ALAGOAS Um blogueiro marcado para morrer

A corrupção mata mais jornalistas políticos do que uma guerra. Aliás, a corrupção é mais sangrenta do que qualquer guerra. Porque mata silenciosamente pela fome, pela falta de medicamentos, pela marginalização econômica dos sem emprego, dos sem terra, dos sem teto, dos sem nada.

Mata com o fogo do chumbo das balas, ou com o aço frio das facas todos os que denunciam os corruptos e corruptores.

Jornalistas sérios, independentes e livres são os principais alvos das máfias do desvio de verbas públicas, da sonegação, dos precatórios, do comércio dos burocratas e tecnocratas, dos serviços fantasmas, das obras inacabadas, dos traficantes de moedas, dos bandidos togados, políticos e militares.

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Comunicador é morto a tiros e pedradas e corpo encontrado na orla de Pilar

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Antonio Victor Lopes

Victor Lopes, executado com certeiros tiros na cabeça
Victor Lopes, executado com certeiros tiros na cabeça

por Cláudia Galvão


Vários tiros na região da cabeça, além de lesões cuja origem será investigada, assim foi encontrado o corpo do comunicador Antônio Victor Lopes, de 24 anos, sábado último, 24 out, na orla da cidade de Pilar, na região metropolitana de Maceió.

Victor foi morto com vários tiros e havia pedaços de tijolos próximo à sua cabeça, o que pode indicar que o jovem também foi agredido. A vítima saíra de casa na noite de sexta-feira, e seu cadáver foi encontrado por volta das 9h30 na orla da Lagoa Manguaba. Não há informações sobre os assassinos.

Quantos às motivações, o delegado Manoel Wanderley, titular da cidade, deve iniciar as investigações pelas atividades políticas da vítima. Dono de uma fanpage (Pilar Online), Victor Lopes era extremamente atuante nas redes sociais, com críticas bastante incisivas contra vereadores e ex-prefeitos.

De acordo com informações apuradas pelo Alagoas 24 horas, o blogueiro voltou à cidade há pouco mais de dois anos, após se ‘desentender’ com vereadores da cidade. O jovem ainda teria denunciado ter sofrido duas agressões, que não teriam sido formalizadas junto à polícia judiciária. Entre amigos, Victor é descrito como uma pessoa “polêmica”.

Natural da Bahia, Victor afirmava ser servidor da Prefeitura de Pilar, logo, partidário do atual gestor Carlos Alberto Canuto. A família ainda não informou detalhes sobre velório e sepultamento, que devem ocorrer neste domingo, 25.

Sindicato dos Jornalistas

A diretoria do SINDJORNAL, bem como toda a classe de jornalistas, vem a público emitir uma nota de pesar pelo falecimento do jovem Antonio Victor Lopes, na cidade do Pilar.

Mesmo não tendo registro profissional, o jovem que era proprietário do perfil PILAR ONLINE, e prestava relevantes serviços de comunicação a população daquela cidade.

Nós, enquanto comunicadores, lamentamos o assassinato brutal de um jovem que tomou para sí um compromisso com sua comunidade de passar informações e manter a sociedade em alerta sobre os fatos ocorridos no Pilar.

Muito respeitosamente prestamos solidariedade à família ao mesmo tempo que em cobramos das autoridades a mesma competência nas investigações do assassinato do jovem comunicador, demonstrada em outras ocasiões.

Julgamos ser importante esclarecer os fatos para saber se o crime tem qualquer tipo de envolvimento com a atividade que ele desempenhava, o que representaria um retrocesso e uma afronta a sociedade.

A classe de comunicadores do Estado de Alagoas está em luto, com mais essa voz que foi calada de forma violenta. Que a justiça seja feita

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DIREÇÃO DO SINDICATO DOS JORNALISTAS PROFISSIONAIS DO ESTADO DE ALAGOAS

Dicionário Amoroso do Recife sucesso de vendas

O sucesso começou na noite de autógrafos do lançamento do livro, dia 28 de março último.

