Jornalista denunciou PMs na Bahia sofre ameaças e deixa Salvador para não morrer

Marcado para morrer pela polícia petista. Enderson Araújo no bairro de Sussuarana, periferia de Salvador, onde mora
Marcado para morrer pela polícia petista. Enderson Araújo no bairro de Sussuarana, periferia de Salvador, onde mora

 

O editor-chefe do blog Mídia Periférica, Enderson Araújo, denunciou abusos de policiais militares na Bahia, sofreu ameaças e deixou Salvador. Marcado para morrer, ele está em local desconhecido.

Araújo foi abordado por um policial militar ao sair de uma padaria no último dia 9. “Ele disse que era melhor eu segurar o dedo e parar de escrever porque ficaria sem segurança”. Para o ativista em direitos humanos, a ameaça foi motivada por uma matéria dele publicada no site de CartaCapital sobre recentes ações da Polícia Militar (PM) em Salvador, que deixaram 15 jovens negros mortos em três dias.

Na madrugada do último dia 6, a PM matou 12 jovens no bairro do Cabula, em Salvador. A polícia matou dois jovens no bairro de Cosme de Farias no dia seguinte (7) e mais um jovem no bairro Sussuarana, onde Araújo vive, no dia 8.

O blogueiro também publicou um vídeo em que policiais ordenavam a dois jovens que tirassem a roupa para facilitar a revista durante a operação em Sussuarana. “O vídeo e a matéria [publicados] em um veículo de circulação nacional como a CartaCapital, questionando os métodos da PM, irritaram alguns policiais.”

PM da Bahia: humilha e mata
PM da Bahia: humilha e mata

A Polícia Militar da Bahia alega que em todos os casos houve resistência à abordagem e parte dos mortos tinha passagem por roubo, tráfico de drogas, posse de explosivos e de armas de alto calibre. Movimentos sociais questionam a versão e alegam que a maioria dos mortos é jovem, pobre e inocente. A maioria deles sequer tinha passagem pela polícia e, apesar da versão de “troca de tiros”, nenhum policial foi morto ou ferido nas ações.

Araújo acionou a Superintendência de Direitos Humanos da Bahia e o governo federal, por meio da Secretaria Nacional de Juventude e da Secretaria de Direitos Humanos da Presidência da República. Ele recebeu a oferta de entrar no programa de proteção a testemunhas, mas recusou a proposta. “Não posso abandonar meu trabalho de militância e de articulação. Se entrasse nesse tipo de programa, seria silenciado para sempre.”

O Ministério Público Federal está acompanhando as investigações. Araújo defende uma perícia externa dos corpos. “A Polícia Militar da Bahia já fez uma perícia, mas o ideal seria que o governo federal entrasse na investigação”, alega. Até agora o único caso de ameaça explícita ocorreu com Araújo, mas o blogueiro acredita que vários ativistas foram coagidos. “A polícia monitora as redes sociais e os telefones dos ativistas. Certamente, mais pessoas foram acuadas nos últimos dias, mas não denunciaram por medo.”

A presidenta do Conselho de Desenvolvimento da Comunidade Negra da Bahia, Vilma Reis, cobra que a PM baiana investigue a ameaça ao blogueiro de forma imparcial. “Coações como essas são inaceitáveis no Estado Democrático de Direito. O serviço de inteligência da polícia tem de funcionar para investigar a polícia”, diz.

Vilma relata que as mães dos jovens mortos no bairro do Cabula ouviram provocações de policiais durante manifestação na última quinta-feira (12). “Agentes se infiltraram no protesto e insultavam as mães. Tivemos de pedir ao comandante [da operação] que retirasse os agentes do meio da manifestação para evitar um confronto.”

