Brasil em tempos de cólera

por KATHLEEN GOMES
Público/ Portugal

A discussão política tornou-se um campo minado. A intolerância subiu de tom, invadindo as ruas, o Facebook, as relações pessoais. É uma pergunta que muitos estão a fazer, desde que a crise pôs brasileiros contra brasileiros: o Brasil não era um país cordial?

É melhor pensar duas vezes antes de sair para a rua de vermelho no Brasil. Os testemunhos nas redes sociais tornaram-se rotina: no metro, na avenida, no supermercado há pessoas a serem hostilizadas por estarem vestidas com roupa dessa cor.

Se usar vermelho se tornou tão reactivo como numa praça de touros é porque é a cor do partido do governo, o PT (Partido dos Trabalhadores) e, claro, a prova mais empírica da ameaça comunista no Brasil. Há três semanas, um menino de nove anos foi intimidado na escola por usar uma T-shirt vermelha. Segundo o relato do pai da criança, os colegas disseram que ele era um “petista” (militante do PT) e que merecia ser espancado. A T-shirt em causa era uma reprodução da bandeira suíça: cruz branca sobre fundo vermelho. “Que país imbecil é esse ? Que ódio é esse que os pais estão passando para seus filhos?”, perguntou o pai da criança no Facebook.

É uma pergunta que muitos estão a fazer, desde que a crise política, associada a uma profunda recessão económica, cavou um fosso na sociedade e pôs brasileiros contra brasileiros. Como assim, o Brasil não era um país cordial? Não era a terra da superação, que não se deixa abater pelas dificuldades?

“Não é a primeira vez que o Brasil passa por uma crise dessas. Nem acho que é o fim da História. Mas se alguém disser que sabe o que está a acontecer, mente”, diz a historiadora Lilia Schwarcz, co-autora do livro Brasil: Uma Biografia.

O que está a acontecer remonta às últimas eleições presidenciais, em Outubro de 2014 (começaram aí as hostilizações a pessoas vestidas de vermelho), que foram extremamente renhidas e divisórias. Dilma Rousseff tem sido uma Presidente contestada e repudiada praticamente desde que foi reeleita, com manifestações sistemáticas e de grande escala.

Os defensores do governo insistem que o processo de impeachment em curso no Congresso, com vista a retirar Dilma do cargo, não é mais do uma tentativa de golpe de uma oposição que não se conforma com o resultado das eleições e quer tomar o poder de qualquer jeito. Para os defensores do impeachment, a corrupção prosperou como nunca nos últimos 13 anos de governos do PT.

A Operação Lava Jato – que expôs o sistema viciado dentro da maior companhia estatal do Brasil através do qual construtoras, executivos da Petrobras e políticos sugaram dinheiros públicos, é outro ponto de dissonância: celebrada pelos brasileiros que engrossam as manifestações contra o governo e que vêem no juiz Sérgio Moro um herói que está a purificar o país; criticada por apoiantes e simpatizantes do PT ou de esquerda, que consideram que os métodos de Moro e da sua equipa são selectivos e têm uma motivação política, por deixarem sossegadas figuras de outros partidos sobre as quais também existem suspeitas. Metade dos 65 deputados que fazem parte da comissão que vai avaliar o pedido de impeachment de Dilma foram indiciados por vários crimes, ou como noticiava recentemente o Los Angeles Times, “são acusados de mais corrupção do que a Presidente”.

Violência
A sensação de que o Brasil pode explodir a qualquer momento começou há um mês, quando o país acordou com a notícia de que Luiz Inácio Lula da Silva, o Presidente mais popular da democracia brasileira (de 2003 a 2011), estava a ser levado de casa pela polícia para prestar depoimentos por suspeitas de ocultação de património e lavagem de dinheiro no âmbito da Operação Lava Jato. Manifestantes pró e anti-Lula fizeram uma espera junto à sede da Polícia Federal em São Paulo onde ele estava a ser interrogado. Outros concentraram-se à frente do prédio onde o ex-Presidente mora. Houve confrontos e muitos analistas e comentadores alertaram para o perigo do aumento de violência nas manifestações programadas para os dias seguintes.

Um adolescente que gritou “Não vai ter golpe!” teve de ser escoltado pela polícia (de trânsito) na Avenida Paulista, em São Paulo, para não ser linchado por manifestantes contra o governo.

O arcebispo de São Paulo foi agredido no final de uma missa por uma mulher que o acusou de ser um “comunista infiltrado”.

O juiz do Supremo Tribunal Federal que mandou retirar a investigação sobre Lula de Sérgio Moro teve a sua casa e a do seu filho cercadas por manifestantes que o acusavam de ser um “traidor”. Uma faixa com o seu nome seguido de “cabrita do Lula” foi pendurada no edifício do Supremo Tribunal, em Brasília. Um caixão onde se lia “Teori” (nome do juiz), “PT” e “STF” (Supremo Tribunal Federal) também fez a sua aparição. Na sequência dos protestos, a segurança do juiz e da sua família foi reforçada por ordem do ministro da Justiça.

