Jair Bolsonaro foi garoto propaganda da campanha derrotada de Matheus Sathler a deputado federal
“Um recado claro à presidanta Dilma Roussef. (…) Renuncie, fuja do Brasil ou se suicide. Dia 7 de setembro a gente não vai pacificamente pras ruas. Juntamente com as Forças Armadas, vamos te tirar do poder. Assuma o seu papel, tenha humildade para sair do país porque, caso contrário, o sangue vai rolar. E vamos fazer um memorial na Praça dos Três Poderes: um poste de cabeça pra baixo. Nós vamos arrancar sua cabeça e fazer um memorial.”
O autor dessas ameaças é Matheus Sathler, que se apresenta como advogado num vídeo gravado no último dia 25.
Sathler foi candidato a deputado federal pelo PSDB. Não se elegeu.
No ano passado, causou barulho por causa de sua proposta de criação do “kit macho” e “kit fêmea” — como ele mesmo explicou, cartilhas para distribuição nas escolas ensinando “homem a gostar de mulher e mulher a gostar de homem”.
Ele se declara líder de um certo Movimento Mais Valores, Menos Impostos. Numa entrevista para o Uol, gabou-se de sua relação “muito boa com o pastor Silas Malafaia, com o deputado pastor Marco Feliciano e com o padre Paulo Ricardo [sacerdote olavista de extrema direita].”
Evangélico, “pregador” da Assembleia de Deus Ministério Missão Vida, acha necessário “proteger as crianças da influência homossexual”.
Mais do que visivelmente limítrofe, Sathler é o que a jornalista alemã Anja Reschke chamou de “pequeno ninguém” da internet. Reschke falava do alcance do ódio dos extremistas: “Até recentemente, esses comentaristas estavam escondidos atrás de pseudônimos, mas agora essas coisas estão sendo feitas sob os nomes verdadeiros dos autores”, disse ela em seu telejornal. “Aparentemente, não é mais embaraçoso.”
Cometeu um crime. Mas, como em tantos outros casos — para citar apenas dois deles, o do psicótico que invadiu a comitiva presidencial nos EUA e o do agente da PF que praticava tiro ao alvo com uma foto de Dilma —, este também vai ficar impune.
O Brasil é o país onde a noção de tolerância se transformou num laissez faire em que se incita o assassinato numa boa, enquanto a polícia militar faz escolta para um boneco inflável e o ministro da Justiça dá tapinhas nas costas de um miliciano.
Os pequenos ninguéns estão vencendo.
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Sathler tem o apelido de Senhorita Satã ou SS
Veja vídeo: o terrorista promete um banho de sangue
Existe uma pregação odienta de pastores, de jornalistas policiais e de políticos golpistas. Publica o Correio Braziliense: “Moradores do bairro São Cristóvão, em São Luís amarraram e espancaram um assaltante que havia acabado de roubar uma loja na região. Cleydenilson Pereira Silva, 29 anos, não resistiu aos ferimentos e morreu no local. Segundo a Polícia Civil, o homem teve o tronco, as mãos e as pernas imobilizadas antes de ser agredido com pedradas e garrafadas, além de socos e chutes. Um adolescente, que também participou do assalto, na tarde de segunda, foi apreendido”.
Ninguém faz isso com um prefeito ladrão. Um governador ladrão. Com os corruptos que desviam verbas da Educação, da Saúde, do Saneamento e do Programa de construção de bairros operários e vilas camponesas. Ninguém faz isso com os traficantes de minérios, de moedas, que vendem o Brasil a preço de banana.
“Tem gente que precisa levar tiro”, prega um pastor enlouquecido.
Esse cara ou fez plástica no corpo todo, ou colocou um boneco de dezoito anos no Facebook. Com nome de menino, Lucinho, quer ser um eterno garoto, quando é um velhote com complexo de Cinderelo.
Um maluco beleza perigoso. Avisa Maria Luiza Quaresma Tonelli: Lúcio Barreto Júnior, o “pastor Lucinho”, se define como “uma das referências atuais da juventude brasileira”. Esse sujeito no, programa da Super Rede de Televisão, uma emissora gospel instalada em Minas Gerais, faz uma clara defesa da violência policial. É uma verdadeira aberração. Até quando teremos que tolerar esse tipo de coisa, ainda mais nos meios de comunicação, que são concessões públicas? Isso é crime!
