Lazer sempre para os ricos no Recife

Recife não tem áreas de lazer para o povo.

Governar o Recife é construir os caminhos do shopping, estreitando calçadas e comendo as beiradas das praças. É erguer espigões, roubando o verde dos manguezais.

Recife não tem um passeio público.

recife manguezais

Os grileiros, os coronéis do asfalto e a especulação imobiliária acizentam o Recife, com uma arquitetura feia, pesadona, que arranha o céu, e a beleza de uma cidade chamada de Veneza Brasileira.

Quem vai usufruir desse projeto bonito?

Informa a prefeitura do Recife: “As ruínas de um antigo cais, localizado na Avenida Martins de Barros (Santo Antônio), vai se transformar em uma nova área de lazer e contemplação do Rio Capibaribe. A Secretaria de Meio Ambiente e Sustentabilidade do Recife deu início, nesta segunda-feira (06), as obras para a implantação do equipamento público chamado Estação Eco-turística Cais do Imperador. O espaço, que também foi utilizado como uma subestação de ônibus elétricos, é considerado histórico e receberá esse nome por ter sido construído em 1859, para o desembarque do Imperador Dom Pedro II e sua família, em visita à cidade.

Orçado em R$ 632 mil, o projeto prevê a recuperação total do espaço e a construção de novos elementos. O Cais do Imperador será formado por uma área aberta para contemplação, um ponto comercial, um posto de informação turística e um econúcleo. No ambiente externo, será realizado um tratamento paisagístico, com grama e árvores nativas, somando 142m2 de área verde. Também haverá um local para pequenas exposições e apresentações culturais. Tudo contará com uma iluminação especial que usará lâmpadas do tipo Led – mais eficientes e econômicas”.

Tudo bonitinho. É mais um espaço público cedido para os grandes negociantes da noite. Informa o Diário de Pernambuco: “O antigo píer será reformado e transformado em um espaço de convivência, com praça, anfiteatro, centros de informação e um ponto gastronômico com telhado verde.

A previsão de duração da obra, iniciada na sexta-feira, é de seis meses. Em um primeiro momento, o cais será um espaço de convivência com 598 m2, sendo 135 m2 para o anfiteatro (palco de apresentações rodeado por uma escadaria que servirá como arquibancada), 62 m2 de praça e 98 m2 do ponto gastronômico. ‘O empresário responsável pelo estabelecimento também terá que arcar os custos de iluminação e manutenção do cais’, pontuou o arquiteto responsável pelo projeto, Romero Pereira.

Posteriormente, o equipamento deve receber um píer para que barcos atraquem no local. O público poderá desembarcar também por via fluvial. Não há previsão para essa etapa ser realizada. Hoje, é possível chegar ao local principalmente usando transporte coletivo. Uma parada de ônibus fica a poucos metros do cais. ‘Essa área estava em desuso, sendo usada como estacionamento. Esperamos que, ao transformá-la num ponto histórico, ela possa trazer um novo olhar para os bairros de São José e Santo Antônio’, destacou o arquiteto.

O investimento vem de recursos de compensação ambiental pagos pelo Colégio Boa Viagem após uma reforma realizada em Área de Preservação Permanente (APP). Desde 2013, empresas que contróem nessas áreas podem fazer a compensação em dinheiro, através de um cálculo feito pela prefeitura levando em consideração o número de árvores desmatadas.

Foto Inaldo Lins
Foto Inaldo Lins

O imóvel em tons de verde que existe atualmente no local será demolido até a sexta-feira. Após a demolição, a prefeitura vai realizar uma seleção pública para escolher a empresa responsável pela gestão do café ou bar e manutenção do espaço. Os dois banheiros localizados nas extremidades do cais serão transformados em dois centros de informações: um ecológico e outro de informações turísticas. Apenas esses pontos serão mantidos pelo poder público”.

É mais um espaço de lazer para quem tem dinheiro.

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Prefeito do Recife inimigo público

Roberta Soares: Pedestres correspondem a 31% das vítimas indenizadas em acidentes de trânsito
Roberta Soares: Pedestres correspondem a 31% das vítimas indenizadas em acidentes de trânsito

Recife maltrata os pedestres. As novas pontes e viadutos não possuem passagens, nem caminhos para o povo.

