paulo que a situação das prisões de segurança máxima é tão grave que o PCC (Primeiro Comando da Capital) colocou a cidade de joelhos várias vezes, com suas ordens vindas da cadeia. E é esse o Estado que vive uma trágica possibilidade de ficar sem água pelo nível baixíssimo de suas reservas, ao que parece por graves falhas de planejamento e gestão.

água sao paulo

Nem sequer sua suposta filiação ou simpatia pela Opus Dei, uma das instituições religiosas católicas mais conservadores, nem as supostas acusações de estar envolvido no último escândalo de corrupção do Caso Alstom, na construção do metrô, conseguiram diminuir a força eleitoral de Alckmin.

Em minha passagem por São Paulo, perguntei várias vezes para pessoas de diferentes extratos sociais qual é o segredo do inquebrável governador, a quem nada parece ser capaz de balançar. E as respostas não foram claras. Alguns dizem que ainda não apareceu nada melhor; que é uma pessoa séria, que realizou coisas concretas no Estado, que não perde a calma; que é um bom trabalhador. Nada muito além disso.

Nada, entretanto, que faça pensar em uma grande personalidade, como foi Lula, que fazia com que fosse seguido quase magneticamente. Alckmin foi comparado até mesmo com um dos vegetais mais insossos do Brasil, o chuchu, que para ter algum gosto precisa ser temperado com especiarias.

Nem sequer suas origens e formação explicariam esse “carisma sem carisma” do governador: nasceu em uma cidade sem brilho do Estado de São Paulo, que eu mesmo não consigo pronunciar sem gaguejar: Pindamonhangaba.

É médico anestesista, mas desde os 20 anos se dedica à política. Foi fundador, junto a personagens de grande importância como o sociólogo e ex-presidente do Brasil Fernando Henrique Cardoso e o economista José Serra, do Partido da Social Democracia Brasileira (PSDB).

Quem se atreveu um dia a se aprofundar no misterioso caráter do personagem Alckmin, blindado de todas as adversidades e todos os embates, foi o ex-ministro do PT e atual governador do Rio Grande do Sul, Tarso Genro. Genro apelidou Alckmin, uma vez, de “manso amestrado para ser agressivo”; uma espécie de cachorro pit-bull, que ao mesmo tempo parece “frio e de cera” e que pertence a uma certa “aristocracia paulistana indiferente ao Brasil”.

O certo, entretanto, é que no Estado de São Paulo, essa aristocracia, se existe de verdade, é minoria. Também convivem nele imensas massas de simples trabalhadores originários de cerca de cem nacionalidades diferentes, muitas vezes amontoadas em favelas que controlam milhões de votos e uma classe média difícil de lidar e enganar.

Ao lembrar que a origem do nome de família de Alckmin é desconhecida, que poderia vir do aramaico, onde significa o “químico”, se diz que seu nome significa “alquimia”, que poderia vir da palavra árabe ‘alkimya’.

E a alquimia, desde a antiguidade, é identificada não somente com o sonho de transformar os metais em ouro, mas também com a busca da pedra filosofal e de um certo misticismo capaz de transformar a ignorância em sabedoria.

O mistério da incrível sobrevivência política de Alckmin estaria relacionado com a magia da alquimia?

Na busca dessa espécie de milagre eleitoral de Alckmin, contra quem nem a força de Lula adiantou, que se esforçou para destronar o candidato do PSDB para colocar à frente do Estado mais numeroso, mais rico e influente do Brasil, seu favorito, Padilha, outro médico, como governador, existe até quem chegou a usar o humor: como Alckmin é anestesista de profissão, talvez tenha sido capaz, dizem, de anestesiar os 51% da população que podem mantê-lo outros quatro anos no poder.

Alckmin terá conseguido, na verdade, descobrir a verdadeira pedra filosofal política sem que os outros candidatos tenham percebido?

O que os sérios e trabalhadores cidadãos de São Paulo, um macro-cosmo altamente plural, veem no personagem Alckmin para que, aparentemente sem grande brilho, acabe convencendo se nem sequer esforçar-se muito?