Reportagem da Tv Pernambuco anunciou: Dicionário Amoroso do Recife, “um livro que não foi escrito com a cabeça, mas com o coração”.

 

 

Por que tão esperado o Dicionário Amoroso? “Por que um livro sob encomenda para um amante do Recife”.

 

Sobre o livro, o maestro SPOK falou:

“Em muitos capítulos, eu me senti como se estivesse vendo o Recife. Ou então falando do Recife para os recifenses, e também para qualquer pessoa de fora, em São Paulo, no Rio, ou de fora do Brasil.
Eu li o que Urariano Mota escreveu para Nelson Ferreira como uma aula de mestre sobre um dos gênios do carnaval pernambucano. Em várias páginas do dicionário, tem hora que dá vontade de chorar, tem hora que dá vontade de rir, quando ele fala das histórias e pessoas do Recife.
Como na história engraçada de uma entrevista com Ariano Suassuna. Como na parte de Antonio Maria, no diálogo com um guia turístico no Recife Antigo. Como no Sotaque do Recife também. E na história dos velhinhos no ônibus, em Gente do Recife.”
De A até Z, o livro é um passeio pelas Igrejas, pela primeira Sinagoga das Américas, pelos terreiros, pelos mercados públicos, pelo elogio emocionante dos heróis do povo da cidade. Um dicionário da humanidade do Recife.

 

O AUTOR

Urariano Mota
Urariano Mota

 

A FILA

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OS AUTÓGRAFOS

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autografando o livro para Hugo Cortez

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NOVOS LEITORES

jovem 1

jovem 3

Estudantes de Letras da UFPE
Estudantes de Letras da UFPE

PRESENÇAS

Leonardo Filho assina as ilustrações do Dicionário Amoroso
Leonardo Filho assina as ilustrações do Dicionário Amoroso
Entrevistado pela Rádio Folha
Entrevistado pela Rádio Folha
Maestro Spok escreveu a orelha do livro
Maestro Spok escreveu a orelha do livro
Com a esposa Francêsca
Com a esposa Francêsca

“A diferença entre o jornalismo e a propaganda é que o jornalismo é crítico. Não existe só para difundir as opiniões dos mais poderosos. E essa liberdade ou é absoluta, ou não existe”

* “A liberdade de expressão não existe para proteger elogios. Disso, todo mundo gosta”

* “É um tipo de censura (da ditadura militar). Não obriga artistas a deixarem o país, não manda policiais aos teatros para bater nos atores. Mas que é censura, é. E mais eficaz do que a da ditadura. Antes, as obras eram censuradas, mas existiam. Hoje, nem chegam a existir”.

censura

Biografia bonsai de Caetano Veloso, diz Gilmar Crestani sobre
a Carta aberta de Benjamin Morse, autor da biografia Clarice

especial para a Folha

Caro Caetano,

Nos EUA, quando eu era menino, havia uma campanha para prevenir acidentes na estrada. O slogan rezava: “Amigos não deixam amigos bêbados dirigir”. Lembrei disso ao ler suas declarações e as de Paula Lavigne sobre biografias no Brasil. Fiquei tão chocado que me sinto obrigado a lhe dizer: amigo, pelo amor de Deus, não dirija.

Nós nos conhecemos há muitos anos, desde que ajudei a editar seu “Verdade Tropical” nos EUA. Depois, você foi maravilhoso quando lancei no Brasil a minha biografia de Clarice Lispector, escrevendo artigos e ajudando com o alcance que só você possui. Admiro você, de todo o coração.

E é como amigo e biógrafo que te escrevo hoje. Sei que você sabe da importância de biografias para a divulgação de obras e a preservação da memória; e sei que você sabe quão onerosos são os obstáculos à difusão da cultura brasileira dentro do próprio Brasil, sem falar do exterior.

Fico constrangido em dizer que achei as declarações suas e da Paula, exigindo censura prévia de biografias, escandalosas, indignas de uma pessoa que tanto tem dado para a cultura. Para o bem dessa cultura, preciso dizer por quê.

