Sua blusa está manchada de sangue escravo

A Guerra Civil dos Estados Unidos, também conhecida como Guerra de Secessão, para libertação dos escravos, matou mais de 600 mil soldados.

 

 

No Brasil, costumam dizer que tudo aconteceu na mais santa paz. Não é verdadeiro. Os negros, líderes abolicionistas, continuaram perseguidos e assassinados, com a Proclamação da República, que criou vários campos de concentração e presídios, sendo famoso o de Fernando de Noronha.

A Abolição continua uma lei só existente no papel.

O premiado filme estadunidense 12 Anos de Escravidão conta a história de um escravo liberto, que vive em paz ao lado da esposa e filhos. Um dia, após aceitar um trabalho que o leva a outra cidade, é sequestrado e acorrentado. Vendido como se fosse um escravo, precisa superar humilhações físicas e emocionais para sobreviver. Ao longo de doze anos passa por dois senhores que, cada um à sua maneira, exploram seus serviços.

 

 

O Brasil teve a terceira maior frota de navios do mundo durante o Império de Pedro II, para transportar escravos da África, notadamente quando proibido o tráfico negreiro, por imposição dos ingleses.

A conquista dos direitos civis dos negros só aconteceu nos Estados Unidos, depois do assassinato de Martin Luther King Jr, em 1968.

O apartheid na África do Sul trouxe violência e um significativo movimento de resistência interna, bem como um longo embargo comercial contra a África do Sul. Uma série de revoltas populares e protestos causaram o banimento da oposição e a detenção de líderes antiapartheid. Conforme a desordem se espalhava e se tornava mais violenta, as organizações estatais respondiam com o aumento da repressão e da violência.

Reformas no regime durante a década de 1980 não conseguiram conter a crescente oposição, e em 1990, o presidente Frederik Willem de Klerk iniciou negociações para acabar com o apartheid, o que culminou com a realização de eleições multirraciais e democráticas em 1994, que foram vencidas pelo Congresso Nacional Africano, sob a liderança de Nelson Mandela.

 

 

A vitória, nas urnas, de Evo Morales acabou com o apartheid indígena na Bolívia de vários golpes de Estado e revoltas populares.

O papa Francisco tem denunciado o tráfico humano e a escravidão.

No Primeiro Mundo da Europa e da América do Norte os emigrantes ilegais são os novos escravos do Século XXI. Uma escravidão que persiste nos países colonizados, que oferecem mão-de-obra barata ou escrava para empresas multinacionais.

A Campanha da Fraternidade, este ano, no Brasil, foi contra o tráfico humano. Escreve Dom Aloísio Dilli, bispo de Uruguaina (RS):

“Em 2014 ocupa-se com todos aqueles e aquelas que são enganados e usados para o tráfico humano, de trabalho, de órgãos e a prostituição. Normalmente o crime organizado está por detrás das diversas modalidades de tráfico humano. As pessoas, geralmente, são atraídas com falsas promessas de melhores condições de vida em outras cidades ou países e ali são cruelmente usadas e escravizadas, gerando fortunas para consciências inescrupulosas e vorazes. A maioria das pessoas traficadas vive em situação de pobreza e grande vulnerabilidade. Isso facilita o aliciamento com falsas promessas de vida melhor.

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Por isso, o cartaz da CF retrata essa situação degradante com a figura de mãos acorrentadas e estendidas, com diferentes idades, gênero e cor, em estado de impotência. A mão que sustenta a corrente da escravidão é a força coercitiva de pessoas que dominam e exploram esse tráfico humano: ‘Essa situação rompe com o projeto de vida na liberdade e na paz e viola a dignidade e os direitos do ser humano à imagem e semelhança de Deus’. Os cristãos não podem aceitar essa moderna forma de escravidão e desrespeito à dignidade humana. Por isso eles a tentam identificar, a denunciam e somam forças para evitá-la, rompendo as correntes, revigorando as pessoas dominadas por esse crime e apontando para a esperança de libertação: Essa esperança se nutre da entrega total de Jesus Cristo na cruz para vencer as situações de morte e conceder a liberdade a todos: ‘É para a liberdade que Cristo nos libertou’.

O Papa Francisco se referiu à prática do tráfico humano com palavras de veemente repúdio: ‘O tráfico de pessoas é uma atividade desprezível, uma vergonha para as nossas sociedades que se dizem civilizadas”.