Um escritor e membro da Academia Brasileira de Letras escreveu na sua coluna na Folha de S. Paulo: “Desejo que Dilma e Lula se f….”. No domingo de Páscoa, dia da Ressurreição.

“Nunca pensei que seria necessário pedir isso num texto, mas – por favor – tenham calma neste momento”, escreveu o jornalista Leonardo Sakamoto, autor de um popular blogue no UOL.

“Disso a gente não pode falar”
Há duas semanas, Renata Baltar foi a uma hamburgueria num bairro paulista de classe média-alta comer com uma amiga. O lugar “estava bem cheio”, na sua maioria jovens que, àquela hora da madrugada, tinham provavelmente saído de uma festa, como ela. “Uma certa hora, o pessoal que estava no restaurante começou a insultar a Presidente do nada”, conta Renata, 28 anos. Ela ficou quieta até que, na mesa ao lado, “um cara jovem, no máximo 30”, gritou “Dilma vagabunda!”, sinónimo de vadia, puta. Renata disse-lhe que ele podia “dizer muitas coisas, que ela é má presidente, que é incompetente”, mas que não devia chamar uma mulher de “vagabunda”. Ele insultou-a, chamou-lhe “petista filha da puta”, gritou que ela merecia apanhar, entre outras coisas violentas.

“Está tão nervosa essa coisa da política que tem bastante gente a usar isso para justificar a sua própria violência”, diz Renata, que trabalha no departamento de empréstimos do Museu de Arte de São Paulo (MASP). Ela nem sequer se considera “pró-governo”. “Sou contra o impeachment. É a minha única posição. Enquanto não houver nenhum tipo de indício criminoso, acho muito complicado tirar a Presidente. A nossa democracia é muito recente para a gente brincar com ela.” Os seus pais participaram na grande manifestação de 13 de Março em defesa do impeachment. “Mas, em geral, a gente consegue aceitar muito bem” as diferenças, conclui.

“Você tem famílias que agora fazem acordos: ‘disso a gente não pode falar’. Isso é muito ruim porque lidar com a diferença de opinião só pode ser bom. Isso está a faltar no Brasil”, diz Lilia Schwarcz.

A polarização política invadiu as relações pessoais. Namorados rompem, famílias suspendem o tradicional almoço de domingo, o ódio espuma nas timelines brasileiras. O psicanalista Christian Dunker vê sinais crescentes disso no seu consultório em São Paulo. “Quando a política estava fora da conversa, quando era uma coisa para chato militante, você achava que estava vivendo aquela bolha imaginária do ‘nós’: ‘gente do bem, limpinha, gente como eu’… De repente você encontra um velho amigo de escola e descobre que ele é um ‘vermelho’, que ele se tornou um perigoso, um facínora. É a descoberta do estranho muito dentro do familiar. A mesma coisa aplica-se a relações no trabalho, onde normalmente não se fala de política. Porque cada um está iludido de que os outros pensam como ele.”

“No Brasil é uma coisa inédita. Antes isso era coisa de time de futebol: o Flamengo brigava com o Fluminense”, diz o escritor paulista Ricardo Lisias, 40 anos. “É difícil lidar com isso, não faz parte da tradição brasileira. A violência aqui ficava agregada às classes baixas, na periferia. Agora é geral. Agora tem briga na Avenida Paulista e o motivo é política.”

Ricardo acredita que uma das causas da polarização é o ressentimento das elites brasileiras por verem os seus privilégios históricos serem postos em causa pelos avanços sociais promovidos nos governos do PT. “Antes o acesso à universidade pública era só da classe alta, que dizia que era assim porque ela é que tinha o mérito. Agora que a classe baixa está a ocupar lugares, fica claro que é uma questão de poder e não de mérito da classe alta. É meio claro que a classe alta está com raiva, ódio. Você imagina: o filho do banqueiro ocupa na universidade a mesma sala que o filho da mulher da limpeza. Eu moro num prédio de elite. Tenho vizinhos que reclamam que o porteiro agora também viaja para a Europa. A elite brasileira perdeu a vergonha de ser conservadora. Antes ela tinha vergonha.”

Lilia Schwarcz admite a possibilidade de o ressentimento de classe ter o seu peso no jogo de forças do Brasil polarizado, mas recusa explicações definitivas. “Isso seria dividir o mundo em preto e branco. Senão como é que você explica a crise económica no país? Há muita gente sem emprego. São problemas reais.”

Apesar do clima de incerteza e do radicalismo de posições, a historiadora acredita que o momento actual é sintomático de uma maior participação política da população brasileira.

“Os brasileiros durante muito tempo foram acusados de serem despolitizados, quando comparados com outros países da América Latina. Mas mais brasileiros têm acesso a educação, mais brasileiros têm opinião. Desde a Constituição de 1988 e o período de regularidade democrática, os brasileiros são mais participativos, doa o que doer. Agora, a democracia tem um lado óptimo, que é quando as pessoas dizem o que você concorda. Mas o bom jogo democrático é: vai para a rua o que você concorda e vai para a rua aquele que discorda.”

