O que tem de escondido na entrevista do secretário de Segurança do governador Eduardo Campos?

polícia estudante passeata greve

Para a catarse da classe média, a transformação do secretário Damásio em bode expiatório, pela reveladora e sincera (sem cera) entrevista que concedeu.

O escândalo não está na confissão, mas nos atos e omissões. Nos crimes praticados, e impunes. Nas palavras que escancaram atrocidades contra o povo, que continuarão a ser cometidas pelo terrorismo policial.

Nenhuma fala sobre a repressão policial contra os Amarildos favelados; os meninos Marcelos Pesseghini, que de assassinado passou a ser serial killer; nem sobre o jovem Douglas Rodrigues, aquele que perguntou para um soldado: – Por que o senhor atirou em mim?

Damásio foi nomeado secretário por Eduardo Campos, e deixou o cargo porque quis, e saiu elogiado pelo governador.

A opinião constitui uma ação passiva, e ninguém, necessariamente deve ser punido por revelar seus pensamentos ou expressar suas opiniões, que são ações passivas; e sim quando as palavras se transformam em atitudes e comportamentos, que são ações ativas.

O que fez Damásio, para incomodar tanto? Mostrou que a polícia de Eduardo Campos não difere das polícias comandadas pelos governadores Alckmin, Sérgio Cabral e outros.

Nesta segunda-feira, a partir das 19h, nos escombros de casas demolidas para construção do Ramal da Copa, nas proximidades do Terminal Integrado da cidade da Região Metropolitana do Recife, removidos pelas obras da Copa do Mundo que receberam ou não suas indenizações prometem se reunir para um Natal diferente.

A visita ao Jesus despejado, que nasceu em uma manjedoura, reunirá famílias que moravam no Loteamento São Francisco (Camaragibe) e em outras comunidades atingidas pela Arena Pernambuco e por obras de mobilidade que estão sendo construídas para o Mundial de 2014 em Pernambuco.

No Estado, mais de 2.000 famílias foram ou serão removidas por obras do Mundial de 2014. Além dos removidos em Camaragibe, onde 129 residências estão sendo demolidas para as obras do Terminal Integrado da cidade e do Ramal da Copa, devem participar também representantes de outras comunidades como Cosme e Damião, São Lourenço da Mata e do Coque.

No Brasil, entre 170 mil e 250 mil pessoas estão sendo obrigadas a sair de suas casas para dar espaço a obras realizadas para o Mundial de 2014, segundo estudo da Articulação Nacional dos Comitês Populares da Copa. Leia mais e veja galeria de fotos.

Que significa “mobilidade”, quando não se faz nada que preste para o povo?

Disse o Papa Francisco em sua mensagem natalina: “Há tantas famílias sem casa, seja porque nunca tiveram ou porque perderam por tantas razões diferentes. Famílias e casas andam de mãos dadas. É muito difícil de conduzir uma família para a frente sem ter uma casa”.

 

APAGÃO VERBAL, MENTAL E MORAL

polícia funk

por Dorrit Harazim, O Globo

A entrevista durou cerca de uma hora e meia e foi concedida na manhã da sexta-feira 22 de novembro.

Além de Wilson Damázio, secretário de Defesa Social de Pernambuco, estavam presentes na sala o corregedor adjunto Paulo Fernando Barbosa, o ouvidor Thomas Edison Xavier Leite de Oliveira e a gerente do Centro Integrado de Comunicação, Ana Paula Alvares Cysneiros.

O tema investigado pela repórter Fabiana Moraes, do “Jornal do Commercio”, eram as abordagens sexuais de policiais militares contra mulheres jovens, pobres e negras de Recife.

Mais especificamente, as denúncias de práticas abusivas por integrantes do Grupo de Ações Táticas Itinerantes (Gati), das Rondas Ostensivas com Apoio de Motocicletas (Rocam) e da Patrulha do Bairro, uma das principais vitrines da gestão do governador Eduardo Campos, provável candidato à Presidência em 2014.

A entrevista com Damázio encerrava a robusta série de artigos da repórter sobre o tema e foi publicada na edição desta quinta-feira. Vale repetir aqui, na íntegra, os trechos que desembocaram na demissão do secretário.

