Jornalismo: O salário lá embaixo, e o patrão endeusado. O sorriso do patrão é a alegria maior do assalariado, que teme os passaralhos

Escrevi no nosso blogue Jornalismo de Cordel, in comunique-se com, em 4 de abril de 2009:

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90 ANOS DO JORNAL DO COMÉRCIO DO RECIFE

Fui diretor responsável do Jornal do Comércio e do Diário da Noite da empresa Jornal do Comércio, fundada pelo senador Francisco Pessoa de Queiroz. Ele teve o jornal e seu palacete queimados em 1930, mas ressurgiu das cinzas, e construiu o maior império de comunicação do Nordeste.

No Recife, comecei minha carreira jornalística no Jornal do Comércio, a redação comandada pelo jornalista e escritor Abdias Moura. Me tornei amigo do velho Eugênio Coimbra Jr. Companheiro de farra com Selênio Siqueira.

Meu primeiro emprego aconteceu em Natal, n’A República, tendo como colegas de redação os escritores Câmara Cascudo, Veríssimo de Melo, Newton Navarro, Miriam Coeli, Celso da Silveira, Ticiano Duarte, e o esquecido repórter Expedito Silva.

Era A República dos diretores Gerson Dumaresq (que perdeu um dedo quando tentou fazer um clichê) e do paraibano Jurandyr Barroso.

N’A República dirigi o Suplemento Literário, quando idealizei a Primeira Feira de Livros de Natal, patrocinada pelo prefeito Djalma Maranhão, e ciceroneie uma viagem de Jorge Amado, Eneida, Ênio Silveira, pelo oeste do Rio Grande do Norte, e realizei um Festival de Poesia no Teatro Meira Pires.

No Jornal do Comércio fui repórter especial e setorista (Câmara Municipal), e editor de polícia do Diário da Noite.

A Esso não premiava reportagens, proporcionava estágios para focas. Conquistei a indicação para estagiar no jornal O Globo, sob o comando de Mauro Sales. Que atraí para uma conferência no Curso de Jornalismo da Católica.

Quando voltei do Rio de Janeiro, pela promessa de carteira assinada, preferi a oferta do Diário de Pernambuco, como repórter especial e redator da coluna Ontem em Palácio (escrevi o dia-a-dia dos governos Cid Sampaio, Arraes e Paulo Guerra).

Nilo Coelho governador, pediram a minha cabeça. Restava ir para um jornal de oposição, a chefia da redação da sucursal no Recife do Correio da Manhã do Rio de Janeiro.

Ganhei bolsas para estudar no Ciespal/Unesco, em Quito; e no Programa de Graduados Latinoamericanos da Universidad de Navarra.

Retornei à empresa Jornal do Comércio, como copidesque do Diário da Noite, secretariado por Ronildo Maia Leite.

Saiu Ronildo para dirigir a sucursal de O Globo, aceitei a convocação de Antonio Camelo para assumir as editorias regional e nacional do Diário de Pernambuco.

No final dos anos oitenta, pedi licença do DP, para dirigir os dois jornais da Empresa Jornal do Comércio.

Selecionei jornalistas que marcam a história da imprensa de Pernambuco. Tive a honra de trabalhar com Nilo Pereira, Ladjane Bandeira, Ivan Maurício, Abdias Moura (que tinha abandonado o jornalismo como protesto em 1964), José de Souza Alencar, Rosalvo Melo, Audálio Alves, J. Gonçalves de Oliveira (com quem tomei alguns porres, juntamente com os poetas Carlos Pena Filho, Ascenso, Bandeira de Mello) e lancei como colunistas Ronildo Maia Leite e Carlos Garcia, nomes já famosos pelas reportagens e editorias e chefias de sucursais de jornais do Sul.

O patronato não interferia na mensagem. Quebrei a censura. E afastei toda interferência política. Adotei como modelo de direção o do Le Monde: fazia uma reunião de todos os editores e mais o chefe de reportagem, e eles decidiam, na votação, o que devia ser publicado. Duvido que isso aconteça em algum jornal brasileiro. Fica explicado porque defendo a criação do Estatuto do Jornalismo e dos Conselhos de Redação, eleitos pelos empregados sem cargos de chefia, hoje exercidos por jornalistas da máxima confiança do patronato.

Vi a capa da edição comemorativa dos 90 anos do Jornal do Comércio. Uma babação pegajosa. Considero o puxa-saquismo uma demonstração de servilismo, coisa de empregado sem competência, de jornalismo confessional, pra lá de parcial – doce para o patrão, e amargo para quem o patrão desgosta.

O salário lá embaixo, e o patrão endeusado. O sorriso do patrão é a alegria maior do assalariado, que teme os passaralhos >>> 

Sei que os bajuladores, escribas passivos – como os comunas burocratas da antiga União Soviética -, vão apagar o meu nome da história do Jornal do Comércio. Bem que mereço.

P.S.: Outros nomes amigos estão cantados nos meus livros O Sonhador Adormecido Vinho Encantado e A Partilha do Corpo.

