E Aécio, será que ele teria coragem de desencadear
uma campanhapelo tráfico livre para helipóperos pelo Brasil
como já acontece em Juiz de Fora, Minas Gerais?!
Será mera coincidência que a cocaína vinda dos países limítrofes
seja distribuída pelo Brasil a partir da cidade mineira de Juiz de Fora?
Será por que a história com um helicóptero com 450 kg virá pó
no noticiário dos velhos parceiros mafiomidiáticos?
Gilmar Crestani
POLÍCIA FEDERAL DESARTICULA QUADRILHA QUE FATURAVA 20 MILHÕES POR MÊS
Cocaína saía da Bolívia, passava pelo Paraguai, Triângulo e interior de São Paulo e seguia para Juiz de Fora, onde era distribuída para Rio e Nordeste
por Guilherne Parnaíba
EM Com Br/ ADPF
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Um golpe na maior organização criminosa de tráfico internacional de drogas investigada pela Polícia Federal em Minas Gerais nos últimos anos. Foi dessa forma que o delegado regional de Combate ao Crime Organizado da PF, Paulo Henrique Barbosa, caracterizou a quadrilha desarticulada ontem, cuja maior presença está em Juiz de Fora, na Zona da Mata. Os traficantes faturavam cerca de R$ 20 milhões por mês, segundo estimativas da polícia, já que o esquema distribuía duas toneladas de cocaína por mês a R$ 10 mil cada quilo. Dezessete pessoas foram presas, incluindo 12 em Juiz de Fora e duas em Belo Horizonte. Outros dois alvos de mandado de prisão preventiva já estavam detidos na Penitenciária Nelson Hungria, em Contagem, na Grande BH.
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“A droga vinha da Bolívia e passava pelo Paraguai, Triângulo Mineiro e interior de São Paulo antes de chegar à Zona da Mata. De Juiz de Fora, seguia principalmente para o Rio de Janeiro e o Nordeste”, informou o gerente operacional do Setor de Inteligência da PF, Alexandre Mees. Além das prisões, a PF conseguiu junto à Justiça o confisco de R$ 70 milhões em bens do grupo, marcado pelo alto padrão de vida e ostentação de imóveis, carros, aviões e lanchas de luxo.
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A investigação começou há cerca de seis meses. Segundo o delegado da PF de Uberlândia, no Triângulo Mineiro, Carlos Henrique Cotta Dângelo, o inquérito é fruto de uma informação obtida pelos agentes no ano passado. “Tivemos uma série de ocorrências com aeronaves do tráfico aqui no Triângulo. Com base nisso, foi repassada a informação de um grupo que agia em Juiz de Fora”, disse o policial. Esse núcleo sediado na Zona da Mata mineira, segundo a PF, recebia a droga que chegava de duas rotas. Uma delas saía da Bolívia passando pelo interior de São Paulo. Antes de chegar aos arredores da cidade paulista de Aguaí, a droga também podia passar pelo Paraguai, sempre usando aeronaves no transporte. De São Paulo, a cocaína seguia para Juiz de Fora pelas rodovias do país. “Outra possibilidade era seguir direto da Bolívia de avião até o Triângulo Mineiro, para depois terminar o caminho de carro até Juiz de Fora”, afirma Alexandre Mees.
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BENS Na cidade mineira, um laboratório de preparo e manuseio de drogas foi estourado ontem pelos policiais, que também encontraram no local cerca de R$ 1 milhão em cheques. Na lista de bens bloqueados pela Justiça está uma cobertura em Juiz de Fora avaliada em R$ 1,5 milhão. Segundo as investigações, o núcleo mineiro da quadrilha, radicado na cidade, usava agências de compra e venda de veículos para lavar o dinheiro obtido com o tráfico de drogas.
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No interior de São Paulo, foi constatada a atividade de transporte de passageiros para garantir a lavagem da quantia arrecadada de forma ilícita. Além dos núcleos responsáveis por transportar e preparar a droga para revenda, a PF verificou também a presença de financiadores, pessoas que injetavam dinheiro no esquema para obter lucros de modo fácil e rápido. Uma dessas pessoas, procurada em São Paulo, esteve envolvida em uma fraude bancária recente e teve rendimentos que totalizaram R$ 120 milhões em um ano.
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Além das 17 prisões de ontem, a PF já tinha capturado outros 16 envolvidos no esquema, todos em flagrante, durante o curso das investigações. Um dos próximos passos é abrir um inquérito para investigar especialmente a lavagem de dinheiro, além de continuar a caça aos foragidos para prender todos os alvos da operação. Três pessoas ainda não foram localizadas. As investigações apontam que o grupo usava documentos falsos e contava com uma importante rede de tráfico de influências para garantir a manutenção das práticas ilícitas.