Toda a imprensa golpista considerou o aniversário de Marta, ex-prefeita petista de São Paulo, e ex-ministra de Lula, o acontecimento político mais importante do ano, por reunir líderes da extrema-direita, e do PMDB, do velho PMDB que apoiou os 21 anos de governos militares. Do PMDB dos velhos que, para continuar “eternamente” no poder, defende o golpe.
A direitista e conservadora Folha de S. Paulo, moleque de recado, transmite o ultimato: “Dilma tem 20 dias…, dizem convidados da festa de Marta“. Este tipo de jornalismo marrom e safado da família Frias vem sendo praticado pelos barões da mídia, que violentam a ética e agridem a verdade. Praticam um jornalismo de baixarias.
Existe um blogue, que também faz a propaganda de uma marcha unida para o próximo dia 12, que tem o nome pornô explícito de “amanhã vai ser maior”.
Um outro blogue, Cabral arrependido, publica fotos que seriam do aniversário de Marta
“Em festa organizada por Marta Suplicy, a PT mais oposta a Dilma, onde entre seus convidados estavam grandes nomes como: Michel Temer, José Sarney, Gilmar Mendes, Eduardo Braga.
Os convidados foram unanimes em dizer que Dilma deve se acertar até dia 12 de Abril, pois caso a manifestação seja maior que a anterior, eles vão assumir o poder.
Então contagem regressiva pois se depender de todos os manifestantes”, avisa o mensageiro de notícias maléficas.
Dos pm-debistas citados, o mais novo é Miguel Temer, que nasceu em 1940, e foi eleito duas vezes vice-presidente por indicação de Dilma, e com os votos de Dilma Rousseff.
O ministro Gilmar Mendes, em causa própria, é defensor da Pec da bengala, proposta que aumenta de 70 para 75 anos a idade de aposentadoria compulsória para servidores públicos. A proposta enfrenta resistência de entidades jurídicas, contrárias à permanência de ministros por mais cinco anos. Gilmar Mendes nasceu em 30 de dezembro de 1955. O desengavetamento dessa Pec foi decidida no aniversário de Marta.
EXÉRCITO PRONTO PARA O GOLPE?
O blogue da extrema-direita Cabral arrependido publica o seguinte boato de incitamento ao crime:
“Apesar de muitos acharem que o exército não está agindo, pode ser verificado, em diversas partes do país, as tropas se movimentando, e se posicionando”. E publica a seguinte foto como prova (falsa inclusive):
O R7, com o seguinte título “Sem cúpula do PT, Marta Suplicy completa 70 anos com festa em SP”, publica uma galeria de fotos onde se destacam o ex-presidente Sarney, o atual presidente do TJ-SP (o maior tribunal do mundo) José Renato Nalini, Thereza Collor e o doleiro Naji Nahas.
Primeiro foi O Globo, admitindo que seu Editorial de saudação à chegada à ditadura “foi um erro”. Foi a admissão que havia apoiado a ditadura. Agora a Folha, apontada pela Comissão da Verdade como tendo sido um dos veículos da velha mídia que apoiou a ditadura, admite. Sim, a Folha apoiou a ditadura. Entendeu porque a Folha chama a Ditadura de Ditabranda?! O melhor de tudo é a explicação da Folha: “Em 1964 a Folha apoiou o golpe, como quase toda a grande imprensa.”
Quanto à citação de que a Folha emprestava as peruas para transportar os presos clandestinos, a Folha sai-se com esta pérola: “Não há documentos nem testemunhos diretos que corroborem a acusação de que a extinta “Folha da Tarde” tenha emprestado veículos para órgãos da repressão.” Note que a Folha não diz que não emprestou, não nega o empréstimo. Apenas diz que “não ha documentos nem testemunhos diretos”. Puxa, já tivemos argumentos mais sólidos para tentar desvincular a participação da Folha na ditadura.