Conversa de domingo
Relações estão a terminar por WhatsApp: recentemente, quando o país estava ao rubro por causa da nomeação de Lula para o governo e da divulgação das escutas telefónicas feitas ao ex-Presidente, uma pediatra em Porto Alegre recusou atender um bebé de um ano que acompanhava desde o nascimento e mandou mensagem para a mãe dizendo que era por causa da filiação partidária dela – a mãe do bebé é uma ex-vereadora do PT.

“Tem uma quantidade imensa de pessoas que não estão acostumadas a ter opinião política, que não estão acostumadas a conviver e a entender que é uma riqueza você ter alguém que pensa diferente de você”, diz Christian Dunker. “Para aquele que não está acostumado a estar no espaço público a diferença tem que ser eliminada. A diferença significa que o outro cara é um idiota. Se ele fosse esclarecido, se ele fosse para a escola, pensaria exactamente como eu.”

As redes sociais, que, mais do que as ruas, se tornaram uma trincheira, amplificam esse fenómeno. “Você só tem os seus amigos e, se alguém falar uma coisa que você não gosta, você exclui. O Facebook só te manda mensagens daquilo que você curte. Isso é um processo de construção artificial de uma realidade humana onde a diferença vai ser polida, desbastada. E quando você a encontra ao sair na rua, você diz: ‘Opa, não estou acostumado’”.

Segundo o psicanalista, o que está a acontecer no Brasil hoje é reflexo da “entrada de uma massa” que não estava habituada a falar de política publicamente e que está a dar os seus primeiros passos. Pessoas cuja referência política, até aqui, era “aquela conversa de domingo, em que o tio fica dizendo que bons eram os tempos em que a gente tinha ditadura”. É uma caricatura mas, diz Dunken, “essa conversa caseira, muitas vezes mal informada, saiu para as ruas”. “Porque é o que as pessoas têm para dizer. É como elas até aqui mais ou menos participaram e se envolveram. Quando estão em público reproduzem a conversa de domingo.”

O que explica por que é que “um discurso como o da simples moral purificadora” – o desejo, no campo anti-governo, por uma autoridade que faça uma limpeza no país, seja ela militar ou judicial – se tornou tão potente politicamente. “Porque, nesse, todo o mundo participa. Esse eu estou acostumado. Eu não tenho que entender o processo de institucionalização, não tenho de entender as leis, não tenho de entender o que é o espaço público. A gente está simplesmente transportando as regras que valem para a família – antigamente cordial, agora incordial – para pensar a política”, diz Dunken.

“Esse é também um momento de aprendizagem, de educação política do Brasil. Isso começa com ódio, com coisas que a gente não gosta, mas que é parte do processo. Claro que você tem todo o tipo de coisa demoníaca saindo do baú, mas ao mesmo tempo você tem um processo de transformação não só institucional mas um novo reposicionamento das pessoas diante de um futuro possível.”

Nada como um psicanalista para descomplicar.

 

 

O debate que a imprensa gosta: os candidatos apresentam propostas e a manchete fica para a corrupção na Petrobras

Fica esquecida a escandalosa e antinacionalista presidência do genro de Fernando Henrique na Petrobras. Um ladrão esquecido, podre de rico, e solto, e solto, que nem o sogro, o sogro, corrupto todo. 

E o debate corre assim: Dilma: -Fiz isso. Aécio: -Vou fazer mais.

Dilma apresenta obras de pedra e cimento e aço. Aécio promete castelos no ar.

Dos 1001 casos de corrupção da Petrobras, a imprensa fala apenas de um, o povo recorda apenas um
Dos 1001 casos de corrupção da Petrobras, a imprensa fala apenas de um, o povo recorda apenas um
Caso da Petrobras vem sendo destaque das manchetes diárias de todos os jornais, desde que começou o segundo turno. O caso é que todo sabe qual caso. É um caso único que a justiça vaza, e a imprensa destaca
Caso da Petrobras vem sendo destaque das manchetes diárias de todos os jornais, desde que começou o segundo turno. O caso é que todo sabe qual caso. É um caso único que a justiça vaza, e a imprensa destaca
Falar na Petrobras selecionando apenas um caso é um capcioso, avassalador e destrutivo ataque pessoal escolhendo uma vítima inocente
Falar na Petrobras selecionando apenas um caso é um capcioso, avassalador e destrutivo ATAQUE PESSOAL escolhendo uma vítima inocente
É um jornal safado, mas não esconde o nome de quem desonestamente ataca. Constatar não é assumir uma culpa. Aécio também reconhece que houve corrupção na Petrobras. Mas distingue apenas um caso, um único caso
É um jornal safado, mas não esconde o nome de quem desonestamente ataca. Constatar não é assumir uma culpa. Aécio também reconhece que houve corrupção na Petrobras. Mas distingue apenas um caso, um único caso

A mídia entreguista e a justiça eleitoral conseguiram impor o provinciananismo e a municipalização dos debates da campanha presidencial.