Não por representarem a parte dominante da entrevista. Em duração, são parte desprezível (pouco mais de um minuto, do total de 57 minutos de gravação). Em conteúdo, porém, ofuscam todo o resto e por isso mesmo merecem exposição nacional — até para não serem varridos para baixo da árvore de Natal.

Indagado sobre a ausência de registros de denúncias de policiais que pedem para ver os seios de meninas ao fazer uma abordagem ou praticam outros abusos, o secretário conjecturou:

“Desvio de conduta a gente tem em todo lugar. Tem na casa da gente, tem um irmão que é homossexual, tem outro que é ladrão, entendeu? Lógico que a homossexualidade não quer dizer bandidagem, mas foge ao padrão de comportamento da família brasileira tradicional. Então, em todo lugar tem alguma coisa errada, e a polícia… né? A linha em que a polícia anda, ela é muito tênue, não é?”

De acordo com números do Centro de Vulnerabilidade Social LGBT, da Secretaria de Desenvolvimento Social e Direitos Humanos, o levantamento parcial para o ano de 2013 lista 22 casos de homossexuais assassinados em Pernambuco.

Em 2012 os homicídios de gays computados pela entidade foram 35, embora o secretário Damázio contestasse o número afirmando que metade desses crimes possa ter tido motivação passional, interesse financeiro, drogas, bebida ou similares.

Entidades atuantes como o Grupo Gay da Bahia, contudo, há anos listam Pernambuco no topo dos estados brasileiros em número de crimes de homofobia proporcionais à população.

No início deste mês de dezembro o governo de Eduardo Campos tomou a alvissareira medida de transformar em crime casos de violência e discriminações contra a comunidade LGBT.

Voltando à entrevista. Já quase no final, a repórter mencionou um escândalo ocorrido em Fortaleza três anos atrás quando câmeras instaladas em carros de polícia filmaram agentes fazendo sexo oral em mulheres no interior dos próprios veículos.

Comentário do então ainda secretário de Defesa Social, na presença do corregedor adjunto, do ouvidor e da gerente de Comunicação:

“Tem muitos problemas com a polícia, mulheres, principalmente… O policial exerce um fascínio no dito sexo frágil… Eu não sei por que é que mulher gosta tanto de farda. Todo policial militar, civil eu não sei, dos mais antigos tem duas famílias, tem uma amante, duas. É um negócio. Eu sou policial federal, feio pra caramba… A gente ia pra Floresta (Sertão), pra esses lugares. Quando a gente chegava lá, colocava aquele colete, as meninas ficavam tudo (sic) saçaricadas e… Às vezes [tinham] namorado, às vezes [eram] mulheres casadas. A moral delas é diferente da gente. Pra elas, é o máximo tá dando pra um policial… Dentro da viatura, então, o fetiche dela vai lá em cima, é coisa de doido”.

A tóxica entrevista disseminou indignação de intensidade black bloc para todos os lados. Às três da tarde da própria quinta-feira, representantes de 26 entidades de direitos civis do estado já decidiam uma primeira tomada de posição.

Nas redes sociais o assunto fervia e a exoneração do secretário antes de o dia acabar não surpreendeu ninguém. Para usar as próprias palavras de Damázio, “em todo lugar tem alguma coisa errada, e a polícia…”

Depois de 30 anos de carreira policial, primeiro como agente da Civil, depois como agente, delegado e superintendente da Federal, além das duas gestões consecutivas na secretaria, Damázio não soube evitar os cacoetes epistolares comuns a demissionários lotados de culpa.

Referiu-se a “declarações a mim atribuídas”, apesar de ele poder ouvir a gravação da própria voz na internet, se desejar. Sustentou que seus pensamentos não constituem seus pensamentos e declinou com estridência o verbo repelir. Também pediu desculpas a quem “porventura” tenha se ofendido com as declarações. Porventura?

“Não pensei duas vezes”, arrostou Eduardo Campos tonitruante ao justificar que aceitara a renúncia para não permitir que o episódio interferisse na sua política pública de segurança.

