É importante recordar, para saber como tudo terminou. A Polícia Civil abriu inquérito contra o carteiro e ex-assessor técnico da Diretoria Regional do Correios no Rio de Janeiro João Maurício Gomes da Silva, de 35 anos. Ele foi acusado de ameaçar uma equipe do EXTRA.
Janjão, como é conhecido, bateu com o seu carro propositalmente contra o da equipe de reportagem e, depois, jogou seu veículo, em alta velocidade, contra o do jornal. O acidente foi evitado pelo motorista da equipe, que desviou a tempo.
O inquérito aberto na 32ª DP (Tanque) apurou a tentativa de dano e de exposição a perigo contra a equipe do EXTRA. Esse não é o único caso em que João Maurício Gomes da Silva foi investigado.
Na ocasião em que bateu com seu carro contra o veículo da equipe de reportagem, composta pela repórter Flávia Junqueira, o fotógrafo Fábio Guimarães e o motorista Bruno Guerra, Janjão recebia em sua casa, na Rua Projetada C, em Curicica, uma equipe da Polícia Federal, do Núcleo de Repressão a Crimes Postais, que investigava fraudes de até R$ 15 milhões no plano de saúde dos funcionários do Correios. Janjão seria apontado como o cabeça do esquema de cirurgias superfaturadas e internações fantasmas.
A PF indiciou João Maurício por peculato e ele foi exonerado do cargo de assessor técnico da Diretoria Regional do Correios. Até então, em função de articulações políticas, era apontado como sendo o segundo homem mais forte na estatal no Rio.
Quem eram os padrinhos desse bandido nos Correios?
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Isso diz tudo sobre a perseguição constante ao Lula. FHC foi protegido internamente, principalmente pela Rede Globo que o havia capturado via Miriam Dutra, mas também externamente, pela entrega do nosso patrimônio aos EUA. A Petrobrás era o próximo alvo, e havia começado com a mudança de nome para Petrobrax.
Durante os dois governos de FHC não havia necessidade de espionagem dos EUA por aqui. Tudo era entregue de bandeja. O William Waack sabe muito bem disso. Os vazamentos dos Wikileaks mostraram. Foi com Lula e Dilma que a NSA, conforme denunciou Edward Snowden, se viu obrigada a espionar o Governo Federal e também a Petrobrás. As informações fornecidas à Lava Jato tem dedo do FBI, CIA e NSA. Os objetivos de criminalizar Lula e proteger FHC também se conjugam com os interesses dos EUA. Nem mesmo FHC admitindo que nomeou ladrões o MPF e PF se dignam a ir atrás. Aliás, há um extensa bibliografia narrando com fartura de documentos a dilapidação do patrimônio nacional destes que agora estão buscando derrubar Dilma e caçar Lula.
Quando a agência Reuters entrevista FHC, os assuntos que podem comprometê-lo ela se dispõe a tirar da entrevista. Quando alguém do PSDB é mencionado nas delações da Lava Jato, “não vem ao caso”. E nem mesmo com a confissão de FHC há indignação. Aliás, tudo como acontece em relação ao Eduardo CUnha.
Todos sabemos que a corrupção no governo FHC é responsável por pelo menos uma morte: Paulo Francis! Por que FHC cruzou os braços?
Ou o Brasil varre os golpistas, ou golpe paraguaio ainda vai nos jogar no lixo da história.
FHC confessa ter nomeado ‘ladrões’
247 – No livro “Diários da Presidência”, sobre seus primeiros anos no poder, o tucano Fernando Henrique Cardoso diz que foi pressionado por parlamentares para nomear “ladrões” em troca de apoio em votações no Congresso.
Em 31 de maio de 1995, ele relata uma das reuniões com ministros para discutir as nomeações: “No fim da tarde estive (…) naquelas infindáveis discussões sobre nomeações, alguns são ladrões e nós temos algumas provas. (…) É vergonhoso, mas é assim”. Entre os políticos que pediram cargos, ele cita José Sarney, Valdemar Costa Neto, Jader Barbalho, Wellington Moreira Franco e Michel Temer.
O episódio sobre o atual vice-presidente é revelado em gravação de 3 de outubro de 1995. Temer teria pedido a indicação de um protegido seu para o fundo de pensão dos portuários. “É para ser mais solidário com o governo, ele quer também alguma achega pessoal nessa questão de nomeações. É sempre assim. Temer é dos mais discretos, mas eles não escapam. Todos têm, naturalmente, os seus interesses.”
Leia aqui na reportagem de Renato Onofre sobre o assunto.
Essa distância o papa Francisco vem mostrando nos sermões.
No Brasil as desigualdades são cruéis. Pastores, com seus palacetes e aviões de luxo, pregam o fanatismo religioso. É difícil neste mundo cruel ser cristão, pregar o amor, que apenas existem – ensinou Jesus – dois mandamentos que é um só: amar a Deus e amar o próximo.
Não existe justiça social nos despejos judiciários. Não existe amor em uma sociedade que convive com o trabalho escravo, o tráfico de pessoas e 500 mil prostitutas infantis.
Os governantes apenas trabalham pelos empresários financiadores de campanhas eleitorais. Nada se faz que preste para o povo. O Rio de Janeiro possui 1 mil e 100 favelas. São Paulo, 2 mil 627 favelas.
Aproximar-se das pessoas marginalizadas, encurtar as distâncias até chegar a tocá-las sem ter medo de se sujar: eis a «proximidade cristã» que nos mostrou concretamente Jesus libertando o leproso da impureza da doença e também da exclusão social. A cada cristão, à Igreja inteira, o Papa pediu que tenha uma atitude de «proximidade»; fê-lo durante a missa na manhã de sexta-feira, 26 de Junho, na capela da Casa de Santa Marta. A próxima celebração está prevista para terça-feira 1 de Setembro.
