Farhad ForoutanianAlckmin privatizou a Sabesp. Vendeu ações na bolsa de Nova Iorque
MP de São Paulo instaura inquérito para apurar sigilo de informações da Sabesp
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Por Daniel Mello
O Ministério Público de São Paulo instaurou inquérito para apurar as razões que levaram a Companhia de Saneamento de São Paulo (Sabesp) a pôr sob sigilo informações sobre redes subterrâneas de água e esgoto. Em maio, a estatal classificou de secretos os projetos técnicos e a localização dos sistemas. Com a decisão, os dados só devem ser abertos ao público em 2030.
A Sabesp informou, por meio de nota, que as informações foram colocadas sob sigilo para evitar sabotagem ou vandalismo nas redes. “A Sabesp divulgará, ainda esta semana, a lista das entidades, em geral hospitais, em que foram feitas conexões às adutoras”, acrescenta o texto. A empresa usou como base para o sigilo o Decreto Estadual 58.052 de 2012. A norma permite tornar secretas informações que possam pôr em risco a vida, a segurança ou a saúde da população.
Na semana passada, o secretário estadual de Transportes Metropolitanos, Clodoaldo Pelissioni, revogou a classificação de ultrassecreto que havia sido dada a diversos documentos do Metrô e da Companhia Paulista de Trens Metropolitanos (CPTM). Com esse grau de sigilo, as informações só seriam disponibilizadas ao público após 25 anos.
Estavam nessa lista de classificação, publicada em julho de 2014, relatórios de acompanhamento de obras, registros de falhas do sistema, planos operacionais, processos administrativos para apuração de infração contratual, lista de funcionários e documentos de comunicação interna.
Em alguns casos, a justificativa também foi o possível risco à segurança da população. Porém, grande parte das informações foi classificada como ultrassecreta, segundo a Secretaria de Transportes Metropolitanos, por colocar em risco projetos de pesquisa ou ações de fiscalização para prevenção ou repressão de infrações.
Protesto foi organizado pelo MTST e denunciou que a água já falta nos bairros periféricos e castiga essencialmente a população mais pobre. Empresa responsável pelo abastecimento teve lucros e distribuiu dividendos milionários aos acionistas, investindo muito menos do que devia.
A falta de água vai afetar profundamente as condições de vida de mais de 20 milhões de pessoas, sendo que os principais prejudicados serão os mais pobres
Cerca de 15 mil pessoas participaram quinta-feira em São Paulo numa marcha pela água. Na convocatória do protesto, os organizadores alertaram para a iminência do colapso de todo o sistema de abastecimento hídrico da maior cidade do Brasil, já que “todos os reservatórios que abastecem as cidades da Grande São Paulo encontram-se nos níveis mais baixos de sua história”.
A falta de água, advertem, vai afetar profundamente as condições de vida de mais de 20 milhões de pessoas, sendo que os principais prejudicados serão os mais pobres e os que vivem na periferia. A convocatória recordou ainda que o governador de S.Paulo, Geraldo Alckmin, “atribui a falta d’água a São Pedro” e “chegou a garantir em campanha que não havia crise hídrica e que não faltaria água”.
O principal organizador da marcha foi o MTST (Movimento dos Trabalhadores Sem-Teto), mas o protesto contou também com o apoio de representantes da Central Única dos Trabalhadores (CUT), da União Nacional dos Estudantes (UNE) e de diversas outras entidades e lideranças políticas, como a ex-candidata à presidência Luciana Genro (PSOL).
O racionamento já é facto consumado
Cerca de 15 mil marcharam durante duas horas
A falta de água em S. Paulo já afeta milhões de pessoas. Enquanto o governador alimenta um debate sobre a necessidade ou não de fazer racionamento, este de facto já está a ser aplicado nas periferias, onde vive a população mais pobre e que não tem depósitos de água nas suas moradias. “É facto consumado. O racionamento – ou rodízio, como queiram – já ocorre há mais de um ano e afeta especialmente as regiões mais pobres de São Paulo”, escreve o coordenador do MTST, Guilherme Boulos, na Folha de S. Paulo. “A tendência, dado o nível dos reservatórios, é que se agrave e tenha que ser oficializado nos próximos meses”, prossegue, mas apontando a existência de um racionamento forçado e drástico em muitos bairros periféricos da cidade, onde chega a haver quatro dias sem água, para dois com água, ou água apenas das 2h às 6h da manhã.
A empresa responsável pelo abastecimento, a Sabesp (Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo), pede economia à população e multa quem consome mais. Mas há empresas que quanto mais consomem, menos pagam porque têm os chamados “contratos de demanda firme”. Isto é: centros comerciais, clubes, a Nestlé, a Rede Globo e até bancos são premiados pelo desperdício. Já os consumidores residenciais são punidos pelo excesso de consumo. O que prevalece neste caso é a busca do lucro que se sobrepõe ao serviço público.
Generosa distribuição de dividendos
A Sabesp é uma empresa de economia mista e capital aberto com ações negociadas nas bolsas de valores de São Paulo e de Nova York. O governo do Estado de São Paulo detém 50,3 % das suas ações, e as demais são negociadas na BM&F Bovespa (24,3 %) e na NYSE (25,4 %). Vinte e seis milhões de pessoas dependem dos serviços que oferece. É uma das 20 empresas mais rentáveis do país. Nos últimos sete anos, a companhia lucrou quase 10 mil milhões de reais. Desse montante, distribuiu 3,4 mil milhões aos seus acionistas e de uma forma generosa – a lei obriga a um pagamento mínimo de 25% do lucro, mas a empresa distribuiu dividendos que superaram 48% o mínimo legal. Nenhuma das grandes companhias de saneamento com ações negociadas na bolsa de Nova York deu ganhos tão bons em dividendos quanto a Sabesp.
Este é um dos fatores que explica a atual crise: preocupada em remunerar os acionistas, a empresa descurou o investimento ao ponto da total irresponsabilidade. Só assim se compreende o colapso do abastecimento de água no coração industrial do país.
Plano de emergência
“É facto consumado. O racionamento – ou rodízio, como queiram – já ocorre há mais de um ano e afeta especialmente as regiões mais pobres de São Paulo”, escreve o coordenador do MTST, Guilherme Boulos
“Em primeiro lugar, nós queremos um plano emergencial para minimizar o impacto desse racionamento que já ocorre nas periferias”, disse Guilherme Boulos durante a manifestação. “Instalar caixas d’água, cisternas e poços artesianos. Além disso, é necessário ter maior transparência do governo e participação popular no comité de gestão da crise. O movimento exige ainda o fim imediato dos contratos de demanda firme e nenhum reajuste na tarifa, isso é um absurdo”, explicou.
A marcha, que percorreu S. Paulo durante duas horas, até se concentrar diante do Palácio do governo do Estado, decorreu ao som do funk “Não vai faltar água”, em que a voz do governador dizendo que não iria faltar água em São Paulo é mixada com um “batidão” do ritmo funk. Bem humorados, os manifestantes apresentavam coreografias ao estilo de escolas de samba, como Índios fazendo a dança da chuva, um caminhão-pipa desfilando, e até Alckmin na banheira. Texto:EsquerdaNet/ Portugal. Fotos: Contadagua.Org
O racionamento d’água em São Paulo, região metropolitana e capital, virou um cenário de estudo das guerras futuras, entre países, pela posse do ouro azul.