Tivesse pensado duas vezes talvez lhe ocorresse não lamentar a saída de Wilson Damázio. Nem se referir aos “bons serviços prestados” pelo secretário na nota protocolar de exoneração — há vezes em que mesmo frases obrigatórias soam melhor quando omitidas.

Damázio deveria ter sido demitido não por ter feito declarações que “motivaram críticas e cobranças”. Sequer deveria ter ocupado o cargo por pensar o que diz.

polícia repressão terror estatal estudante

“Sin conflicto no hay libertad”

ENTREVISTA AL FILOSOFO ITALIANO Y EURODIPUTADO DE LA IZQUIERDA GIANNI VATTIMO

La diferencia que puede haber entre una empresa como Fiat y un grupo como Clarín aquí, u O Globo en Brasil o El Universal en Venezuela?

Imagen: Bernardino Avila
Imagen: Bernardino Avila

Por Fernando Cibeira
El filósofo italiano y eurodiputado de la izquierda Gianni Vattimo estuvo de nuevo en la Argentina para participar de un ciclo de charlas invitado por la Asociación de Docentes de la UBA. A días de estadía ya había podido ser testigo de varias cosas: desde el triunfo de Sergio Massa en las elecciones en la provincia de Buenos Aires hasta el fallo de la Corte Suprema declarando constitucional la ley de medios, cuestiones sobre las que puede ofrecer su mirada. “Sin conflicto no hay libertad”, opina sobre el panorama de “consenso” general que plantean todos los aspirantes a 2015. Uno de sus temas de análisis es la Iglesia Católica y, en especial, el papado de Francisco, al que evalúa muy positivamente. En medio de una agenda apretada, la entrevista se realizó en el spa del piso 23 del Hotel Panamericano con amplias panorámicas de la ciudad de Buenos Aires. “Lástima que ya me voy, está lindo acá para venir a leer”, dice, risueño.

–El escenario que quedó delineado a partir de las elecciones legislativas dejó a varios posibles aspirantes presidenciales que dicen cosas parecidas. Daniel Scioli, Sergio Massa, Mauricio Macri o Julio Cobos, por ejemplo, plantean que hay que buscar los consensos, dejar atrás los conflictos, mejorar algunas cosas pero mantener otras. ¿Cómo ve usted ese panorama, tal vez más parecido al europeo que a lo que ha sido lo habitual de Latinoamérica durante estos últimos años?

–A mí me interesó el proceso latinoamericano sobre todo como un proceso de emancipación del imperialismo y el colonialismo y las consecuencias de ellos. Cuando todos parecen decir más o menos lo mismo, inmediatamente es bueno para la paz social, pero es muy peligroso para la democracia. En Europa pasa eso, no hay diferencias. En Italia, tenemos un gobierno que está formado por ex comunistas y por la gente de (Silvio) Berlusconi.

–Que, sin embargo, pueden ponerse de acuerdo porque las políticas no difieren demasiado. ¿Es así?

–La política no permite muchas diferencias. Al gobierno anterior al actual en Italia lo llamaban “técnico”. Es decir, que estaba más o menos dictado por los bancos y las financieras. Efectivamente, esto me parece peligroso para la democracia. Yo no soy un cultor del conflicto, pero sin conflicto no hay libertad. Un buen liberal tiene que esperar que haya conflictos en la sociedad.

–¿Considera que sin conflictos no hay libertad?

–Cuando no hay diferencias hay alguien que gobierna. Los que tienen el poder ganan cuando no hay conflictos y hay estabilidad. Lo descubrimos ahora en Europa porque hay como una caída de la tensión política en todos los sentidos. De votantes, de militantes, de dirigentes políticos. Todo esto puede modificarse sólo si la situación es incluso peor, si el conflicto social es muy profundo y la gente sufre. Me gustaría una sociedad más liberal, aunque soy de izquierda.

–En dirección a lo que usted dice, poner tan de relieve los conflictos le significó al kirchnerismo la adhesión de mucha militancia juvenil, algo que hacía tiempo no se veía en el país.

–Efectivamente, yo considero la situación argentina –aunque en el interior se pueden ver todavía muchísimos problemas– políticamente más estimulante y más viva que la situación europea en este momento. Europa es un cementerio desde el punto de vista de las ideas. No pasa nada y no parece que pueda pasar nada. Siempre pienso si, por ejemplo, las elecciones pasadas las hubiera ganado un movimiento de extrema izquierda o de extrema derecha probablemente habría hecho la misma política económica.