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Neste mundo globalizado, dominado pelas multinacionais, que criaram sociedades que cultuam o deus dinheiro, o individualismo e o consumismo, a melhor arma é o boicote como fez Mahatma Gandhi, contra o colonialismo inglês.

 

SU CAMISETA ESTÁ MANCHADA DE SANGRE

por Carme Chaparro

 

Un año después del derrumbe del complejo textil Rana Plaza, las familias claman justicia. Aún no se han recuperado los cadáveres de 140 obreros. De los casi 30 millones de euros destinados a ayudar a las familias, sólo 10 han sido entregados. (ANDREW BIRAJ/Reuters)
Un año después del derrumbe del complejo textil Rana Plaza, las familias claman justicia. Aún no se han recuperado los cadáveres de 140 obreros. De los casi 30 millones de euros destinados a ayudar a las familias, sólo 10 han sido entregados. (ANDREW BIRAJ/Reuters)

Gracias a las lágrimas de esta mujer, usted, usted, usted también e incluso yo, vamos hoy vestidos. Y mañana. Y el fin de semana.

Gracias a las lágrimas de esta mujer ustedes y yo podemos entrar en una tienda y comprar una camiseta a 5,95 euros. Una ganga, así que nos llevamos dos. Camisetas a 5,95, camisas a 16,95 y trajes de chaqueta a 49,95.

Una ganga.

Una ganga a la que nos hemos acostumbrado los ricos del primer mundo, en un círculo vicioso de fast fashion que nos tiene enganchados como una droga más. Así que preferimos no pensar siquiera en cómo puede producirse tan barato. Que la esclavitud de millones de personas no empañe la dicha de nuestra compra.

Pero recuerden, esta mujer llora. Nuestra felicidad consumista sólo es posible gracias a su drama. Al drama que mató a más de 1.100 personas en una fábrica textil de Bangladesh ahora hace un año (y del que aún, hoy, faltan por recuperar más de 140 cadáveres bajo los cascotes), inherente a las condiciones esclavistas en las que se trabaja en el tercer mundo para que nos podamos vestir barato en occidente. Un año después del trágico accidente las promesas de mejora sólo han alcanzado a una mínima parte de las fábricas textiles. La demanda de los titanes de la moda es tan alta que se enmaraña en un mundo de subcontratas que subcontratan a otras subcontratas que subcontratan a otras subcontratas, dejando a la mayoría de trabajadores fuera de cualquier mínimo control del sistema.

Entre las ruinas de la fábrica se encontraron etiquetas de grandes marcas europeas y norteamericanas. Y a pesar de las dramáticas imágenes y los más de mil cien muertos, en un reportaje emitido por la BBC tras el accidente muchos de los viandantes preguntados respondieron que preferían no saber de dónde salía su ropa. No mirar. No pensar. Preferían, preferimos, seguir poniéndonos camisetas a seis euros a costa de la vida de los demás. A costa también de la esclavitud de gente que cobra veinte euros al mes y que no tiene derecho ni a ir al baño durante las eternas jornadas laborales. El día del derrumbe, los responsables de la fábrica obligaron a los trabajadores a volver al edificio a pesar de las grietas que presagiaban lo peor.

Mientras, nosotros seguimos queriendo camisetas a 6 euros.

 

 

 

Mensalão de Lincoln. Comprou a 13ª Emenda para libertar os escravos

Baseado no livro “Team of Rivals: The Genius of Abraham Lincoln”, de Doris Kearns Goodwin, o filme se passa durante a Guerra Civil norte-americana, que acabou com a vitória do Norte. Ao mesmo tempo em que se preocupava com o conflito, o 16º presidente norte-americano, Abraham Lincoln, travava uma batalha ainda mais difícil em Washington. Ao lado de seus colegas de partido, tentava passar uma emenda à Constituição dos Estados Unidos que acabava com a escravidão.

Negociando a compra de votos

Lincoln montando o mensalão dos negros
Lincoln montando o mensalão dos negros

Para assegurar os votos necessários, Lincoln sugere que a compra se concentre sobre os democratas pato manco. Porque perderam a reeleição estavam livres para votar como quisessem, em vez de se preocuparem como o voto irá afetar uma campanha futura. E mais, como todos estavam prestes a perder o mandato de deputado, Lincoln tinha muitos empregos federais para preencher. Era o momento que começava seu segundo mandato. Ele usou isso como uma ferramenta a seu favor.