Trechos de uma reportagem da agência inglesa BBC, por Renata Mendonça:
“É desumano. Chegou num ponto que a gente começou a ver situações inacreditáveis. Uma pessoa chegou na bica com uma arma e falou pro pessoal: passa a água! Olha a inversão de valores que a gente tem’.
Cenas como a descrita acima assustaram Victor Terraz, morador de Itu (102 km de São Paulo), a cidade mais afetada pela seca que assola o Estado de São Paulo. Assim como os outros 163 mil ituanos, ele tem sofrido com a falta de água na região, que já está há nove meses em racionamento.
A Águas de Itu é uma empresa privada que tem a concessão da prefeitura para o abastecimento de água da cidade. Em meio à crise, a companhia está disponibilizando caminhões pipa para levar água a residências, escolas, hospitais e prédios públicos. São cerca de 34 a 38 caminhões pipa por dia, segundo a empresa.
Mas os caminhões viraram alvo de ‘ataques’ da população. No desespero da falta de água, alguns moradores chegaram a fazer emboscadas para conter os caminhões da empresa antes que eles chegassem ao seu destino.
‘Aqui na rua, o caminhão foi passar só 1h30 da manhã, porque ele senão ele é atacado’, explica Luiz Carlos.
‘Os caminhões sofrem retaliações, teve um motorista de um deles que foi espancado, tudo isso por causa da briga pela água. Agora os caminhões que entram na cidade são escoltados pela guarda municipal para não dar problema’, conta Victor.
Publica G1: Em meio à crise de falta d’água que atinge a Grande São Paulo, a Polícia Civil prendeu na quinta-feira (10), durante a operação “Gato Escaldado”, o dono de cinco hotéis e o proprietário de uma churrascaria por furto de água.
Policiais da 3ª Delegacia de Investigações sobre Crimes Patrimoniais contra Órgãos e Serviços Públicos, do Departamento Estadual de Investigações Criminais (Deic), e técnicos da Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo (Sabesp) fiscalizaram nove locais e encontraram sinais de furto de água em uma churrascaria de Cangaíba, na Zona Leste, em cinco hotéis de um mesmo proprietário no bairro do Ipiranga e nas vilas Monumento e Clementino, na Zona Sul; e também em uma fábrica de gelo em Taboão da Serra, na Grande São Paulo. Os dois donos da fábrica de gelo ainda não foram localizados.
O Brasil, rico em água, possui os dois maiores aquíferos do mundo, e centenas e centenas de rios perenes, inclusive um Mar Doce, o Rio Amazonas.
Faltar água para o povo em São Paulo, um estado de cobiçada riqueza hídrica, pelas engarrafadoras de água de poço e de água mineral, pelos fabricantes de bebidas frias e quentes, e sorvetes, escancara a corrupção das outorgas, o entreguismo das privatizações, e a degradação do governo estadual.
As propostas do corrupto e mentiroso governador Geraldo Alckmin são indecentes. A começar pelo rodízio de quatro por dois (quatro dias sem água e dois com), para tentar evitar o colapso completo.
O racionamento coloca vizinho contra vizinho. A Folha divulga hoje: “Moradores de prédio em São Paulo escutam canos para vigiar banho dos vizinhos”.
Quando morei na Espanha da ditadura de Franco, para estudar na Universidade de Navarra, os meus vizinhos diziam, como piada, que as paredes que separavam os apartamentos eram finas, para uma família espionar a outra. Esse dedurismo, também, era incentivado no Brasil da ditadura militar de 64.
Os vizinhos Catherine Sabbagh e Aristides Costa em prédio que vigia banho de morador. O síndico incentiva que todos sejam “guardiães da água”
O biógrafo, romancista e poeta Fernando Monteiro observou, em sua página na intenert:
“São Paulo… Tem gente lá capaz de tudo — principalmente na faixa da alta renda.
Curioso: a moça sorri. E o senhor com camisa de grife esboça um… Bem, deixa pra lá.
[AQUI no Nordeste velho, desde pelo menos 1888, nós lidamos com secas horrendas e tivemos — ainda temos? — até a famosa ‘indústria da seca’ etc.]”
Previu, com humor, o professor universitário José Eugenio Guimarães: “Vai ter a ‘Delação premiada’ da água”.
Fernando Monteiro concluiu: “E senhores executivos de multinacionais fazendo cálculos exponenciais do consumo de água na descarga dos vasos sanitários dos vizinhos das torres residenciais mais altas”.
Contra a espionagem
Quando as principais providências seriam policiais: investigar as posses de outorgas, as privatizações, principalmente a da Sabesp, o tráfico de água para o exterior, e proibir a exportação de água, de cervejas e refrigerantes.
A campanha milionária para economizar água visa culpabilizar a população. Veja apenas uma prova do desgoverno
O poeta Juareiz Correya mostra a beleza do Rio Tietê antes de chegar a São PauloRio Tietê poluído na região de Salto, SP (Foto- Vinícius Marques:TEM Você)Rio Tietê em São Paulo Capital
Este cara era um médico parteiro. Era. Trabalhava de dia, estudava de noite. Até aí tudo bonitinho. Exemplar.
De repente começa a carreira de governador. Deixa de ser médico, e passa a ficar milionário. Doutor em privatização, e construtor de metrô super, super faturado.
Isso, sim, é emprego bom.
Tem que ri à toa. Coisa de rico. Que pobre, em São Paulo, nem água tem na torneira.
O novo presidente da Sabesp, Jerson Kelman, fez um alerta à população de São Paulo em relação à gravidade da crise hídrica que atinge o estado. “Se continuar uma situação muito ruim, vamos fechando a torneira. Isso significa maiores restrições à população. Podemos chegar ao rodízio, se necessário, mas não é o ideal”, afirmou.
Kelman falou que a companhia de abastecimento busca soluções emergenciais para suprir água às residências e empresas do estado mais rico do País.
Leia os links neste post para conhecer as safadezas da Sabesp no desgoverno de Geraldo Alckmin, que tem a blindagem da justiça.
O governador Geraldo Alckmin, com a cumplicidade da mídia vendida – os jornais das famílias Frias e Mesquita, e as revistas de papel cuchê editadas em São Paulo, a Veja e Istoé – , para se reeleger logo no primeiro turno, deu sua palavra de honra, de cavaleiro da TFP e da Opus Dei, que não faltaria água em São Paulo.
Mas a falta de água era uma tragédia anunciada. O abastecimento vinha sendo feito com o volume morto das represas. A verdade, a verdade verdadeira é que o governador mentiroso estava oferecendo lama para o povo.
A água estava prevista para faltar, oficialmente, na segunda-feira depois do domingo do primeiro turno. E a decretação do racionamento foi adiada para a segunda=feira depois do domingo de segundo turno, quando os tucanos tinham a esperança de eleger Aécio, via golpes eleitorais. Esconder a falta de água foi um deles.
Restaurantes fechados, uso de poços
10 cenários da iminente falta total de água em São Paulo
Café na Vila Madalena: fechado
por Edson Rodrigues
A cada dia que passa a crise da água em São Paulo ganha contornos mais e mais dramáticos para os habitantes da região metropolitana.