Durante o trajeto manifestantes foram xingados e ameaçados pelos policiais.  Foto Rafael Bonifácio/ Ponte Jornalismo
Durante o trajeto manifestantes foram xingados e ameaçados pelos policiais. Foto Rafael Bonifácio/ Ponte Jornalismo

O secretário nacional de Juventude, Gabriel Medina, diz que o governo federal, embora não esteja oficialmente envolvido na investigação, está monitorando o caso. “É importante ressaltar que, enquanto a investigação não acabar, não estão confirmadas as chacinas porque a Polícia Militar alega auto de resistência. Estamos em contato permanente com a rede de ativistas, aguardando o desenrolar da história, e o Conanda [Conselho Nacional dos Direitos da Criança e do Adolescente] soltou uma nota expressando a preocupação com as mortes em Salvador.”

A reportagem entrou em contato com a Polícia Militar da Bahia, mas não obteve resposta até o fechamento da reportagem. A superintendente de Direitos Humanos do estado, Anhamona de Brito, disse que, recentemente, esteve com Araújo e ouviu seus relatos sobre as ameaças.

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Leia

A Bahia está mergulhada num mar de sangue 

Comunidade protesta contra chacina no Cabula, em Salvador. PM intimida

“Vai ficar famoso, ladrão, morrendo no vídeo”

por María Martín/ El País/ España

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Um vídeo que mostra a agonia de três supostos criminosos em uma calçada após serem baleados supostamente pela Polícia Militar de São Paulo começou a circular pelas redes sociais com assustadora normalidade. No começo da gravação é possível ver a calça cinza e o coturno preto do autor do vídeo. A vestimenta é praticamente idêntica aos uniformes usados pelos policiais militares de São Paulo.

As imagens, postadas no Facebook e depois tiradas do ar por um perfil falso da Polícia do Estado de São Paulo, são fortes e percorrem durante 48 segundos os corpos dos suspeitos jogados no chão, agonizando no seu próprio sangue. A partir do segundo 12 é possível ouvir os gemidos de um deles.

No segundo 26 é possível ouvir uma pessoa dizendo: “Vai ficar famoso, ladrão, morrendo no vídeo”. Um dos baleados, no segundo 33, sussurra: “Meus filhos, meus filhos…”. Outra das frases audíveis vem de fora da cena: “Vai demorar aí, caralho, pra morrer?”.

Os responsáveis pela publicação do vídeo afirmam que a cena aconteceu no dia 8, na Vila Curuçá, na zona leste de São Paulo. Dos três baleados, Renato Santos, de 25 anos, e Marcos Aurélio Alves, de 37, sobreviveram e estão internados, segundo fontes policiais. O terceiro, ainda não identificado, morreu.

A Polícia Militar afirmou em um comunicado que o perfil “Polícia do Estado de São Paulo” não pertence à instituição e que apresenta uma série de conteúdos impróprios. “Já está em curso uma investigação sobre o perfil, seu conteúdo e administradores”, disse a nota. A Corregedoria da PM está investigando se houve participação de policiais militares na captação e divulgação das imagens, fato que poderá resultar em uma punição.

A nota ressalta: “todo policial militar, assim como qualquer cidadão, pode postar aquilo que bem entender nas redes sociais, podendo, contudo, ser responsabilizado no campo civil, criminal e administrativo em caso de postagens que ofendam pessoas, instituições, que sejam contrárias à lei ou atentatórias à dignidade humana”. O secretário da Segurança Pública, Fernando Grella Vieira, determinou que a Polícia Militar apure as circunstâncias da ocorrência e a responsabilidade pela postagem do vídeo.

O caso relatado tem semelhança com um episódio divulgado em 2011 pelo jornalista André Caramante na Folha de S. Paulo. Um vídeo gravado em 2008 mostrava dois suspeitos baleados no chão enquanto um agente gritava: “Estrebucha! Filho da puta”, “filho da puta, você não morreu ainda? Olha pra cá! Maldito. Não morreu ainda?”. Um dos suspeitos, que na época tinha 16 anos, sobreviveu, e afirmou ao jornal que a humilhação dos agentes durou cerca de 40 minutos. “Tomara que morra a caminho [do hospital]”, lhe disseram.