–A propósito de los conflictos que el kirchnerismo puso sobre la mesa durante estos años, la Corte Suprema declaró constitucional la ley de medios, lo que disparó toda una serie de repercusiones. ¿Cómo ve usted esa relación conflictiva, que se reproduce en otros países de la región, entre los grupos de medios más poderosos y los gobiernos de signo progresista y de izquierda?

–Puedo hablar desde el punto de vista europeo, pero creo que es bastante compartido. Se ve una tensión conflictual con el poder económico de los grandes grupos. Hemos tenido problemas análogos con Fiat en Italia, por ejemplo. Son grandes empresas a las que los gobiernos no pueden imponerle las leyes. Independientemente de la situación específica de la Argentina, el problema de la política es el mismo. Si se impone una política inspirada por los economistas, que no son dioses.

–La diferencia que puede haber entre una empresa como Fiat y un grupo como Clarín aquí, u O Globo en Brasil o El Universal en Venezuela, es que cualquier límite a su expansión se plantea como un riesgo para la libertad de expresión. ¿Usted nota que existe un riesgo a coartar la libertad de expresión en la Argentina y en la región?

–Yo soy más un estatista que un privatista. Obviamente, trato de considerar las situaciones específicas. En Italia el problema de este tipo no era con Fiat, sino con Berlusconi. Si hubiéramos tenido hace 20 años una ley de medios como la de Argentina, probablemente no habríamos tenido Berlusconi, lo que a mí como antiberlusconiano me parece importante. Puede ser que en un país donde no existe un monopolio tan importante como el de Clarín nadie se imagine una ley de medios, pero la ley corresponde a un problema actual por una situación existente desde hace años.

–Ya pasaron más de seis meses del papado de Francisco y hay algunos especialistas que opinan que su gestión marca un gran cambio mientras que otros creen que es más que nada gestual y no de fondo. ¿Qué posición tiene usted?

–Pienso que está cambiando bastante. Pero un papa es un papa, no se puede pensar que va a ser otra cosa. Pero mejor Bergoglio que Ratzinger. Incluso ligado a la imagen que da, porque no es sólo una cuestión de imagen. Cómo el papa se presenta, representa cómo lo sienten y lo viven los fieles, así que no es solamente una apariencia exterior. Es efectivamente algo, porque los otros papas también tenían una apariencia exterior pero muy diferente. Yo soy un hincha de Latinoamérica y me gusta tener un papa latinoamericano.

–¿Aunque en algunos casos sea más que nada gestual, le parece que es mucho para un papa?

–Creo que lo está haciendo bien y que está haciendo todo lo que puede.

–Es otro interrogante, ¿hasta dónde puede llegar un papa? ¿Puede hacer todo lo que quiere o todo lo que puede dadas las circunstancias?

–Por ejemplo, un consenso en la Iglesia para un sacerdocio femenino podría permitírselo Bergoglio. No puede ser demasiada cuestión. Las mujeres incluso son una parte importante de la Iglesia formal. Las monjas, las hermanas americanas, siempre lamentaron que todas las decisiones fueran tomadas por los cardenales. Ellas son las que dirigen las escuelas, hacen las asistencias, son la fuerza de la Iglesia. Esto lo podría hacer. Si yo fuera papa, lo haría (ríe).

–Uno de los gestos fuertes del papado de Bergoglio fue cuando dio una misa frente a la isla de Lampedusa. Después allí sucedieron nuevas tragedias con las embarcaciones con inmigrantes que intentan llegar a Europa. ¿La situación no cambió nada?