Dizem que Alckmin é religioso. O que ele não deixará de ser é objeto da “santa inveja” por parte de candidatos com muito mais personalidade que ele, que sofrem e lutam hoje para conseguir subir alguns décimos no termômetro de seus apoios eleitorais enquanto o paulistano está quebrando sem grandes esforços esse termômetro do sucesso com seus 51 graus de febre eleitoral.

 

Marina equipe vice alckmin tesoureiro

 

Nenhum jornal de São Paulo teve a honestidade de informar um assalto de meio bilhão aos cofres públicos

Justiça confirma denúncia da Tribuna: governo de São Paulo pagou cerca de R$ 600 milhões a mais aos donos da área onde está instalado o Parque Villa Lobos

 

UM PRECATÓRIO DE 4 BILHÕES

por Carlos Newton

 

A informação de que o governo do Estado de São Paulo, entre 2004 e 2009 (administração Alckmin e José Serra), pagou cerca de R$ 600 milhões a mais aos donos da área onde hoje se localiza o Parque Villa Lobos, na Marginal Pinheiros, divulgada em 2010 pela Tribuna da Imprensa e sem nenhum registro na chamada Grande Imprensa, acaba de ser confirmada por decisão do Tribunal de Justiça do Estado de São Paulo.

Na ação popular proposta pelo ex-deputado Afanasio Jazadji,  foi alegado “vício no pagamento desse precatório expedido contra a Fazenda Pública Estadual, alcançado pela moratória do artigo 78 do ADCT, na medida em que houve a inclusão indevida de juros  de mora na quarta, quinta, sexta, sétima, oitava e nona parcelas da indenização”. Esse precatório custou aos cofres estaduais cerca de QUATRO BILHÕES DE REAIS, incluídos os cerca de QUATROCENTOS MILHÕES DE REAIS COMO HONORÁRIOS ADVOCATÍCIOS.

O desembargador-relator Osvaldo de Oliveira, da 12ª Câmara de Direito Público, reconheceu, em parte, o acerto da iniciativa do autor popular, mas assim mesmo negou provimento ao apelo, pois, segundo ele, posteriormente, ao ajuizamento da ação, a Fazenda do Estado, que, inicialmente, dizia ter agido corretamente (pagando juros moratórios controvertidos), “passou a defender os interesses que se pretendia tutelar nessa sede, vale dizer, travou discussão sobre o pagamento indevido de juros durante o período de vigência da moratória constitucional instituída pela Emenda Constitucional no. 30/2000”.

GOVERNO ADMITIU ERRO

Segundo o acórdão prolatado, a Fazenda Pública do Estado de São Paulo, em fevereiro de 2012 (um ano depois que foi processada pelo pagamento de juros moratórios indevidos e já estando o feito em grau de apelação – acréscimo nosso), admitiu no juízo da execução a incorreção nos pagamentos efetuados em favor do Município de São Paulo e da S/A Central de Imóveis e Construções, bem como esclareceu ser credora do montante de R$ 550.621.062,73 (QUINHENTOS E CINQUENTA MILHÕES, SEISCENTOS E VINTE E UM MIL E SESSENTA E DOIS REAIS E SETENTA E TRÊS CENTAVOS),  por ter pago a mais essa vultosa quantia  aos titulares do precatório conhecido como do Parque Villa Lobos.

No julgamento, o Tribunal ressaltou que “a Fazenda Pública do Estado de São Paulo NUNCA questionou os juros que integraram os pagamentos efetuados aos expropriados que titularizavam a área em que hoje está instalado o Parque Villa Lobos. Tal ensejou a atuação do autor, por intermédio da ação popular ora em análise, com vistas a suprir a INATIVIDADE  DO PODER PÚBLICO face à lesão que acreditara ter experimentado o patrimônio público estadual”.

A FINALIDADE

Porém, como a Fazenda Estadual, depois de processada, resolveu agir para ressarcir-se do prejuízo de mais de MEIO BILHÃO DE REAIS CAUSADO por ela mesma, o Tribunal  julgou desnecessária a ação popular, vez que no seu entender  foi atingida  a sua finalidade: “obrigar a Administração a agir, diante da omissão supostamente lesiva, implicando na desnecessidade desta ação popular para perseguir eventual recomposição do patrimônio jurídico”.