Primeiro, achei esquisitíssimo músicos dizerem que biógrafos querem ficar com “fortunas”. Caetano, como dizem no Brasil: fala sério. Ofereço o meu exemplo. A biografia de Clarice ficou nas listas de mais vendidos em todo o Brasil.

Mas, para chegar lá, o que foi preciso? Andei por cinco anos pela Ucrânia, pela Europa, pelos EUA, pesquisando nos arquivos e fazendo 257 entrevistas. Comprei centenas de livros. Visitei o Brasil 12 vezes.

Você acha que fiquei rico, depois de cinco anos de tais despesas? Faça o cálculo. A única coisa que ganhei foi a satisfação de ver o meu trabalho ajudar a pôr Clarice Lispector no lugar que merece.

Tive várias vantagens desde o início. Tive o apoio da família da Clarice. Publico em língua inglesa, em outro país. Tenho a sorte de ter dinheiro próprio. Imagine quantos escritores no Brasil reúnem essas condições: ninguém.

Mas a minha maior vantagem foi simplesmente ignorância. Não fazia ideia das condições em que trabalham escritores e jornalistas brasileiros. Não sabia o quanto não se pode dizer, num clima de medo que lembra a época de Machado de Assis, em que nada podia ofender a “Corte”.

Aprendi o quanto ganham escritores, jornalistas e editores no Brasil, e quanto os seus empregos são inseguros e como são amedrontados por ações jurídicas, como essas com que a Paula, tão bregamente, anda ameaçando.

É um tipo de censura que você talvez não reconheça por não ser a de sua época. Não obriga artistas a deixarem o país, não manda policiais aos teatros para bater nos atores. Mas que é censura, é. E mais eficaz do que a da ditadura. Antes, as obras eram censuradas, mas existiam. Hoje, nem chegam a existir.

Você já parou para pensar em quantas biografias o Brasil não tem? Para só falarmos da área literária, as biografias de Mário de Andrade, Guimarães Rosa, Cecília Meirelles, cadê? Onde é que ficou Manuel Bandeira, Rachel de Queiroz, Gilberto Freyre? Você nunca se perguntou por que nunca foram feitas?

Eu queria fazer. Mas não vou. Porque o clima no Brasil, financeiro e jurídico, torna esses empreendimentos quase impossíveis. Quantos escritores brasileiros estão impedidos de escrever sobre a história do seu país, justamente por atitudes como as suas?

Por isso, também, essas declarações, de que o biógrafo faz isso só por amor ao lucro, ficam tão pouco elegantes na boca de Paula Lavigne. Toda a discussão fica em torno de nossas supostas “fortunas”.

Você sabe que no Brasil existem leis contra a difamação; que um biógrafo, quando cita uma obra ainda com “copyright”, tem obrigação de pagar para tal uso. Não é diferente de você cantar uma música de Roberto Carlos. Essas proteções já existem, podem ser melhoradas. Mas falo de algo bem diferente do que você está defendendo.

De qualquer forma, essas obsessões com “fortunas” alheias fazem parte de um Brasil do qual eu menos gosto. Une a tradicional inveja do vizinho com a moderna ênfase em dinheiro que transformou um livro, um disco, uma pintura em “produto cultural”.

Não é questão de dinheiro, Caetano. A questão é: que tipo de país você quer deixar para os seus filhos? A liberdade de expressão não existe para proteger elogios. Disso, todo mundo gosta. A diferença entre o jornalismo e a propaganda é que o jornalismo é crítico. Não existe só para difundir as opiniões dos mais poderosos. E essa liberdade ou é absoluta, ou não existe.

Imagino, e compreendo, que você pense que está defendendo o direito dos artistas à vida privada. Mas quem vai julgar quem é artista, o que é vida privada e sobre quem ou o que se pode escrever? Você escreve em jornal. Como o artista deve fazer, tem se metido no debate público. Sarney, da Academia Brasileira das Letras, escreve romances. Deve ser interditada também qualquer obra crítica sobre ele, sem autorização prévia?

