Paraguay. Un estafador es hoy la voz “empresarial” que dice quien debe gobernar

 

El titular de la Unión Industrial del Paraguay es hoy la voz “empresarial” que nos dice quien debe gobernar, como y con quiénes.  Su pasado de consultorías millonarias en el régimen de Stroessner y de estafa a entidades públicas, sin embargo, lo desautorizan.

Eduardo Felippo, de UIP, una de las principales figuras de la Expo 2012. Foto: El portal de Canindeyu.

“No hay un solo paraguayo trabajador que rechace este nuevo proceso” aseguró Eduardo Felippo, actual titular de la Unión Industrial del Paraguay, durante la conferencia de prensa organizada por periodistas afines, donde los gremios “productivos”, o “fuerzas vivas” según cierta prensa, dieron a conocer su apoyo al  y a la presidencia de Federico Franco, repudiando las críticas internacionales.

Eduardo Felippo, anterior titular de la Federación de la Producción, la Industria y el Comercio (Feprinco), es un de los principales “referentes” de  opinión y soporte utilizado por la prensa y el gobierno actual para legitimar la imposición de Franco.

Felippo, en el pasado se hizo de fortuna gracias a sus millonarias consultorías en las binacionales durante la dictadura. Fue también uno de los que estafaron al Instituto de Previsión Social con los millonarios créditos nunca devueltos durante la era Wasmosy.

Pese a estos antecedentes, hoy es utilizado como referente de opinión, la voz “empresarial” que indica quien debe gobernar, como y con quien.

Dictadura: monopolio de las consultorías en las Binacionales

Eduardo Felippo, bajo la dictadura de Stroessner, integraba el directorio de la firma Trafopar, socia de la consultora ETIC, que monopolizó por muchos años los servicios de consultoría en Yacyterá y tenía como socios a integrantes de Electropar. Los principales directivos de ETIC eran Jorge Prieto Conti, socio de Emprendimientos, de Electropar y de Electromon, además de alto funcionario de la ANDE cuando se firmó el tratado de Itaipú.

Prieto Conti fue uno de los pivotes del gobierno de Wasmosy en los Estados Unidos, donde se desempeñaba como embajador. Otro directivo de ETIC era  Pedro Antonio Cataldo Fernández que a la vez era socio de Emprendimientos y de Electropar. Asimismo, Jorge Pablo Krisch, era socio de Emprendimientos y de Electropar, además de director general paraguayo de Yacyretá por muchos años.

Darío Gutierrez Yegros y Genaro Díaz de Vivar, director de Trafopar también pertenecía a ETIC. Trafopar S.A. estaba presidido por Eduardo Felippo y era integrante del directorio de esta empresa Genaro Díaz de Vivar, directivo de ETIC.

Solo en Itaipú, las empresas consultoras facturaron 1.537 millones de dólares hasta 1991, según los archivos de la Binacional.

Era Wasmosy: los créditos nunca pagados

Felippo fue miembro del directorio de la Cervecería Internacional S.A., aquella aventura empresarial que se gestó bajo el gobierno de Wasmosy. En tal carácter, siendo amigo del presidente de la República, obtuvo un crédito sin condiciones por 15.000.000.000 de guaraníes.

Una vez agotado el dinero de los asegurados, mal invertidos y despilfarrados, la cervecería quebró e IPS recuperó apenas los despojos de una de las tantas estafas contra el Instituto.

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Golpe Paraguai. Hipótese sobre a estratégia dos EUA