Segundo o jornal, dois policiais, responsáveis pelo vídeo, foram identificados, mas não presos.

Jornalistas ameaçados pela polícia de Sérgio Cabral e Pezão

povo massa passeata greve indignados Pesão

Esperando por novos Santiagos

por Carlos Tautz

 

Diante da sucessão de violências cometidas por agentes do Estado contra jornalistas, de descabida decisão irrecorrível do Supremo Tribunal de Justiça (STJ), de desenvolvimentos das ameaças à presidenta do sindicato da categoria, de prisão ilegal de fotógrafo no exercício da profissão e de intimidações a repórteres, não é exagero dizer: a liberdade de expressão e a liberdade de imprensa, pilares da democracia, estão sob ataque no Rio de Janeiro.

Tudo isso após já terem ocorridos em 2013 mais de 110 agressões a jornalistas no Brasil – em 70% dos casos, por policiais militares e 40% deles na cidade do Rio, além do assassinato do cinegrafista Santiago Andrade em fevereiro. A cronologia prova a violência.

Em 17 de março, o subtenente Joaquim Carlos Ferreira dos Santos, então lotado na Coordenadoria de Inteligência da Polícia Militar, pediu ao sindicato dos jornalistas registro de fotógrafo profissional para se infiltrar melhor em manifestações (segundo o próprio, ele já atua dessa forma). Diante da negativa, ameaçou a presidenta, Paula Máiran, e uma funcionária da entidade.

Na terça (8), às 23:30, o fotógrafo Daniel Cruz foi ameaçado por telefone. “Depois de muito alô, surge uma voz que me fala que seu eu continuar indo para as ruas gravando os atos vou ficar a sete palmos do chão”, escreveu no Facebook.

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Na quarta (9), denunciei aqui no Noblat a ameaça ao sindicato. Na sexta (11), após ter reproduzido meu artigo em seu site, o repórter Fábio Lau publicou nota da PM informando que “comandante-geral da PM, coronel José Luis Castro Menezes, decidiu descredenciar o subtenente, e movimentá-lo para outra unidade da corporação. Além disto, abriu um novo procedimento disciplinar contra o subtenente”. Embora anteriormente tivesse negado, o Comando da PM sabia da ação de Santos e até já o havia punido.

Naquele dia 11, outros ataques a jornalistas. Lau publicara que o STJ absolvera definitivamente o governo do Rio pela tortura de policiais contra equipe do jornal carioca O Dia em 2008. Na manhã daquela sexta, cobrindo operação policial, o fotógrafo d´O Globo, Bruno Amorim, foi agredido e teve seu celular destruído por PMs. Foi liberado na 25ª Delegacia. Um helicóptero da PM jogou bombas de gás lacrimogêneo sobre repórteres.

No Méier (zona norte), retornando da mesma cobertura, o jornalista Francisco Chaves, de 65 anos, foi ameaçado de morte por miliciano de nome desconhecido, mas anotou a placa do Siena verde escuro que ele ocupava: LNP 4605. Na 26ª Delegacia, recomendaram-lhe, em caso de nova ameaça, que corresse ou sumisse de vez.

Por que o governador Pezão não detém a violência da PM? Ele não a controla? Ou espera por novos Santiagos?

 

Carlos Tautz, jornalista e coordenador do Instituto Mais democracia – Transparência e controle cidadão de governos e empresas.

Transcrito do Blog do Noblat 

Vendedores de fantasias e mentiras com o dinheiro do povo

tv televisão persuasão apatia

A Folha de S. Paulo escreve editorial para denunciar que o governador Eduardo Campos aumentou as despesas com publicidade do seu governo em 42,9 por cento este ano.  Quantos bilhões ele gastou apenas em 2013? Dinheiro torrado em sua campanha antecipada para presidente da República.

Diz o jornal paulista: “Não é exclusividade sua o pretexto da ‘utilidade pública’ ou da necessidade de ‘prestar contas’ para veicular autoelogios”.