«Quando Jesus desceu do monte, grandes multidões o seguiam»: Francisco iniciou a homilia repetindo precisamente as primeiras palavras do Evangelho de Mateus (8, 1-4) proposto pela liturgia. E toda aquela multidão, explicou, «tinha ouvido as suas catequeses: ficaram maravilhados porque falava “com autoridade”, não como os doutores da lei» que eles estavam habituados a ouvir. «Ficaram maravilhados», especifica o Evangelho.
Portanto, precisamente «estas pessoas» começaram a seguir Jesus sem se cansar de o ouvir. A ponto que, recordou o Papa, elas «permaneceram o dia inteiro e, por fim, os apóstolos» deram-se conta de que tinham certamente fome. Mas « para eles ouvir Jesus era motivo de alegria». E assim «quando Jesus terminou de falar, desceu do monte e as pessoas seguiam-no» reunindo-se «em volta dele». Aquela gente, recordou, «ia pelas estradas, pelos caminhos, com Jesus».
Contudo, «havia também outras pessoas que não o seguiam: observavam-no de longe, com curiosidade», perguntando-se: «Mas quem é ele?». Aliás, explicou Francisco, «não tinham ouvido as catequeses que tanto surpreendiam». E assim havia «pessoas que olhavam da calçada» e «outras que não podiam aproximar-se: era-lhes proibido pela lei, porque eram «impuros». Precisamente entre elas estava o leproso do qual fala Mateus no Evangelho.
«Este leproso – realçou o Papa – sentia no coração o desejo de se aproximar de Jesus: tomou coragem e aproximou-se». Mas «era um marginalizado», e portanto «não podia fazê-lo». Porém, «tinha fé naquele homem, tomou coragem e aproximou-se», dirigindo-lhe «simplesmente o seu pedido: “Senhor, se quiseres, podes purificar-me”». Disse assim «porque era “impuro”». Com efeito, «a lepra era uma condenação definitiva». E «curar um leproso era tão difícil quanto ressuscitar um morto: por esta razão eram marginalizados, estavam todos ali, não podiam misturar-se com as pessoas».
Porém havia, prosseguiu Francisco, «também os automarginalizados, os doutores da lei que olhavam sempre com aquele desejo de pôr Jesus à prova para o fazer cair e depois condenar». Ao contrário, o leproso sabia que era «impuro, doente, e aproximou-se». E «o que fez Jesus?», questionou-se o Papa. Não ficou parado, sem o tocar, mas aproximou-se ainda mais e estendeu-lhe a mão curando-o.
«Proximidade», explicou o Pontífice, é uma «palavra tão importante: não se pode construir comunidades a sem proximidade; não se pode fazer a paz sem a proximidade; não se pode fazer o bem sem se aproximar». Na realidade, Jesus poderia ter-lhe dito: «Que tu sejas curado!». Ao contrário, aproximou-se dele e tocou-o. «Mais ainda: no momento em que Jesus tocou o impuro, tornou-se impuro». E «este é o mistério de Jesus: assumir as nossas sujidades, as nossas impuridades».
É uma realidade, prosseguiu o Papa, que são Paulo explica bem quando escreve: «Sendo igual a Deus, não considerou esta divindade um bem irrenunciável; aniquilou-se a si mesmo». E, em seguida, Paulo vai além afirmando que «se fez pecado»: Jesus tornou-se ele mesmo pecado, Jesus excluiu-se, assumiu a impureza para se aproximar do homem. Por conseguinte, «não considerou um bem irrenunciável ser igual a Deus», mas «aniquilou-se, aproximou-se, fez-se pecado e impuro».
«Muitas vezes penso – confidenciou Francisco – que é, não quero dizer impossível, mas muito difícil fazer o bem sem sujar as mãos». E «Jesus sujou-se» com a sua «proximidade». Mas depois, narra Mateus, foi inclusive além, dizendo ao homem libertado da doença: «Vai ter com os sacerdotes e faz aquilo que se deve fazer quando um leproso é curado».
Em síntese, «aquele que estava excluído da vida social, Jesus inclui-o: inclui-o na Igreja, inclui-o na sociedade». Recomenda-lhe: «Vai para que todas as coisas sejam como devem ser». Portanto, «Jesus nunca marginaliza, nunca!». Aliás, Jesus «marginalizou-se a si mesmo para incluir os marginalizados, para nos incluir a nós, pecadores, marginalizados, na sua vida». E «isto é bom», comentou o Pontífice.
Quantas pessoas seguiram Jesus naquele momento e seguem Jesus na história porque ficaram maravilhadas com o seu modo de falar», realçou Francisco. E «quantas pessoas observam de longe e não compreendem, não estão interessadas; quantas pessoas observam de longe mas com um coração maldoso, a fim de pôr Jesus à prova, para o criticar e condenar». E, ainda, «quantas pessoas observam de longe porque não têm a coragem que teve» aquele leproso, «mas desejariam muito aproximar-se». E «naquele caso Jesus estendeu a mão primeiro; não como neste caso, mas no seu ser estendeu-nos a mão a todos, tornando-se um de nós, como nós: pecador como nós mas sem pecado; mas pecador, sujo com os nossos pecados». E «esta é a proximidade cristã».
«Palavra bonita, a da proximidade, para cada um de nós», prosseguiu o Papa. Sugerindo que nos questionemos: «Mas sei aproximar-me? Eu tenho a força, a coragem de tocar os marginalizados?». E «também para a Igreja, as paróquias, as comunidades, os consagrados, os bispos, os sacerdotes, todos», é bom responder a esta pergunta: «Tenho a coragem de me aproximar ou me distancio sempre? Tenho a coragem de encurtar as distâncias, como fez Jesus?».