Não pense, Caetano, que o seu passado de censurado e de exilado o protege de vocêse converter em outra coisa. Lembre que o Sarney, quando eleito governador do Maranhão, chegou numa onda de aprovação da esquerda.

Não seja um velho coronel, Caetano. Volte para o lado do bem. Um abraçaço do seu amigo,

Benjamin Moser

clarices

O que preocupa os jovens comunicadores

Informa Venício A. de Lima que cerca de seiscentos estudantes de jornalismo, publicidade, relações públicas e cinema, da maioria das unidades da federação, e com idade entre 19 e 23 anos, estiveram reunidos para discutir “A qualidade de formação do comunicador social”, tema geral do 34º Encontro Nacional dos Estudantes de Comunicação Social, Enecom PI 2013, que ocorreu de 20 a 27 de julho, no campus da distante Universidade Federal do Piauí, em Teresina.

Claudius Cecon
Claudius Cecon

 

por Venício A. de Lima

Chamou minha atenção a “metodologia” utilizada. O painel é dividido em “perfis” a serem apresentados por diferentes expositores, não necessariamente professores. Sobre a “Democratização da Comunicação” foram quatro perfis: 1. Por que a democratização da comunicação tem tudo a ver com você?; 2. Novas leis para um novo tempo: marcos regulatórios pelo mundo; 3. Construindo outras vozes; e 4. Das redes às ruas: a internet e a mobilização social da juventude. (…)

1. Diagnósticos e críticas não interessam mais. Precisamos discutir alternativas.

Como viabilizar a construção de alternativas locais de jornais populares? Quem teria mais credibilidade nos assuntos de interesse local, o Jornal Nacional da Globo ou um jornal produzido na comunidade? Quem os financiará? Quais parcerias coletivas são possíveis para viabilizar, por exemplo, a contratação “por serviço”, do maquinário ocioso de grandes jornais ou de gráficas?

2. A internet é importante, mas a maioria dos brasileiros ainda não tem acesso a ela. A banda larga é cara e de má qualidade. Precisamos criar alternativas complementares à internet.

A importância das rádios comunitárias é amplamente reconhecida. É necessário priorizar uma nova legislação que impeça a criminalização e o fechamento de rádios já existentes e amplie o seu alcance.

3. Não basta ser um canal de televisão público ou educativo para uma emissora se constituir em alternativa à mídia comercial dominante.

É preciso exigir dos órgãos fiscalizadores (Ministério das Comunicações) o cumprimento das obrigações dos canais não comerciais e transformá-los em espaços de veiculação de programação alternativa de qualidade.

4. A explicação midiática “pós-moderna” da total fragmentação de interesses e objetivos das manifestações de jovens não deve ser aceita sem discussão.

Por detrás da aparente fragmentação existem insatisfações comuns como, por exemplo, uma demanda por participação na construção de políticas públicas. Surge aqui a necessidade de se instalarem os conselhos de comunicação como espaço de interferência na destinação de recursos públicos nos planos estaduais de comunicação.

Com “os pés no chão”

O indispensável diálogo com os jovens é muitas vezes surpreendente. Os observadores de gabinete, analisamos movimentos de jovens sem conhecer o que de fato pensam esses sujeitos coletivos.

Mesmo levando-se em conta que boa parte de participantes dos Enecoms são jovens diferenciados porque envolvidos em militância estudantil, é gratificante observar que eles não estão – como em geral se acredita – “deslumbrados” com os falaciosos superpoderes das redes sociais virtuais. Na verdade, estão com “os pés no chão” e preocupados em encontrar formas factíveis de exercício profissional em suas respectivas áreas de formação, sem abrir mão de interferir politicamente nas transformações do país.

Ignorados pela grande mídia, no calor estorricado do Piauí, jovens futuros comunicadores sociais brasileiros “fazem” mais um Enecom e mostram saber muito bem o que querem.