Geraldo Alckmin também duplicou os gastos mensais em publicidade, para promover sua reeleicão, e perpetuar os governos tucanos em São Paulo. Dinheiro acrescido com as propinas recebidas desde os tempos de Covas e José Serra.

Esqueceu a Folha o governo de Minas, também dos tucanos, que pretende eleger Aécio Neves presidente.

Em Pernambuco, quem critica Eduardo Campos termina na cadeia. O jornalista Ricardo Antunes ficou preso mais de seis meses. Em Minas, por mostrar o verdadeiro Aécio, o jornalista Marco Aurélio Carone continua preso.

Ricardo e Marco Aurélio foram classificados pela justiça capacho como “jornalistas inimigos” e indivíduos “perigosos para a ordem pública”.

A procuradora Noélia Brito disse tudo: “Aqui em Pernambuco, se você posta no seu blog os processos que certas ‘otoridades’ respondem na Justiça aparecem uns juízes e uns desembargadores estranhos pra lhe censurar…Muito estranho isso, vocês não acham não? Censurar informação que você tirou do diário oficial ou do site da própria justiça? Sei não, sei não…”

E acrescentou: “Hi, rapaz! Não há quem aguente mais as falácias do Menudo-Rei…”

Para a Folha de S. Paulo: “Pior ainda: o dinheiro do contribuinte não serve só para custear a promoção eleitoral sorrateira, mas também para beneficiar agências publicitárias que depois também farão o marketing dos candidatos.
É o caso da Link Bagg, encarregada da propaganda do governo pernambucano, que tem a sua frente o publicitário de Eduardo Campos, também coordenador da campanha eleitoral do prefeito do Recife, Geraldo Júlio, do mesmo PSB”.

Link Bagg vai realizar um campanha podre, podre de rica. Propagar os nomes dos proprietários pode dar cadeia. Idem a gastança do dinheiro.

Dinheiro nosso, contribuinte; dinheiro do povo, que paga impostos indiretos; dinheiro que enche o rabo da Link Bagg e outros amigos do Menudo-Rei.

Esquecem Midas e mídias que propaganda cara não elege ninguém.

persuasão polícia mente indignados

Brasil registra maior número de jornalistas mortos nas Américas em 2013

expresão jornalista liberdade

O Brasil é o país que mais registrou mortes de jornalistas no exercício da profissão durante o ano de 2013 em todo o hemisfério ocidental, apontou um relatório da organização Repórteres Sem Fronteiras.

De acordo com a Folha de S.Paulo, ao todo, foram cinco vítimas, mesma quantia registrada em 2012. A entidade relacionou as mortes aos “altos índices de violência” do país e aos riscos envolvidos em coberturas jornalisticas sobre o crime organizado e suas atuações com o tráfico de drogas, com a corrupção e a venda ilegal de matérias-primas.

A RSF cita a pressão sofrida por jornalistas durante os protestos de junho do ano passado, que começaram em São Paulo e se alastraram pelo país. A organização alerta que houve “grande repressão policial” sobre os profissionais de mídia.

Segundo o relatório, ocorreram pelo menos cem atos violentos contra os profissionais de imprensa, durante o que classificou como “primavera brasileira”. Além de apontar as mortes, a entidade abordou os riscos sofridos por jornalistas investigativos, intimidados por “coronéis” da polícia. O texto menciona o caso do jornalista Lúcio Flávio Pinto, do Pará, que denunciou o tráfico de madeira no Norte e acumulou 33 processos.

A organização fala também sobre países da América Latina, como a Bolívia, o Paraguai e a Argentina, indicados como locais com problemas para a liberdade de imprensa. Em 2012, o México ocupava a primeira posição como o país mais perigoso para os profissionais.(Transcrevi do Portal Imprensa. Veja links.