Os relatos de desabastecimento se espalham e o segundo volume morto está com os dias contados.
Os índices de armazenamento dos sistemas Alto Tietê, Guarapiranga e do Alto Cotia, somados à baixa pluviometria dos meses de setembro e outubro, desenham um futuro próximo que assusta o paulistano: a seca.
Além do cenário crítico cenário, os recentes vazamentos de áudios da Presidente da Sabesp e seu diretor metropolitano sobre iminente da falta d’água só contribuem ainda mais para a insegurança do cidadão à espera do pior.
Dilma disse, numa conversa gravada, que a Sabesp não alertou os consumidores por “orientação superior”.
Diante da realidade que se anuncia sem o esperado dilúvio, o cidadão terá que se adaptar a uma nova realidade: viver sem o mínimo de água. Algumas mudanças que a cidade deverá enfrentar no próximo semestre:
1 – Atividades domésticas: lavar louça, roupas, asseio sanitário e banhos escassos já fazem parte do dia a dia em diversas regiões. A opção será o uso de descartáveis e buscar alternativas para o banho diário. Tendência de agravamento.
2 – Comércio: bares e restaurantes serão os mais afetados. Grandes centros de compras e lojas enfrentarão dificuldades para disponibilizar o uso do sanitário para consumidores. Demissões não estão descartadas.
3 – Indústria: as empresas que não disponibilizam tecnologias de reuso de água optarão pela redução de carga horária ou interrupção das atividades. Inevitável ajuste de quadros de funcionários.
4 – Ingestão: a realidade já bateu à porta. O aumento do preço da água engarrafada e de caminhões pipa para abastecimento coletivo é fato.
5 – Uso recorrente a poços e minas: rasos, artesianos ou profundos colocam em risco a saúde pública diante do conhecido histórico de contaminação do solo e das águas subterrâneas em todo o território da região metropolitana de São Paulo.
6 – Aumento de casos de doenças de veiculação hídrica: após anos de avanço na redução da mortalidade infantil, as conquistas do Plano Nacional de Saneamento estarão em risco face ao uso indiscriminado de qualquer água disponível. Crianças e idosos serão os mais atingidos.
7 – Lazer: inevitável interrupção de atividades em piscinas e clubes devido à demanda de reposição. Parques, praças públicas, cinemas, teatros restringirão o uso de banheiros.
8 – Serviços: lavagem de automóveis e lavanderias só a seco. Outros dependerão de poços profundos próprios.
9 – Educação: suspensão das aulas e interrupção do calendário de ensino.
10- Horti-fruti: inevitável aumento no preço e redução da qualidade de produtos já estão em curso.
O que se aproxima num futuro muito próximo tem protagonistas: a estiagem, a má gerência da Sabesp e a incompetência do governo Alckmin para lidar com um bem escasso e coletivo, proporcionando um cenário que costumava estar restrito à ficção.
O governo do PSDB em São Paulo está devendo uma explicação aos paulistas. O estado mais rico do Brasil, infelizmente, está passando por uma crise sem precedentes no abastecimento de água. Segundo pesquisa do Datafolha, 60% dos moradores da capital paulista dizem ter ficado sem água em casa em algum momento nos últimos 30 dias. Mas os tucanos precisam explicar por que só agora passaram a admitir o problema, mesmo sendo alertados pelos técnicos da área há praticamente um ano.
A situação é “gravíssima”, como finalmente reconheceu Dilma Pena, presidenta da Sabesp, a estatal do governo paulista responsável pelo abastecimento da Capital. Sua declaração, dada uma semana depois da vitória do tucano Geraldo Alckmin no primeiro turno, mostra o quanto o PSDB foi irresponsável com a população, ao subordinar um tema tão vital aos interesses eleitorais dos tucanos.
Pior ainda: no mesmo depoimento à CPI da Sabesp, na Câmara Municipal, Dilma Pena disse que estaria proibida pelo TRE de fazer a publicidade que julgava correta para alertar a população. Segundo o jornal O Estado de S. Paulo, a Justiça Eleitoral nega esse veto. Mas certamente nada a teria impedido — a não ser a conveniência eleitoral — de ter sido transparente e falar tudo o que desejava numa entrevista ou comunicado da Sabesp, por exemplo.
Se na economia, os tucanos gostam de plantar inflação para colher juros altos, no caso da crise da água está evidente que plantaram desinvestimento e agora estão obrigando a população a colher racionamento. Em Cristais Paulista, por exemplo, 1.600 crianças estão sem aulas, suspensas por causa da falta de água nas escolas.
Se os governos do PSDB tivessem feito as obras planejadas para aumentar a reservação no Estado e diminuir a dependência da Capital do Sistema Cantareira, o quadro seria outro.
O primeiro passo agora para atenuar o problema é o governo estadual em São Paulo abandonar a postura arrogante. Durante a eleição, o governador Geraldo Alckmin chegou a dizer que não faria racionamento porque as chuvas sempre vem nos meses que têm a letra “r”. O povo paulista acreditou nele quando a chuva não veio em maio, junho, julho ou agosto. Mas qual é a explicação do governador, agora que setembro passou e outubro está quase no fim e a chuva ainda não chegou?
Reconhecer a gravidade do problema e ter humildade para aceitar a ajuda do governo federal é o que a população de São Paulo espera dos tucanos. A presidenta Dilma anunciou que está autorizando um empréstimo de R$ 1,8 bilhão da Caixa Econômica Federal, a juros subsidiados, para o consórcio responsável pelas obras do Sistema São Lourenço, que vai reforçar o abastecimento de São Paulo. É mais uma ação de Dilma, responsável pelo maior pacote de investimentos e obras da história de São Paulo.
Além disso, Dilma colocou seu governo inteiramente a disposição para qualquer ajuda que alivie o sofrimento dos paulistas em relação a crise da água, mas a Constituição determina que esse auxílio precisa ser pedido pelo governador.
Infelizmente, pelo que se viu na CPI da Sabesp, os tucanos preferem a chacota à seriedade no enfrentamento da questão. Uma gravação feita durante uma das sessões da CPI captou diálogo entre a presidenta da Sabesp, Dilma Pena, e o vereador do PSDB Andrea Matarazzo. Eles classificaram os trabalhos da CPI como “teatrinho”. Segundo reportagem da Folha de S. Paulo, “Matarazzo tentava tranquilizá-la e afirmou que a comissão ‘não tem a menor consequência (efeito)’”. Ao que a presidente da Sabesp respondeu: ‘teatrinho’. O tucano, então, concordou dizendo: ‘totalmente’”. Um diálogo que parece servir como epílogo da encenação eleitoral com que os tucanos trataram a crise da água.
Na origem do problema está o equivocado modelo de gestão do PSDB. E não a seca, como os tucanos tentam justificar para a população. No lugar de usar uma parte do lucro das empresas estatais para fazer as obras que teriam evitado o atual sofrimento da população, os governos tucanos optaram por pagar os maiores dividendos aos acionistas das empresas estatais, incluindo especuladores da Bolsa de Nova York. Foi pensando e agindo assim que os tucanos levaram o Brasil ao racionamento de energia, em 2000. Agora, infelizmente, o mesmo quadro se repete em São Paulo, onde a insensibilidade do PSDB provocou algo impensável até pouco tempo atrás: o paulista já está vivendo sem a garantia de ter água em casa para as atividades mais simples, como tomar banho ou lavar louça.
