A corrupção seja investigada no executivo, no legislativo e no judiciário

Faixa da passeata deste 15 de março
Faixa da passeata deste 15 de março

 

O povo pediu nas ruas o fim da corrupção.

Que ela seja investigada já! no executivo, no judiciário e no legislativo.

Que o “Abre-te, Sésamo” aconteça em todas as cavernas das prefeituras, das câmaras municipais, dos governos estaduais, das assembléias legislativas, dos tribunais, do governo da União, do Congresso Nacional.

Que todas as cavernas sejam aclaradas. Nas reitorias, nos cartórios, nas estatais, nos quartéis, no fisco, nos serviços terceirizados, nos leilões da justiça, nas quermesses do executivo, nas Anas, nos pedágios…

Que sejam analisadas todas as outorgas, notadamente de fontes de água, de entrega de ilhas marítimas e oceânicas; todas as concessões para explorar os minérios do Brasil, a começar pelo ouro, pelo nióbio, pelos diamantes, pelos meios de comunicação de massa; todos os precatórios assinados pelos desembargadores, e pagos por prefeitos e governadores; todas as isenções fiscais que beneficiam as castas, as elites protegidas pelo sigilo (fiscal e bancário); todas as anistias concedidas pela justiça secreta do foro especial.

Que seja fiscalizado todo o dinheiro arrancado do povo, via impostos diretos e indiretos, para autarquias, planos de saúde, serviços de informações estratégicas, pesquisas de opinião pública, fundações, ONGs, hospitais, igrejas, maçonaria, partidos políticos, promotores culturais, proxenetas e pedófilos dos esportes amadores, escolas e hospitais particulares…

Que sejam exterminados o tráfico de dinheiro, de minérios, de órgãos humanos, de prostitutas infantis; o mercado negro de venda de sentenças judiciais, do dólar paralelo; o contrabando de medicamentos, de madeira nobre; as máfias dos fiscais, dos alvarás, das obras e serviços fantasmas e dos agiotas das campanhas eleitorais…

 

Que prometem o judiciário e o legislativo? Apenas o governo da União anuncia o combate do bem contra as almas sebosas

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A presidente Dilma Rousseff esteve reunida com nove ministros e o vice, Michel Temer, no Palácio do Planalto. Após o encontro, os ministros da Justiça, Jose Eduardo Cardozo, e de Minas e Energia, Eduardo Braga, fizeram um pronunciamento a respeito das manifestações do último fim de semana e reafirmaram que o governo está ouvindo as manifestações e aberto ao diálogo. Cardozo reconheceu que o país precisa passar por uma mudança, pois, só assim, conseguirá superar os desafios. Além disso, os ministros disseram que não vão retirar os programas sociais.

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Não vão retirar os programas sociais

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Durante o pronunciamento do ministro da Justiça, Jose Eduardo Cardozo, a palavra “humildade” foi usada para dizer que o governo reconhece que é preciso mudar, e que para chegar a essa mudança é preciso à união de todos os que estão no poder, seja da base aliada ou da oposição.

“Reitero que até o final da semana, a presidente da República, assim como anunciou no seu programa de reeleição, irá lançar um projeto para auxiliar as empresas a implementar um mecanismo que ajude a coibir e investigar a corrupção. É preciso ter humildade para reconhecer que o momento é delicado e que é necessário uma mudança. O governo está aberto ao diálogo com todos, oposicionistas ou não, e estamos abertos a debater com a sociedade brasileira. A presidente Dilma Rousseff governa para 200 milhões e não apenas para os que votaram nela”, comentou Cardozo.

Já o ministro de Minas e Energia, Eduardo Braga, reforçou as palavras de Jose Eduardo Cardozo:

“O governo sabe que temos um desafio grande, e que é preciso enfrentá-lo. O governo buscou até o esgotamento da sua capacidade com o Tesouro para combater esse momento, e tentando manter todos os programas sociais. Todos esses ajustes são com o único objetivo de continuar crescendo, e alcançando o nível que queremos chegar. Mas para vencer desafios, é preciso coragem para mudar. Reforço que esses novos ajustes serão necessários para que possamos deixar a nossa economia saudável por emprego e distribuição de renda. Um governo que tem compromisso com a transparência e a eficiência, não pode se esconder neste limite, e é isso que nós estamos fazendo, anunciando que chegamos a esse limite”, anunciou o titular da pasta de Minas e Energia.