E «agora no altar», sublinhou Francisco, Jesus «aproximar-se-á de nós: encurtará as distâncias». Portanto, «peçamos-lhe esta graça: Senhor, que eu não tenha medo de me aproximar dos necessitados, dos que se vêem ou daqueles que têm as chagas escondidas». Esta, concluiu, é «a graça de me aproximar».
Para passar a impressão de que limpou a redação dos profissionais da extrema-direita e dos partidários do PSDB, o jornal da Folha de S. Paulo deu um pontapé na bunda de conhecidos jornalistas. Apesar desse passaralho, continua uma propriedade de porteira fechada da família Frias.
Toda notícia falsa tem que ser desmascarada. O leitor precisa saber que a Folha não faz jornalismo e sim, faciosa e mentirosamente, propaganda política.
Viomundo comprova:
Haddad repudia matéria maliciosa da Folha que tenta associá-lo a funcionário corrupto
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A Folha de S. Paulo publicou neste domingo 9, a matéria sobre esquemas de fraudes na Câmara dos Vereadores de São Paulo.
A casa pertence Roberto de Faria Torres, engenheiro que entrou na Prefeitura de São Paulo por concurso em 2006, cujo salário é de cerca de R$ 4.000.
Roberto foi flagrado em uma operação do Ministério Público Estadual — em parceria com o Fantástico, da TV Globo – achacando um comerciante.
Ele pediu R$ 15 mil em troca de um laudo que livraria o comerciante da CPI dos Alvarás, criada pela Câmara Municipal para verificar a situação de locais com capacidade para mais de 250 pessoas.
Antes disso, a própria CGM (Controladoria Geral do Município) abrira investigação contra Roberto Torres, depois de constatar um patrimônio suspeito do engenheiro.
Acontece que, no subtítulo da matéria, a Folha destaca: Engenheiro da gestão Haddad tem salário de R$ 4.000 e 9 carros de luxo.
Depois, no meio, o jornal volta a mencionar Haddad: “A Câmara enviou ao menos três pedidos para que a gestão Fernando Haddad (PT) o liberasse para a comissão [da CPI dos Alvarás]“.
Má-fé da Folha para tentar associar Haddad e a sua administração ao servidor golpista.
A Folha esconde que:
1. O flagrante de propina se deu quando o servidor atuava na Câmara e não na atual gestão da Prefeitura.
2. Roberto Torres supostamente acumulou bens de 2006 em diante, período em José Serra (PSDB) e Gilberto Kassab (na época, DEM, atualmente PSD) estavam à frente da Prefeitura.
3. O golpista é ligado ao vereador Eduardo Tuma (PSDB).
Abaixo, a nota da Secretaria Executiva de Comunicação, da Prefeitura de SP, sobre a matéria da Folha
Esclarecimento sobre servidor investigado da CPI dos Alvarás da Câmara
Prefeito Fernando Haddad esclarece que o flagrante de propina se deu quando o servidor atuava na Câmara e não na atual gestão da Prefeitura
“O prefeito Fernando Haddad repudia a maliciosa tentativa de envolver seu nome e a reputação de sua administração na edição da reportagem Servidor da Prefeitura de SP tem mansão com sete suítes. (C1; 9/11/14).
Sem que exista qualquer justificativa de fato ou jornalística, o subtítulo da matéria é Engenheiro da gestão Haddad tem salário de R$ 4.000 e 9 carros de luxo, imputando a responsabilidade dos atos de um servidor concursado à gestão Haddad, quando é sabido que o flagrante de pedido de propina ocorreu quando o mesmo atuava no legislativo municipal, poder ao qual o funcionário estava cedido.
Além disso, a incompatibilidade de patrimônio já vinha sendo investigada pela Controladoria Geral do Munícipio (esta sim, criada por Haddad), fato que permitiu a rápida ação do Ministério Público.
O período do suposto acúmulo ilegal de bens data de 2006 em diante, período que coincide com outras gestões municipais e com a atuação de outro notório suspeito de corrupção, Hussain Aref Saab — porém, o jornal escolhe, estranhamente, não citar as gestões José Serra e Gilberto Kassab”.
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O JEITINHO DO FUNCIONÁRIO PÚBLICO DE VIVER NO LUXO E NA LUXÚRIA DEPENDE DOS PREFEITOS E GOVERNADORES AMIGOS DA CORRUPÇÃO
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Existem máfias de alvarás, de outorgas, de concessões etc que empestam as secretarias das prefeituras, dos governos estaduais, e as agências nacionais de regulação, que chamo de prostitutas respeitosas.
Essas máfias são fáceis de combater. Veja como AQUI.
«Quando a adoração do Senhor é substituída com a adoração do dinheiro abre-se o caminho para o pecado, o interesse pessoal e a prepotência; quando não se adora Deus, o Senhor, tornamo-nos adoradores do mal, como o são quantos vivem de crime e violência». Mas quem segue este «caminho de mal como os mafiosos não estão em comunhão com Deus: estão excomungados». Duras como um rochedo as palavras usadas pelo Papa Francisco na tarde de sábado, 21 de Junho, durante a missa em Maria de Sibari.
A ‘ndrangheta, disse, é «adoração do mal e desprezo do bem comum». E este mal deve ser combatido. De outra forma será difícil dar respostas aos jovens necessitados de resgate e de esperança. O Pontífice conjugou a reflexão sobre as leituras litúrgicas com a realidade quotidiana. Recordou a celebração da solenidade do Corpus Christi, o «sacramento do altar». E é precisamente por esta convicção de fé que «nós – acrescentou – renunciamos a satanás e a todas as suas seduções;
renunciamos aos ídolos do dinheiro, da vaidade, do orgulho, do poder, da violência. Nós cristãos não queremos adorar nada e ninguém neste mundo a não ser Jesus Cristo, que está presente na sagrada Eucaristia».