Dilma fala de creches, dever de prefeito.
Aécio de polícia, coisa de governador.

Um candidato a presidente discute patriotismo, nacionalismo, civismo, brasilidade.

O papel do Brasil como nação, como país independente (potência mundial versus complexo de vira-lata, quintal).

O bem-estar social e a felicidade do povo em geral.

 

 

 

 

Preconceito contra os nordestinos

fome e sede água

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O ex-presidente Lula publicou hoje em sua conta oficial do facebook uma declaração sobre as manifestações preconceituosas que têm sido espalhadas pela internet contra os nordestinos, motivadas pelo alto índice de votação obtido pela presidenta Dilma no primeiro turno das eleições. Lula lamentou as atitudes, atribuiu-as ao “desconhecimento profundo” sobre a evolução do Nordeste desde os anos 90, e falou sobre os investimentos feitos pelo Governo Federal que descolaram a região do esteriótipo da pobreza e da miséria.

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Confira abaixo o pronunciamento na íntegra:

É lamentável o preconceito que vem à tona depois de um processo democrático tão importante, como as eleições do último domingo. É um absurdo que o nordeste e os nordestinos sejam caracterizados como ignorantes ou desinformados por seus votos. Primeiro porque isso é fruto de preconceito lastimável, segundo porque mostra um desconhecimento profundo da atual situação do nordeste brasileiro. Quem faz afirmações deste tipo imagina o nordeste da década de 90 ou de antes, onde reinavam a fome, o desemprego e a falta de oportunidade. Por isso muitos, como eu, tiveram que abandonar sua terra natal e migrar para outras regiões em busca de melhores condições de vida.

Hoje, o nordestino anda de cabeça erguida porque não é mais tratado pelo governo como cidadão de segunda categoria. Das 18 universidades criadas nos 12 anos de governo, 7 são no nordeste. A região conta hoje com 62 extensões universitárias. Mais de 16 mil estudantes dessas universidades foram estudar no exterior com o Ciência sem Fronteiras. Dos 20 milhões de empregos criados no país, quase 20% foram no nordeste. 141 escolas técnicas foram implantadas na região, representando 33% do total no país. A mortalidade infantil, que era um dos principais problemas da região caiu a menos da metade. Os nordestinos, hoje, não são mais personagens de tristes reportagens sobre as migrações para os grandes centros urbanos. Eles podem viver nas suas terras de origem com dignidade e oportunidade.

Somos todos brasileiros e temos que nos unir para continuar construindo um país mais solidário, mais justo, com mais oportunidades para todos, independente de cor, crença, religião ou região do país em que cada um tenha nascido. As pessoas deveriam ser agradecidas pela diversidade do nosso grande país. Essa é a nossa riqueza.

Lula

NORD LULA

“Castração química para os nordestinos que votaram em Dilma”

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por María Martín/ El País/ Espanha

 

Os nomes e perfis dos usuários que inundaram as redes sociais de ataques preconceituosos contra os nordestinos já estão no Ministério Público Federal. As unidades de todo o Brasil receberam de domingo a quarta-feira 131 denúncias por racismo nas redes sociais, 85 delas atacavam especificamente os nordestinos, mais de 20 por dia, conforme um levantamento feito para o EL PAÍS. A procuradoria analisará cada uma dessas denúncias individualmente.

Os ataques vêm de todos os cantos. Uma auditora de Trabalho de Cuiabá, no Mato Grosso, desabafou:

“Desculpem nordestinos, mas essa região do Brasil merecia uma bomba como em Nagasaki, para nunca mais nascer uma flor sequer em 70 anos. #pqp #votocensitáriojá [sic]”. A piada pode lhe custar o cargo, depois da denúncia feita na ouvidoria do próprio Ministério.

E tem mais. Um coletivo de 100.000 médicos ou estudantes de medicina tem uma página própria no Facebook onde ficam à vontade para pedir a castração química dos nordestinos, pregar por um holocausto na região e fazer campanha pró-Aécio.

“70% de votos para Dilma no Nordeste! Médicos do Nordeste causem um holocausto por aí! Temos que mudar essa realidade!”, diz um dos posts. O curioso é que uma das regras para ser admitido no grupo é a seguinte: “Não admitimos desrespeito entre colegas, xingamentos, piadas desrespeitosas, ofensas, acusações descabidas ou condutas que não sejam dignas da classe”.