Ao ser questionado sobre como a presidente ficou após ver todas aquelas pessoas nas ruas protestando contra a corrupção e contra seu governo, o ministro Eduardo Cunha lembrou-se do passado político de Dilma Rousseff para mostrar que ela aceita qualquer manifestação, desde que democrática.

“A presidenta Dilma sofreu uma prisão lutando pela democracia, ela perdeu a sua liberdade para que conseguíssemos nossa democracia, portanto, ela encarou as manifestações de ontem com esse sentimento. Sentimento de quem prega a liberdade de reivindicações, desde que democráticas, e as reivindicações que tivemos nos últimos dias foram totalmente democratas”, explicou Cunha.

Para encerrar, o ministro da Justiça, Jose Eduardo Cardozo, comparou as manifestações do último fim de semana com as que aconteceram em 2013, e que ao contrário do que ocorreu há um ano e meio, desta vez existe uma causa direta, a corrupção.

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Desta vez existe uma causa direta, a corrupção

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“As manifestações de ontem, foram totalmente diferente das manifestações de 2013, antes foram reclamados outras coisas difusas, hoje o povo se manifesta pela corrupção. A grande verdade, é que a corrupção é muito antiga no Brasil, mas hoje ela é investigada e punida. Na história brasileira, desde a constituição de 88, passando por todos os governos, o Brasil trabalha para que possamos investigar coisas como essas”, encerrou Cardozo. Fonte Jornal do Brasil 

Médicos cubanos pegam as crianças pobres

O Mais Médicos e a derrota dos tucanos

Bebê fotografado pelo repórter Dario de Negreiros em Curralinho, Pará, cidade que recebeu médicos cubanos
Bebê fotografado pelo repórter Dario de Negreiros em Curralinho, Pará, cidade que recebeu médicos cubanos

“Mais Médicos” derrota os tucanos

Por Altamiro Borges, em seu blog, via Vermelho

Pesquisa da Confederação Nacional dos Transportes (CNT), divulgada nesta quinta-feira, indica que o PSDB pode colher péssimos resultados por sua oposição raivosa, elitista e oportunista ao programa “Mais Médicos”. Segundo a sondagem, o apoio da sociedade à corajosa iniciativa do governo Dilma cresceu nos últimos meses e chega a 84,3%. Na pesquisa anterior, de setembro, o percentual dos que apoiavam o ”Mais Médicos” era 73,9% – em julho, era de 49,7%. Atualmente, apenas 12,8% dos entrevistados não apoiam o programa do governo federal.

Quando a presidenta Dilma anunciou a medida, ainda sob o impacto dos protestos de rua, os tucanos e mídia privatista fizeram de tudo para incendiar a rejeição ao programa. Eles apoiaram as entidades médicas que, por motivo corporativos, criticaram a iniciativa. Vários senadores tucanos esbravejaram contra o ”Mais Médicos” – em cenas deploráveis que estão gravadas. A população, porém, não caiu no discurso elitista e eleitoreiro. Como indica a mesma pesquisa da CNT, a questão da saúde pública é vista como um grave problema pela sociedade – 87,4% avaliam que o setor precisa de melhorias.

Nem mesmo a retórica xenófoba e racista dos setores mais reacionários conseguiu iludir a sociedade. Ainda de acordo com a pesquisa CNT, 66,8% dos consultados acreditam que os médicos estrangeiros estão capacitados para atender à população brasileira. Lançado em 8 de julho, o programa visa levar médicos – brasileiros e estrangeiros – a regiões mais carentes e com déficit de profissionais da saúde. Segundo o Ministério da Saúde, 2.167 médicos estrangeiros desembarcaram no Brasil em outubro e se somaram a outros 1.499 profissionais no atendimento a 13 milhões de brasileiros.

Diante dos êxitos, a oposição tucana e sua mídia farão de tudo agora para desqualificar o programa, apontando falhas pontuais e localizadas. Já os mais espertos — e por falta de oportunidade não faltam oportunistas neste mundo — tentarão pegar carona no “Mais Médicos”. José Serra, o eterno candidato, inclusive já afirma que sempre apoiou o programa do governo Dilma. Só falta dizer que é criação sua — como já fez com outros programas de sucesso.

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Leia também a série especial do Viomundo sobre os médicos cubanos no Pará:

Repórter visita médicos cubanos e pergunta: Onde está a blindagem?