Talvez, reconheceu o Papa Francisco, nem sempre nos damos conta profundamente do que isto significa, das consequências que tem, ou deveria ter, esta nossa profissão de fé. E a este propósito falou da ternura de Jesus, do seu «amor tão delicado, tão fraterno, tão puro». E concluiu renovando o convite sobretudo aos jovens: a não se deixarem roubar a esperança e a não ceder ao mal, às injustiças, à violência. E de violência falou também no dia seguinte, durante o habitual encontro com os fiéis na praça de São Pedro para a recitação do Angelus. Depois da reflexão inicial dedicada ao amor desmedido de Deus pelo homem, o bispo de Roma recordou que a 26 de Junho se celebra o dia das Nações Unidas pelas vítimas da tortura, reafirmando «a firme condenação de qualquer forma de tortura» e convidando «os cristãos a comprometerem-se a colaborar para a sua abolição» e para apoiar as vítimas e os seus familiares. «Torturar as pessoas – concluiu – é um pecado mortal! Um pecado muito grave!
Alexander Dubovsky
Os mártires da corrupção
Os pobres pagam sempre o preço da corrupção. De todas as corrupções: a dos políticos e empresários, mas também a dos eclesiásticos que não cumprem o próprio «dever pastoral» para cultivar o «poder». O Papa Francisco voltou a denunciar com palavras fortes «o pecado da corrupção», no qual caem «muitas pessoas que têm poder material, político ou espiritual», e exortou a rezar em particular por «quantos — e são muitos — pagam pela corrupção, pelo comportamento dos corruptos: são os mártires da corrupção política, económica e eclesiástica».
Inspirando-se no trecho do primeiro livros dos Reis (21, 1-16) proclamado durante a liturgia, o Pontífice recordou a história de Nabot de Jezrael, que não quis ceder a sua vinha ao rei Acab, herdada do pai, e por isso, foi lapidado por instigação da rainha Jezabel. «Um texto bíblico muito triste» comentou o bispo de Roma, frisando que a narração segue a mesma estrutura do processo de Jesus e do martírio de Estêvão, e evocando uma frase do Evangelho de Marcos (10, 42): «Sabeis como os governantes das nações fazem sentir o seu domínio sobre elas e os magnatas, a sua autoridade».
«Nabot — frisou o Papa — parece um mártir daquele rei que governa com tirania e opressão». Para se apoderar da vinha, no início Acab faz uma proposta honesta a Nabot: «Dar-te-ei em troca uma vinha melhor, ou se te convier, pagar-te-ei o seu justo valor». Mas depois, diante da rejeição do homem em ceder a «herança dos seus pais», volta para casa «entristecido, indignado», comportando-se quase como uma «criança mimada» que faz «caprichos». E é a este ponto que a sua esposa Jezabel — «a mesma que ameaçou o profeta Elias de morte, depois de ele ter assassinado os sacerdotes de Baal» — organiza uma farsa, um processo com testemunhas falsas e condena Nabot, permitindo que o marido tome posse da vinha. E Acab aceita, frisou o Pontífice, «tranquilamente, como se nada fosse».
A corrupção, explicou o Papa, «é um pecado fácil, que pode cometer a pessoa que tem autoridade sobre os outros, quer económica e política quer eclesiástica. Somos tentados pela corrupção. É um pecado fácil de cometer».
De resto, acrescentou, «quando uma pessoa tem autoridade, sente-se poderosa, quase um deus». Portanto, a corrupção «é uma tentação diária», na qual podem cair «políticos, empresários e prelados».
Mas — perguntou-se Francisco — quem paga pela corrupção? Certamente não quem paga «o suborno»: de facto, ele só representa «o intermediário». Na realidade, «o pobre paga pela corrupção!», constatou o Pontífice.
«Se falamos de corrupção política ou económica, quem paga isto?», perguntou-se o Papa. «Pagam — disse — os hospitais sem remédios, os doentes que não são cuidados, as crianças sem escolas. Eles são os Nabot modernos, que pagam pela corrupção dos grandes». E quem paga «pela corrupção de um prelado? Pagam-na as crianças que não aprenderam a fazer o sinal da cruz, não conhecem a catequese, não são cuidadas; os doentes que não são visitados; os presos que não recebem atenção espiritual». Enfim, são sempre os pobres que pagam pela corrupção: os «pobres materiais» e os «pobres espirituais».
Na conclusão, o bispo de Roma confirmou o valor do testemunho de Nabot, o qual «não quis vender a herança dos seus pais, dos seus antepassados, os valores»: um testemunho ainda mais significativo se pensarmos que, com frequência, «quando há corrupção», também o pobre corre o risco de perder «os valores, porque são impostos hábitos e leis que vão contra os valores recebidos dos nossos antepassados». Eis o convite a rezar pelos muitos «mártires da corrupção», para que o «Senhor nos aproxime deles» e conceda a estes pobres a «força para continuar» o seu testemunho.
Publicado no L’Osservatore Romano, ed. em português, n. 25 de 21 de junho de 2014
Francisco visita Cassano, cidade símbolo da mafia na Calábria
Visita del Papa in Calabria, pranzo coi poveri – «Sei la nostra speranza»
O Papa tem a coragem dos cristãos das catacumbas. Visitou um traficante de drogas preso, para consola-lo, pela morte do filho carbonizado na briga das quadrilhas.
No Brasil, nos presídios superlotados, não aparece nenhum juiz por dever de ofício. Nem o governador que paga a conta do funcionamento dos cárceres, com as quentinhas super, super faturadas.
Neste Brasil das 500 mil prostitutas, ninguém se comove pelos rotineiros assassinatos de crianças. Nos despejos judiciários. Pelas balas perdidas da polícia na invasão das favelas.