O prefeito não constrói praças. Parques nem pensar.
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Recife não tem passeio público.
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Tem apenas uma biblioteca para um milhão e 500 mil recifenses.
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Do mapa, prefeito e vereadores estão riscando tudo que é público. Não existe nenhum projeto de cemitério público. O último foi o Parque das Flores, municipalizado por Antonio Farias, um excelente prefeito.
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Não existe nenhum mercado público na Zona Sul do Recife. O dono do shopping, financiador de campanhas eleitorais, proibiu para todo sempre. Uma desautorização válida para toda a Região Metropolitana.
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Não se faz mais nada que preste para o povo.

Governar o Recife é construir os caminhos do shopping
Governar o Recife é construir os caminhos do shopping

Hoje o Diário de Pernambuco arrisca afirmar que “pedreste é associado a uma condição social de pobreza”.  Leia

Encurtemos as distâncias entre o salário mínimo e o salário dos desembargadores, dos coronéis da PM, dos senadores, entre um favelado e um banqueiro, entre os palácios e favelas

justiça social Amorim

Essa distância o papa Francisco vem mostrando nos sermões.

No Brasil as desigualdades são cruéis. Pastores, com seus palacetes e aviões de luxo, pregam o fanatismo religioso. É difícil neste mundo cruel ser cristão, pregar o amor, que apenas existem – ensinou Jesus – dois mandamentos que é um só: amar a Deus e amar o próximo.

Não existe justiça social nos despejos judiciários. Não existe amor em uma sociedade que convive com o trabalho escravo, o tráfico de pessoas e 500 mil prostitutas infantis.

Os governantes apenas trabalham pelos empresários financiadores de campanhas eleitorais. Nada se faz que preste para o povo. O Rio de Janeiro possui 1 mil e 100 favelas. São Paulo, 2 mil 627 favelas.

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Aproximar-se das pessoas marginalizadas, encurtar as distâncias até chegar a tocá-las sem ter medo de se sujar: eis a «proximidade cristã» que nos mostrou concretamente Jesus libertando o leproso da impureza da doença e também da exclusão social. A cada cristão, à Igreja inteira, o Papa pediu que tenha uma atitude de «proximidade»; fê-lo durante a missa na manhã de sexta-feira, 26 de Junho, na capela da Casa de Santa Marta. A próxima celebração está prevista para terça-feira 1 de Setembro.

«Quando Jesus desceu do monte, grandes multidões o seguiam»: Francisco iniciou a homilia repetindo precisamente as primeiras palavras do Evangelho de Mateus (8, 1-4) proposto pela liturgia. E toda aquela multidão, explicou, «tinha ouvido as suas catequeses: ficaram maravilhados porque falava “com autoridade”, não como os doutores da lei» que eles estavam habituados a ouvir. «Ficaram maravilhados», especifica o Evangelho.

Portanto, precisamente «estas pessoas» começaram a seguir Jesus sem se cansar de o ouvir. A ponto que, recordou o Papa, elas «permaneceram o dia inteiro e, por fim, os apóstolos» deram-se conta de que tinham certamente fome. Mas « para eles ouvir Jesus era motivo de alegria». E assim «quando Jesus terminou de falar, desceu do monte e as pessoas seguiam-no» reunindo-se «em volta dele». Aquela gente, recordou, «ia pelas estradas, pelos caminhos, com Jesus».

Contudo, «havia também outras pessoas que não o seguiam: observavam-no de longe, com curiosidade», perguntando-se: «Mas quem é ele?». Aliás, explicou Francisco, «não tinham ouvido as catequeses que tanto surpreendiam». E assim havia «pessoas que olhavam da calçada» e «outras que não podiam aproximar-se: era-lhes proibido pela lei, porque eram «impuros». Precisamente entre elas estava o leproso do qual fala Mateus no Evangelho.