Lula

suplicy

“A maneira como as pessoas estão repudiando o PT, a quantidade de ódio e energia destinada, a demonstração de esse repúdio irracional não é só política. Essa queixa contra o voto dos nordestinos é uma forma de expressar o ódio de classe”, afirma Maria Eduarda da Mota Rocha, pesquisadora e professora de Ciências Sociais da Universidade Federal de Pernambuco, que escreveu sobre este episódio rotineiro para o EL PAÍS. “No fim das contas ainda temos uma sociedade com um passado escravocrata muito próximo e que não consolidou a ideia de igualdade. Estamos vivendo um momento no Brasil de perda de privilégios exclusivos, uma ferida muito sensível para as elites”.

Para o pesquisador italiano Alessandro Pinzani, co-autor do livro Vozes do Bolsa Família, o episódio o recrudescimento dos ataque aos nordestinos em campanha eleitoral é um exemplo do “fim da cordialidade brasileira”. “Nos últimos anos se mostrou a verdadeira face da luta de classe no país, justamente porque o Governo petista começou a fazer políticas para população de baixa renda e imersos na pobreza extrema. O brasileiro tradicional da elite se sente inseguro respeito a isso, e transforma a insegurança em uma raiva que encontra como objeto, entre outros, o Governo”, afirma Pinzani.

O pesquisador, professor da Universidade Federal de Santa Catarina e há dez anos no Brasil, se mostra surpreso diante o rechaço ao Governo Dilma. “Morei nos Estados Unidos na época de George Bush filho e na Itália com Silvio Berlusconi e nunca vi este grau violento de rechaço que vemos aqui”, explica. “O que essa elite esquece, que sequer sabe, qual é o valor médio do Bolsa Família, e que é um dos cerca de 60 programas de combate a pobreza. O programa atinge uma parcela da população que não tem escolha. Ali não existe isso de aplicar o ditado de ‘ensinar a pescar ao invés de dar o peixe’. No sertão não tem peixe! Não tem nada!. E nunca vai ter nada. Porque nenhuma empresa vai abrir nada em meio do nada, sem uma infraestrutura, com uma população despreparada. Os beneficiários não querem isso por comodismo, eles não tem alternativa, além de emigrar”.

eleitor pt

sao paulo antipt

 

Até o comentário do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso sobre os eleitores do Partido dos Trabalhadores, colocou lenha na fogueira. “O PT está fincado nos menos informados, que coincide de ser os mais pobres. Não é porque são pobres que apoiam o PT, é porque são menos informados”, disse FHC em uma entrevista.

Enquanto isso nordestinos como Bruno, nascido em Pernambuco, mas residente em São Paulo tem que acelerar o scroll da sua timelime para evitar algumas das barbaridades que vimos nesses dias. Ele conta como na noite da eleição encontrou sua mulher Karina chorando em frente à tela do computador.

– O que foi?

– Nada.

“Em seguida, reparei no que estava acontecendo”, lembra Bruno.

– Você ficou lendo coisas de nordestinos no Facebook, é isso né? Por favor, não ligue eu já estou acostumado com isso.

 

Transcrevi trechos. Ilustrações: Memes do arquivo Google e do blog anticomunista Homem Culto (todo nordestino é matuto, bronco, burro, pobre, analfabeto e não sabe votar)

 

 

A carta de Pêro Vaz de Caminha e os relatórios da Fifa

Carta de Pêro Vaz de Caminha
Carta de Pêro Vaz de Caminha

O Brasil programou gastar 2 bilhões em segurança na Copa do Mundo. Nos cinco séculos de presença branca e colonial, inimagináveis mudanças no comportamento e costumes dos habitantes da Ilha de Vera Cruz.

Escreveu Pêro Vaz de Caminha:

E o Capitão-mor mandou em terra no batel a Nicolau Coelho para ver aquele rio. E tanto que ele começou de ir para lá, acudiram pela praia homens, quando aos dois, quando aos três, de maneira que, ao chegar o batel à boca do rio, já ali havia dezoito ou vinte homens.

Eram pardos, todos nus, sem coisa alguma que lhes cobrisse suas vergonhas. Nas mãos traziam arcos com suas setas. Vinham todos rijos sobre o batel; e Nicolau Coelho lhes fez sinal que pousassem os arcos. E eles os pousaram. (…)

A feição deles é serem pardos, maneira de avermelhados, de bons rostos e bons narizes, bem-feitos. Andam nus, sem nenhuma cobertura. Nem estimam de cobrir ou de mostrar suas vergonhas; e nisso têm tanta inocência como em mostrar o rosto. (…)

O Capitão, quando eles vieram, estava sentado em uma cadeira, bem vestido, com um colar de ouro mui grande ao pescoço, e aos pés uma alcatifa por estrado. Sancho de Tovar, Simão de Miranda, Nicolau Coelho, Aires Correia, e nós outros que aqui na nau com ele vamos, sentados no chão, pela alcatifa. Acenderam-se tochas. Entraram. Mas não fizeram sinal de cortesia, nem de falar ao Capitão nem a ninguém. Porém um deles pôs olho no colar do Capitão, e começou de acenar com a mão para a terra e depois para o colar, como que nos dizendo que ali havia ouro. Também olhou para um castiçal de prata e assim mesmo acenava para a terra e novamente para o castiçal como se lá também houvesse prata.