Ninguém pergunta como morreu Marcelo, com onze anos, possivelmente trucidado, com os pais e avós, por policiais assaltantes de caixas eletrônicos em São Paulo.
Que seja ressaltado o amor cristão de Francisco, e a santa coragem, quando pairam dúvidas sobre a misteriosa morte do Papa João Paulo I.
Romanceiam que a máfia esteja envolvida na morte de João Paulo I, papa por uma lua, por apenas um mês.
“O Senhor é um mestre de reinserção”
Papa Francisco encontra-se neste sábado na cidade de Cassano, na região da Calábria, no sul da Itália, zona marcada pelo fenómeno da Mafia.
Na cordial saudação dirigida aos detidos, o Papa declarou ter querido realizar esta visita como primeiro ato da viagem de hoje para “exprimir a proximidade da Igreja a cada homem e mulher que se encontra preso, como disse Jesus “Estava na cadeia e fostes visitar-me”. Dirigindo-se às autoridades, o Papa sublinhou a necessidade de, para além do respeito devido a cada um dos detidos, tudo fazer para que a pena não seja apenas instrumento de punição mas se cuide da sua sucessiva reinserção social. Neste caminho, entra também o encontro com Deus, que nos ama e perdoa os nossos erros. O Senhor é um mestre de reinserção: toma-nos pela mão e reconduz-nos á comunidade social”.
O Papa esteve com 200 presos a quem pediu para «transformarem a sua vida»
O Papa Francisco afirmou hoje no estabelecimento prisional de Castrillari, na região da Calábria, que o cumprimento da pena de prisão deve ser acompanhado de um compromisso com “instituições de reinserção” caso contrário reduz-se a uma “punição prejudicial”.
“Os direitos fundamentais e as condições humanas no cumprimento das penas de prisão devem ser acompanhados de um compromisso concreto das instituições com objetivo de uma reinserção social efetiva; caso contrário, a execução da pena reduz-se a um instrumento de punição que pode ser prejudicial para o indivíduo e para a sociedade”, afirmou Francisco na prisão «Rosetta Sisca» de Castrillari, uma localidade próxima de Cassano, e a primeira etapa da visita de o Papa realiza hoje àquela cidade.
Esta visita ao estabelecimento prisional pretende afirmar a “proximidade a todos os presos, em todas as partes do mundo”, sublinhou Francisco, aconselhando os presos a fazerem do tempo de detenção um momento de transformação.
“Assim, vocês tornar-se-ão melhores, e ao mesmo tempo, as vossas comunidades, porque no bem e no mal, as nossas ações influenciam os outros e toda a família humana”.
O Papa pediu ainda que a “verdadeira integração” não se completa sem “um encontro com Deus”, aquele que “sempre perdoa, sempre acompanha, sempre compreende”.
“Neste caminho, deve ser incluído o encontro com Deus, a capacidade de nos deixarmos guiar por Deus que nos ama, que é capaz de nos compreender e perdoar nossos erros”, afirmou, segundo a Rádio Vaticano.
À entrada do estabelecimento prisional, Francisco saudou as mais de mil pessoas que se encontravam no local, assim como familiares dos agentes policiais, um grupo de pessoas portadoras de deficiência, duas crianças, e o bispo diocesano, D. Nunzio Galantino e o autarca da cidade, Domenico Lo Polito.
No interior da prisão esperavam-no cerca de 200 homens e mulheres, os policiais e funcionários da prisão.
Papa Francisco diz que nenhuma criança deve voltar a morrer às mãos da máfia
Cocò
Nenhuma criança deve voltar a morrer às mãos da máfia, disse, este sábado, o papa Francisco, durante uma visita à terra natal do menino de três anos morto em janeiro num ajuste de contas entre membros daquela organização criminosa.
“Nunca mais uma criança deve sofrer desta maneira”, disse o papa Francisco, que este sábado se encontrou com as avós e um tio do pequeno Nicola (“Coco”) Campolongo, vítima em janeiro de um ajuste de contas. O seu corpo foi encontrado juntamente com o do avô dentro de um carro carbonizado.
“Rezo continuamente por ele. Não desesperem”, disse Francisco aos familiares do pequeno Coco, durante uma visita à cadeia de Castrovillari, em Cassano, onde o pai do menino cumpre pena por tráfico de droga.
O papa pediu-lhe para passarem a mensagem à mãe da criança, que também estava presa quando o menino foi morto e atualmente se encontra em prisão domiciliária.
A descoberta do corpo da criança chocou a Itália, tal como o assassínio de outra criança de três anos dois meses mais tarde na região vizinha de Puglia.
O papa lembrou também que estas crianças e jovens são recrutadas para o tráfico de droga e morrem vítimas da violência da Ndrangheta (máfia calabresa) ou acabam na prisão.
Durante uma cerimónia emotiva, perante cerca de 200 reclusos, homens e mulheres, Francisco disse: “Também já cometi faltas e devo penitenciar-me”
“Quero expressar a proximidade do papa e da Igreja a todos os homens e mulheres que se encontram na prisão em todas as partes do mundo”, acrescentou o pontífice, que em Buenos Aires visitava frequentemente as cadeias e chegou a lavar os pés a jovens reclusos em Roma.
O papa centrou a mensagem na reinserção dos reclusos na sociedade, considerando que a detenção não é apenas “um instrumento de punição”.
Cassano é uma localidade pobre próxima do mar Jónico onde a máfia prospera e onde o desemprego dos jovens com menos de 25 anos atinge os 56,1 por cento, um record em Itália, segundo o Eurostat.
Jorge Bergoglio foi recebido por uma multidão quando visitou um centro onde estão internados doentes em fim de vida, antes de se encontrar com os padres da região na catedral local. (Jornal de Notícias, Portugal)
Reduto dos grupos mais perigosos da Itália
O papa Francisco, em visita a um reduto de um dos grupos organizados mais perigosos da Itália, consolou um preso cujo filho de três anos morreu em uma emboscada e condenou a violência da máfia contra as crianças.