«Este leproso – realçou o Papa – sentia no coração o desejo de se aproximar de Jesus: tomou coragem e aproximou-se». Mas «era um marginalizado», e portanto «não podia fazê-lo». Porém, «tinha fé naquele homem, tomou coragem e aproximou-se», dirigindo-lhe «simplesmente o seu pedido: “Senhor, se quiseres, podes purificar-me”». Disse assim «porque era “impuro”». Com efeito, «a lepra era uma condenação definitiva». E «curar um leproso era tão difícil quanto ressuscitar um morto: por esta razão eram marginalizados, estavam todos ali, não podiam misturar-se com as pessoas».

Porém havia, prosseguiu Francisco, «também os automarginalizados, os doutores da lei que olhavam sempre com aquele desejo de pôr Jesus à prova para o fazer cair e depois condenar». Ao contrário, o leproso sabia que era «impuro, doente, e aproximou-se». E «o que fez Jesus?», questionou-se o Papa. Não ficou parado, sem o tocar, mas aproximou-se ainda mais e estendeu-lhe a mão curando-o.

«Proximidade», explicou o Pontífice, é uma «palavra tão importante: não se pode construir comunidades a sem proximidade; não se pode fazer a paz sem a proximidade; não se pode fazer o bem sem se aproximar». Na realidade, Jesus poderia ter-lhe dito: «Que tu sejas curado!». Ao contrário, aproximou-se dele e tocou-o. «Mais ainda: no momento em que Jesus tocou o impuro, tornou-se impuro». E «este é o mistério de Jesus: assumir as nossas sujidades, as nossas impuridades».

É uma realidade, prosseguiu o Papa, que são Paulo explica bem quando escreve: «Sendo igual a Deus, não considerou esta divindade um bem irrenunciável; aniquilou-se a si mesmo». E, em seguida, Paulo vai além afirmando que «se fez pecado»: Jesus tornou-se ele mesmo pecado, Jesus excluiu-se, assumiu a impureza para se aproximar do homem. Por conseguinte, «não considerou um bem irrenunciável ser igual a Deus», mas «aniquilou-se, aproximou-se, fez-se pecado e impuro».

«Muitas vezes penso – confidenciou Francisco – que é, não quero dizer impossível, mas muito difícil fazer o bem sem sujar as mãos». E «Jesus sujou-se» com a sua «proximidade». Mas depois, narra Mateus, foi inclusive além, dizendo ao homem libertado da doença: «Vai ter com os sacerdotes e faz aquilo que se deve fazer quando um leproso é curado».

Em síntese, «aquele que estava excluído da vida social, Jesus inclui-o: inclui-o na Igreja, inclui-o na sociedade». Recomenda-lhe: «Vai para que todas as coisas sejam como devem ser». Portanto, «Jesus nunca marginaliza, nunca!». Aliás, Jesus «marginalizou-se a si mesmo para incluir os marginalizados, para nos incluir a nós, pecadores, marginalizados, na sua vida». E «isto é bom», comentou o Pontífice.

Quantas pessoas seguiram Jesus naquele momento e seguem Jesus na história porque ficaram maravilhadas com o seu modo de falar», realçou Francisco. E «quantas pessoas observam de longe e não compreendem, não estão interessadas; quantas pessoas observam de longe mas com um coração maldoso, a fim de pôr Jesus à prova, para o criticar e condenar». E, ainda, «quantas pessoas observam de longe porque não têm a coragem que teve» aquele leproso, «mas desejariam muito aproximar-se». E «naquele caso Jesus estendeu a mão primeiro; não como neste caso, mas no seu ser estendeu-nos a mão a todos, tornando-se um de nós, como nós: pecador como nós mas sem pecado; mas pecador, sujo com os nossos pecados». E «esta é a proximidade cristã».

«Palavra bonita, a da proximidade, para cada um de nós», prosseguiu o Papa. Sugerindo que nos questionemos: «Mas sei aproximar-me? Eu tenho a força, a coragem de tocar os marginalizados?». E «também para a Igreja, as paróquias, as comunidades, os consagrados, os bispos, os sacerdotes, todos», é bom responder a esta pergunta: «Tenho a coragem de me aproximar ou me distancio sempre? Tenho a coragem de encurtar as distâncias, como fez Jesus?».