Embora não estivesse disposto a oferecer subornos em dinheiro, Lincoln autorizou que agentes contatassem os congressistas democratas com ofertas de empregos federais em troca de voto a favor da 13ª Emenda que libertou os escravos. Justamente este jogo marca a diferença deste novo filme sobre Lincoln.

De la abolición la esclavitud a la abolición de la prostitución

Madrid
Madrid

Sylviane Dahan

La llegada a las pantallas de Lincoln, la última realización de Steven Spielberg, ha propiciado un buen número de debates y reflexiones. Y es que una mirada retrospectiva sobre la guerra civil americana y el punto de inflexión, decisivo para el curso de la historia, que supuso la abolición de la esclavitud, nos proyecta, por sorprendente que pueda parecer, hacia los conflictos y dilemas sociales más candentes de nuestro tiempo.

Dejemos que los críticos cinematográficos discutan los méritos artísticos de la obra. Por cuanto a sus carencias se refiere, podemos remitirnos al excelente artículo del profesor Vicenç Navarro acerca de Lo que la película Lincoln no se dice sobre Lincoln, silencio que proyecta una imagen incompleta, sesgada y condicionada ideológicamente del personaje. La historiografía oficial americana, finalmente dominada por los intereses y la visión de las cosas que las grandes corporaciones han ido imponiendo al conjunto de la sociedad, ha ocultado, hasta hacer caer en el olvido completo, la radicalidad democrática del pensamiento de Lincoln.

En efecto, el relato se concentra en un episodio crucial de la contienda americana. Al filo de 1865, el Sur está exangüe y se vislumbra el final de la guerra. Lincoln, reelegido presidente, plantea entonces un problema de gran calado. Algo más de dos años antes, por decreto, había liberado a los esclavos bajo dominio de los rebeldes sureños: un acto de guerra crucial, que había movilizado a miles y miles de negros, enrolados bajo la bandera de la Unión. Pero esa “confiscación de los bienes del enemigo” no equivalía a una abolición definitiva de la esclavitud. El fin de la guerra podía traer toda clase de componendas entre las clases adineradas del Norte y del Sur, y la población negra y sus aspiraciones ser moneda de cambio. Una cosa era abolir la esclavitud… y otra la igualdad de derechos a la que acabaría abriendo la puerta. Por aquel entonces, las clases pudientes de Inglaterra eran favorables al comercio con los Estados Confederados, mientras que el movimiento obrero inglés, alemán o francés sentía como propia la causa de la libertad americana. Nada estaba decidido de antemano.

De ahí el valor del gesto de Lincoln, forzando el voto de su decimotercera enmienda. La ocasión podía malograrse por faltade determinación. “No se trata sólo de esos millones de esclavos que gimen hoy bajo el látigo y las cadenas; se trata de la suerte de los millones y millones que vendrán después”. No había garantías acerca de la futura convivencia. Pero el demócrata consecuente no puede detenerse, presa del vértigo de la historia, cuando se presenta la oportunidad de forzar sus puertas, dejando atrás siglos de opresión y barbarie. Hay que dar el salto, generar el acontecimiento que no permita marcha atrás; insertar aquello que es posible en una sociedad —porque las condiciones han madurado lo suficiente para ello—, pero que no surgirá espontáneamente como resultado de una lógica evolución.

Por supuesto, sabemos lo que ocurrió después. Lincoln fue asesinado. El programa de reparto de tierras propugnado por el ala más radical del Partido Republicano jamás se realizó. Hubo que esperar casi cien años para la llegada de los derechos civiles. Y, hoy, bajo el gobierno de un presidente afroamericano, la población negra americana vive aún sumida en la desigualdad y la injusticia. Eso no resta valor alguno al hecho revolucionario de la abolición de la esclavitud, decisiva para la construcción de la conciencia democrática de la humanidad. Una conciencia que debe abordar nuevos retos. “Dicen que la esclavitud ha desaparecido de la civilización europea —escribía Victor Hugo en 1862. Es un error. La esclavitud sigue existiendo, pero ya sólo pesa sobre la mujer y se llama prostitución”.