Apesar de ser uma informação curtíssima, a Folha ainda consegue entregar outra informação valiosíssima. O IBAD, assim como o Instituto Millenium, são as tais de ONGs finanCIAdas para trabalhar contra os interesses do Brasil e se fazer às vezes de agentes que defendem os interesses dos EUA.
Não é mero acaso que todos os principais petistas paulistas tenham sido condenados pelo pessoal do Joaquim Barbosa e que Geraldo Alckmin tenha sido eleito no primeiro turno. Também não é mero acaso que o PCC seja uma organização fortemente enraizada em São Paulo, que nasceu sob os sucessivos governos tucanos, desde Mário Covas. Também não é mera coincidência que Tiririca, José Serra, Paulo Maluf, Marco Feliciano, FHC, Geraldo Alckmin, Celso Pitta, Orestes Quércia, Ademar de Barros, Jânio Quadros, Estadão, Folha e Veja sejam todos paulistas.
Será que agora dá para entender porque todas as marchas pedido a volta da ditadura militar tenham ocorrido em São Paulo?!
Em outro comentário, para transcrição de um artigo “Comissão da Verdade desmascara a Folha”, de Altamiro Borges, (leia aqui), afirma Crestani: “O corpo fascista da Folha de São Paulo aparece boiando
A mentira tem perna curta, diz o ditado. Mas para este caso, há outro mais legal, vem do Barão de Itararé, Apparicio Torelly: ‘De onde menos se espera de lá mesmo é que não sai nada’. Só saía de dentro das peruas emprestadas pela Folha. Mas já saiam mortos, não é assim d. Judith Brito?!
Agora fica fácil entender porque a Folha teve o desplante de chamar a ditadura de ditabranda. Branda com a Folha. Aliás, branda com todos os a$$oCIAdos do Instituto Millenium”.
Documento cita apoio da imprensa ao golpe de 64
O relatório da Comissão Nacional da Verdade cita, no capítulo sobre o apoio civil ao golpe de 1964, o papel dos veículos de imprensa do país.
O documento afirma que os jornais “O Estado de S. Paulo”, “O Globo” e a Folha apoiaram o golpe. No relatório, são mencionados Júlio de Mesquita Filho (1892-1969), ex-diretor de “O Estado”, como um dos articuladores, e o publisher da Folha, Octavio Frias de Oliveira (1912-2007), entre os integrantes do Ipes (Instituto de Pesquisa e Estudos Sociais), órgão que fazia propaganda contra Jango.
Um editorial da Folha é interpretado como um apelo ao golpe. A empresa é citada como uma das que financiaram a Oban (Operação Bandeirante) e acusada de ter cedido veículos à repressão.
Em 1964 a Folha apoiou o golpe, como quase toda a grande imprensa. Os editoriais do jornal, como “O Brasil continua”, do dia 3 de abril, defendiam a eleição de um novo presidente pelo Congresso para concluir o mandato de Jango e assegurar a preservação da Constituição.
O Clube Militar, que concedeu apoio à Marina Silva, vota em Aécio Neves neste domingo.
Defende Aécio a anistia para os sequestradores, os torturadores e os assassinos, que impuseram 21 anos de ditadura militar no Brasil.
Os governos de Lula da Silva e Dilma Rousseff são culpados de não educar politicamente o povo, mostrando as diferenças entre Democracia e ditadura. Entre Liberdade e terrorismo estatal.
A Justiça e o Legislativo brasileiros também são responsáveis pelas tentativas golpistas que o Brasil hoje está sendo vítima.
Os professores deveriam ter ensinado a recente História do Brasil, o chamado passado que a imprensa ignora, e que Aécio tenta esconder. Idem os jornalistas, que os patrões – os Marinho, os Civita, os Mesquita, os Frias, os Associados – planejaram, defenderam e faturaram o golpe de 64.