Estão no caminho certo.

imprensa nanica jornalismo censura blogue

Nota do redator do blogue: Todas as redes sociais virtuais são censuradas sim, e seu tempo de exibição demasiado curto. Uma vida menor que a dos jornais impressos, que têm a duração de um dia, mas podem ser conservados, adquirindo assim uma permanência que depende das bibliotecas e arquivos.  Todas as mensagens na web desaparecem no ar. Principalmente os blogues, que possuem diferentes e diversificados tipos de censura. Inclusive estão destinados à solução final do apagão eterno.  T. A.

“A classe dos jornalistas está trabalhando muito e não está olhando direito para essas questões tão fundamentais” como o salário, a precarização do trabalho e o peleguismo sindical

Nos últimos anos, muitas coisas mudaram na profissão do jornalista. Entre elas, a formação política e a postura crítica, que foram prejudicadas. A afirmação é resultado do estudo feito pela professora e coordenadora do Centro de Pesquisa em Comunicação e Trabalho (CPCT), Roseli Fígaro, junto com os doutorandos Rafael Grohmann e Cláudia Nonato. Segundo Roseli, os profissionais de imprensa são majoritariamente não sindicalizados, de formação política débil e com pouca capacidade de análise.

pesquisalivro

 

A pesquisa completa, que começou a ser feita em 2010, será lançada no próximo mês. Matéria da Associação Brasileira de Jornalismo Investigativo (Abraji) revela que as conclusões qualitativas foram as que mais espantaram os pesquisadores. Em resumo, apontam para formação humanística fraca e foco muito claro na técnica por parte dos profissionais. De acordo com o pesquisador Grohman, o que mais chocou foi o depoimento de uma das entrevistadas ao dizer que o curso de jornalismo não poderia ensinar nada mais do que a empresa já tinha feito.

Além disso, há baixa presença do debate do jornalista enquanto profissional nas universidades. “O jornalista poucas vezes se pensa enquanto trabalhador, ele é o super-herói, o salvador da pátria. Acho que o maior crédito do nosso livro é provocar essa discussão. A classe dos jornalistas está trabalhando muito e não está olhando direito para essas questões tão fundamentais”, afirma Grohmann.

Por outro lado, a pesquisa mostra que existe precarização das condições de trabalho e pouco engajamento. “Acredito que isso se dê pela atual situação de empregabilidade e pela precarização desses laços, que tornam a questão da sindicalização e da organização muito frágeis”, explica Roseli.

O estudo ouviu 538 jornalistas no estado de São Paulo por meio de quatro tipos de amostra: profissionais abordados por redes sociais (principalmente via e-mail), profissionais do Sindicato dos Jornalistas, colaboradores contratados por grande empresa editorial e freelancers.

 

México. La violencia afecta el ejercicio periodístico

por Pamela López
“La situación de violencia que prevalece en el país es un contexto generalizado en el que tanto hombres como mujeres dedicados al ejercicio del periodismo se encuentran expuestos a la violencia, a la censura y a la violación de sus derechos, humanos y civiles”, expuso la periodista Anabel Hernández durante la presentación del Informe Diagnóstico Violencia contra Mujeres Periodistas 2010–2011 .“La violencia que existe contra periodistas, es una violencia generalizada en la que las mujeres somos parte de las víctimas, leer reportes sobre su ejercicio, como periodista, como mujer, es mirarse al espejo; es ver una situación que muchas veces no queremos reconocer pero que está ahí”.La autora del libro Los señores del narco destacó el 5 de octubre que en la “hecatombe que se vive en México”, la cuestión del género es una agravante mayor, pues las mujeres, por el modelo educativo patriarcal que prevalece en la sociedad, pocas veces denuncian ser víctimas de agresiones físicas, psicológicas o de cualquier otro tipo.

Invitó a reflexionar desde una perspectiva de género “el caos y la violencia que se vive en México”, y sobre todo, a mirar la situación de los periodistas de los medios de comunicación establecidos en otras entidades del país y quienes han sido víctimas de la violencia y represión.

“Eso es algo que como mujer periodista no puedo omitir, que no puedo borrar de mi propia biografía. Y no es que diga que la situación de los periodistas hombres es menos. Simplemente son circunstancias diferentes”, externó luego de dar a conocer la situación que vivió en el año 2009, durante el embarazo de su hijo Mateo, quien nació seis semanas antes de la fecha de parto y con serios problemas de salud, a consecuencia de las amenazas y la campaña de desprestigio lanzada en su contra por el secretario de Seguridad Pública, Genaro García Luna.