Abraji repudia agressão contra anônimo cinegrafista da Band no Rio de Janeiro. Um Zé Ninguém bombardeado por carregar uma máquina de filmar

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Um cinegrafista da Band foi ferido na cabeça enquanto cobria a manifestação da noite dessa quinta-feira (6.fev.2014) na região central do Rio de Janeiro. O profissional foi encaminhado a um hospital e operado, mas seu estado de saúde é considerado grave. Imagens da agência O Globo registram o momento em que o cinegrafista foi atingido, aparentemente por estilhaços de um explosivo.
O profissional da Band é o terceiro jornalista ferido em manifestações em 2014. No dia 25 de janeiro, dois jornalistas foram feridos em São Paulo: Sebastião Moreira, da Agência EFE, foi agredido por PMs; Paulo Alexandre, freelancer, apanhou de guardas civis metropolitanos.
A Abraji repudia ataques como esses a jornalistas. Em 2013, 114 profissionais foram feridos em todo o país durante a cobertura de protestos. É preocupante que 2014 comece com três casos de violência contra jornalistas. Se faz necessária uma apuração célere do ocorrido para que procedimentos sejam revistos e para que o Estado proteja a liberdade de expressão, a liberdade de informação e o jornalista.
 (Transcrevi o principal e o verdadeiro. A notinha fajuta da Abraji não cita o nome do cinegrafista ferido. E diz que se desconhece quem atirou: se um manifestante ou a polícia. Abraji é a sigla da Associação Brasileira de Jornalismo Investigativo. Fique sabendo dona Abraji que o jornalista explodido pela polícia de Sérgio Cabral tem nome: Santiago Ilídio Andrade)

A Abraji nada investiga. Nem as mortes dos seus associados. Nem defende os jornalistas presos. Vide o caso do seu associado Ricardo Antunes.

Os blogues independentes realizam melhor o jornalismo investigativo.

CURTAM ••► BLOG DO PEKFROW

Não adianta tentar manipular as informações, a bomba que atingiu o cinegrafista foi lançado pela polícia de Cabral.

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A mídia fascista continua tentando esconder a verdade e a acusar os manifestantes. Mas fica cada vez mais evidente de onde partiu o artefato.

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Nada a festejar: Dia Nacional do Jornalista

A mídia esqueceu. Ninguém lembrou:

Dia do Jornalista

Na verdade o certo seria dizer:

– Pêsames

Clique nos links. Você saberá porquê.

 

 

As relações do senador Perrella com o presidente do Paraguai, que responde processo no Brasil

O senador Zezé Perrella (PDT-MG) saudou o presidente do Paraguai, Horacio Cartes, em sua visita ao Senado (30 de setembro passado) e afirmou que, no que depender dos senadores brasileiros, “o Paraguai já é do Mercosul.”

Perrella esteve com Cartes pouco antes de sua eleição, e em rápidas palavras no Salão Nobre do Senado destacou suas qualidades de empresário e homem público, salientando ter ele condições de realizar um governo de promoção do desenvolvimento econômico e de inclusão social no país vizinho.

Horácio Cartes também dirigiu um clube de futebol paraguaio, o Libertad, surgindo daí a amizade com o senador mineiro, então presidente do Cruzeiro.

 Diferente de Perrella, Cartes nasceu em berço de ouro.O pai de Cartes era o proprietário de uma companhia de franquia da Cessna Aircraft. Horacio Cartes estudou engenharia aeronáutica nos Estados Unidos. Com dezenove anos começou um negócio de câmbio de moeda que cresceu no atual Banco Amambay. Nos anos seguintes, Cartes adquiriu ou ajudou a criar 25 empresas, incluindo Tabesa, a maior fabricante de cigarros do país, e uma grande empresa de engarrafamento de suco de frutas. 
Magnata do tabaco, preside desde 2001 o Club Libertad, equipe de futebol do Paraguai.
Em 2000, a polícia antidrogas apreendeu um avião que transportava cocaína e maconha em seu rancho. Cartes alegou que o avião fez um pouso de emergência em seu complexo e que não tinha envolvimento com o tráfico de drogas e era contra a legalização das drogas.