Está na hora do gigante acordar. São Paulo é o maior pib do Brasil, e um estado rico em recursos hídricos.
Faltar água em São Paulo é sacanagem com o povo, muito descaso e desgoverno.
ACORDA SÃO PAULO!
A maioria dos paulistanos enfrentou problema de falta d’água nos últimos 30 dias, aponta pesquisa Datafolha. O levantamento, divulgado na edição desta segunda-feira (20) do jornal “Folha de S.Paulo”, indica que 60% dos moradores da cidade de São Paulo ficaram com as torneiras secas no período.
A situação é pior para moradores de casas: 67% dos entrevistados disseram ter sofrido com a falta de água nos últimos 30 dias. Já quem vive em apartamentos teve menos dor de cabeça: 26% deles relataram o problema no mesmo período.
Os edifícios de luxo possuem outorga para poço tubular, também conhecido como poço artesiano. A outorga é concedida pelo Estado, para os amigos do rei, e os industriais da seca, que vendem água em caminhões-pipa, e em garrafas e garrafões plásticos. Aqui entram as fábricas de água, a maioria pertencentes a multinacionais.
No Brasil vende-se muito água de poço como água mineral. Também existem poços clandestinos. Tudo indica que o edifício residência de Geraldo Alckmin, um oásis de luxo, possui um poço tubular.
Condomínio onde Alckmin tem apartamento mantém 5 piscinas cheias, de acordo com o colunista Chico Felitti: http://uol.com/bjdYkY.
Vários moradores não usam a piscina coletiva. Os apartamentos de máximo luxo, de dois a três andares, possuem piscina particular.
Racionamento decretado em 54 municípios
Mais de 5o % dos moradores de São Paulo Capital culpam o governador Geraldo Alckmin pela seca em São Paulo. Este reconhecimento não existia antes do segundo turno, que a Imprensa escondia o racionamento.
Uma em cada cinco cidades do estado de São Paulo que não são abastecidas pela Sabesp já pratica racionamento de água, segundo levantamento feito pelo Bom Dia São Paulo. São 54 municípios nessa situação, de um total de 282 não abastecidas pela companhia.
Outras cinco cidades estudam começar um racionamento em até duas semanas e 12 admitem que falta água em alguns momentos devido à estiagem.
Veja lista das 54 cidades não atendidas pela Sabesp com racionamento já decretado:
Aguaí
Águas de Lindoia
Américo Brasiliense
Araras
Ariranha
Barretos
Batatais
Bauru
Bebedouro
Casa Branca
Cordeirópolis
Cosmópolis
Cravinhos
Cristais Paulista
Cruzeiro
Dobrada
Dois Córregos
Guaiçara
Guararapes
Guarulhos
Indaiatuba
Itápolis
Itapura
Itu
Jardinópolis
Mauá
Mirassolândia
Morro Agudo
Neves Paulista
Nova Odessa
Nuporanga
Paraíso
Patrocínio Paulista
Pereiras
Pitangueiras
Rio das Pedras
Saltinho
Salto
Santa Cruz das Palmeiras
Santa Fé do Sul
Santa Isabel
Santa Rita d’Oeste
São Joaquim da Barra
São José do Barreiro
São Pedro
Sorocaba
Taiúva
Tambaú
Uchoa
Urupês
Valinhos
Vargem Grande do Sul
Vera Cruz
Vinhedo
Alckmin embolsa 50% dos lucros da Sabesp e ainda reduz investimentos
por Conceição Lemes
na Região Metropolitana de São Paulo, a causa fundamental da crise da água é outra: a decisão política dos sucessivos governos tucanos de não investir em novos mananciais desde 1985, apesar dos estudos e alertas de especialistas.
Não foi por falta de dinheiro em caixa!
Em 2005, o Departamento de Águas e Energia Elétrica do Estado de São Paulo (DAEE), por delegação da Agência Nacional de Águas (ANA),outorgou à Sabesp o uso da água reservada no Sistema Cantareira exclusivamente para fins de abastecimento público (veja o PS do Viomundo).
Pois bem, de 2005 a 2013, os lucros da Sabesp, em valores corrigidos, atingem R$ 13,7 bilhões.Seu patrimônio líquido, R$ 12,9 bilhões. O que significa rentabilidade média neste período (lucro frente ao patrimônio líquido) foi de 11,86%. Os dados são de balanços da própria empresa.
A Sabesp, portanto, é altamente lucrativa e poderia reaplicar os ganhos na ampliação dos serviços à população.
Rentabilidade da Sabesp
Os lucros de 2005 a 2013 dariam para construir seis vezes o Sistema Produtor de Água São Lourenço, cujas obras tiveram início somente em 10 de abril deste ano.
São Lourenço irá ampliar a capacidade de abastecimento da Região Metropolitana de São Paulo. A obra ficará pronta apenas em 2019. O investimento total previsto é de R$ 2,21 bilhões.
Ou seja, se desde 2005 a Sabesp tivesse reinvestido parte dos lucros na construção do Sistema Produtor de Água São Lourenço, ele já estaria pronto e evitado a falta de água na Região Metropolitana de São Paulo, mesmo com a forte estiagem.
Mas há outro dado que demonstra que realmente o abastecimento de água não foi prioridade da Sabesp nos últimos anos: a diminuição de investimentos na tanto na Região Metropolitana quanto no interior paulista. Os dados também de balanços da empresa.
Sabesp: Investimento em água no Estado de São Paulo
Na Região Metropolitana, os investimentos caíram, em valores corrigidos, de R$ 721 milhões, em 2011, para R$ 652 milhões, em 2013. Queda de mais de 9%.
No interior, a diminuição foi de 21%. Em valores corrigidos, em 2011 foram investido R$ 572 milhões; em 2013, R$ 451 milhões.
Detalhe: dos valores investidos pela Sabesp em água em 2013, 30% foram bancados pelo governo federal, via bancos públicos.
De 2005 a 2013, o total investido em água pela Sabesp na Região Metropolitana de São Paulo atingiu R$ 5,1 bilhões. Média de R$ 575 milhões em valores corrigidos.
No mesmo período, no interior, a Sabesp investiu R$ 3,2 bilhões no interior. Média por ano de R$ 359 milhões e uma diferença de 60% a menos em relação à Região Metropolitana.
Daí as perguntas que todos devem estar fazendo: por que o governo Alckmin não exigiu que a Sabesp investisse em novos mananciais, já que estudos alertavam para essa necessidade?
Por duas simples razões: insensibilidade política e falta de planejamento a médio e longo prazos.
Para começar, foi Geraldo Alckmin, lá atrás, quem decidiu vender 49,74% das ações da Sabesp ao mercado.
O governo paulista deteve 50,26% do capital da empresa. Consequentemente, ficou com R$ 6,9 bilhões dos R$ 13,7 bilhões lucrados pela empresa 2005 a 2013. Aos acionistas privados couberam R$ 6,8 bilhões dos lucros.
Alckmin, talvez contando com a ajuda do céu, preferiu embolsar os lucros da Sabesp e engordar os bolsos dos acionistas do mercado a exigir a ampliação da captação de água. São Pedro resolveu não colaborar, fazendo aflorar o descaso e irresponsabilidade dos tucanos.