Finalmente, Anabel Hernández indicó que en la actualidad México requiere de periodistas comprometidos con el ejercicio de la profesión a pesar de los riesgos. “La violencia se enfoca a los periodistas para tratar de matar la libertad de expresión. Si nosotros aceptamos esa censura, si aceptamos las amenazas, los malos ganan”.

Fritz Utzeri reclama de matéria d’O Globo e chama o jornal de desonesto

por Moacir Japiassu

O considerado Fritz Utzeri relança o Montbläat, melhor semanário da internet, sinal de que recupera a saúde, e envia à coluna enérgico reparo à matéria d’O Globo sobre a morte de Dom Eugênio Sales:  

Estou p… da vida pela desonestidade de O Globo, jornal autocentrado que hoje luta “bravamente” contra a ditadura. Hoje (terça feira,10 de julho), o jornal noticia a morte de D. Eugênio Sales. Entre outras coisas, sob o título “A discreta ação em defesa dos perseguidos pelas ditaduras”,  o jornal conta a história dos perseguidos políticos do Cone Sul que o cardeal ajudou:

“Essa história veio à tona numa série de reportagens do Globo, assinadas pelo jornalista José Casado em março de 2008”. Na ocasião o jornal definiu a matéria como “furo de reportagem”.

Ora, em 25 de maio de 2000 – quase oito anos antes – o JB publicou uma extensa reportagem minha, entrevistando D. Eugênio, na qual ele – pela primeira vez – contava tudo o que a matéria do Casado contaria depois. O Título era: “Rua da Glória 446, a esperança”. Lá se revelava que nada menos que 5 mil perseguidos políticos brasileiros, chilenos, argentinos e uruguaios foram ajudados por D. Eugênio, que mantinha no Rio um apartamento para dar refúgio a esses perseguidos enquanto não iam para o exterior.

Nada tenho contra a matéria d’O Globo – aliás, muito boa -, mas “veio à tona” é um pouco demais.

Editor do Fantástico

Pessoalmente, creio, Deus levou o citado Dom Eugênio Sales para o céu. Porém o cardeal emérito do Rio de Janeiro, também emérito torcedor do Vasco, que deixou este mundo na segunda-feira, tem voltado desde então, durante as madrugadas geladas do Sítio Maravalha, para puxar os pés deste correligionário, num, digamos, reencontro espectral e medonho, quase trinta anos depois de meu trabalho sob suas ordens no Fantástico. 

“Itamar, muda a chamada do divórcio, que Dom Eugênio está enchendo o saco!”

O cardeal tinha um secretário especializado naquele que era (e ainda é) um dos mais populares programas da Rede Globo. O secretário escutava a heresia, avisava ao santo homem e este ligava para o doutor Roberto Marinho, que passava a bola pro Armando, que esticava pro Itamar — ou pra mim, que às vezes substituía o diretor-geral.  E assim seguia o show da vida.  

(Transcrevi Trechos)

Nota do editor do blogue: Estudante no Centro Internacional de Estudios Superiores de Periodismo para América Latina, em Quito, meu colega do XI Curso Internacional de Perfeccionamento en Ciencias de la Información Coletiva, padre Raul Farina, secretário de Imprensa da Diocese do Rio de Janeiro, pergunta se conheço dom Eugênio.

– Os padrecos, no Rio Grande do Norte, que não andavam na linha, colocaram um apelido nele: “Vice-Rei do Nordeste”.

Dom Eugênio, fisicamente parecia o papa Pio XII, alto e magro. Seco, diz seus conterrâneos de Acari, na região do Seridó. Seco de corpo e cara. Uma aparência que contrasta com a fisionomia caricata do bispo gordinho e sorridente e frouxo.