ARGENTINA. EL TRIBUNAL ORAL Nº 1 DE LA PLATA CONDENO A PERPETUA A 15 DE LOS 21 IMPUTADOS POR LOS CRIMENES COMETIDOS EN LA CACHA
“No es una alegría, es un gran paso de la Justicia”
Gianfranco Uber
Se juzgaron los crímenes cometidos contra más de 100 hombres y mujeres que pasaron por el centro clandestino que funcionó en Olmos durante la dictadura. También hubo penas de 13 y 12 años de prisión, y un absuelto.
por Ailín Bullentini
El Tribunal Oral Federal Nº 1 de La Plata condenó a prisión perpetua a 15 de los 21 imputados por los delitos de lesa humanidad cometidos contra más de 100 hombres y mujeres en el centro clandestino de tortura y exterminio conocido como La Cacha durante la última dictadura cívico-militar argentina. La sentencia incluyó condenas de 13 y 12 años de cárcel para tres civiles y un marino que participaron de la cotidianidad de aquel centro de detención ilegal que funcionó entre 1976 y 1978 en la localidad platense de Olmos, en la provincia de Buenos Aires, y la absolución de un militar. Entre los condenados a perpetua están Jaime Smart, quien fuera ministro de Gobierno bonaerense durante la dictadura, y Miguel Etchecolatz, ex director de Investigaciones de la policía provincial. Si bien la recepción de la condena entre el público que colmó la sala Amia de los Tribunales platenses –sobrevivientes y familiares de víctimas, pero también militantes de organizaciones defensoras de los derechos humanos y de izquierda– fue buena, el abucheo ante la absolución fue total.
Para los sobrevivientes del infierno de La Cacha y los familiares de las víctimas que no lograron salir con vida de allí, la Justicia llegó 37 años tarde. Para ellos y el resto del público que colmó la sala ayer, tardó dos horas más de lo pautado: recién a las 20 el presidente del TOF 1, Carlos Rozanski, ocupó su asiento y llamó a los acusados a que ocuparan sus sillas. “Asesinos”, los recibió el público. “Como a los nazis les va a pasar”, les dedicó. Uno de ellos se ofendió: “Váyanse a la puta que los parió”, gritó. El resto, solo miró con desdén.
Ninguno de los acusados reaccionó ante las condenas. Por genocidio, por privaciones ilegítimas de la libertad y tormentos, los jueces condenaron a prisión perpetua a casi todos los militares que integraron el Destacamento de Inteligencia 101: Carlos del Señor Hidalgo Garzón, Jorge Di Pascuale, Gustavo Cacivio, Ricardo Fernández, Miguel Angel Amigo, Roberto Balmaceda, Emilio Herrero Anzorena, Carlos Romero Pavón y Anselmo Palavezzati. Luis Perea, por fallo voto mayoritario de los jueces Pablo Jantus y Pablo Vega, fue absuelto. Los tres civiles miembros del destacamento, Raúl Ricardo Espinoza, Claudio Raúl Grande y Rufino Batalla, recibieron 13 años de prisión por ser considerados partícipes necesarios y no coautores de los mismos delitos. Lo mismo ocurrió con el marino Juan Carlos Herzberg, quien recibió 12 años de cárcel. Prisión perpetua también recibieron Héctor “Oso” Acuña, uno de los más feroces torturadores de La Cacha, e Isaac Miranda, los únicos dos penitenciarios sometidos a este juicio.
Los cálculos no son específicos, porque todo es a fuerza de reconstrucción permanente, pero permiten una idea: 200 personas, más o menos, pasaron horas, algunos días o meses encerradas en el edificio central de La Cacha, una estructura no muy grande de dos pisos y sótano. Engrilletadas. Encapuchadas. Algunas, como las embarazadas, reunidas en una zona igual, las “cuevitas”. La mayoría, mezclada: estudiantes secundarios, jóvenes militantes universitarios, obreros recientes y experimentados, sus mujeres. Sus padres e incluso meros conocidos. Las torturas sucedían en una estructura separada de la principal, pero lo suficientemente contigua como para que los prisioneros oyeran los gritos de los castigados con golpes o picana, insultados, amenazados, violados. La Cacha dejó de funcionar como centro clandestino en 1978. Unos años después, funcionarios de la aún viva dictadura ordenaron la demolición. De aquellas más o menos 200 víctimas, sólo un tercio logró salir con vida de La Cacha. De aquellos, más o menos 200 casos, 135 integraron el juicio que ayer culminó su etapa formal.
