SP: Haddad termina com arrastão de 800 famílias, promovido pela justiça e polícia de Alckmin

PREFEITO DE SÃO PAULO MOSTRA O CAMINHO PARA ACABAR COM OS DESPEJOS NAZISTAS TIPO PINHEIRINHO EM SÃO JOSÉ DOS CAMPOS, REALIZADO PELOS TUCANOS.

CHACINA QUE A JUSTIÇA CHAMOU DE “EPISÓDIO”, QUANDO O ESQUEMA MONTADO FOI PARA BENEFICIAR UM BILIONÁRIO DOLEIRO EX-PRISIONEIRO DA POLÍCIA FEDERAL, O ESPECULADOR IMOBILIÁRIO NAJI NAHAS 

A polícia tucana de Alckim perdeu o primeiro despejopara um prefeito petista
A polícia tucana de Alckim perdeu o primeiro despejo
para um prefeito petista

Publica o Portal Terra:

Foi publicado na edição desta quarta-feira do Diário Oficial de São Paulo o decreto assinado pelo prefeito Fernando Haddad que transforma em área de interesse social o terreno ocupado por cerca de 1,7 mil pessoas no Jardim Iguatemi, na zona leste de São Paulo. O local foi palco de um imbróglio judicial nesta terça-feira e contou com a presença de 20 oficiais de justiças e dezenas de homens da tropa de choque da Polícia Militar.

Segundo decisão judicial, o terreno invadido pelos moradores deveria ser devolvido ao seu dono. A ação de reintegração de posse teve liminar concedida em 12 de agosto de 2012, pelo juiz Jurandir de Abreu Júnior.

No início da tarde, Haddad e o governador Geraldo Alckmin (PSDB) acabaram entrando em um acordo político e ficou definido que a ação da Polícia Militar seria cancelada. A ação judicial também foi suspensa pelo mesmo juiz que a expediu.

Agora, com o Decreto de Utilidade Pública (DUP), a prefeitura poderá regularizar a situação das 800 famílias que vivem no local, cadastrando-as em programas habitacionais da cidade. “É uma coisa que tem impacto social. Imagina duas mil pessoas perambulando pela cidade: desamparadas, desassistidas, com problemas na área da educação, na área da saúde, na área da assistência e na área da moradia”, disse o prefeito.

Segundo o próprio Haddad, a prefeitura já havia proposto uma desapropriação amigável, o que foi recusado pelo proprietário do terreno. “Nós nos propusermos a fazer uma desapropriação amigável, que é algo que está previsto na legislação. Não houve interesse da parte dele. Ele inclusive deu declarações a imprensa que causaram até uma certa comoção pela insensibilidade que ele demonstrou. Inclusive há algumas denúncias de que ele próprio estimulou a ocupação, uma espécie de autogrilagem para forçar uma solução para aquela área. Isso também tem que ser apurado”, completou Haddad.

O imóvel pertence agora, segundo o decreto, à Companhia Metropolitana de Habitação de São Paulo (Cohab). De acordo com a prefeitura, não serão aceitos novos habitantes no local.

Veja fotos 

O ex-dono do terreno: Heraclides Bataglia de Camargo Filho

indignados despejo

Pela primeira vez o povo unido derrubou uma ordem de despejo. Um latifundiário do asfalto contra 800 famílias

Sao paulo despejo mulher rezando

MCSP-1

MCSP-2

sao paulo 2

s paulo

A polícia de Alckmin suspendeu às 13h desta terça-feira a reintegração de posse do terreno em Itaquera, na zona leste de São Paulo. A decisão foi tomada para que procurador geral do Município, o juiz da 4ª Vara Cível de Itaquera, responsável por manter a liminar de reintegração, e o comando da polícia possam fazer um reunião e discutir a situação do local.

Ocupado há sete meses, o terreno de 130 mil metros quadrados, localizado na Avenida Bento Guelfi, número 2.280, no Jardim Iguatemi, abriga cerca de 1,7 mil pessoas que vivem em 800 casas de alvenaria. Moradores do local, que foi batizado com o nome de Pinheirinho II, festejaram ao saber da decisão de suspensão da reintegração. Apesar da medida, policiais continuam no local.

Durante a manhã de hoje  a PM, a Tropa de Choque, a Força Tática, o policiamento de trânsito, os bombeiros e a GCM (Guarda Civil Metropolitana) trabalharam no despejo. A polícia usou bombas de efeito moral, balas de borrachas e spray de pimenta.

Narra o Diário da Liberdade:

Desde as 6 horas da manhã, os sem-teto realizam manifestações pacíficas nas entradas da ocupação. Por volta das 9h40, a Tropa de Choque recebeu ordem para invadir o terreno. De acordo com Jean Carlos da Silva, coordenador do Pinheirinho II, a PM agrediu os sem-teto sem que estes reagissem. “Houve abuso de autoridade por parte da polícia, muitas pessoas se machucaram sem reagir e a situação complicou”, relata.

Jean afirma que os sem-teto estavam se manifestando, mas tinham a orientação de cooperar com a reintegração de posse, contudo a ordem do comando da Tropa de Choque foi para que os policiais entrassem no terreno de “qualquer jeito”. Segundo ele, crianças e mulheres grávidas também foram agredidas pela PM. “Chutaram mulheres grávidas, chutaram idosos”, conta.

Informa o G1: O TJ diz que a decisão foi suspensa pelo juiz Jurandir de Abreu Júnior, da 4ª Vara Cível do Fórum Regional de Itaquera. O magistrado foi o mesmo que concedeu a liminar para a reintegração parcialmente cumprida nesta manhã.

Os moradores do terreno voltavam para suas casas no início da tarde. Eles comemoravam e levavam seus pertences em caixas de papelão.

Edneia Fonseca, de 30 anos, era uma das que mais comemoravam. “Tem muita gente sem moradia em São Paulo. Nós cuidamos desse terreno. Eu gastei R$ 10 mil para erguer a minha casa”, diz ela, que vive na área com os quatro filhos. Edneia passou a noite em claro, já que havia sido informada da reintegração na segunda-feira (25). Desmontou janelas, a fiação, a caixa d’água e colocou os colchões fora de casa.

No início da tarde, Edneia tinha marcas na perna, segundo ela, conseqüência do confronto com a polícia. “Não tinha a menor necessidade de jogarem bomba de efeito moral”, disse.

Paulo Garcez afirma que foi agredido. “Tomei borrachada. Se sair daqui, não tenho para onde ir”, diz Garcez, que tem 42 anos e vive na casa de tijolos e um só cômodo com a mulher e o filho.

COMUNICADO DO MTST

A suspensão do DESPEJO pela PM, apesar de necessário, não resolve o problema. Já que a invasão policial pode ser reiniciada a qualquer momento.