Rosto de sertanejo queimado pelo sol, e coragem de sertanejo que não teme o poder do cangaço e da polícia do governo, Dom Eugênio era um homem idealizador, e conseguia ser renovador, apesar de vaticanista.

Natal tem duas invasões que mudaram, e muito, seus costumes: a dos americanos, na Segunda Grande Guerra; e hoje, a do crime internacional. Estas invasões também explicam o Dom Eugênio antidivorcista. (Continua)

Greve de jornalistas fecha maioria das redações da Grécia

Uma greve de jornalistas contra despedimentos e cortes salariais devido à crise paralisou hoje grande parte dos órgãos de comunicação social da Grécia, noticia a AFP.

A maioria das televisões e estações de rádio está sem noticiários, a principal agência noticiosa, ANA, parou de divulgar notícias e a maioria dos grandes sites informativos está desactualizada. Prevê-se que a maioria das bancas esteja despida de jornais na terça-feira.

A greve foi convocada por poderosos sindicatos, que têm o poder de sancionar jornalistas que não adiram, pelo que a paralisação é efectivamente obrigatória.

Na sua moção, a associação de sindicatos exige novos acordos colectivos e medidas que protejam os empregos numa altura de grandes despedimentos colectivos.

Desde que a fase mais grave da crise da dívida grega começou, em 2010, perderam-se mais de 4.000 empregos no sector e alguns salários tiveram cortes de 20 a 30 por cento.

O sector da comunicação social na Grécia expandiu-se rapidamente após 1990, impulsionada pelo crédito fácil, falta de regulação e apoio político-partidário.

Três jornais fecharam nos últimos dois anos, incluindo a versão diária do maior jornal de esquerda, To Vima, que agora só sai ao domingo, bem como o diário Eleftherotypia e o canal de televisão privado Alter.

Lusa/SOL

CPI do Cachoeira, o “maior” jornalista do Brasil

Propus, faz tempo, que Cachoeira mereceu vários prêmios Esso de Jornalismo, e não os jornalistas que assinaram reportagens por ele na Imprensa e na Televisão.

Escreve Brizola Neto:

– Sabe por que americano samba com um dedinho levantado em cada mão?

– Não, por que?

– Pra que ninguém lhe olhe os pés, desajeitados…

A brincadeira carioca tem tudo a ver com o comportamento da mídia diante da CPI sobre Carlinhos Cachoeira.

Agora,dizem os jornais, é o Governo e a própria presidenta Dilma quem estariam temerosos de uma investigação. Só falta dizer que o Lula também.

Pura cortina de fumaça.

Pode haver até algum governista preocupado, por razões próprias ou por ser adepto da política de tratar a política como – a expressão é do Brizola – “um clube ameno”, onde o importante é o Vossa Excelência para cá e para lá e empurrando os dias de poder, algum poder, todos os dias, enquanto durar.

Se a Presidenta, acaso, deu uma “freada de arrumação” na participação de ministros seus na articulação da CPI, fez muito bem. A CPI não é do Executivo, não é “chapa-branca”. E ela é a comandante política do Governo, não os ministros.

Dispensa, portanto, a prudência “muy amiga” que lhe sugere a mídia.

Da mesma forma, é assim a “preocupação” dos jornalões com a possibilidade de que a CPI do Cachoeira “mele” o julgamento do dito “mensalão”.

Porque melaria, se uma coisa, como sustenta Merval Pereira isso não passa de uma “tentativa desesperada de criar um fato político que possa influenciar a decisão do Supremo sobre o mensalão”?

Se não há ligação entre uma coisa e outra, porque isso se misturaria?

Mas há, ou pelo menos há fortes indícios de que há.

É uma gravação ordenada por Carlos Cachoeira que deflagrou aquele processo.

E essa gravação, segundo um ex-integrante do grupo do bicheiro, foi feita e divulgada com o obejtivo de “vingar” o veto de José Dirceu à nomeação de um homem do esquema Cachoeira – o senador Demóstenes – para o controle de um setor importante para o bicheiro, nada menos que a Secretaria Nacional de Justiça.