E «agora no altar», sublinhou Francisco, Jesus «aproximar-se-á de nós: encurtará as distâncias». Portanto, «peçamos-lhe esta graça: Senhor, que eu não tenha medo de me aproximar dos necessitados, dos que se vêem ou daqueles que têm as chagas escondidas». Esta, concluiu, é «a graça de me aproximar».

Saad Murtadha
Saad Murtadha

O dinheiro dos impostos é de um só

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A Prefeitura do Recife recebe os impostos, mas esquece de realizar os serviços que cobrou. Constata o Jornal de todos os comércios hoje:

No Córrego do Deodato, lixo em frente à escola municipal tem fogão, estante, ventilador e restos de comida Foto: Guga Matos
No Córrego do Deodato, lixo em frente à escola municipal tem fogão, estante, ventilador e restos de comida
Foto: Guga Matos

Geladeira, fogão, estante, cama, aparelhos de som e DVD, ventilador, caixa d’água. Mais restos de comida e de embalagens, sacolas, metralha. Tudo isso em frente à Escola Municipal Alda Romeu, no Córrego do Deodato, bairro de Água Fria, Zona Norte do Recife, onde dezenas de crianças circulam diariamente. O montante de lixo impressiona e incomoda. Também obstrui canais, entope canaletas, polui rios, provoca alagamentos e contribui para deslizamentos de barreiras, como ocorreu anteontem na Bomba do Hemetério. Um problema que atinge a Região Metropolitana do Recife e que fica mais evidente neste período de chuvas.

Com uma população de cerca de 1,6 milhão de habitantes, a capital pernambucana tem 530 pontos críticos de lixo, segundo a Empresa de Manutenção e Limpeza Urbana do Recife (Emlurb). Moradores das áreas de morro e comunidades de baixa renda são os que mais sujam as vias públicas. “Fizemos um mapeamento e identificamos em maio 530 pontos críticos de descarte irregular de lixo, número que cresceu em junho. As pessoas precisam entender que ao jogarem lixo na rua estão prejudicando a si mesmas e a cidade, pois os entulhos entopem galerias e canaletas”, ressalta a diretora de Limpeza Urbana da Emlurb, Maria Carolina Azevedo.

Quando a Prefeitura vai começar a retirar o lixo dos rios, canais, galerias, canaletas e encostas?

Governar o Recife é construir os caminhos do shopping, que não se faz nada que preste para o povo

Manda-chuvas das prefeituras matam os pobres soterrados na lama e nos escombros dos casebres

Os despejos judiciais criam novas favelas nas regiões metropolitanas

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RECIFE
RECIFE

caos e morte

tragedia morro drama asfalto

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Não se faz nada que preste para o povo que se amontoa em áreas de risco

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RECIFE, A CAPITAL DO LIXO NO NORDESTE

Luxo

A primeira leitura que fiz foi lixo. Esta de Recife capital do luxo é uma piada. Certamente que existem fausto, esplendor, magnificência e ostentação privativas das mansões e apartamentos de executivos de empresas estrangeiras, de marajás e Marias Candelária do executivo, do legislativo e do judiciário. E nos shoppings, que a Prefeitura, para servir os novos mascates, pretende transformar em passeio público e locais substitutos das antigas praças.

Os grandes empresários de Pernambuco não moram no Recife, preferem a lonjura das praias particulares e de secretos condomínios fechados. Ou a vida no além-mar.

Vi hoje na página Direitos Urbanos – Recife, no Facebook:

Rafael Andrade: Canal do lixo, localizado em Afogados, Estrada dos Remédios (ao lado do bar do Caboclinho)
Rafael Andrade: Canal do lixo, localizado em Afogados, Estrada dos Remédios (ao lado do bar do Caboclinho)
Wellington Lima:  É assim que se encontra a chamada "Veneza Brasileira", no Cais da Alfândega
Wellington Lima: É assim que se encontra a chamada “Veneza Brasileira”, no Cais da Alfândega
A EMPRESA QUE ESTAR CONSTRUINDO O TIP DA JOANA BEZERRA CONCRETIZOU, SOTERROU AS ARVORES CENTENÁRIA DO SÍTIO HISTÓRICO DO CAJUEIRO DO COQUE E ELAS ESTÃO MORRENDO! JÁ ENVIAMOS OFÍCIO A SECRETÁRIA DO MEIO AMBIENTE PEDINDO QUE ELA INVERTESSE E ATÉ HOJE ELA NADA VEZ. DO MESMO JEITO PEDIMOS AOS PROMOTORES DO MEIO AMBIENTE E ELES TAMBÉM NADA FIZERAM! JÁ NÃO SABEMOS A QUEM MAIS RECORRER! DAÍ O NOSSO PEDIDO DE AJUDA. CONTAMOS COM VOCÊS! VIDE FOTOS ANEXAS E OFICIO.
RILDO FERNANDES: A EMPRESA QUE ESTá CONSTRUINDO O TIP DA JOANA BEZERRA CONCRETIZOU E SOTERROU AS ÁRVORES CENTENÁRIAS DO SÍTIO HISTÓRICO DO CAJUEIRO DO COQUE, E ELAS ESTÃO MORRENDO!
JÁ ENVIAMOS OFÍCIO A SECRETÁRIA DO MEIO AMBIENTE, PEDINDO QUE INVERTESSE E, ATÉ HOJE, NENHUMA PROVIDÊNCIA

O Recife é uma cidade suja e escura.

Ninguém sabe para onde vai o dinheiro da Prefeitura, que nada se faz que preste para o povo.

Governar Recife é construir os caminhos dos shoppigns.

 

UMA CAMPANHA POLÍTICA SINGULAR (COM DESEJO DE MUDANÇA)

por Tereza Cruvinel/
Correio Braziliense
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Márcia Cavallari, presidente do Ibope Inteligência, é uma das maiores conhecedoras da alma do eleitorado brasileiro. Em entrevista ao portal El País Brasil, ela resume a sorte de Dilma, ao dizer que “há um desejo de mudança, mas o problema é que, por enquanto, as pessoas não estão vendo na oposição quem possa representar essa mudança. Nas pesquisas que a gente fez, não vemos os candidatos da oposição se apropriando desse sentimento. Dilma ainda tem uma grande vantagem”.
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[“Há um desejo de mudança”. Leitura: Há um desejo do eleitorado de mudar, de não reeleger Dilma.
“As pessoas não estão vendo na oposição quem possa representar essa mudança”. Não estão vendo mesmo não. Eduardo Campo foi ex-ministro de Lula. É apoiado por outros ex-ministros, inclusive Marina Silva. E o povo, nas urnas, derrotou toda elite tucana para presidente depois do governo de Fernando Henrique.
“Não vemos candidatos da oposição se apropriando desse sentimento”. Qual sentimento? Mudar por mudar? Mudar o quê? Diz Eduardo Campos: o jeito de fazer política. Isso não quer dizer nada.   Reclama Aécio: tem faltado “generosidade” ao PT para reconhecer que os avanços sociais dos governos Lula e Dilma se apoiam em contribuições de administrações anteriores.
Dilma, Aécio e Campos não possuem carisma, e são pessimamente assessorados, pela crença de que propaganda política é marketing]
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Afora o baixo conhecimento que o eleitorado tem dos candidatos Aécio Neves e Eduardo Campos, ela aponta a desconcentração eleitoral decorrente da realização da Copa do Mundo aqui. “Vão chegar as delegações, vai estar aquela convivência com outras pessoas e tal, então as pessoas só estarão focadas nas questões eleitorais depois que acabar a Copa, a partir de 13 de julho.
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[Feio dizer que um ex-presidente do Congresso e ex-governador de Minas Gerais não é conhecido. Vale para o ex-ministro e governador de Pernambuco. Quer dizer: Não realizaram nada que seja lembrado.
Desconhecido era Fernando Collor, ex-prefeito de Maceió e governador das Alagoas.
“Vão chegar as delegações, vai estar aquela convivência com outras pessoas e tal”. Esse randevu não existirá. O povão vai assistir a Copa pela TV. E como aconteceu na Copa das Confederações, a polícia estará na rua para evitar qualquer contato fora do campo. Dentro dos estádios, todo mundo sentado. E na horizontal, nos motéis e hotéis, que toda Copa concentra milhares de prostitutas.
“As pessoas só estarão focadas nas questões eleitorais depois que acabar a Copa”. Não é verdade. Desde junho que o povo está nas ruas. E política se faz todos os dias profanos e santos. Basta a leitura das capas dos jornais, ou ficar enquadrado no jornal dito nacional da TV Globo. Ou o exemplo deste artigo que começa com a propaganda “há um desejo de mudança”]
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A campanha pegará o fim de julho, agosto e setembro. Vai ser uma campanha muito curta, o que dificulta as ações. A partir do horário eleitoral gratuito na televisão, que começa em 19 de agosto, é que todos os candidatos passarão a ser conhecidos de uma forma mais homogênea pela população.”
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[A campanha permitida por lei é curta, por que assim desejam os grandes partidos, e os mercadores de legendas, que vendem o tempo de propaganda paga pelo povo na tv e rádio. Os pequenos partidos ficam sem espaço para eleger uma zebra no primeiro turno]
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Hoje, diz ela, não dá para dizer com certeza que influência terá a Copa: “Vai depender muito do que acontecer. Quero dizer: a gente vai passar vergonha? Tudo vai ser entregue? Vai estar tudo remendado? Não vai? Isso é algo que a gente vê. A população, a opinião pública, não quer passar vergonha com a Copa. E aí tem as manifestações, que a gente também não sabe se vão voltar.”
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[Certamente “vai depender muito do que acontecer”. As perguntas são obscuras ou abrangentes (parece mais palavreado de cartomante, de horóscopo: “A gente vai passar vergonha?” De quê? De não ser campeão? Pela continuação dos protestos? Por faltar transporte? Faltar luz?]
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“Vai estar tudo remendado”.
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[improvisado?
As manifestações são as mesmas de junho. Gastar com a Copa e não se fazer nada que preste para o povo.
Quem tiver a resposta certa para o povo deu um passo para a vitória. Que uma eleição não é um samba de uma nota só.]