Mostraram-lhes um papagaio pardo que o Capitão traz consigo; tomaram-no logo na mão e acenaram para a terra, como quem diz que os havia ali. Mostraram-lhes um carneiro: não fizeram caso. Mostraram-lhes uma galinha, quase tiveram medo dela: não lhe queriam pôr a mão; e depois a tomaram como que espantados.

Deram-lhes ali de comer: pão e peixe cozido, confeitos, fartéis, mel e figos passados. Não quiseram comer quase nada daquilo; e, se alguma coisa provaram, logo a lançaram fora.

Trouxeram-lhes vinho numa taça; mal lhe puseram a boca; não gostaram nada, nem quiseram mais. Trouxeram-lhes a água em uma albarrada. Não beberam. Mal a tomaram na boca, que lavaram, e logo a lançaram fora. (…)

Ali andavam entre eles três ou quatro moças, bem moças e bem gentis, com cabelos muito pretos, compridos pelas espáduas, e suas vergonhas tão altas, tão cerradinhas e tão limpas das cabeleiras que, de as muito bem olharmos, não tínhamos nenhuma vergonha.

Ali por então não houve mais fala ou entendimento com eles, por a barbaria deles ser tamanha, que se não entendia nem ouvia ninguém. (…)

E uma daquelas moças era toda tingida, de baixo a cima daquela tintura; e certo era tão bem-feita e tão redonda, e sua vergonha (que ela não tinha) tão graciosa, que a muitas mulheres da nossa terra, vendo-lhe tais feições, fizera vergonha, por não terem a sua como ela. (…)

Os outros dois, que o Capitão teve nas naus, a que deu o que já disse, nunca mais aqui apareceram – do que tiro ser gente bestial, de pouco saber e por isso tão esquiva. Porém e com tudo isso andam muito bem curados e muito limpos. E naquilo me parece ainda mais que são como aves ou alimárias monteses, às quais faz o ar melhor pena e melhor cabelo que às mansas, porque os corpos seus são tão limpos, tão gordos e tão formosos, que não pode mais ser.

Isto me faz presumir que não têm casas nem moradas a que se acolham, e o ar, a que se criam, os faz tais. Nem nós ainda até agora vimos nenhuma casa ou maneira delas. (…)

E o Capitão mandou aquele degredado Afonso Ribeiro e a outros dois degredados, que fossem lá andar entre eles; e assim a Diogo Dias, por ser homem ledo, com que eles folgavam. Aos degredados mandou que ficassem lá esta noite.

Foram-se lá todos, e andaram entre eles. E, segundo eles diziam, foram bem uma légua e meia a uma povoação, em que haveria nove ou dez casas, as quais eram tão compridas, cada uma, como esta nau capitânia. Eram de madeira, e das ilhargas de tábuas, e cobertas de palha, de razoada altura; todas duma só peça, sem nenhum repartimento, tinham dentro muitos esteios; e, de esteio a esteio, uma rede atada pelos cabos, alta, em que dormiam. Debaixo, para se aquentarem, faziam seus fogos. E tinha cada casa duas portas pequenas, uma num cabo, e outra no outro.

Diziam que em cada casa se recolhiam trinta ou quarenta pessoas, e que assim os achavam; e que lhes davam de comer daquela vianda, que eles tinham, a saber, muito inhame e outras sementes, que na terra há e eles comem. Mas, quando se fez tarde fizeram-nos logo tornar a todos e não quiseram que lá ficasse nenhum. (…)

Parece-me gente de tal inocência que, se homem os entendesse e eles a nós, seriam logo cristãos, porque eles, segundo parece, não têm, nem entendem em nenhuma crença.

E portanto, se os degredados, que aqui hão de ficar aprenderem bem a sua fala e os entenderem, não duvido que eles, segundo a santa intenção de Vossa Alteza, se hão de fazer cristãos e crer em nossa santa fé, à qual praza a Nosso Senhor que os traga, porque, certo, esta gente é boa e de boa simplicidade. E imprimir-se-á ligeiramente neles qualquer cunho, que lhes quiserem dar. E pois Nosso Senhor, que lhes deu bons corpos e bons rostos, como a bons homens, por aqui nos trouxe, creio que não foi sem causa. (…)

Eles não lavram, nem criam. Não há aqui boi, nem vaca, nem cabra, nem ovelha, nem galinha, nem qualquer outra alimária, que costumada seja ao viver dos homens. Nem comem senão desse inhame, que aqui há muito, e dessa semente e frutos, que a terra e as árvores de si lançam. E com isto andam tais e tão rijos e tão nédios, que o não somos nós tanto, com quanto trigo e legumes comemos.