–Esto puede suscitar la sospecha de que la visita del Papa a Lampedusa no ha tenido consecuencias políticas. Esto es verdad. Era un gesto que significaba algo pero no lo suficiente, los gobiernos no lo tuvieron en cuenta para nada. Se precipitaron a visitar Lampedusa algunos gobernantes pero sin cambiar nada hasta ahora. El problema de los inmigrantes no es problema sólo de Italia, que está muy cerca de la frontera y tiene una economía bastante débil frente, por ejemplo, a la alemana. Nosotros tenemos menos inmigrantes en Italia que en Alemania, pero los sufrimos más porque no hay estructuras de recepción, no hay formas de incorporarlos. Esto debe arreglarse inventando alguna forma de inmigración legal o temporaria, porque en Italia tenemos problemas en temporadas cuando, por ejemplo, es la temporada del tomate, que dura algunos meses. Hemos vivido bajo el chantaje de la Liga del Norte, que era aliada de Berlusconi, quien sigue en el gobierno italiano. Hay toda una cultura xenófoba que cree que la culpa de todo es de los inmigrantes. Lo que no es verdad, los inmigrantes pagan impuestos sociales, incluso, muchas veces sin utilizarlos. Porque pagan impuestos de seguridad social y después se van.

–Incluso la fuerza de Beppe Grillo, que se muestra como antisistema, habla contra la inmigración.

–El típico argumento. Grillo tiene una cultura política muy elemental, actúa como la Liga del Norte al comienzo. Me parece la parte débil, en el sentido de malo, de la política de Grillo. El punto es que para Europa, y el mundo occidental industrializado, la relación con el mundo de “afuera” es constitutiva de este momento. Es como la lucha de clases de otro tiempo. ¿Cuándo se dará cuenta el 85 por ciento de la población mundial que el otro 15 por ciento es el que consume la mayoría de los recursos? Ahí va a pasar algo. El problema del capitalismo occidental es que ahora se disfraza en estas cuestiones locales, pero fundamentalmente es saber qué va a pasar entre este mundo de la abundancia y el mundo de la pobreza.

–Volviendo al papa Francisco, el ranking de Forbes lo ubicó como la cuarta persona más poderosa del mundo. Sin embargo, fue allí a Lampedusa y no consiguió que nadie se ocupara del problema. ¿Será confiable ese ranking?

–Es como esa frase de Stalin, ¿cuántas divisiones tiene? Pobre, hace lo que puede. Es cierto que desde el interior mismo de la Iglesia sería posible ayudar más a los pobres, hay muchos edificios religiosos en Italia que están vacíos. Obviamente, yo lo comprendo, ha asumido toda la responsabilidad sobre una Iglesia milenaria. Incluso, si pusiera los recursos financieros para distribuirlos también tendría un problema, porque cuando se acaben esos recursos y no haya más dinero, qué hace. Pero, en ese sentido, se podría hacer algo más.

–Incluso a veces aparecen noticias sobre el Papa repartiendo cheques de 200 euros a personas que le plantearon casos de extrema necesidad, pero eso no parece una solución a la pobreza, ¿no?

–No, esas son cuestiones de políticas públicas, de políticas de los Estados, incluso de políticas europeas. Obviamente, si tuviera la solución yo ya la hubiera propuesto. Pero, por ejemplo, debe organizarse un poco mejor la recepción de los inmigrantes, evitando que sean obligados a inmigrar clandestinamente. Porque nosotros, en Italia, tenemos una ley antiinmigrantes clandestinos que penaliza y castiga también a quienes los ayudan. Es una de las invenciones más perversas de la Liga del Norte. Eso tendría que hacerse inmediatamente.

Jornalismo. A utopia romântica da imparcialidade

por Giselly Abdala

Ilustração Cau Gomez
Ilustração Cau Gomez

A constante pressão comercial leva os veículos interioranos a priorizarem a estabilidade financeira, reduzindo o jornalismo a um tapa-buracos entre os anúncios e tornando a imparcialidade jornalística apenas um sonho romântico.

Há, no jornalismo de cidades interioranas, certa predisposição para o “bom mocismo”. Por aqui, a isenção de conteúdo denunciatório é chamada de cautela e se manter em cima do muro representa imparcialidade jornalística. Devido ao menor fôlego financeiro em relação aos grandes jornalões das capitais, consolidou-se nas redações dos veículos regionais um clima de constante pressão financeira, que impulsiona o ato de “fazer jornalismo” a se resumir a um estado de eterno pisar em ovos. Busca-se, então, incessantemente, estabelecer plena harmonia entre o conteúdo publicado e o ego –macio – do anunciante, ou outro qualquer ilustre personagem vinculado à engrenagem econômica do veículo.