Conforme dados de 2010 revelados pelo Wikileaks, Cartes é investigado por lavagem de dinheiro.

Direitista e conservador, Cartes declarou que “atiraria nos próprios testículos” caso tivesse um filho gay. Comparou os gays a macacos e considera o apoio ao casamento entre pessoas do mesmo sexo  “o fim do mundo”.

Lavagem de dinheiro
Lavagem de dinheiro

Horacio Cartes alvo de processo no Rio de Janeiro

Reportagem publicada no jornal Página/12, Argentina. Tradução do Cepat

Tabacalera del Este S. A. (Tabesa), empresa de propriedade do presidente eleito do Paraguai, Horacio Cartes, figura como acusada num processo aberto na Justiça brasileira. A denúncia judicial, apresentada pela gigante do setor tabaqueiro, Souza Cruz, tramita na Quarta Jurisdição Empresarial do Rio de Janeiro. O juiz Mauro Pereira Martins já emitiu uma sentença preliminar em que afirma que há “prova documental robusta” da prática de atos de concorrência desleal, diante do notório fornecimento ao mercado brasileiro de “massa volumosa de produtos fabricados pela (empresa) acusada”.

O magistrado espera, atualmente, que a defesa dos executivos da Tabesa, de Assunção, apresente seus argumentos através de uma carta enviada à capital paraguaia. Segundo uma reportagem publicada ontem, pelo jornal brasileiro “O Globo”, o presidente eleito do Paraguai também teria sido mencionado no relatório de uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI), da Câmara baixa brasileira, que, em 2003, atuou sobre supostos fatos vinculados com o crime de pirataria.

O documento da Justiça brasileira afirma que a Tabesa – controlada por Cartes e por José María Cases Ribalta – “é considerada a empresa mais profissionalizada do Paraguai e seus produtos tem como destino as regiões sul e sudeste do Brasil”. O relatório afirma que as vendas ao mercado brasileiro são operadas por Fahd Yamil, investigado pela suspeita de ligações com o crime organizado. A reportagem, realizada pelo jornalista brasileiro José Casado, afirma que Cartes é alvo de uma investigação sobre lavagem de dinheiro, iniciada pelos Estados Unidos, em 2009, e que é dirigida para entidades financeiras reais, seus executivos e facilitadores da lavagem de dinheiro na Tríplice Fronteira (Argentina, Brasil e Paraguai).

Segundo Casado, um relatório elaborado em janeiro de 2010, por Douglas W. Poole, chefe de Inteligência da Agência Norte-Americana Antidrogas (DEA), destaca que seus agentes se infiltraram na empresa de lavagem de dinheiro de Cartes, uma organização que, segundo se acredita, “lava grandes quantidades de moeda (dólares) obtidas por meios ilegais, incluindo a venda de entorpecentes” da Tríplice Fronteira para os Estados Unidos.

La cara de HC

A empresa investigada pelo operativo – supostamente batizado “Coração de Pedra” – seria o Banco Amambay, principal financiador da Tabesa, acrescenta a nota. As suspeitas sobre Cartes também foram tema do livro “La outra cara de HC”, uma investigação que demandou vários anos e cujo objetivo seria revelar a personalidade do agora presidente eleito do país. O livro foi lançado no dia 2 de abril, pelo jornalista paraguaio César “Chiqui” Avalos, que, desde então, permanece supostamente refugiado no Brasil, por sugestão de seus amigos, diante do risco de alguma represália, segundo declarou, recentemente, aos meios de comunicação locais. Este texto conta com três edições esgotadas e “é vendido como pão fresco”, pelo menos em Assunção, segundo apontou o empregado de uma livraria do centro da cidade.