Em Curralinho, tucano foi acusado de desviar R$ 9 mi da Saúde

“Parece que estou sonhando”, diz cubana que vai enfrentar o pior IDH

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O luxo e a luxúria de uma das máfias que roubava São Paulo. Existem outras nas prefeituras das grandes cidades

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Luís Alexandre Cardozo de Magalhães, um dos auditores fiscais de São Paulo investigados por corrupção, foi libertado na madrugada desta segunda-feira última. Essa investigação começou em 2006 e revelou um esquema que pode ter causado um prejuízo de até meio bilhão de reais aos cofres da prefeitura paulistana, informou o Jornal Nacional da Tv Globo.

Eram prefeitos: José Serra, empossado em 1 de janeiro de 2005, e Gilberto Kassab, que governou São Paulo de 31 de março de 2006 a  1 de janeiro deste ano.

Segundo a investigação, Luis e outros três auditores fiscais formaram uma quadrilha para cobrar propina de construtoras em troca da liberação do termo de quitação do ISS, o Imposto Sobre Serviços, com valores muito abaixo do real. Sem esse documento, as construtoras não conseguiriam o Habite-se.

O esquema começou a ruir quando a controladoria da prefeitura comparou os salários com a declaração de bens dos envolvidos. Outra peça importante na investigação foi Vanessa Alcântara, apontada pelos promotores como ex-amante de Luis Alexandre.

O novo prefeito de São Paulo, Fernando Haddad, afirmou que foram abertas outras investigações para erradicar a corrupção.

“Novos 16 processos foram instaurados envolvendo suspeitas que não dizem respeito a esse esquema. Mas que podem nos ajudar a descobrir outras quadrilhas, dado o tamanho da incompatibilidade entre o patrimônio declarado e o patrimônio real que foi apurado pelas investigações da controladoria”, declara Fernando Haddad.

 

Vanessa Alcântara máfia alvarás São Paulo

Revela Istoé: Testemunha-chave do escândalo, Vanessa Alcântara revelou como agia o grupo acusado de desviar cerca de R$ 500 milhões dos cofres públicos. Vestida sobriamente, bem maquiada e como uma voz firme, ela diz que o ex-companheiro sempre afirmou que, se um dia o esquema ruísse, iria entregar todo mundo, sem poupar ninguém.

Istoé – Como você conheceu o Luís Alexandre?
Vanessa –
 Eu era representante comercial em 2010 e fui atendida por ele na prefeitura. Trocamos cartões e ele me ligou para sairmos. Depois de um tempo, começamos a namorar. Eram jantares e noitadas maravilhosas regadas a vinhos e champanhes nas melhores casas da noite paulista. Não conhecia esse mundo de se gastar R$ 10 mil reais em um jantar. Ele era muito encantador e sedutor comigo. Logo no início, ele me deu uma gargantilha de ouro. Não foi difícil se apaixonar por uma pessoa que te trata tão bem. Principalmente, porque estava separada, com um filho, e carente.

Istoé – Você ficou encantada com esse mundo de luxo?
Vanessa –
 Tudo era muito fantástico e real. Adorava aqueles jantares com pratos exóticos, com javalis, hotéis deslumbrantes e passeios em lanchas. Quando você está acostumado com o lixo e se depara com aquele luxo é deslumbrante. O Luís não era nenhum príncipe encantado, mas depois que começamos a namorar ele emagreceu 16 quilos, cortou a barba e começou a se vestir melhor. Ficou bem.

Istoé – Você levava uma boa vida, então?
Vanessa – 
Tinha uma vida de madame. Morávamos numa casa de 500 m², com quatro quartos, três banheiras de hidromassagem. O aluguel era de R$ 6 mil. Na verdade, dinheiro não era o problema. Ele não me deixava trabalhar. Nossa casa tinha quatro empregados e tudo à disposição. Em muitos fins de semana, a gente ia de avião particular para Angra dos Reis, pegava a lancha dele de 44 pés, que ficava na Marina Pirata, e dormia em alto-mar. Era fantástico. A gente ia tomando champanhe na proa. Não posso negar que eu adorava.

Istoé – Você também fazia gastos extravagantes?
Vanessa – 
Adoro moda. Apesar de ter um estilo hi-low, sempre consegui combinar peças populares com outras de grife. Não era de exagerar, mas já cheguei a comprar uma bolsa Chanel de R$ 8 mil, diversos casacos de pele e contabilizei 120 pares de sapatos.