Neste dia, enquanto ali andaram, dançaram e bailaram sempre com os nossos, ao som dum tamboril dos nossos, em maneira que são muito mais nossos amigos que nós seus. (…)

Águas são muitas; infindas. E em tal maneira é graciosa que, querendo-a aproveitar, dar-se-á nela tudo, por bem das águas que tem. (…)

O soldado da Copa
O soldado da Copa

Pêro exaltou a mansidão do índio.

Qual a visão de um cartola da Fifa do brasileiro hoje, para exigir um gasto de 2 bilhões em segurança?

O índio era mais sadio que o brasileiro atualmente, porque comia bem. Alimentos não mais vistos na mesa do trabalhador, e proibidos nas luxuosas praças de alimentação das arenas da Copa.

VARREDURA

por Talis Andrade

 

 

morte chacina Kike Estrada

 

O rico visita

o outro rico

cada um em seu palácio

cercado de grades

cercado de guardas

 

A raia miúda

entra na casa

do rico

a serviço

 

Uma legião de lacaios

varre o lixo

 

Os vigilantes

e os homens da lei

varrem o lixo

 

Varrem o caminho

retirando os intrusos

os pedintes

 

Todos varrem

os cadáveres do caminho

para os ricos passarem

sem sujar os sapatos

no sangue das chacinas

e massacres

 

Todos varrem o lixo

estendem os tapetes

vermelhos

TRABALHO ESCRAVO. Piauí possui 16 empresas na lista suja do Ministério do Trabalho

 Konstantinos Roungeris
Konstantinos Roungeris

 

 

 

Representantes do Sindicato Nacional dos Auditores Fiscais (Sinait) estão reunidos hoje em frente à sede da Superintendência do Ministério do Trabalho para protestar contra o trabalho escravo no Piauí. A manifestação acontece em comemoração ao Dia Nacional de Combate ao Trabalho Escravo celebrado hoje.

A superintendente regional do trabalho e emprego do Piauí, Paula Mazullo, diz que a ação é uma forma de conscientizar a sociedade da necessidade de varrer a escravidão da realidade brasileira. “É uma vergonha que, em pleno século XXI nós ainda tenhamos registros desse tipo de exploração”, declara.

Dentre as reivindicações dos manifestantes está o pedido de condenamento dos mandantes da Chacina de Unaí, episódio acontecido em 2004 no qual quatro auditores fiscais foram assassinados quando faziam uma ronda em uma fazenda no Estado de Minas Gerais. Os executores da chacina já foram julgados pela justiça e condenados em agosto do ano passado, mas os mandantes do crime continuam impunes.

No Piauí, o último registro de trabalho escravo aconteceu recentemente quando dois funcionários de uma fazenda de soja localizada em Baixa Grande, fugiram da propriedade alegando condições desumanas de trabalho e procuraram abrigo na sede do Sindicato dos Trabalhadores Rurais de Uruçuí. Na ocasião, o Ministério do Trabalho foi acionado.

Sobre as condições de trabalho dos auditores fiscais no Piauí, o diretor nacional do Sinait, Francisco Nunes, afirma que há uma sobrecarga dos serviços por conta do número reduzido de funcionários em atividade no Estado. “São apenas 55 auditores fiscais em todo o Piauí e nós estamos aqui para pedir também o aumento desse número. Nós precisamos de mais trabalhadores para poder diminuir a acumulação de serviços que estamos tendo ultimamente”, diz.

O Piauí já possui 16 empresas na lista suja do Ministério do Trabalho e Emprego. Para os sindicalistas, esta é uma realidade que precisa ser mudada.

Repórter Beto Marques (do local)

Maria Clara Estrêla (da redação)
Portal O Dia

Brasil sexualmente perturbado. E trinta crimes que abalaram o país

1988

Maníaco do Parque do Estado, na divisão de São Paulo e Diadema, seduzia as vítimas com falsas promessas de emprego em uma agência de modelo. Matou oito mulheres, entre 1987 e 1988.

2002

Assassinato da atriz Daniella Perez. Um crime que envolve sexo e fornecimento de drogas para o elenco das novelas da tv Globo.

Daniella Perez
Daniella Perez

Os irmãos Cravinhos matam o casal Manfred e Marísia von Richotofe. Não ficou esclarecida a verdadeira motivação da jovem Suzane, que estudava Direito, para participar da chacina dos pais

Suzane Richtofen
Suzane Richtofen

Também em 2002, o cirurgião plástico Farah Jorge Farah mata e esquarteja a amante.

2003

Liana Friedenbach, 16 anos, e o namorado Felipe Silva Caffé, 19 anos, foram acampar em um sítio abandonado na Grande São Paulo. Era um esconderijo de criminosos.  Mantidos em cativeiro, Felipe foi morto no primeiro dia. Liana, antes de morrer, sofreu tortura e estupros durante quatro dias.

 

Liana Friedenbach
Liana Friedenbach

2004

No norte do Rio Grande do Sul, Adriano da Silva confessou o assassinato e estupro de doze meninos, entre 2003 e janeiro de 2004.