Alguns juristas estranharam a conclusão do acórdão, argumentando que “se a ação não tivesse sido protocolada, os cofres estaduais estariam amargando um prejuízo de cerca de R$600 milhões. Como a ação proposta  provou a lesão quase bilionária por erro da própria Fazenda Estadual, sem dúvida,  ilógico o improvimento do recurso, mesmo porque o processo não buscou suprir a omissão lesiva da Fazenda Estadual. Procurou, sim, evitar que ela continuasse pagando juros moratórios indevidos e ilegais. Portanto, estando presentes a ilegalidade e a lesividade na conduta da Fazenda Estadual, pacífico o reconhecimento da procedência  e não a carência da ação”.

Já foram apresentados recurso especial e recurso extraordinário contra esse acórdão e, paralelamente, cópias de parte dos autos serão levadas ao conhecimento do CNJ (Conselho Nacional de Justiça) e do CNMP (Conselho Nacional do Ministério Público), por se tratar de matéria relevante e com repercussão nacional.

De qualquer forma, indiscutível que o autor popular, ex-deputado Afanasio Jazadji, e seu advogado Luiz Nogueira, com sua corajosa iniciativa,  sem esquecer a colaboração do deputado petista Antonio Mentor, já asseguraram a devolução aos cofres públicos do Estado de São Paulo de mais de quinhentos milhões de reais, equivocadamente pagos aos antigos donos da área do Parque Villa Lobos, fortuna essa que agora poderá ser usada na construção de muitos hospitais, milhares de casas populares e outros importantes melhoramentos.

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OBS – No Ministério Público Estadual, em meados de 2011, foi instaurado procedimento civil para apurar possível crime de improbidade administrativa por parte dos agentes políticos e públicos causadores do quase bilionário desembolso. O inquérito, ainda em andamento, é presidido pelo promotor Marcelo Duarte Daneluzzi. Segundo ele, o prejuízo do Estado foi “estratosférico”.

OBS 2 – A ação popular ajuizada no início de 2011 tramitou mais rapidamente do que o inquérito e foi julgada improcedente em primeira instância, já no final de 2011, por alegada inexistência  de interesse de agir do autor, pois não se viu naquela fase ilegalidade e lesividade no desembolso indevido de mais de R$550 milhões e o que foi reconhecido na segunda instância, com a decisão da Fazenda de buscar o ressarcimento, depois que foi chamada a se explicar na Justiça na condição de ré;

OBS 3 –  Com a manutenção de improcedência da ação pelo Tribunal de Justiça, a Fazenda Pública e os responsáveis pelo suposto prejuízo deixaram de ser responsabilizados pessoalmente e foram isentados de pagar sucumbência e de ressarcir supostos outros prejuízos que poderiam ser apurados em regular liquidação de sentença, por meio da ação popular, o que pode ser ainda reivindicado, dependendo da conclusão do inquérito em andamento;

OBS 4 – Esclarecimento indispensável: a solução de improvimento do apelo, adotada pela 12ª. Câmara de Direito Público do Tribunal de Justiça, foi sugerida pelo próprio promotor Marcelo Duarte Daneluzzi, que preside o inquérito civil que investiga possível crime de improbidade administrativa nesse desembolso quase bilionário. No parecer juntado aos autos da ação popular e acatado pelo Tribunal, o promotor Marcelo Daneluzzi opinou pela “manutenção da sentença que decretou a extinção do processo sem julgamento do mérito, por ausência de interesse de agir, porém calcado na superveniente desnecessidade da presente ação popular, visto que a pretensão de recomposição dos danos experimentados com os pagamentos imprecados já é objeto de pleito no juízo próprio da execução dos precatórios, deduzido pela legitimada ordinária”. (De não se esquecer, todavia, que, como reconhecido pela Justiça, eles  só foram buscar a recomposição dos danos causados, no juízo da execução,  depois que denunciados e processados em ação popular que assim mesmo foi julgada improcedente, apesar de ter atingido sua finalidade).