Istoé – Luís revelava que o dinheiro daquelas noitadas e das compras vinha da corrupção?
Vanessa – 
Só depois que começamos a viver juntos é que soube. Aí, ele adorava vangloriar-se que era corrupto. Ele adorava ser o mafioso, o bandido grandioso e esperto. Ele gosta de contar a história de sua primeira mala de dinheiro conseguida com a corrupção. Ele diz que comprou um Vectra zero. O Luís gosta tanto do mundo do crime que, sobre a mesa do nosso escritório, ele mantinha um boneco do Al Capone.

Istoé – Quando vocês começaram a se desentender?
Vanessa – 
Ele tinha um ciúme doentio. Brigava comigo e com outras pessoas na rua por causa desses rompantes de agressividade. Nós assinamos vários boletins de ocorrência juntos. Como eu não sei apanhar e não reagir, também batia nele.

Istoé – Então as brigas de vocês eram violentas?
Vanessa –
 Muito. Ele me batia, eu batia nele. Ele me chutava, eu o mordia. Às vezes, essas brigas acabavam na polícia. A única vez que instalei um inquérito foi quando eu estava grávida de dois meses e apanhei dele. Ele queria que eu tirasse o bebê. Não aceitei. Tomei vários chutes e socos na barriga. Saí do flat dele sangrando e inconsciente numa ambulância para o hospital. Mas não perdi o filho.

Istoé – Mas por que você ainda ficava com uma pessoa tão violenta?
Vanessa –
 Ele tem uma conversa terrível, bom de lábia. Depois das brigas, ele acabava levando buquês de flores e até uma guia espiritual para intermediar as crises. Eu acabava perdoando. Com dois filhos, a gente sempre acha que o outro vai mudar. Ele pedia perdão e eu acabava cedendo. Gostava dele.

Istoé – Como é esta história de guia espiritual?
Vanessa – 
Depois das brigas ele chegava em casa junto com a mãe de santo e me convencia de que estávamos possuídos. Ela gastava três horas benzendo tudo, espalhando arruda pelo flat e rezando. Eu não resistia e acabava perdoando.

Istoé – Quando foi que o relacionamento de vocês acabou?
Vanessa – 
No meio deste ano, coloquei ele para fora de casa. Não aguentava mais aquela relação doentia. Ele chegou com um fusca verde 66 em casa e já tínhamos outros cinco carros na garagem. Eu perguntava: pra que tudo isso? Ele dizia que era dinheiro.

Istoé – E você não denunciava o Luís porque também se beneficiava desse dinheiro?
Vanessa – 
Eu sempre ameacei denunciá-lo toda vez que apanhava, que a gente brigava. Uma vez escrevi um e-mail para a Polícia Federal com poucas informações, dando as pistas sobre a corrupção e citava o nome dele. Crie até o e-mail BMW3886@gmail.com para fazer a denúncia – era o nome do carro que ele mais gostava, com a idade e o ano do veículo.

Istoé – Você queria dinheiro com essa denúncia?
Vanessa – 
Ele achava que era isso. Errou. Nós nos separamos e ele não quis aceitar as condições que eu tinha estabelecido, como uma pensão de R$ 3 mil, que era o equivalente ao salário dele.

Istoé – Você chegou a ver como era o relacionamento dele com a quadrilha?
Vanessa –
 De altos e baixos. Depois que um deles ficou viciado em cocaína, as coisas começaram a desandar e vieram as brigas.

Istoé – Como eles operavam o esquema?
Vanessa –
 Eles superfaturavam as guias do ISS e negociavam a propina. O dinheiro era dividido entre os quatro (Luís Alexandre Magalhães, Ronildo Bezerra Rodrigues, Carlos Augusto de Lallo Amaral e Eduardo Horl Barcelos). Eles alugavam um escritório perto da prefeitura que eles chamavam de cafofo – os promotores chamam de ninho, mas eles não usavam esse nome. Quando marcavam encontros, falavam cafofo. Era lá que aconteciam as negociações.

Istoé – A propina era paga em dinheiro vivo?
Vanessa –
 Não sei se era toda assim. Mas o Luís chegava em casa com mochilas cheias de dinheiro. Quando os blocos de dinheiro chegavam desorganizados, nós sentávamos no tapete de casa, espalhávamos aquela dinheirama e separávamos em pacotinhos iguais para os quatro do esquema.