Adán Iglesias Toledo
Leia também:
Sabesp entope as torneiras de propaganda dizendo que falta d’água é planetária
Alckmin tira o corpo fora. A propaganda tucana convida o povo para que se torne “guardião das águas” e economize.
Seria uma “versão líquida” daqueles fiscais que o ex-presidente José Sarney convocou para monitorar o preço da carne no pasto, nos tempos da inflação descontrolada.
Tambores de água e banho de canequinha voltam à cena em SP
A represa Jaguari, localizada na divisa de Minas Gerais, reservatório escolhido por Alckmin para a solenidade de bombeamento do volume morto.
O cenário presenciado é caótico. A represa está praticamente seca. A água só pode ser vista em pontos isolados da região.
Para se ter uma ideia da gravidade da situação, vários moradores para encurtar o trajeto entre os bairros, optam por caminhar dentro do que antes foi o leito da represa Jaguari, uma das duas principais reservas hídricas da Cantareira, o mais importante sistema de abastecimento de água da Sabesp.
Vestígios de casas de um antigo vilarejo, que foi inundado pelas águas quando a represa foi construída, também podem ser vistos no que já foi o fundo do reservatório. Piers que serviam de ancoradouro para os barcos dos moradores dos condomínios de luxo que existem à beira da represa despencam por falta de água.
Viúva, Maria de Lurdes enfrenta a falta de água com a filha, o genro e o neto, de 13 anos, mas considera ainda mais grave o caso de famílias que têm filhos pequenos. “Pra quem tem criança a situação é ainda pior. A gente pode juntar e lavar uma vez por semana, mas quem tem criança pequena faz o quê?” questiona.
Esse é o caso professora de educação infantil Gislaine Ferreira, 35 anos. Mãe de um adolescente de 16 anos e uma menina de um ano e cinco meses, ela ressalta que passa o dia todo fora de casa e que no horário em que retorna não tem água nas torneiras para executar as tarefas do lar. “A gente trabalha o dia todo fora, meu tempo disponível pra fazer as coisas em casa é à noite, mas não posso, porque não tem água. Aí fica complicado.”
“Para onde vai tanto dinheiro”, pergunta, ao se referir à falta de investimentos para evitar o racionamento de água. “Quem tá no comando não vai fazer nada? Vai ficar assistindo? No Palácio dos Bandeirantes não falta água, lá é tudo bem limpinho”, critica.
O aposentado Zélio Pinheiro, de 75 anos, morador às margens da represa Jaguari, também conta que nunca passou por um problema parecido. “Nunca vi uma coisa assim na minha vida. A gente fica preocupado com a água sumindo. Como é que a gente vai ficar?”, pergunta apreensivo.
Mas não só os mais idosos que se preocupam com a falta de água. Os estudantes universitários Caio Custódio, de 18 anos, e sua namorada, Ana Carolina Poleti, de 19 anos, tiraram a tarde do último sábado, 17, para fazer uma visita ao que já foi uma imponente represa. “Antigamente, a gente vinha com os pais aqui, para pescar. Hoje é triste voltar… Nossa… como tá seca”, afirma surpreso. Leia outros testemunhais. E veja vídeo
Represa Jaguari
“Os Marinho preconizam para a Petrobras e Brasil o que Sabesp fez em SP”
A Sabesp, em São Paulo, conforme mostram reportagens do Viomundo e de Carta Maior, fez exatamente o que os Marinhos preconizam para a Petrobrás e para o Brasil.
Afastou o interesse público do comando estratégico da gestão.
Em vez de investir, tucanos distribuíram nos últimos anos cerca de R$ 500 milhões, em média, aos acionistas da empresa.
Sobrou para a sociedade o volume morto da Cantareira.
A partir deste domingo, as torneiras de milhões de residências estarão gotejando neoliberalismo líquido.
A sociedade que emergiu das conquistas sociais e econômicas acumuladas a partir de 2002 não cabe nos limites estreitos que essa lógica oferece.
Dito de outra forma.
A coexistência de um Brasil urgente, disposto a comandar seu próprio destino, é imiscível com a estrutura de riqueza e comunicação simbolicamente condensada no caricato papel que a família Marinho e seus negócios protagonizam no país.
Seu poder desmedido para manipular conflitos, desqualificar projetos e usufruir privilégios distorce e constrange as vozes que precisam ser ouvidas nesse Rubicão da nossa história.
A travessia só se completará de forma emancipadora se o campo progressista souber erguer linhas de passagem feitas de reformas, prazos e metas críveis aos olhos da população.
Trata-se de estender o horizonte da sociedade para além do volume morto, ao qual os campeões da Forbes gostariam de circunscrevê-la. Leia mais. Entenda porque os barões da mídia defendem o Retrocesso.
Os irmãos Marinho de braços cruzados para a falta de água em São Paulo. O racionamento escondido para eleger Alckmin e Aécio
As águas e os tucanos: Sabesp segue Sanepar e privilegia acionistas
Para o geólogo e deputado estadual Adriano Diogo (PT-SP), líder da minoria (PT – PSOL – PCdoB) na Assembleia Legislativa de São Paulo, a lógica do lucro na Sabesp é anterior à década de 90, e remonta à época da ditadura militar. “Vem desde o Maluf, mas os tucanos intensificaram a mercantilização da água ao abrir o capital da Sabesp em Bolsa. Isso agudizou o problema, porque os acionistas não querem abrir mão do lucro para se fazer os investimentos necessários, por exemplo, na ampliação dos mananciais.”
Apesar de não ter sido privatizada nos moldes tradicionais, na prática a Sabesp deixou de ser pública. Em 2000, a companhia teve inclusive seu capital acionário aberto na Bolsa de Nova York. “Com a abertura do capital, a companhia deixou de ser uma empresa de saúde pública e virou um balcão de negócios. Só se preocupa com o lucro dos acionistas, que estão muito satisfeitos”, afirma o professor Julio.
Com faturamento anual na casa dos R$ 10 bilhões e lucro líquido em torno de R$ 2 bilhões, a Sabesp tem repassado anualmente a seus acionistas aproximadamente R$ 500 milhões. “Os acionistas estão dando risada, enquanto os usuários choram”, ironiza o professor, ao se referir à falta de água que atinge os moradores da região metropolitana de São Paulo.
O professor conta que dez anos após o capital da companhia ter sido aberto na Bolsa de Nova York, a Sabesp foi premiada nos Estados Unidos por ser a empresa que mais se valorizou no período. “Sucesso financeiro e fracasso completo em saúde pública…”, sentencia.
Lucro X Investimento
Para ele, a abertura das ações na Bolsa de Nova York é um dos principais motivos da falta de investimento na ampliação dos mananciais para o abastecimento de água da população de São Paulo. “Não investe porque só quer ter lucro para repassar aos acionistas. Estar na Bolsa de Nova York é sintomático. A Sabesp entrou na lógica do lucro, deixou de se preocupar com água e saneamento básico, para se preocupar com seus acionistas.”