APARTHEID NEGRO. Rolezinho, uma invasão do espaço dos brancos

Rolezinho devem acontecer sim, do jeito que rolam em diferentes partes do mundo: para combater o isolamento, a falta de locais de lazer dos jovens pobres.

No Brasil, os rolezinhos nasceram para combater o apartheid dos jovens negros e pardos, que vivem cercados nos cortiços do centro e nas favelas das periferias das grandes cidades. Presos nos guetos e favelas.

Não há locais de lazer para o povo, além das praias fluviais e marítimas. Recife é uma cidade que não tem nenhum passeio público, e o espaço urbano da capital pernambucana está todo grilado pela especulação imobiliária. Veja o escândalo desta manchete bem demonstrativa do descaso da prefeitura de Cuiabá:

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Vários prefeitos – com a desculpa de fazer caixa – vendem terrenos baldios, ruas e praças para as construtoras. Ainda no Recife, temos a Bacia do Pina toda destinada para o rasga céu de pavorosas torres, e o rasga verde da destruição dos manguezais, inclusive para a construção de uma autopista, com investimento de meio bilhão de reais do governo, para beneficiar um empreendimento privado, oficializando o tradicional abuso da violentação dos shoppings em bairros residenciais.

Os rolezinhos contra o apartheid nos shoppings recebem da imprensa  elitista e patronal  manchetes terroristas, reverberando ameaças da polícia e da justiça.

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correio_braziliense. rolezinho fecha

 

Shopping não é local para comício. A simples presença do jovem negro  uma chocante e reveladora denúncia contra o racismo, a prova de que o aparheid existe. Outros tipos de protestos sejam organizados, principalmente, nas ruas e praças.

Dos prefeitos a obrigação de construir hortos e parques; passeios públicos e praças; centros culturais e desportivos.

O Brasil não investe em  lazer. E nada se faz que preste para o povo.