Pero el juicio también integró el análisis de la muerte de Marcelo Bettini y Luis Bearzi, por quienes sólo fueron imputados y condenados Etchecolatz y otros tres policías bonaerenses, Eduardo Gargano, Horacio Elizardo Luján y Julio César Garachico. El Tribunal los sentenció a prisión perpetua. “Fueron más de 30 años de esperar este momento de Justicia. No repara por completo, pero es un buen final para contarle a mi mamá, que siempre esperó por esto”, evaluó emocionado Carlos Bettini, embajador argentino en España. Además del homicidio, la familia Bettini –asistieron a la sentencia su hermana y sus sobrinas– también obtuvo justicia por el secuestro del padre del grupo, Antonio Bettini, y la abuela Mercedes Hourquebie. A Smart, la perpetua le correspondió por todos los delitos.
“Esto no es una alegría, pero es un gran paso de la Justicia. Por fin esta gente estará donde siempre debió, la cárcel.” Estela de Carlotto abandonó la sala con una sonrisa, después de pegar los tres gritos de ¡presente! Por los 30 mil desaparecidos. La muerte de su hija, Laura Carlotto, así como la de Olga Casado, no fueron tenidas en cuenta como homicidios en el fallo, sino como agravantes de los secuestros, y se les atribuyó a los miembros del 101, a los penitenciarios y a Smart. Pese a eso, y a que el tribunal no se expresó por los casos de bebés nacidos y apropiados en La Cacha, ni por el pedido para que se investigue a Fernández específicamente por uno de los casos, el abogado de Abuelas de Plaza de Mayo, Emanuel Lovelli, se mostró conforme con el fallo.
“Este juicio ha terminado”, soltó casi dos horas después de haber iniciado la lectura Rozanski y, entonces, el público puso su sello. Como al principio, pero más fuerte y ruidoso: “Asesinos”, les enrostraron a los culpables, que entonces sí mostraron su cara, aún manchada de odio. Al Oso Acuña se lo tuvieron que llevar entre siete ex colegas. Entre las butacas, Carlotto se abrazó con sus hijos, Claudia y Guido. La sobreviviente y militante Nilda Eloy, firme en las primeras filas como lo estuvo desde la primera audiencia, lloró de emoción.
Remember que Cachoeira foi “jornalista”, dono de secreta “agência de notícias”, e gravou várias conversas que terminaram como furos sensacionalistas da TV Globo e escandalosas capas da revista Veja.
Imagine quando não tem Copa
por Gilmar Crestani
Os três patetas (Mesquita, Civita & Marinho) disseram que “não sabiam de nada”…
Tudo que acontecia e acontece nos governos de esquerda é culpa do governante. A mesma regra não se aplica quando acontece sob as barbas dos donos da velhas mídias. Abrem manchetes quando Lula ou Dilma diz que não sabem de determinados acontecimentos. Já os a$$oCIAdos foram proibidos pelo Instituto Millenium de repercutirem o vazamento de uma prática institucionalizada de seus membros, a entrevista falsa. A Folha cansa de dar recados que diz ter obtido em off. Inventa declarações de Ministros ou outros funcionários do Governo, o que o obriga ao governo desmentir. A seção “erramos” é a única parte confiável da Folha.