Istoé – O esquema funcionou durante todo o tempo em que eles trabalharam na prefeitura, com todos os prefeitos?
Vanessa – 
Eles operavam na gestão Kassab. Teve uma ou outra coisa no governo Haddad, mas fiquei sabendo por um despachante que só tinha uma pessoa operando nesse atual governo.

Istoé – Eles mostravam algum medo de serem descobertos?
Vanessa –
 Eles nunca achavam que iam ser pegos ou que ia dar alguma coisa errada. Eles não tinham limites para roubar e nem medo de serem presos. Eu sempre perguntava qual era o limite. O Luís falava que tinha filhos e que precisava montar um patrimônio para eles. O único medo dele é de macumba. O negócio dele era dinheiro, dinheiro e mais dinheiro. Quanto ao risco de ser preso, ele sempre dizia que, se um dia o esquema ruísse, ele seria o primeiro a entregar todo mundo. Ele não ia poupar ninguém. Ia ser o primeiro a se oferecer para a delação premiada.

Istoé – Como ele investia o dinheiro?
Vanessa –
 Imóveis. Só em Angra ele tem cinco flats. Em Araraquara, ele tem uma casa com uma adega para 400 vinhos e uma charutaria climatizada no centro da casa. Tudo registrado na empresa da ex-mulher, Ana Luzia Passos.

Istoé – Ele contou se operava só com os grandes empreendimentos?
Vanessa – 
Corriam processos maiores e outros menores. Nem sempre os grandes negócios caíram nas mãos dele. Teve uma época que a turma tirou ele do esquema das grandes operações e aí cada um agia por conta própria. Existiam vários grupos atuando dentro da prefeitura.

Istoé – Ele achacava muita gente?
Vanessa – 
Ele era baixo. Certa vez, ele chegou numa obra para fazer uma vistoria, o empreendedor estava sem dinheiro para pagar o achaque e ele levou uma televisão do cara.

Istoé – Ele chegou a trabalhar diretamente com o prefeito?
Vanessa – 
O esquema colocou o Luís Alexandre no gabinete para ele dar uma maneirada, acalmar um pouco. Ele operava de uma forma muito agressiva, era louco.

Istoé – Por que você decidiu denunciar tudo?
Vanessa – 
Quando a polícia e o Conselho Tutelar entraram na minha casa com um mandado para buscar meus filhos, alegando que eu era louca e não tinha condições de cuidar das crianças, peguei o telefone e liguei para todo o grupo e disse a eles que iria detonar o esquema. Falei para o Ronilson, o Barcelos e o Lallo: ‘Vou f… todo mundo’.

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Istoé – Como eles reagiram?
Vanessa – Ficaram apavorados. O Barcelos disse: ‘Agora a briga é nossa. Nós compramos essa briga para você. Fica calma’. Na verdade, eles queriam pôr panos quentes e pediam para eu segurar um pouco. Mas eu não segurei.

Istoé – E então o que fez?
Vanessa – No início de setembro liguei para a Controladoria-Geral do Município e falei com o corregedor Spinelli. Os meninos da prefeitura e o promotor vieram ao meu encontro aqui em Valinhos e entreguei para eles 150 páginas de documentos e vídeos que comprovavam a corrupção. A partir daí fiz jogo duplo.

Istoé – Como assim?
Vanessa – Eu não sabia, mas quando eu liguei para o Ronilson e o Lalo na noite em que a polícia levou os meus filhos e disse que iria revelar tudo, eu já estava grampeada pela Federal. Depois que soube disso continuei a negociar com o grupo, sem que eles desconfiassem que a polícia estava gravando tudo. Nessas conversas ficou comprovado que eu não queria dinheiro, mas meus filhos de volta. Nas tratativas, eles falam até em “comprar meu bebê de mim”. Servi como uma cola superbonder que uniu todas as peças da investigação.

Istoé – O que tinha nesse material que você entregou para o promotor?
Vanessa – Está sob segredo. Não posso dizer para não atrapalhar as investigações, mas eram documentos que comprovavam minhas denúncias. Havia também gravações que mostram como funcionava o esquema.

Istoé – Em algum momento você ficou com medo?
Vanessa – Ainda tenho muito medo. Mas o maior problema foi naqueles dias de silêncio que tive de aguentar. Ligava para o MP, para a CGM, enfim, queria pôr a boca no mundo para tentar trazer meus filhos de volta. Isso foi em setembro e os investigadores me pediram até o fim de novembro para estourar o esquema. Foi uma aflição ficar tanto tempo em silêncio.