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O “maloqueirismo” na mídia brasileira

por Lula Miranda

Esses jornalistas vivem enclausurados em seus próprios umbigos e crenças de classe. Tal qual vampiros* não saem à luz do dia – têm seus motivos [* sentido figurado: aquele que explora os pobres em benefício próprio]. Não se encontra um “maloqueiro” nas ruas e shoppings de sua cidade, por exemplo. Eles rastejam nas antessalas e corredores do poder. Não pegam ônibus, trem ou metrô; desconhecem, portanto, as agruras por que passam os cidadãos comuns. Seus patrões, zelosos, tal qual o bom carcereiro da fábula que embala os inocentes, vez em quando lhes coloca um prato de comida e uma cuia com água fresca, na porta de seus catres sombrios, para que estes se alimentem e matem a sua sede. Sede de água, vale o registro, mesmo sob o risco do pleonasmo – pois a sede de servir ao patrão, esta é insaciável.

São regiamente remunerados e recebem, a título de bônus, pequenos mimos e mordomias – para que, também eles, sintam-se parte integrante do que se convencionou chamar de “classe dominante” ou, numa linguagem mais vulgar, de “bem nascidos”. Viajam de 1ª classe; acomodam-lhes em bons hotéis estrelados; bebem vinho caro e bom champanhe; comem em bons restaurantes [de alta gastronomia] etc. A eles, em verdade, bem como aos seus leitores, são destinadas as migalhas, os restos dos banquetes em que se fartam os hipócritas.

Tal qual condenados, subjugados pelo seu próprio servilismo e vacuidade, eles sequer percebem, mas a cada movimento que fazem em seu claustro de misérias escuta-se ao fundo o rangido do lento arrastar dos grilhões e correntes invisíveis, que lhes servem de amarras. Grilhões e correntes invisíveis aos olhos dos justos e dos incautos, mas que não engana o rigoroso juiz que todos carregamos n’alma e que lhes assombram e comprometem o sono.

O “maloqueirismo” ou “jornobanditismo” é um neologismo, um conceito relativamente novo, nem tão recente decerto, mas que ainda não foi devidamente estudado, dicionarizado ou catalogado. Já foi traduzido, inapropriadamente, algumas vezes, por variados nomes e qualificativos, tais como “parcialismo”, servilismo ou sabujice, vilania, pena de aluguel, “escreventes da infâmia”, jornalismo fiteiro etc. Mas não é nada disso; é muito mais além, ou aquém.

É obra do jornalismo maloqueiro, por exemplo, a politização do descalabro, as denúncias seletivas, que só afetam determinado partido político; as manchetes tão grandiloquentes quanto vazias; a “espetacularização” da notícia; a utilização de arapongas e detetives mafiosos em seus métodos investigativos; o desrespeito às pessoas, a sujeição do outro ao linchamento moral e à desonra; a expropriação da identidade do indivíduo, o culto ao patrimônio, dentre outras mazelas e vergonhas.

Devemos, portanto, em nome da liberdade e do pluralismo da imprensa, condenar e denunciar esse tipo deletério de jornalismo. Transcrevi trechos

Colombia: De periodistas a jueces y sicarios mediáticos

Por Eliécer Jiménez Julio

El más claro y reciente ejemplo de lo que ocurre a diario con los grandes medios de comunicación de Colombia y con periodistas “al servicio” del gobierno, ayudando a desarrollar una matriz de opinión manipulada, donde se estigmatiza, se señala, se acusa, y se le pone una lapida en el cuello a los dirigentes de izquierda para que sean asesinados por el narcoparamilitarismo protegido por el estado colombiano.

Plan de desprestigio orquestado y preparado por el mismo gobierno de derecha colombiano, desde el Ministerio de Defensa y apoyado en los servicios de inteligencia militar y de policía hacedores de opinión y desarrollados en los grandes medios de comunicación y por ideólogos de la derecha fascista como José Obdulio Gaviria que buscan “vender mediaticamente” un mar de mentiras como si fuera una verdad.

Y para ello muchos medios de comunicación y periodistas reconocidos defensores de oficio unos, pagados los otros, no escatimaron esfuerzos, manipulando información, ni tuvieron pudor para de frente repetir como loros amaestrados una y otra vez, lo que la inteligencia militar se inventa en los batallones con el fin malévolo de montar un show mediático, estilo circo romano de miedo y terror “mostrando” que todo lo que sea de izquierda, que reclame sus derechos o exija o trabaje por una salida dialogada al conflicto político, social y armado y por una paz con justicia social en Colombia, es guerrillero y terrorista.