Francisco voou de helicóptero para a cidade de Cassano All’ Jonio, na região da Calábria, a casa da “Ndrangheta”, grupo que os investigadores dizem ter se espalhado pelo mundo.
O pontífice fez a viagem em parte para honrar Nicola “Coco” Campolongo, que foi morto na cidade com seu avô em uma ação do crime organizado em janeiro.
O corpo carbonizado do menino, cuja guarda havia sido concedida ao avô Giuseppe Iannicelli após a prisão de seus pais por crimes relacionados a drogas, foi encontrado junto com o de Iannicelli e uma mulher marroquina em um carro queimado na cidade.
Francisco, que em janeiro denunciou veementemente o assassinato e pediu aos infratores para que se arrependam, consolou o pai do garoto e outros parentes durante um encontro que um porta-voz do Vaticano descreveu como muito emocionante.
“Nunca mais violência contra as crianças. Que nenhuma criança tenha que sofrer assim. Eu oro por ele continuamente. Não se desespere”, disse o papa, segundo relato do porta-voz.
Ano par, ano ímpar os Estados brasileiros investigam denúncias de desvio de recursos para aquisição de merenda escolar, de armazenamento inadequado e fornecimento insuficiente de alimentos para escolas. E constatados indícios de sobrepreço e aquisição de alimentos sem licitação ou contratos de fornecimento. As irregularidades são apuradas pelos Ministérios Públicos estaduais e Federal, e por fiscalizações da Controladoria Geral da União. Ninguém vai preso. Nunca investigam m. nenhuma as duas polícias que existem para bater no povo: a Polícia Militar e a polícia civil.
Inquéritos e inquéritos denunciam a permanência das máfias da merenda: grupo de empresas que simulam licitações com ajuda de servidores públicos e secretários municipais.
Lá na ex-Cidade Maravilhosa querem culpar os garis. Eta manchete safada, mentirosa, jornalismo marrom e protetor da bandidagem:
Para enfrentar as manifestações populares, em curso desde junho, o Estado tem se valido de um arsenal repressivo que não se limita às ações de rua. Nelas, a polícia tem atuado como sempre: prisões arbitrárias de manifestantes e não manifestantes, e violência desmedida. Mas não é só força bruta. A pretexto de combater o “vandalismo” e a “baderna”, tem sido adotadas medidas que incluem edição de leis, interpretação das leis e práticas da polícia judiciária próprias de um cenário de emergência, ou mesmo de uma guerra civil.
No Rio de Janeiro, criou-se, por decreto, a CEIV – Comissão Especial de Investigação de Atos de Vandalismo em Manifestações Públicas, à margem da estrutura administrativa ordinária do estado. E, no dia 9 de setembro, foi aprovada pela Alerj uma lei que impede o uso de máscaras em manifestações.
Sob a orientação da direção da Polícia Civil, os detidos são indiciados de acordo com critérios absolutamente arbitrários, de modo a sofrerem penas mais severas e não lhes ser permitido o pagamento de fiança. Aí, vale tudo: desde a acusação de corrupção de menores até de integrarem uma organização criminosa.
Isso, sem falar na condução dos presos para as mais diversas delegacias de polícia, distantes da circunscrição onde ocorreu o fato; nas “oitivas informais” dos detidos, sem a presença de seus advogados etc.
Mas é sobre o crime de integrar uma organização criminosa e sua alegada ocorrência nas manifestações que vou me deter, pela gravidade dessa decisão e as consequências funestas à democracia, caso vingue o entendimento da polícia.
Esse crime foi tipificado pela Lei 12.850/2013. Ela busca punir de forma mais severa os que integram organizações criminosas complexas, para distingui-los do criminoso comum, que se associa a outros para a prática de crimes de média gravidade. Estamos falando de organizações terroristas, milicianas, mafiosas.
A pena pela prática do crime de organização criminosa é mais severa: de três a oito anos. Já o crime antes chamado de formação de quadrilha enseja penas de um a três anos.
A tipificação também é distinta. Para caracterizar o crime de organização criminosa, a lei exige requisitos específicos: é necessário que a organização seja estratificada e hierarquizada; que haja divisão de tarefas; e que a organização seja voltada para a prática de crimes graves, aqueles punidos com pena máxima superior a quatro anos (§ 1º, do art. 1º, da Lei 12.850).
Ora, não há como dizer que os manifestantes, ainda que pratiquem atos de depredação, integrem uma organização criminosa desse tipo. O indiciamento pela prática desse crime deveria observar aqueles requisitos, o que é simplesmente não ocorre.
Estaremos diante de um cenário de estado de exceção, onde o ordenamento jurídico da normalidade está se deixando contaminar por medidas excepcionais que se tornarão permanentes? Parece que o diagnóstico do filósofo italiano Giorgio Agamben bem define o nosso momento atual: “A criação voluntária de um estado de emergência permanente (ainda que, eventualmente, não declarado no sentido técnico) tornou-se uma das práticas essenciais dos Estados contemporâneos, inclusive dos chamados democráticos”.
Não vivemos qualquer situação de emergência que justifique um estado de exceção. Está se exercendo tão somente o direitoà liberdade de expressão e manifestação, itens culminantes de uma democracia que se preze. Abusos e ilícitos devem ser punidos nos termos do Código Penal.
Num país ainda marcado pela pobreza e por tantas carências, o diálogo e a tentativa de compreender as razões do outro – manifestantes e cidadãos em geral – são instrumentos mais eficazes do que balas, sprays de pimenta e leis penais.