Istoé – Quando você soube das prisões?
Vanessa – Assim que a polícia começou a executar os mandados de busca e apreensão. Eram seis horas da manhã do dia 30 de outubro.
Eu gritava dentro do carro como se fosse um gol.

Istoé – Se o Luís Alexandre tivesse feito o acordo para pagar a pensão você teria denunciado o esquema?
Vanessa – Não. Se ele tivesse me deixado quieta com meu filho, dado a pensão correta, ficaria quieta. O Luís não aceitou minhas condições, mesmo depois que seus amigos o advertiram.

Istoé – Quais eram as suas exigências?
Vanessa – O filho, a pensão, o cachorro Thor, um sharpei que amo, e minha máquina fotográfica profissional.

Istoé – Quais serão os próximos passos?
Vanessa – Tudo que eu quero são meus filhos de volta. Esse processo precisa ser revisto urgentemente. Foi tudo uma grande armação. Depois de uma briga nossa pelo telefone, eu surtei de raiva dele e quebrei uns jarros e algumas peças da prateleira. Com isso, ele entrou com um processo na Justiça, alegando que eu sou louca e perdi a guarda das crianças. Tenho certeza que meu marido armou tudo isso. Pior. Ele foi preso e nosso filho ficou com a babá.

Istoé – Como você está vivendo?
Vanessa – Trabalho como gerente de uma loja, moro em um apartamento de 50 metros quadrados e tenho o mesmo carro, uma Tucson.

Istoé – É verdade que o apelido do Luís Alexandre é “louco”?
Vanessa – Louco e camicase. Na verdade, deveria ser burro. Perder R$ 15 milhões por causa de uma pensão de R$ 3 mil, um cachorro de estimação e uma máquina de fotografia, não é loucura. Aí já é burrice.

 

Lei mais dura para prender mais estudantes em São Paulo

Brasil protesto

O governador de São Paulo, Geraldo Alckmin (PSDB), afirmou nesta quarta-feira, 30, que defende penas mais duras para quem agride policiais e penas mais rígidas para casos de vandalismo, como os que ocorreram na segunda-feira na Rodovia Fernão Dias.

“Duas propostas de alteração da legislação federal. Uma, para crime cometido contra o policial, que é um agente de Estado, de ele ser agravado, de a agressão ao policial. Hoje há muita violência na criminalidade. E a outra é para danos. O que está acontecendo? O crime para danos não mantém preso. Então, nós até conversamos com o presidente do Tribunal de Justiça de São Paulo, ontem fiz uma visita ao presidente, Ivan Sartori, para pedir também uma cooperação do poder judiciário, porque o fato de não manter preso estimula o vandalismo, estimula a impunidade”, disse.

“Nós não descartamos nenhuma hipótese”, disse Alckmin sobre a suposta atuação do Primeiro Comando da Capital (PCC) nos protestos da zona norte.

O PCC é o governo paralelo invisível que está em todas. Antigamente, nos tempos de Brizola governador do Rio, a imprensa denunciava a presença de gerrilheiros da FARC nas favelas.

BRA_OG vândalos inafiançáveis

Alckmin não falou de leis para os que super faturam obras públicas, comem tocos,  embolsam bilhões com obras e ser√iços fantasmas.

Quem desvia verbas dos serviços da saúde e educação, por exemplo, precisa receber uma pena maior do que um manifestante que quebra um orelhão ou queima um ônibus.

Roubar medicamentos é roubar vidas. Roubar a merenda escolar é roubar o leite das crianças.

O policial que bate, sequestra, tortura, realiza prisões arbitrárias, arma flagrantes falsos, intimida testemunhas é o pior dos vândalos. Tão iníquo quanto um juiz que vende sentenças ou esconde/ engaveta processos.