por Flavio Lyra
Ao estimular deposição de Lugo, Casa Branca pode ter procurado cercar Brasil e Argentina, além de criar contencioso em Itaipu
Só ingênuos podem admitir que o golpe parlamentar que destituiu o presidente Lugo do Paraguai, no dia de ontem, não tem o dedo do Pentágono. Essa nova modalidade de golpe, inaugurada em Honduras em 2009, que destituiu o presidente Zelaya, articulada na base aérea que os Estados Unidos mantém naquele país centro-americano, teria sido mais uma vez aplicada com sucesso, ao menos, por enquanto.
É uma grande coincidência que tais fatos ocorram contra governos de esquerda que tentam realizar reformas em favor dos segmentos mais pobres da população, particularmente reformas agrárias. Tanto Zelaya, quando Lugo vinham tentando melhorar o acesso à terra a camponeses secularmente explorados por grandes latifundiários e realizar ações de proteção social aos segmentos mais pobres da população.
Não surpreende a atitude ambígua que o governo dos Estados Unidos adotou, inicialmente, no caso de Honduras e, posteriormente, favorável à substituição do presidente Zelaya. Agora, a história repete-se com o governo dos Estados Unidos achando que a destituição abrupta do presidente Lugo respeitou as regras do jogo democrático, quando nitidamente tratou-se de um conluio dos partidos derrotados na última eleição para livrar-se de um presidente vinculado a causas populares.
É muito provável que o pequeno Paraguai se dispusesse a confrontar as regras do Mercosul e da Unasul, entrando em conflito com seus dois vizinhos Argentina e Brasil, se não contasse com o estímulo e proteção do governo norteamericano. Certamente, que os governos do Brasil e da Argentina vacilaram claramente ao não acompanharem o desenvolvimento da conjuntura política no Paraguai, mormente quando se sabe que Washington estreitou muito suas relações com o Chile, depois do governo direitista de Piñera, e vinha realizando gestões para construir uma base militar no Paraguai. Tem sido denunciada a intenção de estabelecer um cerco a Brasil e Argentina.
Do ponto de vista da oligarquia paraguaia nada mais conveniente do que buscar apoiar-se no grande irmão do Norte para manter seus privilégios em desfavor da maioria do povo paraguaio, pois certamente não contaria com a boa vontade de Brasil e da Argentina, cujas políticas econômicas têm forte conteúdo social.
Agora, o problema está criado, pois estamos ameaçados em interesses muito concretos como é a manutenção dos acordos regionais do Mercosul e da Unasul, sem contar que existe
a empresa binacional de Itaipu,
importante fornecedora de energia para o Brasil, construída na fronteira entre Brasil e Paraguai.
Washington pode muito bem estar contando com o isolamento do Paraguai, no âmbito da região, para estreitar suas ligações com esse pequeno país e transformá-lo em ponta de lança contra as pretensões de maior autonomia de Brasil e Argentina.
No mundo atual, em que é notória a ação intervencionista generalizada, explícita e oculta, das grandes potências, especialmente dos Estados Unidos, nos países mais frágeis, especialmente os mais dotados de recursos naturais estratégicos, qualquer descuido dos organismos responsáveis pela segurança interna em relação ação dos órgãos do Departamento de Defesa dos Estados Unidos e outras potências pode acarretar funestas conseqüências para a segurança nacional.
Não me admiraria se algum dia vier a ser constatado que a crise do “mensalão”, durante a qual foi ensaiada uma tentativa de golpe, visando a destituição do presidente Lula, tenha contado com o apoio dos Estados Unidos. O denunciante do esquema, o deputado federal Roberto Jeferson, conhecido por sua atuação em episódios obscuros, poderia muito ter sido cooptado pelo departamento de Defesa dos EUA, para dar a sua denúncia o teor que assumiu. Suspeito fortemente que o que se denominou mensalão foi uma das operações, ilegais, porém freqüentes, com que tem sido financiadas as campanhas eleitorais no país, mediante o uso de “caixa 2” de empresas privadas ou públicas.
Não há por que não admitir que as ações que os Estados Unidos e as grandes potências vêm realizando de desestabilização dos governos de vários outros países, como acontece no Oriente Médio, inclusive com o fornecimento de armamento, não possam estar em vias de acontecer na América do Sul. Portanto, senhores governantes, não nos deixamos enganar pela cordialidade aparente dos ministros e governantes das grandes potências. Seus interesses, como tais, estão sempre em primeiro lugar e eles não hesitam em mobilizar meios, nem sempre os mais lícitos, para defendê-los.
Os Demóstenes Torres, Carlinhos Cachoeira e muitos outros infiltrados nas altas esferas do poder público e do setor privado e da grande imprensa, são candidatos naturais a montar esquemas de desestabilização dos governos democráticos, em associação com os serviços secretos das grandes potências e grupos políticos internos ameaçados em seus privilégios. É preciso combatê-los com toda a energia, sob pena de “só fecharmos a porta depois que o ladrão esteja dentro de casa”.

Franco Rivera ameaça o Brasil com um apagão

O apagão de 2009 em Santos, litoral paulista
O apagão de 2009 em Santos, litoral paulista

 

O ditador Federico Franco mandou um recado para Dilma: que ela aprove o governo dele. Válido para a presidente da Argentina Cristina Fernández de Kirchner. A ameaça em espanhol fica mais legal. Inclusive porque a imprensa brasileira vem escondendo o ultimato.

Se quejó del aislamiento que sufre su régimen y se refirió a las relaciones con la Argentina y Brasil, los dos grandes vecinos y socios en el Mercosur, junto con Uruguay, para “recordarles” a las presidentas Cristina Fernández de Kirchner y Dilma Rousseff que sus países “dependen” de Yacyretá e Itaipú, “cuya energía es imprescindible para Buenos Aires y San Pablo”

O apagão de Itaipu de 2009 deixou 18 Estados do Brasil sem energia.

A ameaça é humilhante e grave. Ou tem alguma nação atômica por trás dele ou prova seu despreparo para presidir o Paraguay, país vizinho e querido dos brasileiros.

O diretor que Federico nomeou para Itaipu, Franklin Rafael Boccia Romañach, pronunciou hoje um discurso reticente.

Em seu discurso de posse, o novo diretor da usina compartilhada com o Brasil defendeu a redução da venda de energia elétrica excedente aos brasileiros e o “uso pleno” dessa energia em território paraguaio.

“Não mais a venda de energia elétrica, embora nos traga divisas. Utilização plena de nossa energia no Paraguai, gerando indústria, postos de trabalho; energia elétrica para todos os níveis e todos os setores”, afirmou.
Pelo acordo de Itaipu firmado entre Brasil e Paraguai, a energia gerada pela usina é dividida em partes iguais pelos dois países. O acordo prevê que, caso uma das nações não utilize sua parte integralmente, poderá vender o excedente para o parceiro.

Atualmente, o Paraguai consome somente 10% da energia produzida por Itaipu e vende o excedente ao Brasil, que paga cerca de US$ 360 milhões anuais por essa energia.

Portanto, o Paraguai tem direito de usar até metade da energia produzida pela usina. De acordo com o ministro de Minas e Energia, Edison Lobão, não há hipótese de o governo do país vizinho deixar de vender ao Brasil o excedente não utilizado ou mesmo optar por negociar com outro cliente.

“Não tem linha de transmissão nem comprador [que não seja o Brasil]”, disse o ministro. “Não há hipótese de se bloquear a energia”, completou Lobão.