Nas 268 páginas, inclui-se a documentação sobre os processos judiciais e as denúncias feitas contra Cartes, desde 1985, quando se descobriu um escândalo com divisas, que teria prejudicado o Estado paraguaio em cerca de cem milhões de dólares. O então principiante empresário teria se favorecido com a compra de dólares a preços preferenciais, destinados à importação de maquinaria agrícola e industrial e que, presumivelmente, colocava novamente no mercado a quase o dobro de seu preço. Foi julgado e preso, durante alguns meses, por “acumulação de autos na evasão de divisas”, e quando recuperou a liberdade foi viver, durante quatro anos, numa uma cidade brasileira fronteiriça com o Paraguai, até retornar ao país guarani, em 1989.

Em 2008, foi absolvido após seus advogados ganharem um pleito iniciado contra o Banco Central (BCP), que havia qualificado de inconstitucional a sentença de descumprimento do caso. Diante do questionamento sobre o motivo da absolvição de Cartes pela Justiça, Avalos denuncia a conivência de políticos, empresários e funcionários de diferentes repartições do Estado, que contribuíram com o desaparecimento de expedientes e provas para eliminar rastros. Contudo, além disso, diz respeito àquilo que seu compatriota Helio Vera, certa vez, definiu como “Paraguayología”, conceito cunhado em tom de humor para retratar o espírito de uma nação em que “existe corrupção como em todos os países do mundo, mas tanta impunidade como em nenhum outro”.

Jornalista Amália Goulart ameaçada pelo senador Zezé Perrela

Amália

“Vai ter retaliação”

Revelva reportagem de Kiko Nogueira: Amália Goulart, 31 anos, repórter do jornal mineiro “Hoje em Dia”, é a mulher mais temida pelo senador Zezé Perrella (PDT), aquele cujo helicóptero foi flagrado com 445 quilos de cocaína no Espírito Santo.

“Ele ligou para algumas pessoas falando que eu o perseguia”, diz ela. “Não tenho nenhuma questão pessoal com ele. Faço apenas jornalismo. Não é culpa minha se Perrella tem vários processos”.
O problema de Zezé com Amália começou em 2011, depois de uma bela matéria sobre a fazenda do político e empresário em Morada Nova de Minas, a 300 quilômetros de Belo Horizonte. Ela está avaliada em 60 milhões de reais. Amália passou alguns dias na região, entrevistando funcionários e tentando falar com o dono.
Ele ligou finalmente numa sexta-feira, por volta da meia-noite, e não estava contente. “Ela vale muito mais. Não é só isso. Estou doido para pegar um jornalistazinho assim, igual a você. Isso vai ter volta. Vai ter retaliação”, afirmou. “Doei todos os bens para meus filhos há oito, nove anos.”
Amália dá seu expediente no “Hoje em Dia” e diz que não tem medo da retaliação prometida. “Estou fazendo o meu trabalho e tenho boas fontes. Espero ajudar as pessoas a conhecer melhor uma figura pública”, conta. Leia mais 
Retaliar: Aplicar a pena de talião a, isto é, castigar com pena ou mal semelhante à ofensa recebida. Desagravar, desforrarinsultarinvectivarlanhar e vingar.
Minas Gerais é terra de risco para jornalistas. Este ano já teve dois assassinatos.

Pelegos sindicais boicotam passeata dos jornalistas vítimas do terrorismo policial em São Paulo

Os jornalistas livres realizam nesta segunda-feira um ATO PELO FIM DA VIOLÊNCIA EM SÃO PAULO. 

Giuliana Vallone
Giuliana Vallone

CONVOCAÇÃO

“Segunda feira, dia 28 de outubro, realizaremos um ato/intervenção contra as agressões da Polícia Militar aos jornalistas. A concentração do protesto será na Praça Rossevelt, centro de São Paulo, e partiremos para o prédio da Secretaria de Segurança Pública, localizado na Rua Líbero Badaró, 39.