A “barriga” é um fato desonroso para o mentiroso, mas é também demonstração do motivo pelo qual Mário Sérgio Conti é escolhido a dedo para atuar em todas as posições no jogo que fazem os grupos mafiomidiáticos. Até aí, embora seja uma prática consagrada, o que dizer dos patrocinadores. Será por isso que o Banco Itaú investe tanto nos veículos para os quais Conti perpetra entrevistas?
De repente a Copa está servindo para que o mundo conheça o povo brasileiro e a mídia brasileira. Quando ao povo, todo dia os turistas dão declarações entusiasmadas. Quanto à velha mídia, a repercussão que vêm obtendo corresponde aos fatos…
Conti não é míope, nem ingênuo. É safo! Não é de admirar que um dos seus heróis é Joaquim Barbosa: aliás, agora sabemos de onde Assas JB Corp tirou a justificativa que deu ao Barroso para a manipulação do julgamento da Ação 470: “Foi feito pra isso, sim!” O suprassumo da arrogância foi a conclusão: “Foi um erro tolo. Não prejudiquei ninguém, a não ser eu mesmo.” É exatamente isso. Os leitores destes veículos são “ninguém”. A velha mídia não está nem aí para o produto que entregam desde que forre os cofres. Credibilidade não conta, o que conta é a conta. A emboscada do atirador da elite faz lembrar outro pistoleiro, interpretado por Terence Hill, no filme “Meu Nome é Ninguém”… Ao contrário do pistoleiro da ficção de Sérgio Leone, o pistoleiro da velha mídia escorregou numa casca de banana, e, por ser um banana, se embananou e o tiro saiu pela culatra.
Se fazem isso durante a Copa, quando há marcação cerrada da mídia internacional por estas bandas, imagine o que não fazem quando não há imprensa internacional por aqui?!
“Barriga” com Felipão falso repercute pelo mundo
Publicação de bate-papo com sósia do técnico da Seleção brasileira por Mario Sergio Conti, colunista da Folha e do Globo, que já se transformou até em piada internacional, no site Eurosport, foi também tema de publicação da BBC internacional, sob o título traduzido: “Brasil confuso com entrevista com ‘Scolari falso’”
247 – A “barriga” do ano cometida por Mario Sergio Conti, atualmente apresentador de um programa na Globonews e colunista dos jornais Folha de S. Paulo e Globo, repercutiu no mundo todo (leia mais aqui).
Ele publicou uma falsa entrevista de Luiz Felipe Scolari, depois de se encontrar com um sósia do treinador no avião. O caso, que já se transformou até em piada internacional, repercutindo no site Eurosport, foi também tema de publicação da BBC internacional, sob o título traduzido: “Brasil confuso com entrevista com ‘Scolari falso’” (leia aqui).
Vladimir Palomo conversou com o colunista Mario Sergio Conti como se fosse o próprio Felipão, em um bate-papo registrado pelo jornalista em sua coluna publicada nas versões online dos jornais O Globo e Folha de S. Paulo.
Nenhuma manchete para a maior carga da mais pura coca. Depois da cocaína encontrada no helicóptero dos Perrella, informou um jornal da província:
Escrevi que o helicóptero, possivelmente, transportou, em dois vôos internacionais, uma tonelada de pasta no dia 13 de novembro último, do Paraguai para Brasil. Meia tonelada levada para o Campo de Marte na capital de São Paulo. E meia, no dia 14, para o Espírito Santo.
Cocaína transportada do Paraguai para Avaré, interior de São Paulo.
Inicialmente, os pilotos, para proteger autoridades e narcotraficantes paraguaios, informaram que a droga vinha da Bolívia.
A tomada do helicóptero dos Perrella foi realizada pela Polícia Militar do Espírito Santo, e o caso repassado para a Polícia Federal, que colocou o inquérito sob o manto protetor do segredo de justiça, por envolver personalidades da sociedade e do poder econômico, e altas autoridades da República.