OBS 5 – Pergunta obrigatória: se a Ação Popular não tivesse sido ajuizada por que iria a Fazenda Estadual, espontaneamente, buscar esse quase bilionário ressarcimento no juízo da execução? Nessa linha, chama a atenção manifestação do mesmo promotor nos autos desse mesmo processo, quando, corajosamente, destacou também que “causa certo desconforto o posicionamento da Fazenda do Estado de São Paulo pugnando PELA IMPROCEDÊNCIA DA DEMANDA MESMO ANTE A PERSPECTIVA DE QUE OS PAGAMENTOS NÃO SE COMPATIBILIZAM COM A NORMA CONSTITUCIONAL REGEDORA, deixando-se de resguardar o erário e o postulado constitucional da justa indenização, ao menos na presente via processual”.

(Transcrito da Tribuna da Imprensa, que vem passando por uma fase de apagão. De censura na internet)

No Brasil tudo vira promessa que ninguém paga

A justiça promete condenar. Só a justiça prende por mais de 3o dias. E os corruptos soltos.

Os políticos vivem de promessa. Até os sindicatos. Em Pernambuco existe o conto-de-vigário da sede. No final, não se faz nada que preste para o povo.

O Brasil é o país das obras inacabadas e dos serviços fantasmas. E do medo danado, do medo medonho, do medo brabo, do medo de arrepiar do povo nas ruas. Do cargar-se de medo, do pelar-se de medo de plebiscito, de referendo.

Ninguém quer ouvir a voz do povo.

BRA_DSM promessa

Em Recife não existe passeio público.

Turquia, uma país em guerra para defender 600 árvores. Quantos parques, bosques e matas o Brasil já devastou este ano?

Una manifestante levanta el puño en una manifestación en Ankara.- UMIT BEKTAS (REUTERS)
Una manifestante levanta el puño en una manifestación en Ankara.- UMIT BEKTAS (REUTERS)
MEU RESPEITO AOS TURCOS!

Estou em Istambul em visita à minha filha, Teté, que mora em Beshiktas, um bairro próximo de Taksim.

Como está sendo noticiado aí no Brasil, um projeto de reurbanização do governo pretende derrubar 600 árvores de um parque na Praça Taksim, no coração de Istambul, para a construção de um shopping center no local.

Muitas pessoas ocuparam o parque para impedir o corte das árvores, e sexta-feira passada, 31 de maio, a polícia invadiu o parque para expulsar os manifestantes com bombas de gás lacrimogêneo, jatos d’água e muita violência.

O que aconteceu depois, e continua acontecendo, é emocionante.

Uma manifestação popular que foi crescendo ao longo dos dias, o protesto foi tomando o país! Parece que quanto mais a polícia reprime, mais gente aparece e a ameaça da derrubada das árvores acabou se transformando num protesto político sem precedentes nos últimos 90 anos do país.

Trouxe à tona uma série de insatisfações contra o governo que os turcos não querem mais calar: se fala em autoritarismo, na arbitrariedade nas tomadas de decisão, na falta de escuta, em algumas questões econômicas, em posições retrógradas e muito conservadoras em relação… E isso contra um governo com popularidade baseada no sucesso da política econômica.

Milhares de pessoas tomaram as ruas em muitas cidades do país!
Como a casa da Teté é no meio do caminho, sábado acabamos participando de parte da passeata do pessoal que veio do lado asiático pela ponte em direção à Praca de Taksim (fala-se em 40.000 pessoas que atravessaram a ponte a pé!).

Foi das coisas mais bonitas e emocionantes que já vi: pessoas de todas as idades, cantando, empunhando bandeiras da Turquia, uma festa. Vinha mais gente das ruazinhas laterais, os carros que passavam no sentido oposto buzinavam em apoio, muita gente batia panela nas janelas dos prédios… incrível!

A polícia está reprimindo as manifestações com uma violência absurda, muito gás lacrimogêneo e canhões de água. Mesmo assim, os protestos continuaram durante o final de semana inteiro, em muitos pontos da cidade. Vale dizer que são pacíficos até a ação da policia começar: aí surgem as barricadas, pedras, etc…

O movimento foi organizado através das redes sociais, não tinha nenhum partido político por trás da mobilização popular. Tive a oportunidade de presenciar cenas incríveis: gente distribuindo água, máscaras, limão e leite com água (que dizem amenizar os efeitos do gás). Panos brancos em alguns estabelecimentos sinalizavam abrigo possível em caso de necessidade.
As bandeiras nas janelas das casas, nas vitrines das lojas também se transformaram numa marca do protesto.