O deputado petista destaca que o comportamento da Sabesp é diametralmente oposto ao da Petrobras, que também tem ações em Bolsa, mas não abriu mão de investir. “A Petrobras não deixou de fazer os investimentos necessários, tanto é que descobriu o pré-sal”, alfineta. Adriano Diogo também é critico em relação ao valor da tarifa cobrada dos usuários pela Sabesp. “É uma das contas de água mais caras do mundo. Isso é para dar lucro para os acionistas.”
Para o ex-governador do Paraná, senador Roberto Requião (PMDB-PR), “o aumento da tarifa e a fantástica distribuição dos lucros nas bolsas” são consequências da privatização do interesse público. “O objetivo não é mais o saneamento básico e a purificação da água, mas dar lucro aos acionistas. Transformaram a água numa commodity [mercadoria]”, critica.
Requião afirma que o resultado de uma empresa de água deve ser medido pelo serviço que presta à população e não pelo lucro que gera a seus acionistas. Ele teme que seus adversários também abram o capital acionário da Sanepar, a companhia de água e saneamento do Paraná, em Bolsa. Parte dela já havia sido vendida por seu antecessor.
“Empresa de água tem de ser pública. Quando saí do governo, deixei em caixa na Sanepar R$ 1 bilhão. O Beto Richa (atual governador do Estado) chegou e aumentou a participação (dos acionistas) de 25% para 50% e passou a não fazer mais investimentos. O Estado não tem de tirar dinheiro da empresa, tem de reinvestir.”
O governador Beto Richa, do Paraná, é do mesmo partido de Geraldo Alckmin, seu colega paulista: PSDB.
Represa da Cantareira
Dilma: “Fizemos lá (no Nordeste) o que o Alckmin não fez em SP”
No Nordeste, até o final do mandato Dilma deverá entregar 750 mil cisternas como parte do programa Água para Todos.
* Uma casa que gasta 100 reais com água por mês deve passar a gastar 1 mil reais
* Empresa de caminhões-pipa disse que pode chegar a leiloar água
* Os industriais da seca e acionistas da Sabesb vão faturar os tubos
* O tucano Alckmin continua na mentira de que sobra água na torneira
Como a crise da água em SP pode secar também o seu bolso
Payam Boromand
por Priscila Yasbek
É uma questão de tempo até que a crise de abastecimento de água no Estado de São Paulo chegue ao bolso das famílias paulistas, segundo especialistas e profissionais do setor de recursos hídricos.
Apesar de ser difícil precisar o tamanho do impacto nos orçamentos, Helio Mattar, presidente do Instituto Akatu, chega a palpitar que o custo da água será dez vezes maior do que o atual. E, caso o problema não seja resolvido, o céu é o limite para o aumento dos gastos.
“Se imaginarmos que vamos ficar sem água, quanto vale um litro? Qualquer coisa. Em um chute eu diria que uma casa que gasta 100 reais com água por mês deve passar a gastar 1 mil reais. Não tem chovido em outubro e a chuva de novembro é esperada com base em dados históricos, por isso eu chutaria que em dois meses o custo da água deve ser multiplicado por dez”, afirma Mattar.
A equação é muito simples: com uma redução na oferta de água e manutenção da demanda, o preço sobe. É a lei da oferta e demanda, quanto maior a demanda e menor a oferta, maior é a pressão sobre o valor do bem em questão.
Ocorre que, como a água é um recurso de necessidade básica os preços não flutuam tão livremente e de maneira tão óbvia quanto o preço de um tomate por exemplo, que sofre uma alta se a safra é ruim e não conta com subsídios.
Como o governo interfere nos preços da água, é difícil estimar com exatidão qual pode ser o comportamento dos preços, já que isso dependerá da forma como será gerenciada a crise daqui para frente.
O problema
A crise de abastecimento afeta a Grande São Paulo e a região de Campinas, onde cerca de 12 milhões de pessoas são abastecidas pelo Cantareira.
Neste momento, a Sabesp está usando o volume morto do Sistema Cantareira para abastecer os lares paulistas, um reservatório que armazena a água que fica no fundo das represas.
O uso dessa primeira reserva de volume morto deve durar até o dia 15 de novembro, segundo a concessionária, e o próximo passo é usar a segunda cota do volume morto. “Mesmo se usado o segundo volume morto, temos água apenas até abril do ano que vem, mas essa previsão pressupõe que ocorra o regime de chuva normal e isso absolutamente não se pode garantir”, diz Helio Mattar.
“O governo afirmava que não havia racionamento, então como é possível não ter racionamento se o volume de água caiu pela metade? É óbvio que há racionamento e ele começou pela periferia, lentamente foi se aproximando do Centro e hoje está em todas regiões”, afirma Mattar. Leia mais
O governo do Estado de São Paulo estava ciente da necessidade de investir em reservatórios de água há 10 anos. Os relatórios já indicavam que a dependência do sistema Cantareira seria prejudicial em caso de seca extrema. O que foi feito desde 2004? Nada.
Dilma ofereceu ajuda ao governo tucano, mas não houve interesse em dar andamento às obras. Relatórios internacionais mostram que a falta de água em São Paulo é consequência da falta de planejamento do governo estadual. É assim que o PSDB planeja governar o Brasil?
O oásis tucano de Alckmin
Condomínio onde Alckmin tem apartamento mantém 5 piscinas cheias, de acordo com o colunista Chico Felitti: http://uol.com/bjdYkY
A Sabesp vende ações na bolsa de Nova Iorque. Proprietários de poços artesianos negociam água. Donos de frota de caminhões-pipa abastecem palacetes e condomínios de luxo. Fábricas aumentaram o engarrafamento de água mineral. São Paulo é um estado rico em recursos hídricos: O mapa recortado por rios perenes, cascatas, fontes e aquíferos.
São Paulo, dispõe do segundo maior aquífero do planeta, é um estado exportador de água para o Brasil e exterior.
Água apenas falta nas torneiras dos pobres e da baixa classe média, que fazem fila para encher baldes nas torneiras dos caminhões-pipa. A água gratuita está garantida até o dia das eleições, que Alckmin precisa eleger Aécio.
A discussão do dia, se a água vai faltar antes ou depois de novembro, um bate-boca para despistar os bobos. A justiça PPV, existem 360 desembargadores no TJ-SP, carece intervir. Água é alimento, disse a ONU. Negar água ao povo, um crime de lesa humanidade. As outorgas estaduais e da ANA, prostituta respeitosa, precisam ser revistas.
Veja o valor das dez maiores empresas
Jornal Hoje – Mais de 40 cidades de São Paulo enfrentam problemas no abastecimento de água. A forma que muitos moradores e empresários encontraram para não ficar sem é comprar água de empresas que têm poços artesianos.
. Quase oito milhões de pessoas têm motivos para se preocupar com a falta de água. O Sistema Cantareira, que abastece quase a metade da população da Grande São Paulo, está no nível mais baixo da historia: 3,9%. Hoje, tem apenas 40 bilhões de litros de água do primeiro volume morto. Ainda restam mais 106 bilhões de litros de uma segunda reserva que, agora, pode ser usada.
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O governo de São Paulo conseguiu derrubar na Justiça a liminar que impedia a retirada de água desse segundo volume morto. O uso das reservas técnicas só é possível com a transferência da água de um reservatório para outro.
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O Sistema Cantareira tem seis represas interligadas por 48 quilômetros de túneis. A Atibainha, em Nazaré Paulista, por exemplo, chegou na quinta-feira (16) ao nível zero pelo sistema de captação atual, mas ainda tem 26 bilhões de litros estocados.