A polícia do Espírito Santo prendeu o piloto Rogério Almeida Antunes, de 36 anos, natural de Campinas (SP), o copiloto Alexandre José de Oliveira Junior, de 26 anos, natural de São Paulo (SP) e os homens que receberiam a droga, o comerciante Robson Ferreira Dias, de 56 anos, natural do Rio de Janeiro (RJ), e o jardineiro Everaldo Lopes Souza, de 37 anos, natural de Governador Valadares, no Vale do Rio Doce.
O jardineiro, pobre jardineiro, simplório calunga, carregador braçal. Desnecessário estar preso. Um coitado trabalhador avulso.
Na imprensa, todo proprietário de um pequeno negócio vem sendo chamado de empresário. O “comerciante” Robson Ferreira da Silva estava dando uma de motorista, realizando o mesmo trabalho dos pilotos. Iria transportar a droga do campo improvisado em Afonso Claudio, para um local desconhecido.
Não foi preso ninguém em Campo de Marte. Idem no Campo de Avaré, local de descarga e carregamento de drogas. Nem em Divinópolis, local de abastecimento do helicóptero, e que está na rota internacional do tráfico. E solto permanece o verdadeiro dono do sítio em Afonso Claudio.
Do jeito que carregam o andor, jamais descobrirão os milionários proprietários do pó do helicóptero dos Perrella.
Eliane Cantanhêde está indignada porque os militantes do PT cantaram musiquinha relacionando a droga do helicóptero de Zezé Perrela aos tucanos. Ficou mais irritada ainda porque Lula, em vez de repreender os filiados, comentou:
– Se for comparar o emprego do Zé Dirceu no hotel com a quantidade de cocaína no helicóptero, pelo menos houve uma desproporcionalidade no assunto.
Eliane ficou tão contrariada que deu o seguinte título ao seu artigo de hoje na Folha: “A cocaína de Lula”.
A colunista afirma que Lula está contribuindo para que o PT traga este assunto a público.
Deve ser porque o artigo dela é muito curto. Se tivesse mais algumas linhas de espaço, Eliane poderia ter lembrado ao leitor que quem inaugurou este tipo de baixaria foi um amigo de Serra, que deu a um artigo no Estadão, dirigido ao então governador Aécio Neves, o título de “Pó pará, governador”.
Foi ali que começou uma guerra de dossiês entre os dois tucanos.
PS: brincadeira de mau gosto com título qualquer um pode fazer.
*
Admito que também fiquei preocupado com essa coisa de baixaria. Em conversa com amigos, cheguei a comentar, com sinceridade, que tinha pena dos Perrela. Só que logo assim que falei isso, eu mesmo comecei a rir histericamente, e todo mundo riu muito, porque a nossa mídia conseguiu blindar os Perrela de tal maneira que se transmitiu a ideia de que a apreensão de um helicóptero com meia tonelada de cocaína é uma coisa “normal”. Um acidente da vida que pode acontecer a qualquer um.
Quanto à baixaria, Cantanhede deveria lembrar a seus leitores dois fatores importantes:
1) Que o seu marido é marketeiro do PSDB e ela trabalha na Folha, um pasquim controlado e financiado pelos tucanos.
2) Que as baixarias maiores, de longe, vem da Folha. Ou ela não se lembra da ficha falsa da Dilma? Baixaria essa que foi seguida de outra, com o próprio Octavio Frias Filho insultando grosseiramente dois professores que enviaram cartinhas à Folha. Pior ainda: Eliane não se lembra da fofoca macabra do Cesar Benjamin, dizendo na Folha que Lula, na cadeia, tinha estuprado, ou tentado estuprar, um adolescente?
Lula está certo. E a militância também está certa em seu sarcasmo em relação ao caso. A direita e a mídia não fizeram o diabo quando pegaram um aloprado petista com dinheiro na cueca? O que é pior? Dinheiro na cueca ou meia tonelada de pó num helicóptero cinco estrelas?
Além disso, a história da cocaína está muito mal contada. O próprio desinteresse da imprensa, escancarado no texto da Cantanhede, é suspeito.