En Colombia ha imperado siempre la teoría de la seguridad del estado, donde desde los batallones y los comandos de policía y armada, se les convence y lava el cerebro a los militares, policías, marinos, los servicios secretos y los que trabajan en las seguridades privadas, que todo el que piense diferente al sistema, al gobierno, al estado colombiano, que sea de izquierda, comunista o incluso demócrata, es un peligro y es su enemigo y como tal hay que denunciarlo, perseguirlo, aniquilarlo y exterminarlo como sea; ya que podría ser un potencial terrorista. Y esto siempre a sido llevado a una matriz comunicacional desde donde los grandes medios de comunicación colombianos apoyados por el imperio norteamericano ha logrado convencer a muchos, que se tragan el cuento que esto es verdad.

Pero como una matriz mediática no debe quedarse en el papel y debe ser puesta en funcionamiento, entran en juego los denominados hacedores de opinión, “los sicarios mediáticos”, que pueden ser pagos, tener intereses de diversos tipos, etc. y los que entre otras cosas no disparan la bala, pero directa o indirectamente se prestan y señalan a quien deben asesinar cuando replican lo que en este caso fabrican las fuerzas militares. Sembrando intranquilidad en la gente y la sociedad, odio,venganzas,amarguras, distanciamientos de afectos, traumas, frustraciones, en otras palabras miedo y terror en la población etc.

Esta modalidad del sicariato, denominado mediático, inmerso en la escalada de violencia que vive Colombia, está compitiendo con delitos, como el narcotráfico y la corrupción, y que en algunos casos se usa como mecanismo para conseguir dinero fácil y poder, con este no se usa el gatillo que tira la bala que mata a una o varias personas sino que, está condenando a muerte a una o miles de personas.

Se dice que existen tres modalidades de sicariato: el Sicariato Público, el Limpio y el Disfrazado. Pero también existen los sicarios económicos, los morales y con la globalización de los medios de comunicación están de moda los sicarios mediáticos.

En Colombia es normal que los grandes medios de comunicación contraten con el estado su publicidad que es el principal por no decir único medio de sostenimiento del medio, e igualmente “obligan” a que los periodistas busquen su propia publicidad como forma de pago para trabajar en esos medios, esto ocurre en especial en las regiones y de allí que tanto los unos como los otros, tengan que “entregarse”, “venderse” al Estado, gobernación, o municipio o entidad estatal que le da de comer a través de la publicidad, comprando con ello su silencio, sometiéndolo y convirtiéndolo en un megáfono y un esclavo comunicacional al servicio de esa entidad o el poderoso que le da el sustento diario.

Otra forma de tener al servicio de los militares y de la policía a algunos periodistas estratégicamente “contratados” es asignándoles una cuota económica a fin de que sirvan de “sapos” y les suministren información confidencial de las fuentes que cubren.

El sicariato tradicional en Colombia y en varios países esta ligado al narcotráfico, a la ambición y conservación del poder, al crimen organizado nacional e internacional, donde están detrás personajes y estamentos de la sociedad colombiana.

En Colombia, está liderado por las ambiciones de poder, encabezados por la gran burguesía económica y terrateniente, de la derecha, aliada con los sectores mafiosos narco-paramilitares y retardatarios militaristas que sí “combinan las formas de lucha”, para mantener y quedarse en el poder estatal, es decir van a las elecciones, muestran que “hay democracia”, hacen de la corrupción integral un trabajo mas y asesinan si se requiere.

Los sicarios mediáticos en nuestro país cuentan con tecnología, prensa, radio, televisión, Internet, etc, para vender la matriz de opinión creada en los laboratorios especializados y por personal profesionalmente preparados y entrenados para ello e incluso con participación militar internacional.

Estos Analistas y formadores de opinión, día a día fusilan personas, convirtiéndose en la practica en autores intelectuales pasivos de crímenes, por lo que seria interesante investigar la culpabilidad que esos formadores de opinión cada que hay un crimen en donde haya sido señalado algún dirigente de izquierda de ser guerrillero, auxiliador de la insurgencia o terrorista. Ya que son actos indirectamente instigantes.

Esta es la gran prensa colombiana y periodismo servil, arrodillado al estado, abierto a la guerra y la violencia, que le hace el juego a los enemigos de la paz y no comparte la posibilidad de una salida dialogada al conflicto colombiano, que les gusta vender sangre y circo, pero no se preocupan por el pan del prójimo y menos por difundir la realidad de los 9 mil prisioneros políticos, de los 5 millones de desplazados, de las fosas comunes, de los crímenes contra el medio ambiente o de los 20 millones de pobres que hay a su alrededor en nuestro país y por la cual entre otras muchas cosas, surge la Marcha Patriótica.

Coletilla: Honduras, 8 millones de habitantes, durante los dos años en el poder del presidente Porfirio Lobo han asesinado 21 periodistas. México, 120 millones de personas, últimos 10 años, 76 periodistas asesinados. Colombia, asesinatos de periodistas disminuyen, pero aumenta la cifra de comunicadores amenazados y exiliados, sus delitos: Denunciar a funcionarios del estado o actos inapropiados de sus gobiernos. Otros en su mayoría: Callan para preservar sus vidas..o no ser acusados de terroristas.Hasta cuando?.

(Transcrevi trechos)