A Constituição de 88 acaba de completar 25 anos. O melhor modo de comemorar o seu aniversário é cumpri-la.”
Wadih Damous – Presidente da Comissão Nacional de Direitos Humanos da OAB.
A imprensa e a polícia e a justiça, principalmente no Rio de Janeiro, em São Paulo e Brasília, costumam desvalorizar socialmente o bandido. Considerar que a ladroagem é coisa de miserável. Dos selvagens que moram nas favelas.
Bandido pobre não patrocina os governos paralelos de São Paulo, Rio de Janeiro e Paraná. O tráfico de moedas, de drogas, de armas, de petróleo, de água, de ouro, e o mercado negro e a economia subterrânea possuem seus barões infiltrados nos três poderes e na alta sociedade.
O Espírito Santo reconhece este status social. Ser honesto não enriquece ninguém.
Corrupción, lavado de dinero y las internas más feroces
por Eduardo Febbro
Página/12
Un informe elaborado por tres cardenales lo terminó de convencer de que era imposible limpiar el Vaticano, donde hasta la Cosa Nostra guarda sus fondos. La abdicación como manera de sacudir el tablero en la Iglesia.
Los expertos vaticanistas alegan que el papa Benedicto XVI decidió renunciar en marzo del año pasado, después de regresar de su viaje a México y a Cuba. En ese entonces, el Papa que encarna lo que el especialista y universitario francés Philippe Portier llama “una continuidad pesada” con su predecesor, Juan Pablo II, descubrió la primera parte de un informe elaborado por los cardenales Julián Herranz, Jozef Tomko y Salvatore De Giorgi. Allí estaban resumidos los abismos nada espirituales en los que había caído la Iglesia: corrupción, finanzas oscuras, guerras fratricidas por el poder, robo masivo de documentos secretos, pugna entre facciones y lavado de dinero. El resumen final era la “resistencia en la curia al cambio y muchos obstáculos a las acciones pedidas por el Papa para promover la transparencia”.
El Vaticano era un nido de hienas enardecidas, un pugilato sin límites ni moral alguna donde la curia hambrienta de poder fomentaba delaciones, traiciones, zancadillas, lavado de dinero, operaciones de Inteligencia para mantener sus prerrogativas y privilegios al frente de las instituciones religiosas y financieras. Muy lejos del cielo y muy cerca de los pecados terrestres. Bajo el mandato de Benedicto XVI, el Vaticano fue uno de los Estados más oscuros del planeta. Josef Ratzinger tuvo el mérito de destapar el inmenso agujero negro de los curas pedófilos, pero no el de modernizar la Iglesia y dar vuelta la página del legado de asuntos turbios que dejó su predecesor, Juan Pablo II.
Jarbas
Ese primer informe de los tres cardenales desembocó, en agosto del año pasado, en el nombramiento del suizo René Brülhart, un especialista en lavado de dinero que dirigió durante ocho años la Financial Intelligence Unit (FIU) du Liechtenstein, o sea, la agencia nacional encargada de analizar las operaciones financieras sospechosas. Brülhart tenía como misión poner al Banco del Vaticano en sintonía con las normas europeas dictadas por el GAFI, el grupo de acción financiera. Desde luego, no pudo hacerlo. El pasado turbio le cerró el paso.
Benedicto XVI fue, como lo señala Philippe Portier, un continuador de la obra de Juan Pablo II: “Desde 1981 siguió el reino de su predecesor acompañando varios textos importantes que él mismo redactó a veces, como la Condena de las teologías de la liberación de los años 1984-1986, el Evangelium Vitae de 1995, a propósito de la doctrina de la Iglesia sobre temas de la vida, o Splendor Veritas, un texto fundamental redactado a cuatro manos con Wojtyla”. Estos dos textos citados por el experto francés son un compendio práctico de la visión reaccionaria de la Iglesia sobre las cuestiones políticas, sociales y científicas del mundo moderno.
La segunda parte del informe de los tres cardenales le fue presentada al Papa en diciembre. Desde entonces, la renuncia se planteó de forma irrevocable. En pleno marasmo y con un montón de pasillos que conducían al infierno, la curia romana actuó como lo haría cualquier Estado. Buscó imponer una verdad oficial con métodos modernos. Para ello contrató al periodista norteamericano Greg Burke, miembro del Opus Dei y ex miembro de la agencia Reuters, la revista Time y la cadena Fox. Burke tenía por misión mejorar la deteriorada imagen de la Iglesia. “Mi idea es aportar claridad”, dijo Burke al asumir el puesto. Demasiado tarde. Nada hay de claro en la cima de la Iglesia Católica.
La divulgación de los documentos secretos del Vaticano orquestada por el mayordomo del papa, Paolo Gabriele, y muchas otras manos invisibles fue una operación sabiamente montada cuyos resortes siguen siendo misteriosos: operación contra el poderoso secretario de Estado, Tarcisio Bertone, conspiración para empujar a Benedicto XVI a la renuncia y poner a un italiano en su lugar, o intento de frenar la purga interna en curso y la avalancha de secretos, los vatileaks sumergieron la tarea limpiadora de Burke. Un infierno de paredes pintadas con ángeles no es fácil de rediseñar.
Benedicto XVI se hizo aplastar por las contradicciones que él mismo suscitó. Estas son tales que, una vez que hizo pública su renuncia, los tradicionalistas de la Fraternidad de San Pío X fundada por monseñor Lefebvre saludaron la figura del Papa. No es para menos: una de las primeras misiones que emprendió Ratzinger consistió en suprimir las sanciones canónicas adoptadas contra los partidarios fascistoides y ultrarreaccionarios de monseñor Lefebvre y, por consiguiente, legitimizar en el seno de la Iglesia esa corriente retrógrada que, de Pinochet a Videla, supo apoyar a casi todas las dictaduras de ultraderecha del mundo.