De acordo com a Sabesp, a água é suficiente para garantir o abastecimento até março do ano que vem, mas casas, prédios e indústrias de São Paulo já têm sido obrigados a recorrer aos caminhões-pipa.
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“Uma pessoa que compra um caminhão-pipa de água tem que procurar saber a procedência, se ela realmente vem de um poço artesiano, se existe uma análise de água, se ela tem os padrões de potabilidade”, alerta Carlos Alberto de Freitas, presidente da Associação Brasileira de Águas Subterrâneas
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Saber se a água que sai debaixo do poço é de boa qualidade é só o primeiro cuidado. É preciso conferir também como está a manutenção do reservatório, da tubulação e ter certeza de que o tanque do caminhão-pipa, que leva a água até a casa, está limpo, não está enferrujado e se está livre de bactérias que possam fazer mal para a saúde.
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O movimento de uma empresa que vende água de poços artesianos dobrou desde o último fim de semana. O preço também. O dono garante que a água é de qualidade. “Em um dia do mês, nós atestamos todos os caminhões, pegamos amostras da água que já está dentro do tranque e fazemos o laudo”, afirma Antonio Belentani Neto, dono da empresa.
. Algumas empresas que vendem água de poço artesiano aumentaram bastante o preço. Um caminhão com 20 mil litros pode custar de R$ 500 a R$ 1.700.
Moradores das zonas Norte e Sul de São Paulo ouvidos pelo G1 nesta quinta-feira (16) dizem que já estão ‘acostumados’ com a falta d’água em suas casas. Uma dona de casa de 50 anos contou que o problema já virou ‘rotina’.
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“A gente vai se acostumando, já que não chove nunca. Já até virou rotina pra gente ficar sem água. Tem que ficar tomando banho de caneca”, lamentou Maria da Silva, que vive no bairro da Pedreira, na Zona Sul.
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Maria disse que, normalmente, falta água em sua casa todas as noites, mas que a situação se agravou nas últimas semanas. “Está tendo muita falta d’água. Uma vez foram dez dias, e dessa vez foram oito. Já estou todo esse tempo com torneira seca”, informou.
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No outro extremo da cidade, em Lauzane Paulista, na Zona Norte, a situação rotineira do comerciante Marco Aurélio Ferreira é praticamente igual a de Maria. “Normalmente a água para de chegar sempre de noite. Eu chego às 21h e já não tem mais, aí fica até de manhã. A gente já até se acostumou”, disse.
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“Fora essa rotina de não ter água de noite, não está tendo água desde ontem de manhã. Dessa vez já estamos há um dia inteiro sem água. O mais incrível é o governo falar que não tem racionamento. Tem sim, e muito”, completou Ferreira.
O drama de oito milhões de paulistanos
Contribuições foram enviadas através do VC no G1.
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Quinta-feira (16): Denílson Pandolfo – Vila Clarice (Pirituba)
“Estamos nesse racionamento desde janeiro. Sempre no período da noite entre 6h e 18h não tem água e, quando vem, vem sem pressão e não enche a caixa. Há três semanas, a água começou a acabar à noite e ficamos sem durante o dia inteiro, já ficamos dois dias sem água. Quando ligamos para a Sabesp, dizem que é manutenção. O pessoal precisa pegar água da caixa d’água do condomínio com baldes para levar aos apartamentos diariamente. A gente sabe do problema. Eles podiam avisar que tem um rodízio, não mentir e falar que está em manutenção ou que não tem. É uma situação desagradável.”
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Quinta-feira (16): Marco Aurélio Ferreira – Lauzane Paulista (Zona Norte)
“Normalmente a água para de chegar sempre de noite. Eu chego às 21h e já não tem mais, aí fica até de manhã. A gente já até se acostumou. Fora essa rotina de não ter água de noite, não está tendo água desde ontem de manhã. Dessa vez já estamos há um dia inteiro sem água. O mais incrível é o governo falar que não tem racionamento. Tem sim, e muito”.
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Quinta-feira (16): Maria da Silva – Eldorado (Zona Sul)
“A gente vai se acostumando, já que não chove nunca. Já até virou rotina pra gente ficar sem água. Tem que ficar tomando banho de caneca. Está tendo muita falta d’água. Uma vez foram dez dias, e dessa vez foram oito. Já estou todo esse tempo com torneira seca”
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Quarta-feira (15): Nair de Souza Brun – Jardim Piratininga (Zona Sul)
“Na sexta, a água acabou, mas voltou depois. No sábado já não tinha mais. Ela só voltou hoje, umas 9h. Quando ligamos para reclamar, eles disseram que estavam fazendo reparos na rede. Mas, no meu entender, o racionamento já está acontecendo, sim. Tem dia em que a água vai e volta. Há um mês faltou três dias direto. Acho que se eles divulgassem o cronograma seria melhor, porque aí você se prepara um pouco”.
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Terça-feira (14): Maria Conceição Faustino – Americanópolis (Zona Sul)
“Nós estamos super revoltados, estamos comprando água mineral para tudo, para usar no banheiro, para lavar louça. Nós somos chiques, estamos tomando banho com Bonafont. Meu filho tem Síndrome de Down, tem que ter um cuidado extra com a higiene, e a roupa dele está suja desde sábado. Acabou a água até do mercado, está todo mundo comprando. E eu sou uma pessoa que economiza não por causa dos 20%, mas pela consciência”
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Terça-feira (14): Vileide Bueno – Americanópolis (Zona Sul)
“Eu estou gastando de R$ 50 a R$ 60 por semana com água mineral. Para banho, para louça, para escovar os dentes, tudo. É um dinheiro que faz muita falta. Você liga na Sabesp, eles falam que domingo à noite volta, aí ligamos ontem, diz que vinha ontem. Hoje de novo, e ainda não veio. Os vizinhos estão todos revoltados”
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Terça-feira (14): Valdira Santana – Santana de Parnaíba
“Estou há nove dias sem água. Liga na Sabesp, e eles não dão a mínima atenção para a gente, colocam uma gravação. É um absurdo, é uma vergonha. E eu não sei mais o que fazer para economizar, faço tudo o que mostram e falam para fazer. Eu só estou fazendo comida porque estou comprando água. A higiene pessoal não tem condição, está um absurdo”
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Segunda-feira (13): Alessandra Coelho – Campo Limpo (Zona Sul)
“Todos os dias, de noite, a gente fica sem água. Nesse final de semana ficou durante o dia também sem água. Fiquei das 20h do sábado até as 5h de segunda. A gente vai guardando água. Vou estocando em containers, em baldes, e vou me virando assim. E ainda tem que comprar água potável pra beber”.
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Segunda-feira (13): Gabriela Mendes – Jardim Conceição (Osasco)
“Normalmente o abastecimento para na sexta, de noite, e fica sem água até domingo de madrugada. Isso era o normal, mas agora estamos desde quinta sem água e ainda não voltou hoje, segunda. Está difícil, não tem água pra beber, pra tomar banho, pra dar banho nas crianças. Estamos tendo que comprar água. Meu marido ligou lá e a Sabesp disse que não tem água pra mandar”.