A partir da segunda-feira, os protestos voltaram a se concentrar na Praça de Taksim, o início marcado para as 9 horas da noite. Além disso, diariamente às 9 da noite em ponto uma barulheira danada continua tomando as ruas: panelas batendo, buzinas, apitos e vuvuzela durante muitos minutos. Para lembrar que podem não estar presentes na Praça, mas continuam mobilizados, insatisfeitos, querendo mudanças.

Ontem à noite bati panelas em sinal de apoio, quis mostrar meu respeito e admiração pelos turcos. Confesso que senti uma pontinha de inveja!

Manifestantes en la Plaza Taskim de Estambul, 06 de junio de 2013- REUTERS
Manifestantes en la Plaza Taskim de Estambul, 06 de junio de 2013- REUTERS
Secuencia en la que un policía dispara gases lacrimógenos contra una mujer en la Plaza Taksim. REUTERS
Secuencia en la que un policía dispara gases lacrimógenos contra una mujer en la Plaza Taksim. REUTERS

Veja A revolta turca em imagens

Ex-deputado pede investigações mais abrangentes envolvendo pagamentos bilionários de precatórios em São Paulo

Carlos Newton

 

O ex-deputado estadual e advogado Afanasio Jazadji pediu sexta-feira ao Tribunal de Justiça de São Paulo investigações mais profundas para apurar responsabilidades quanto ao suposto pagamento de cerca de um bilhão de reais a mais, a título de juros moratórios indevidos, pela Fazenda do Estado de São Paulo a titulares de centenas de precatórios não alimentares e que entre 2002 e 2010 receberam mais de R$ 10 bilhões de reais.

Motivou essa iniciativa do ex-parlamentar uma informação prestada pelo atual procurador-geral do Estado, Elival da Silva Ramos, de que não foi só o precatório conhecido como do “Parque Villa Lobos” que recebeu cerca de R$ 600 milhões a mais, por conta dos juros moratórios, tidos como indevidos.

De quem é a culpa? Do governador Geraldo Alckmin que assinou o decreto? Mas não é a procuradoria-geral que assessora e redige os decretos assinados pelo governador?

Essa questão já virou inquérito policial, que vem sendo presidido pelo desembargador Luiz Pantaleão, do Órgão Especial do Tribunal de Justiça do Estado de São Paulo.

Parte de um terreno no Parque Villa Lobos, em São Paulo, vira um mega precatório de 3 bilhões

Em 1987, comemorava-se o centenário de nascimento de Villa-Lobos. No ano seguinte, os Decretos Estaduais 28.335 e 28.336/88 destinavam a área atual do parque à implantação de um “parque de lazer, cultura e esporte”.

Antes de 1989, em sua porção mais a oeste havia um depósito de lixo do CEAGESP, onde cerca de oitenta famílias recolhiam alimentos e embalagens; na parte leste, ao lado do Shopping Villa Lobos, era um depósito de material dragado do Rio Pinheiros; e na porção central, o antigo proprietário permitia o depósito de entulho de construções.

O local constituía-se em um grande descampado. Conforme o projeto do arquiteto Decio Tozzi, foi iniciado o plantio de  árvores.

Em 2011, foi anunciada a ampliação em 20% da área, pela anexação do atual canteiro de obras da Linha 4 do Metrô de São Paulo.

Escreveu Luiz Carlos Azenha em 4 de outubro último:

O assunto só é conhecido aqui pelos leitores do blog da Tribuna, em função de uma matéria de denúncia aqui publicada, com absoluta exclusividade, e que fez a Assembleia de São Paulo exigir informações à Secretaria da Fazenda sobre os juros pagos em excesso a dois empresários pela desapropriação do Parque Villa Lobos, na zona oeste da capital. Estranhamente, a chamada grande imprensa nada publica a respeito.