O combate contra o vandalismo, a corrupção deve ser feito nas ruas, nos palácios e repartições públicas.

gigante protesto

O manifestante não é criminoso.   A adolescente e estudante Dilma Rousseff foi sequestrada, torturada e condenada pela justiça por pertencer a uma ‘facção criminosa’. Ela e milhares de estudantes. Outra geração de estudantes, membros de ‘facções criminosas’ enfrentaram a polícia nas ruas para pedir diretas já. Pintaram a cara pelo impeachment de Collor. Que os estudantes reivindicam hoje para ser considerados membros de ‘facções criminosas’? Fica a pergunta.

vândalo fardado

democracia vida protesto

Médicos cubanos: a revolução é outra

Latuff

Weden Alves 

Embora a direita ultra-conservadora esteja com medo dos médicos cubanos reeditarem a revolução castrista no Brasil (sim, é possível que alguém pense assim nesse mundo de Deus!), a questão é outra. Ou são outras. A medicina de Cuba não é ultra-dependente de duas grandes máfias industriais: a dos diagnósticos e a farmacêutica.
A discussão sobre ideologias médicas não é nova e foi trazida para o Brasil pelo saudoso Sérgio Arouca, a partir de Canguilhem. Nenhum dos dois está vivo, mas a discussão continua, no meio acadêmico, na crítica severa à medicamentação excessiva dos sujeitos, o que produz enormes lucros das farmacêuticas.
Outra discussão em curso e que também não encontra voz no senso comum e na mídia é a substituição da escuta e do diálogo pela intermediação, por vezes desnecessária, pelos aparatos tecnológicos: uma indústria que movimenta bilhões de dólares (e que alimenta gigantes da mídia, como a Sony e a MGM, que tem braços empresariais no setor das diagnoimagens) e é vendida sem que se esclareça sua determinação pelo lucro.
Em artigo recente no Huffington Post, jornalistas mostraram que o custo com diagnósticos caríssimos está solapando a saúde pública mesmo nos EUA (que já não é grande coisa).
Há um estudo muito interessante de Charles Rosemberg, um pesquisador americano de Harvard, publicado no texto “The tyranny of diagnosis: specific entities and individual experience”. Ele fala não somente da “tirania” das máquinas de diagnóstico, mas no que se transformou a febre das taxonomias médicas (vide as discussões atuais sobre o DSM).
Discussões essas importantes que passam ao largo da mídia, mais ainda da nossa mídia (Não temos uma cobertura crítica da saúde! Não há preparo jornalístico para tal infelizmente, deficiência a exigir uma reflexão de nossas faculdades!).
A medicina cubana não tem grandes recursos. Teve que se virar com o que tem. E o que tem é gente. Afinal, e no final das contas, quando vamos ao médico queremos, em primeiro lugar, ser ouvidos. E remédios não escutam. Máquinas não confortam.
Abaixo, o anúncio de um produto de “diagnoimage” da Sony, gigante do setor de entretenimento.
5MP High Resolution Display Monitor Diagnostic
sony

Transcrito do O Esquerdopata

BRA_ZH saúde

BRA^PA_DDP saúde

BRA_GDP médico

A máfia de branco

por Marcos Simões

NATAL
NATAL
360 leitos estão desativados em Santa Catarina por falta de profissionais
360 leitos estão desativados em Santa Catarina por falta de profissionais
Só a operação de uma idosa custou quase um milhão de reais
Só a operação de uma idosa custou quase um milhão de reais

A máfia de branco nunca, nunca se preocupou com a saúde do brasileiro pobre. Caso contrário, teríamos um Médico Sem Fronteiras genuinamente nacional, atuando em todos os cantos do Brasil.

Sim, sim, há os abnegados. Os que se revoltam com a incúria real do poder público. Com o oportunismo daqueles que bolam planos mirabolantes de saúde em ano pré-eleitoral. Mas desconfio que a grande ameaça representada pelos médicos cubanos é a maneira impessoal, distante e superior que os doutores brasileiros exibem — com seu saber, de tentativas e erros, apresentado como Ciência Infalível — ao tratar dos reles mortais.

Sou solidário com os médicos que querem uma carreira verdadeira no SUS, que lutam para preservar a saúde pública da intrusão dos planos privados, que não aceitam que o governo Dilma use o Mais Médicos, para precarizar ainda mais a profissão. Mas, lamento, acho que são minoria.

Há uma grande dose de corporativismo, outra tanta de elitismo, e algumas pitadas de racismo contra negros cubanos que ousam exercer uma profissão tida como exclusiva da nobreza. Por isso, boas vindas aos cubanos, espanhóis, portugueses… Que sejam fatores de pressão das populações locais, para que as prefeituras gastem com mais médicos, que as tradicionais ambulâncias superfaturadas para levar pacientes aos grandes centros.

mais médico