Além disso, existem provas materiais da ligação próxima, íntima, entre Cachoeira e Policarpo Júnior, editor do centro daquela e de quase todas as denúncias que se fizeram contra o Governo Lula: a máquina de demolir reputações chamada Veja.

De novo, sirvo-me de uma das expressões do velho Brizola: um dos chefes do “Comando Marrom”.

Que, aliás, só é indulgente quando os escândalos atingem a direita, como no caso Demóstenes e no da “Privataria Tucana”.

Por isso, a nossa mídia está como o gringo no samba: “olhem o meu dedinho apontado para cima, não vejam os meus pés desengonçados”.

Vai apelar para tudo o que puder desviar o olhar de suas vergonhas e distribuir “conselhos prudentes” para que não se mexa demasiado no assunto, até a pretexto de preservar o Governo.

Anotem aí: falta pouco, muito pouco, quase nada, nada mesmo para que se atribua a Lula e a José Dirceu o escândalo Cachoeira.

Esta que o porta-voz da direita midiática, Merval Pereira, chama de “tática escancarada pelos blogueiros governistas” e que, segundo ele, “parece ter se tornado um verdadeiro tiro no pé” é, sim, de fato, um tiro no pé.

No pé enlameado de uma mídia que, proclamando-se moralizadora, chafurdou nas imundícies de um bandido para “cumprir” seu objetivo de desaestabilizar governos progressistas.

Uma missão cívica, que o indigitado Cachoeira resumiu soberbamente:

“- Limpando esse Brasil, rapaz, fazendo um bem do caralho pro Brasil, essa corrupção aí. Quantos (furos de reportagem) já foram, rapaz? E tudo via Policarpo.”

Moacir Japiassu escreveu uma obra prima sobre o golpe de 64: o romance Quando Alegre Partiste

Moacir Japiassu
Moacir Japiassu

Como jornalista, você esperava que a ditadura brasileira durasse mais de duas décadas? E, em sua opinião, os jornalistas e veículos de comunicação tiveram grande participação na derrocada do regime?

Imaginei que aquilo durasse pouco tempo. Tudo no Brasil é passageiro, menos o cobrador e o motorneiro, como se dizia antigamente. Os militares queriam dar o golpe desde 1945, com a deposição de Getúlio Vargas; não foi possível, então prepararam outra ação quando Getúlio se matou; também não deu. Houve tentativas outras, como o episódio de novembro de 1955, quando o general Lott garantiu a posse de Juscelino, mas somente em 1964 é que conseguiram, finalmente, tomar o poder.

Como você avalia a relação da mídia com os ditadores?

Apareceram os “líderes civis” daquela cretinice, como Magalhães Pinto, governador de Minas, e Carlos Lacerda, governador do Rio, mais um eito de generais, os “líderes militares”. Achei que era muita gente a mandar, a “revolução” não iria muito longe. Do ponto de vista histórico, não foi muito longe mesmo; porém, viver aquela desgraça por 21 anos foi uma das maiores perdas de tempo já verificadas neste país. Convém não esquecer que a chamada grande imprensa apoiou o golpe de 1964; depois, com seus interesses contrariados, começou a fazer oposição. O próprio Correio da Manhã, que havia publicado dois terríveis editoriais contra João Goulart, intitulados Basta! e Fora!, logo se arrependeu e partiu para o ataque aos militares, com seu cronista Carlos Heitor Cony na linha de frente.

Transcrevi trechos. Entrevista concedida a Anderson Scardoelli in comunique-se com.

Moacir Japiassu escreveu um clássico da literatura brasileira: “Quando Alegre Partiste – Melodrama de um delirante golpe militar”. Tem como cenário a Cidade do Rio Janeiro, antes e depois da queda de Jango. Idem Belo Horizonte. E as redações dos jornais do Rio nos dias 31 de março, e primeira semana da abril de 1964. Um romance gostoso de ler. Um documento único para conhecer a História do Brasil, do Jornalismo, da Cidade do Rio de Janeiro, a poesia de Jorge de Lima, a cultura, o comportamento e os costumes do povo brasileiro.