Philippe Portier señala al respecto que el Papa “se dejó sobrepasar por la opacidad que se instaló bajo su reino”. Y la primera de ellas no es doctrinal, sino financiera. El Vaticano es un tenebroso gestor de dinero y muchas de las querellas que se destaparon en el último año tienen que ver con las finanzas, las cuentas maquilladas y las operaciones ilícitas. Esta es la herencia financiera que dejó Juan Pablo II y que para muchos especialistas explica la crisis actual. El Instituto para las Obras de Religión, es decir el banco del Vaticano, fundado en 1942 por Pío XII, funciona con una oscuridad tormentosa. En enero, a pedido del organismo europeo de lucha contra el blanqueo de dinero, Moneyval, el Banco de Italia bloqueó el uso de las cartas de crédito dentro del Vaticano debido a la falta de transparencia y a las fallas manifiestas en el control de lavado de dinero. En 2011, los cinco millones de turistas que visitaron la Santa Sede dejaron 93,5 millones de euros en las cajas del Vaticano, ahora deberán pagar al contado. El IOR gestiona más de 33.000 cuentas por las que circulan más de seis mil millones de euros. Su opacidad es tal que no figura en la “lista blanca” de los Estados que participan en el combate contra las transacciones ilícitas.
En septiembre de 2009, Ratzinger nombró al banquero Ettore Gotti Tedeschi al frente del Banco del Vaticano. Cercano al Opus Dei, representante del Banco de Santander en Italia desde 1992, Gotti Tedeschi participó en la preparación de la encíclica social y económica Caritas in veritate, publicada por el Papa en julio. La encíclica exige más justicia social y plantea reglas más transparentes para el sistema financiero mundial. Tedeschi tuvo como objetivo ordenar las turbias aguas de las finanzas vaticanas. Las cuentas de la Santa Sede son un laberinto de corrupción y lavado de dinero cuyos orígenes más conocidos se remontan a finales de los años ’80, cuando la Justicia italiana emitió una orden de detención contra el arzobispo norteamericano Paul Marcinkus, el llamado “banquero de Dios”, presidente del Instituto para las Obras de la Religión y máximo responsable de las inversiones vaticanas de la época.
Marcinkus era un adepto a los paraísos fiscales y muy amigo de las mafias. Juan Pablo II usó el argumento de la soberanía territorial para evitar la detención y salvarlo de la cárcel. No extraña, le debía mucho, ya que en los años ’70 y ’80 Marcinkus había utilizado el Banco del Vaticano para financiar secretamente al hijo predilecto de Juan Pablo II, el sindicato polaco Solidaridad, algo que Wojtyla no olvidó jamás. Marcinkus terminó sus días jugando al golf en Arizona y en el medio quedó un gigantesco agujero negro de pérdidas (3,5 mil millones de dólares), inversiones mafiosas y también varios cadáveres.
El 18 de junio de 1982 apareció un cadáver ahorcado en el puente londinense de Blackfriars. El cuerpo pertenecía a Roberto Calvi, presidente del Banco Ambrosiano y principal socio del IOR. Su aparente suicidio corrió el telón de una inmensa trama de corrupción que incluía, además del Banco Ambrosiano, la logia masónica Propaganda 2 (más conocida como P-2), dirigida por Licio Gelli, y el mismo Banco del Vaticano dirigido por Marcinkus. Gelli se refugió un tiempo en la Argentina, donde ya había operado en los tiempos del general Lanusse mediante un operativo llamado “Gianoglio” para facilitar el retorno de Perón.
A Gotti Tedeschi se le encomendó una misión casi imposible y sólo permaneció tres años al frente del Instituto para las Obras de Religión. Fue despedido de forma fulminante en 2012 por supuestas “irregularidades en su gestión”. Entre otras irregularidades, la fiscalía de Roma descubrió un giro sospechoso de 30 millones de dólares entre el Banco del Vaticano y el Credito Artigiano. La transferencia se hizo desde una cuenta abierta en el Credito Artigiano pero bloqueada por la Justicia a causa de su falta de transferencia. Tedeschi salió del banco pocas horas después de que se detuviera al mayordomo del Papa y justo cuando el Vaticano estaba siendo investigado por supuesta violación de las normas contra el blanqueo de capitales. En realidad, su expulsión constituye otro episodio de la guerra entre facciones. En cuanto se hizo cargo del puesto, Tedeschi empezó a elaborar un informe secreto donde consignó lo que fue descubriendo: cuentas cifradas donde se escondía dinero sucio de “políticos, intermediarios, constructores y altos funcionarios del Estado”. Hasta Matteo Messina Denaro, el nuevo jefe de la Cosa Nostra, tenía su dinero en el IOR. Allí empezó el infortunio de Tedeschi. Quienes conocen bien el Vaticano alegan que el banquero amigo del Papa fue víctima de un complot armado por consejeros del banco con el respaldo del secretario de Estado, monseñor Bertone, un enemigo personal de Tedeschi y responsable de la comisión cardenalicia que vigila el funcionamiento del banco. Su destitución vino acompañada por la difusión de un “documento” que lo vinculaba con la fuga de documentos robados al Papa.
Más que las querellas teológicas, es el dinero y las sucias cuentas del Banco del Vaticano lo que parecen componer la trama de la inédita renuncia del Papa. Un nido de cuervos pedófilos, complotistas reaccionarios y ladrones, sedientos de poder, impunes y capaces de todo con tal de defender su facción, la jerarquía católica ha dejado una imagen terrible de su proceso de descomposición moral. Nada muy distinto al mundo en el que vivimos: corrupción, capitalismo suicida, protección de los privilegiados, circuitos de poder que se autoalimentan y protegen, el Vaticano no es más que un reflejo puntual de la propia decadencia del sistema.