Constantemente pressionados do ponto de vista comercial, aos poucos os jornais matam as tentativas, ainda insípidas fora das capitais, de se fazer um jornalismo investigativo, com uma apuração mais profunda dos fatos do que a prática ligeira que o cotidiano permite. A prioridade financeira evidente reduz o jornalismo à mera função de tapa-buracos entre um anúncio e outro. E, por vezes, torna inviável ao jornalista o cumprimento de sua função primordial, a social, mantendo assim o jornalismo local preso à condição de amador, condenado ao desvirtuamento de função, delegando a uns poucos a tentativa quase que isolada de se fazer um jornalismo de qualidade.

Jornalismo cooptado

Neste contexto, matérias pagas se misturam às notícias, sem distinções, para legitimar o pronunciamento deste ou daquele “companheiro”, tornando os “fatos” passíveis de tamanha – e assustadora – vulnerabilidade. A verdade é que os jornais regionais se transformaram em negócios capitalistas onde a notícia é um mero detalhe e a relação do jornalista com o comercial é tão estreita que, em alguns casos, o mesmo desempenha a função de escrever e vender anúncio.

Um fator importante para o desencadeamento desta crise editorial é o crescente número de não jornalistas ocupando o cargo mais alto da hierarquia dentro das redações dos veículos de comunicação regionais. Alheios às causas que envolvem o exercício do bom – e ético – jornalismo, não separam mais o mesmo da publicidade, e vislumbram orgulhosos – e sem peso de consciência – este emaranhado de informações irrelevantes e parciais.

Pobre do jornalista interiorano que, quando não vende sua alma aos anúncios e foge da cobertura extremamente rasa de notícias factuais e da cultura amaciadora de egos, é presenteado com intimidações e ameaças da maneira próxima que somente o exercício da profissão em locais de menor espaço geográfico pode proporcionar. No contexto regional, a imparcialidade jornalística segue sendo uma utopia romântica. E o jornalismo cooptado, uma praga que reduz o jornalista a uma prostituta que trabalha para quem paga mais. Ou, simplesmente, para quem paga.

(Transcrito do Observatório da Imprensa)

 

 

Queima eleitoral da feira de candidatos a prefeito sem plataformas de governo

Manchete mentirosa da parada eleitoral
Manchete mentirosa da parada eleitoral

Entenderam-se por política várias coisas, e precisamente:

1 – a doutrina do direito e da moral

2 – a teoria do Estado

3 – a arte ou a ciência do governo

4 – o estudo dos comportamentos intersubjetivos

Nada mais enganador que afirmar que a Política era a chama que animou a Parada Gay de São Paulo. Como acontece com as paradas estudantis no Chile ou com as marchas dos indignados em vários países do mundo civilizado.

O que existiu foi um queima eleitoral. Uma feira de candidatos que não discutiram sequer seus programas de governos (se é que eles existem). E nenhum dos participantes carregou qualquer cartaz de protesto contra a corrupção que domina os poderes executivo, legislativo e judiciário de São Paulo.

Eis a vencionice do Diário do Comércio:

Política ‘ferve’ na 16ª Parada Ga

Paulo Liebert/AE

A 16ª edição da Parada do Orgulho LGBT (Lésbicas, Gays, Bissexuais, Travestis e Transexuais) tomou a Avenida Paulista ontem. Com a previsão de um público de 4 milhões de pessoas, a mesma do ano passado, a Prefeitura armou um esquema de segurança com 1.500 agentes à paisana. Desta vez, a organização adotou um tom mais político na escolha do tema: “Homofobia tem Cura: Educação e Criminalização”, bandeira defendida durante o desfile de 14 carros alegóricos.

O presidente da Associação da Parada do Orgulho LGBT (APOGLBT) de São Paulo, Fernando Quaresma, disse que a homofobia tem cura, não por ser uma doença, mas porque pode ser melhor abordada. “Ela deveria ser discutida nas escolas, por exemplo.”