A reportagem da Tribuna da Imprensa registrou que os primos Antonio João Abdalla Filho e José João Abdalla Filho receberam indevidamente cerca de R$ 300 milhões a título de juros moratórios pela desapropriação da extensa área, embora os pagamentos das parcelas tenham sido efetuados sempre antes das datas de vencimento e, portanto, jamais poderia haver juros por atraso.

Em função dessas irregularidades, o jornalista e ex-deputado Afanasio Jazadji entrou com uma ação popular contra o governo de São Paulo, que foi acolhida pela 6ª Vara da Fazenda Pública de SP. E, em seguida, com uma representação ao Procurador-Geral de Justiça.

E agora o promotor de justiça Marcelo Duarte Daneluzzi, da 3ª Promotoria de Justiça do Patrimônio Público e Social do Estado de SP, decidiu instaurar inquérito civil para apurar as irregularidades, considerando procedente a representação do ex-parlamentar, que denunciou prejuízo de vulto à Fazenda do Estado, em decorrência de pagamento de precatório de valor superior a três bilhões de reais.

A REPRESENTAÇÃO ACOLHIDA PELO MP  clique aqui

Que parte da área do Parque Villa Lobos pertenceu a família Abdalla?

Precatório de R$ 3 bilhões no Estado de São Paulo. Estão nessa Serra, Alkmin, a justiça e os Abdalla

OS JORNAIS NÃO FALAM NADA. PRINCIPALMENTE O ESTADÃO, FOLHA DE S. PAULO, CORREIO BRAZILIESE E GLOBO

ISSO DAVA UMA CPI PARA MORALIZAR A JUSTIÇA E MOSTRAR QUE O RESTO DOS PRECATÓRIOS É PINTO

por Carlos Newton

É ISSO MESMO. UM PRECATÓRIO DE TRÊS BILHÕES DE REAIS – DO PARQUE VILLA LOBOS – PROVOCA UM IMENSO ROMBO NAS FINANÇAS DE SÃO PAULO. É O MAIOR ESCÂNDALO DA HISTÓRIA DO ESTADO. QUEM AJUDOU A DESVENDAR OS MISTÉRIOS DESSE PAGAMENTO BILIONÁRIO FOI O DEPUTADO ESTADUAL ANTONIO MENTOR, POR MEIO DE REQUERIMENTOS DE INFORMAÇÃO ENCAMINHADOS À SECRETARIA DA FAZENDA DO ESTADO, ASSIM COMO O EX-DEPUTADO E RADIALISTA AFANÁSIO JAZADJI, QUE AJUIZOU AÇÃO POPULAR PARA RESSARCIR O ESTADO DOS PREJUÍZOS SOFRIDOS. a TRIBUNA DA INTERNET FOI O ÚNICO VEÍCULO DE COMUNICAÇÃO QUE TRATOU DA RUMOROSA QUESTÃO, REPERCUTIDA COM DESTAQUE PELO SITE CONSULTOR JURÍDICO.

Em síntese, inacreditavelmente, a Fazenda Pública do Estado mais rico e desenvolvido do país, pagou R$ 700 milhões a mais aos ex-proprietários de uma área desapropriada em 1988, onde hoje se localiza o Parque Villa Lobos. Esse precatório, o maior da história de São Paulo, custou cerca de R$ 3 bilhões ao cofres públicos, incluindo os juros indevidos e calculados equivocadamente pela própria Procuradoria Geral do Estado de São Paulo.

Esses pagamentos milionários foram feitos à S/A Central de Imóveis e Construções, de José João Abdalla Filho e Antonio João Abdalla Filho, em dez parcelas anuais, nas administrações de Geraldo Alckmin e José Serra, entre 2002 e 2009. A Ação Popular proposta pelo ex-deputado Afanasio Jazadji, por meio do escritório de Luiz Nogueira Advogados Associados, denunciando esses pagamentos ilegais e lesivos às finanças do Estado de São Paulo, foi julgada extinta há 4 meses pela juíza Alexandra Fuchs de Araújo, da 6ª. Vara da Fazenda Pública, que, entre 2006 e 2010, também atuou na Vara das Execuções Contra a Fazenda Pública, ocasião em que pôde, dentro de sua competência, liberar diversas parcelas desse precatório bilionário. Leia mais