La prostitución, esclavitud del siglo XXI

En tiempos de aquella segunda revolución americana, cuatro millones de personas vivían esclavizadas por los hacendados sureños. Bajo el capitalismo globalizado de nuestro siglo, más de cuatro millones de mujeres y niñas son traficadas cada año en el mundo con finalidad de prostitución. El negocio generado por la explotación sexual de seres humanos se sitúa al mismo nivel, cuando no lo rebasa en volumen, que el tráfico de armas, las drogas o el petróleo. Tras esas fabulosas ganancias, hay un inmenso reguero de sufrimiento humano, singularmente femenino e infantil. Pero, sobre todo, la inducción de un modelo de sociedad, desigual y violenta para la mujer. Una sociedad en que la mujer es susceptible de ser objetivada, deshumanizada y convertida en mercancía, no es una sociedad democrática.

Desde ese punto de vista, la analogía entre esclavitud y prostitución, una comparación que irrita sobremanera al lobby de los defensores del “trabajo sexual”, resulta insoslayable. Las tediosas discusiones acerca de la “prostitución libre” o la “forzada”, o las elaboradas diferenciaciones entre trata y prostitución, carecen de sentido bajo esa óptica. Hay trata porque hay prostitución, del mismo modo que había tráfico de esclavos porque había esclavitud. La actitud democrática ante la esclavitud se basa en el rechazo a un estatuto degradante para la dignidad humana, no en la percepción que cada esclavo pueda tener acerca de su condición. El pensamiento postmoderno nos incitaría a distinguir entre el jacobino haitiano y el Tío Tom… para llegar a la brillante conclusión de que “hay esclavitudes, y no esclavitud”, y que por lo tanto no cabe adoptar una posición abolicionista general y tajante.

El debate sobre la prostitución adquiere todo su sentido cuando se aborda a la manera de Lincoln“No sólo se trata de las mujeres y niñas que hoy son violentadas, sino de los millones y millones que pueden sufrir el mismo destino”.Las maltrechas democracias europeas necesitan su decimotercera enmienda. Como un eco de las vacilaciones de otros tiempos, oímos decir que “nuestra sociedad no está madura para la abolición de la prostitución; que primero hay que cambiar las mentalidades…” Por supuesto, es necesario un debate social en profundidad acerca de la prostitución. Pero, allí donde nos muestran las razones objetivas de una “larga (y resignada) marcha”, preferimos ver la señal inequívoca de una emergencia social.

Estamos ante un conflicto de poderosos intereses que interpela a lo más profundo de la desigualdad estructural de nuestras sociedades capitalistas y patriarcales. La prostitución es un privilegio masculino. A lo largo de la historia, ningún estamento dominante ha cedido sus posiciones ante la razón, sino ante una correlación de fuerzas capaz de descabalgarlo. Es necesario crear, de modo transversal, un lobby abolicionista feminista cuyas —y cuyos— activistas trabajen conjuntamente y se refuercen mutuamente para influir en sus respectivos sindicatos, movimientos y asociaciones, partidos políticos. De tal modo que, allí donde sea posible y en cuanto sea factible, se promulguen leyes. Cuanto más avanzadas en el diseño de programas sociales de prevención y apoyo a las mujeres en situación de prostitución, cuanto más implacables en la lucha contra la explotación sexual —atreviéndose a confiscar los bienes de traficantes y proxenetas—, cuanto más claras por lo que respecta a lo ilegítimo —y, por lo tanto, condenable y merecedor de sanción— de la compra de favores sexuales, mejor. Se trata de una lucha internacional y, singularmente, europea. No habrá abolicionismo triunfante “en un solo país”. La educación es decisiva. Pero también cambios jurídicos fundamentales que marquen el rumbo de la sociedad.

La sombra de Lincoln cabalga todavía a través de asolados campos de batalla. El relato de aquellos días cruciales de enero de 1865 nos habla también de las mujeres acompañaron a Lincoln en su combate contra la esclavitud, sabedoras de que la libertad llegaba demasiado tarde para cambiar sus vidas, pero era portadora de esperanza para las futuras generaciones. Ahora nos toca a nosotras tomar el relevo de aquellas mujeres y sus sueños inacabados.

Público. es