Fada madrinha – Envolvida com a causa LGBT, especialmente desde que esteve na Prefeitura, em 2004, a senadora Marta Suplicy (PT) marcou presença na Parada criticando o que qualificou de retrocesso (leia mais abaixo) e o atual prefeito Gilberto Kassab (PSD) pela ausência de programas de educação sexual no ensino público municipal. Ao lado de Kassab (PSD) na entrevista que antecedeu a parada, Marta afirmou: “Na administração da prefeita Erundina, fui a coordenadora (dos programas de educação sexual) nas escolas. Na minha gestão, fizemos o mesmo. Comentei com o Kassab que hoje não existe mais isso e que todo esse trabalho, que inclui desde a prevenção das doenças sexualmente transmissíveis até o respeito à diversidade, faz parte dos ensinamentos e deve estar na escola”.

A senadora Marta Suplicy (PT-SP), com uma jaqueta de paetês prateados

O prefeito afirmou que Marta não fez uma crítica aguda, mas pediu apenas que haja abordagem ao tema da homofobia em diversas frentes na Prefeitura. O prefeito exaltou o evento – o segundo mais importante para a Cidade do ponto de vista turístico, atrás da F-1.

A organização e a militância LGBT protestam pela aplicação do projeto Escola Sem Homofobia, voltado a professores da rede pública. O grupo também pede a aprovação do projeto de lei 122/06, que há seis anos tramita no Senado e pede a criminalização da homofobia.

Tema delicado – O assunto é espinhoso para o PT, que tentou promover o chamado kit gay na gestão do pré-candidato do partido nas eleições municipais, Fernando Haddad, no Ministério da Educação. Após protestos de vários setores, Haddad abandonou o projeto.

E os candidatos? – Dos candidatos a prefeito Celso Russomanno (PRB), Carlos Giannazi (PSOL) e Soninha Francine (PPS) foram acompanhar a Parada na Avenida Paulista. José Serra (PSDB), que tinha ido para os EUA,  desmarcou. Haddad havia viajado com a família. Gabriel Chalita (PMDB) marcou evento de pré-campanha no mesmo horário na zona leste.

Público menor – Pela primeira vez, a organização não divulgou  o público, que, segundo policiais  e habitués foi inferior aos 4 milhões de 2011.  O último trio elétrico chegou à Praça Roosevelt, no Centro, às 18h. No horário, a  Avenida Paulista já havia sido liberada. Não houve registro de incidentes.

Marta vê retrocessoe alfineta Haddad
A senadora Marta Suplicy (PT-SP) criticou a demora na votação do projeto que criminaliza a homofobia. Em entrevista que precedeu a Parada Gay, ela disse que é um “retrocesso” o fato de o assunto não ter sido votado no Congresso após 16 anos de Paradas.

Cadê o Haddad? – Ao ser questionada sobre a razão da ausência no evento do pré-candidato petista a prefeito de São Paulo, Fernando Haddad, Marta, vestida com uma jaqueta de paetês prateados – “que a ocasião pede” –, foi evasiva. Perguntada se o fato de Haddad não participar da parada era um modo de evitar perda de votos entre evangélicos, segmento do eleitorado no qual é questionado por haver proposto o kit anti-homofobia quando era ministro da Educação, a senadora disse: “Isso é muito sério. Temos de pensar o que está acontecendo com a sociedade brasileira, que vive um retrocesso. Uma força de setores conservadores que não representam a maioria da sociedade acaba impondo essas ações e esses valores”, afirmou, sem citar diretamente Haddad.

O ministério, na época de Haddad, chegou a preparar material com vídeos, boletins e um caderno que trabalhava o tema da homossexualidade em sala de aula e no ambiente escolar.

A distribuição do chamado kit anti-homofobia, no entanto, foi suspensa pela presidente Dilma Rousseff após protestos das bancadas religiosas no Congresso.(AE)

Feita a transcrição, comento: a homofobia faz parte da violência que ensanguenta São Paulo. E a participação de um prefeito no combate aos crimes hediondos é mínima. Considerando que não tem nenhum poder para conter uma ação  contrária à ordem moral, jurídica ou política. É o governador quem comanda as polícias civil e militar. A Polícia Federal tem o comando da presidência da República. Idem as Forças Armadas. E o poder de prender, em uma democracia, é exclusivo da Justiça, que julga conforme a Lei. Lei votada pelo legislativo.