Latuff
Latuff

Rolezinho rola até Não Vai Ter Copa

JOANA GORJÃO HENRIQUES (TEXTO) E VERA MOUTINHO (VÍDEO)

Um enorme centro comercial, Iguatemi do Lago Norte, o mais frequentado pela classe alta de Brasília, fecha as suas lojas de luxo a um sábado à tarde. Fica cercado por polícia e por homens que olham de frente quem se aproxima. No lado de fora, um grupo de não mais de duas dezenas de rolezeiros — muitos deles estudantes universitários, alguns de juventudes partidárias e uns quatro jovens da periferia – saca de uma coluna de som, e põe a tocar funk e até o Geração Coca-Cola dos Legião Urbana. Num terceiro grupo, uma dezena de jornalistas sentados na relva tecla ao computador.

Em Junho, isto chamar-se-ia protesto, hoje chamou-se rolezinho e foi marcado no Facebook por um grupo de amigos activistas (entre eles Pilar de Freitas, Serginho Lopes e Franklin Rabelo de Melo, que irão conhecer numa das nossas reportagens): quiseram estar solidários contra a violência policial exercida em rolezinhos passados. Rolezinhos são encontros marcados pelas redes sociais entre jovens da periferia para irem passear dentro do centro comercial, juntando às vezes grandes grupos, e estalou um polémica recentemente porque alguns shoppings em São Paulo barraram a entrada a jovens e por a polícia ter usado balas de borracha e violência.

De manhã, os jornais tinham anunciado que o shopping Iguatemi iria fechar, portanto a organização já estava à espera que não aparecesse muita gente. Mas o aparato policial dá afinal ainda mais força a quem o organizou: o gigante tem medo do anão e protege-se na sua fortaleza accionando a segurança máxima. Passada uma hora e meia, e com um protesto Não Vai Ter Copa marcado para as 17h no Brasília Shopping, desliga-se a música, arruma-se o megafone, e os rolezeiros rolam nos seus carros até ao Não Vai Ter Copa. Se estavam mais de 50 manifestantes ao todo, contando com os do rolezinho, era muito. Já de polícia e polícia militar, o número era bem maior. Para os rolezeiros, o dia já tinha sido ganho.
Ouçam a Mácia Teixeira: Vídeo de Vera Moutinho

 

Rafael Balbueno
Rafael Balbueno

Cota de negros já para o shopping Rio Mar da Bacia do Pina, Recife

Fui ontem, pela primeira vez, ao Rio Mar, e fiquei espantado: não vi nenhum negro entre os usuários. Certamente existem pessoas de cor, para realizar os serviços sujos e pesados: segurança, limpeza e descarga de mercadorias.

O Rio Mar foi construído em terreno doado pelo Estado para a fábrica Bacardi, quando expulsa de Cuba, nos começos da vitoriosa revolução de Fidel.

E toda a infra-estrura: via expressa, ruas e mais ruas,  viadutos, túneis,  desapropriações de terrenos, despejo de favelas, redes de água, energia, esgoto etc – uma bilionária botija de benesses doada pelos prefeitos João Paulo, João de Costa para o Povo, e o atual Geraldo Julio, mais governo do Estado, governo da União, e perdidos fundos – que os lá de cima metem a mão – dos bancos oficiais.

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Com a justiça de Pernambuco assinando despejo de negros nas favelas, e a partir do terreno da Bacardi, o rasgar do verde dos manguesais para construção de altas torres.

Veja se esse paraíso é lugar para negro. Negro é bicho de maloca, acostumado a viver na lama, que nem caranguejo, que rasteja pra trás.

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RioMar Shopping 03

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Veja quanta agressão na beleza roubada. Quem esta dentro do paraíso de luxo nem percebe
Quanta agressão na beleza roubada! Clique na foto para ampliar

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Esse anunciado rolezinho não aconteceu

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A polícia de Eduardo Campos promete traçar planos de segurança para evitar rolezinhos. O que fica provado a existência do apartheid negro.

Nestes meses de férias escolares, para onde deve ir o jovem estudante negro?

O Recife não tem passeio público, e as poucas praças sem árvores não oferecem nenhum atrativo. Nem sombra tem.

Por que a Prefeitura do Recife não constrói para o povo, na Bacia do Pina, hortos, parques, praças, centros esportivos e culturais?

Veja que curioso: nos bairros da Zona Sul não existe nenhum mercado público.