Um Estado que ordena, permite ou é omisso às violências contra profissionais de imprensa é claro em suas intenções com as demais pessoas da sociedade: mais violência, censura, arbitrariedades. Desinformação.
A violência contra um jornalista é uma violência contra todos, aos que estão protestando e aos que assistem.
Apesar dos casos recentes de agressões descabidas da Polícia Militar a jornalistas, não é de hoje que sofremos com tal hábito. Sim, é recorrente. Claro que em um contexto, como o atual, onde protestos tornam-se mais frequentes e, consequentemente, ganham mais cobertura, esses casos são evidenciados.
Lamentamos viver e trabalhar em um país, e um Estado, onde o exercício da profissão seja tão perigoso, e que esse perigo seja oferecido, em grande parte, pelos governos. O Brasil é um país considerado democrático, embora em diversos momentos se pareça com um estado de exceção, trazendo às nossas mentes a lembrança de um passado bruto, obscuro e ainda tão recente em nossa história.
Basta! Basta de violência! Liberdade de imprensa e liberdade de protesto, por um Estado de Direito, pela DEMOCRACIA”.

Pedro Vedova
Pedro Vedova

BOICOTE

Para o mesmo dia e hora, em local diferente, pelegos sindicais pretendem DAR uma coletiva para a Imprensa.

“As direções do Sindicato dos Jornalistas Profissionais no Estado de São Paulo (SJSP), Associação dos Repórteres Fotográficos de São Paulo (Arfoc/SP), Associação dos Jornalistas Veteranos no Estado de São Paulo (Ajaesp), Federação Nacional dos Jornalistas (Fenaj) e Central Única dos Trabalhadores de São Paulo (CUT/SP) realizam na próxima segunda-feira (dia 28), a partir das 15h30, coletiva à imprensa a se realizar no auditório Vladimir Herzog do SJSP (Rua Rego Freitas, 530 – sobreloja – F: 3217-6299)”.

policia bala perdida indignados

O VERDADEIRO PROTESTO

O ato, idealizado pelo jornalista Mario Palhares, tem o apoio dos mais consagrados jornalistas de São Paulo. Principalmente dos que foram presos, levaram cacetadas, e serviram de alvo para as balas de borracha da polícia de Alckmin, que faz pontaria nos olhos de fotógrafos e cinegrafistas.

Diz Palhares:  “Deixando claro, não sou dono de nada, criei o evento após consenso dos colegas em discussão no grupo de fotojornalistas. Infelizmente, as entidades de classe que deviam ter feito isso, não fizeram. Nada aqui é meu, é tudo nosso”.

É hora de união. De marchar juntos estudantes e professores de Comunicação, jornalistas on line, blogueiros, chargistas, todos os que trabalham nos meios de comunicação de massa. É uma marcha libertária e de confraternização com leitores da grande imprensa e jornais alternativos, telespectadores e radiouvintes.

É uma festa dos amantes da Liberdade. Dos escritores e poetas. Dos que defendem a livre expressão, inclusive nos meios artísticos.

Que o povo participe.

O verdadeiro jornalismo se faz na rua.

É uma idéia que deve ser levada a outros Estados, notadamente o Rio de Janeiro, contra a polícia de Sérgio Cabral, que tem lei ditatorial, exclusiva para prender manifestantes, como acontecia na ditadura militar.

Bala de borracha

SINDICALISMO DE PORTEIRA FECHADA

A coletiva dos sindicalistas pode ser na rua. É mais vibrante, mais autêntico, mais verdadeiro.

Quem apanha na rua, fale na rua.

Jornalista tem que gostar do cheiro da rua, do cheiro do povo. O verdadeiro jornalismo não se faz com ar condicionado.

Não sei o valor de uma TARDIA coletiva, que devia ter sido realizada em junho, no começo da explosão da fúria dos atiradores da polícia.

Por que uma reunião de porta fechada?

Divulgar o ‘furo’ da coletiva onde? Jornalista entrevistando jornalista, que chique! Que moleza! Que exibicionismo! Basta de demagogia!

Jornalismo se faz com coragem. E sonho.