Compete a um prefeito administrar a cidade. Construir coisas que prestem para o povo. Que humanize a cidade. Construa moradias para o povo. Ofereça os serviços essenciais. Cuide da educação. Da saúde. Do saneamento. Ofereça áreas de lazer. Realize o combate à especulação imobiliária. Crie impostos para as moradias fechadas, os terrenos baldios. Retire o lixo. Limpe as ruas. Livre a cidade da sujeira e das pestes tipo dengue. E que tenha como política a urbanização social. Este é o bom combate de um prefeito. Notadamente contra a violência.

No mais, o homofóbico é um psicopata. A psicopatia não tem cura. Não se deve confundir crimes passionais com homofobia nem as mensagens isoladas de líderes religiosos ou políticos que condenam a sexualidade. O fanatismo religioso e o extremismo político terminam quando desmascarados pela imprensa. Quem prega o ódio e a morte sempre faz por demagogia, ou falso puritanismo, ou oportunismo faccioso, ou doença mental.

Do comportamento. Temos que considerar que o comportamento pode ser passivo (opinião), predisposição (atitude) e ativo (ação). A opinião é livre. Um idéia se combate com outra idéia. Uma atitude pode resultar em nada. Como acontece com o desejo de deixar de fumar.

Devemos combater as ações. Seja um pecado (regra adotada pelas religiões). Seja um delito. Em alguns casos para transformá-los em crime. Como acontece com o trabalho escravo. Desde o cortador de cana, cuja média de vida ativa sempre foi de doze anos, aos escravos do tráfico de sexo.

 

 

Estudar em uma universidade para receber o salário piso

Acorda, bicho! Estás estudando para receber um salário piso?

O salário piso, o salário pago pelas ex-estatais que foram leiloadas (doadas) por Fernando Henrique e Lula da Silva.

Desperta. Depois de formado, qual vai ser teu salário de bacharel?

Será um salário digno?

Esse teu futuro emprego vai durar quanto tempo?

Todo emprego no Brasil é temporário. Que a estabilidade foi cassada pelo ditador Castelo Branco, em 1964.

Apenas o funcionário público tem emprego fixo.

E depois dos 35 anos, arranjar emprego não é fácil. Mais difícil que o primeiro emprego.

Ô da poltrona!

Brzezinski: QUE EL MUNDO DESPIERTE ES LA PEOR PESADILLA PARA EL PODER

La humanidad estamos siendo engañados, esclavizados y manipulados por una pequeña élite de familias de poder organizadas en diversas estructuras que dominan a casi todos los países del planeta desde hace generaciones. Estas familias y sus organizaciones son las inductoras y responsables de casi todas las desgracias y penurias que acaecen en nuestras angustiadas vidas. Sin embargo, aunque dominen los ejércitos y las fuerzas de seguridad que les protegen, ELLOS nos tienen miedo, realmente son débiles y vulnerables. Su mayor MIEDO es el DESPERTAR de la población, el hecho de que las masas salgan de la ignorancia y el engaño en el que nos tienen sumidos, el salir de la MATRIX mental en la que vivimos encerrados.

Este medo existe. Eis porquê a polícia bate nos indignados.

Um bode que só pensa no embalo de sábado à noite não incomoda ninguém.
Uma vaca sentada só faz dar leite e carne para os outros.

Ô da poltrona, você acha justo a maioria dos trabalhadores, dos aposentados, dos pensionistas receberem 545 reais, o segundo pior salário mínimo da América do Sul?

Você chama de cristianismo mais da metade da população brasileira ter um rendimento de 375 reais?

Leia. Ser bem informado é importante. Clique aqui. Pense.

Jornal das oito desin-forma cordeirinhos. Não sejas medíocre!
Jornal das oito desin-forma cordeirinhos. Não sejas medíocre!

Ter uma opinião favorável é uma ação passiva. Sei dos males do cigarro, mas fumo.

Ter uma atitude favorável é ficar sentado no muro, na poltrona.

É precisa mudar o teu comportamento. Agir. Partir para uma ação ativa.

Seja bem informado!
Seja bem informado!
O conhecimento liberta.