A jornalista Beatriz Helena de Oliveira Rodrigues foi queimada viva pelo marido, empresário Luiz Henrique Sanfelice, em Novo Hamburgo, Rio Grande do Sul.

Beatriz Helena
Beatriz Helena

2006

A jornalista Sandra Gomide, vítima de assédio sexual no trabalho, é assassinada, em 2006, por Pimenta Neves, diretor de redação do jornal O Estado de S. Paulo.

Sandra Gomide
Sandra Gomide

2008

Desde 2004, com a ditadura militar, que jovens pegam sumiço na noite. O Brasil não mudou nada. Quem não teme uma batida policial? Foi o que aconteceu com a engenheira Patrícia Franco, 24 anos, na Barra da Tijuca, no Rio de Janeiro. A lista de belas brasileiras desaparecidas são casos de estupro e morte.

Patrícia Amieiro Franco
Patrícia Amieiro Franco

A inglesa Cara Marie Burke foi esquartejada por Mohammed D’Ali Carvalho dos Santos, em Goiânia. Veja entrevista do frio assassino.

Cara Marie Burke
Cara Marie Burke

Eloá Cristina Pimentel, de 15 anos, morta com um tiro na cabeça, após ser mantida refém por quase 101 horas pelo ex-namorado, Lindemberg Alves, de 22 anos, em Santo André, no ABC paulista.

Eloá Cristina Pimentel
Eloá Cristina Pimentel

2010

Entre dezembro de 2009 e janeiro de 2010, em Luziania, Goiás, o pedreiro Ademar Jesus da Silva, sequestrou, abusou sexualmente e matou sete jovens entre 13 e 19 anos.

O goleiro Bruno, do Flamengo, mandou sequestrar e manteve em cativeiro a amante Eliza Samudio, que terminou esquartejada, e pedaços do corpo jogado aos cães, e o cadáver enterrado em um cemitério clandestino, possivelmente usado por policiais militares em Belo Horizonte. Cemitérios clandestinos criados na ditadura. Em um deles, no Rio de Janeiro, enterraram o pedreiro Amarildo.

Esta lista foi elaborada pelo Portal terra. Veja mais. Acrescentei fotos do arquivo do Google.

Na relação de crimes, sem conotação sexual, relacionaria as mortes anunciadas de togados e jornalistas no exercício da profissão, as chacinas dos sem terra e dos sem teto, dos moradores de rua, as vítimas dos despejos judiciais (suicídios), das demissões sem causa em datas de fortes emoções – aniversário, Natal, Ano Novo – , que também podem terminar em autodestruição. O histórico desses suicídios indicam casos de stalking, assédio moral e assédio sexual.

RACISMO

por Talis Andrade

 

 

Apartheid em Santa Catarina
Apartheid em Santa Catarina

 

O racismo vocifera palavras terríveis

para discriminar os escravos

os excluídos

 

burakumim

gaijin

gadje

falashas

bugre

aborígene

tapuio

tabacudo

marrano

marombo

pau-de-arara

jeca-tatu

 

Do livro inédito O judeu Errante

 

apartheid no shopping 1

Apartheid nos shoppings
Apartheid nos shoppings

Rebelião de presos: Pedrinhas na Papuda, e as cabeças degoladas

Aconteceu no último dia 17, mais uma rebelião no Centro de Detenção Provisória (CDP), localizado no Complexo Penitenciário de Pedrinhas, em São Luís.

O motim de outubro último, resultou em 9 mortes e 20 presos feridos.

Também com cabeças degoladas que são escondidas pela imprensa do Maranhão e do Brasil.

Veja cena da última revolta

pedrinhas

As cabeças degoladas no dia 17, inspiraram o PIG a publicar a seguinte manchete no dia seguinte:

BRA_OG mensalão preso

 

O jornal O Globo, dos irmãos Marinho, donos da TV Globo, concessionária do Governo, atiça: “A denúncia de rebelião, fuga e sabotagem no Complexo da Papuda, decorrentes do caos provocado pela chegada dos condenados do mensalão, acendeu o sinal de alerta”.

O Brasil é o país dos cadáveres. O assassinato de João Pessoa foi o estopim da Revolução de Trinta; o suicídio de Getúlio Vargas adiou, para 64, o golpe dos militares; o trucidamento do jornalista Herzog apressou a queda da ditadura; a morte de Tancredo consolidou a redemocratização e elegeu dois governadores: Antônio Brito, no Rio Grande do Sul, e Aécio Neves, em Minas Gerais.

O Brasil sempre foi o país das cabeças degoladas:

Lampião, Maria Bonita e cangaceiros degolados pela polícia das Alagoas
Lampião, Maria Bonita e cangaceiros degolados pela polícia das Alagoas
Antonio Conselheiro desenterrado e degolado pelo Exército
Antonio Conselheiro desenterrado e degolado pelo Exército

Que aconteceria neste Brasil “cordial” se aparecessem na Papuda, e exibidas pela Tv Globo, cabeças degoladas?