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Segunda-feira (13): Valter Fernandes Teixeira – Vila Dirce (Carapicuíba)
“Você não tem água pra lavar o rosto, pra escovar o dente. Trabalhei o dia inteiro ontem, naquele sol, a roupa chega a grudar no corpo. Aí cheguei em casa e não pude tomar um banho, tive que ir na casa da minha mãe. Está faltando com frequência, normalmente é de dia, às vezes volta de noite. Tem dia que não volta. Aí tem que ficar estocando”.
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Segunda-feira (13): Daniele Reis – Vila Santa Catarina (Zona Sul)
“Desde sexta-feira está assim, sem água direto. Normalmente para de dia, e volta a noite, de madrugada. Enche a caixa e no dia seguinte está sem de novo. Mas dessa vez não voltou ainda, ficou direto. No final de semana tivemos que comprar água, tem um pingo só pra tomar banho, aí não tem pra beber, pra cozinhar”.
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Segunda-feira (13): Tainá Andrade – Americanópolis (Zona Sul)
“Todos os dias durante a noite ficamos sem água, mas esse final de semana está direto. Desde sábado até agora estamos sem água, não voltou ainda. Final de semana todo sem nem uma gota. Tivemos que comprar água pra beber e pra poder fazer comida. De resto, ficamos sem fazer, a louça está amontoada na pia, tudo.”
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Segunda-feira (13): Caíque Ferreira – Jardim Santa Terezinha (Zona Leste)
“Estamos sem água desde sexta. Segundo a Sabesp, tiveram que fazer um conserto, mas não informaram onde e nem quando a água voltaria”.
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Segunda-feira (13): Joraci Veiga – Casa Verde (Zona Norte)
“Não é a primeira vez, nos últimos dois meses já foram várias vezes. Mas dessa vez está mais tempo. Desde sábado, acordei de manhã, fui pro banho e não tinha água. Hoje ainda não fui trabalhar porque estou sem banho. Parece que a água voltou na rua, mas ainda não chegou aqui porque a pressão está muito baixa. De que adianta mandar água com pressão fraca?”
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Segunda-feira (13): Ligia Silva Frazão – Luz (Centro)
“Hoje cedo abri a torneira e não saía água. Creio que esteja desde ontem, por que pra caixa do prédio ter secado, é porque não vem água da rua já faz tempo. Eu tenho duas crianças pequenas, a gente não se preparou nem nada, a Sabesp tinha que avisar quando for fazer isso. Meu marido ligou lá e eles assumiram que não tem água, disseram que é ‘uso excessivo de água na região”.
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Segunda-feira (13): Juliana Barbosa da Silva – Parque Santa Tereza (Carapicuíba)
“Ficamos sem água de sexta feira das 12h até domingo às 20h. Aí agora de manhã, umas 10h30 acabou e não voltou mais. Entrei em contato várias vezes [com a Sabesp], disseram que tinha passado o limite de gasto de água da região. Mas ninguém nos avisou disso. Agora, quando ligamos colocam uma gravação afirmando isso. Ela volta bem fraca, demorou um tempão para encher a caixa. É difícil, porque praticamente não podemos tomar banho, mal tínhamos como fazer comida. Precisamos tomar banho frio para poder cozinhar”.
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Segunda-feira (13): Marcília Olivieri – Granja Viana (Cotia)
“Desde ontem por volta das 10h [falta água] e até agora ainda não voltou. Eu e outros moradores entramos em contato com a Sabesp, que diz que não tem problemas de abastecimento de água na região. A gente já está acostumada a isso, sempre falta água aqui. É o racionamento que não existe, mas existe. Não dei banho na minha bebê hoje, não consegui nem lavar a louça”.
Admitir falta d’água só depois da eleição é “estelionato eleitoral do PSDB”, diz Padilha
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O ex-ministro da Saúde discursa em frente a fábrica da Volks em São Bernardo do Campo (SP)
por Rodrigo Rodrigues / Portal Terra
Candidato derrotado ao Governo de São Paulo, o ex-ministro da Saúde, Alexandre Padilha (PT), chamou de “estelionato eleitoral do PSDB” o depoimento da presidente da Sabesp na CPI da Câmara Municipal, onde a mesma admitiu que a primeira leva do volume morto de água só deve durar até meados de novembro.
Segundo Padilha, o governador Geraldo Alckmin escondeu a real situação do Sistema Cantareira do contribuinte paulista durante toda a campanha para colher dividendos eleitorais.
“O governador Geraldo Alckmin não foi transparente durante toda a crise. Vocês vão se lembrar que no último debate ele teve a coragem e desfaçatez de dizer que não faltava água em São Paulo e, passado o primeiro turno, começou a ficar escancarado o estelionato eleitoral dele e o tamanho real do problema. Naquela ocasião, vários bairros já estavam sem água na periferia de São Paulo, em Osasco e Itapevi, por exemplo. Visitei a região de Campinas hoje e já há bairros que há uma semana não recebem água. É uma situação que só prova o estelionado eleitoral do PSDB”, declarou o petista, que na noite desta quarta-feira (15) esteve em evento da presidente Dilma com professores da rede pública de ensino.
Sobre as pesquisas de intenção de voto que dão empate técnico entre Dilma e Aécio Neves (PSDB), o candidato derrotado do PT em São Paulo diz que o eleitor não pode levar em conta esses números na hora de decidir o voto.
Segundo Padilha, os institutos de pesquisas perderam a capacidade de mostrar a real situação da intenção de voto dos brasileiros no País inteiro, em virtude dos erros cometidos no segundo turno.
Para o petista, as pesquisas do Instituto Paraná Pesquisas e do Instituto Sensus, que colocam Aécio Neves muito na frente de Dilma, foram desmontadas pelos próprios Datafolha e Ibope divulgados nesta quarta – e que dão empate técnico de 51% para Aécio e 49% para Dilma Rousseff:
“São pesquisas com critérios bem duvidosos, que já foram desmontadas. O primeiro turno mostrou que as pesquisas hoje têm muita dificuldade de captar a realidade da decisão do voto do eleitor. Fui fortemente prejudicado com as pesquisas que foram divulgadas aqui no estado de São Paulo. Me tiraram trinta dias da cobertura dos telejornais por conta dessas pesquisas e, na reta final, não mostraram que estávamos brigando com o segundo colocado para ir ao segundo turno. Mais uma vez parece que o indicador mais fidedigno atual é o Databolsa. Porque toda vez que a Dilma cresce ou vai bem no debate, a Bolsa de Valores cai no outro dia pela manhã”, destacou Alexandre Padilha.
O ex-ministro da Saúde diz que está convencido de que a briga pela vaga de presidente da República no segundo turno se dará em São Paulo e a intenção do PT é buscar os eleitores que voltaram em Marina Silva na primeira etapa.
“Queremos mostrar que o projeto que o PSDB tem para o País não deu certo em São Paulo e não dará certo no restante do Brasil. Vejam o problema da falta d’água, do transporte e da violência. As urnas fizeram do PT um fiscalizador incansável do que acontece em São Paulo e nós vamos continuar cobrando os tucanos pelas coisas ruins que estão acontecendo. A crise da falta de água não é uma preocupação do PT, mas da população que já faz fila para encher os baldes em várias cidades do interior do Estado”, declara o petista.