Chocante. Se os membros do Ministério Público (cientes do papel de fiscal da lei da instituição `a qual pertencem) não começarem a tomar providências contra essa avassaladora sanha punitiva que está sendo difundida no Brasil talvez estejamos trilhando um caminho sem volta. Mas não é a penas o MP, o judiciário ou os políticos que precisam enfrentar esse problema de frente para combate-lo. A sociedade também precisa tomar consciência do seu papel, debater o problema e barrar esses falsos religiosos que colocam o processo civilizatório em risco.
“Tem que usar o revólver, não tem jeito, irmão, pega o revólver e dá muito tiro”
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Escreve Joaquim de Carvalho:
Lúcio Barreto Júnior, de 42 anos, é um homem bem falante. Casado e pai de dois filhos, uma menina de 13 e um menino de 10 anos de idade, veste roupas de adolescente e, em seu site, se define como “uma das referências atuais da juventude brasileira”.
Essa “referência” da juventude brasileira foi notícia, ao posar para foto com o nariz encostado em um exemplar da Bíblia, como se nela houvesse cocaína, e ele fosse um usuário de droga.
“Se não for radical, não toca o jovem”, explicou seu gesto esse homem já na meia idade. O pastor Lucinho talvez considere radicais suas manifestações no programa da Super Rede de Televisão, uma emissora gospel instalada em Minas Gerais.
Um jovem pergunta: “Um policial em serviço é obrigado a matar alguém para se defender, isso é pecado?”
Lucinho poderia responder sim ou não, mas prefere se alongar e, fugindo da pergunta, justifica a violência policial. Diz ele folheando a Bíblia, como se estivesse próximo de revelar a verdade incontestável. “Vamos ler a Bíblia, então, porque Lucinho é achômetro, mas a Bíblia é palavra final”, diz.
Em seguida, saca um versículo e o cita fora de contexto. “Não há autoridade que não venha de Deus”, fulmina. Ele continua a leitura até emitir um grunhido, como se tivesse marcado um gol ou disparado um tiro. “Êêêêêêêêêêiiiiiiiiiiiiiiiiiii”, vibra.
“Vou traduzir, vou traduzir!”, diz “a referência” da juventude brasileira.
“Pra-rá-tá-tá-tá-tá… pá!”
“É, na cara do capeta!”
Diz, segurando um objeto na mão, como se fosse revólver, apontado para sua audiência.
“Policial, cristão ou não cristão, tá no serviço, tá trabalhando, a Bíblia só te chama de agente de Deus, você é o emissário do Céu, você é Jesus ali protegendo a sociedade.”
O líder da juventude segue na sua pregação:
“Então, chegou o momento, tem que usar o revólver, não tem jeito, irmão, pega o revólver e, ó, não dá pouco tiro não, dá muito tiro, descarrega o tiro. Quando acabar de dar tiro, joga o revólver na cara, joga o que tiver. Se tiver uma arma do Rambo, sapeca tiro no povo.”
Antes que alguém pergunte: “Por quê?”, ele responde:
“Porque tem gente que precisa tomar tiro. Precisa tomar tiro por quê? Porque eles estão querendo matar a sociedade.”
Em seguida, o pastor zomba daqueles que poderiam se opor a ele:
“A pessoa vem com o discurso todo bonito: ‘Não, pastor, isso não pode…’ Então espera o tiro do bandido vir no seu filho… Aí, eu quero ver você permanecer com esse discurso.”
O radical Lucinho volta à Bíblia:
“A autoridade está respaldada pela Bíblia e por Deus para sentar tiro na cara do povo que não quer viver de acordo com as nossas leis.”
Lucinho zomba outra vez daqueles que poderiam se opor a ele:
“Ô traficante, por favor, para, moço…”
“Não é para moço, não”, grita. “É faca na caveira mesmo. E vamos arrepiar o cabelo do sovaco deste povo, porque temos filhos. E a gente tá pondo filho neste mundo é pra quê? Pro bandido vir… Não, senhor.”
Por fim, ele faz a exortação política:
“Você, quando for votar, fica esperto porque você está pondo as pessoas que vão cuidar da gente, e nós temos que ter gente séria, em todos os poderes.”
No encerramento, ele faz um afago:
“E eu mando o meu beijo para a Polícia Militar, para a Polícia Civil e para todas as polícias. Federal, estadual, rodoviária. Beijo para vocês. Que Deus guarde vocês e abençoe vocês todos os dias.”
O programa do pastor Lucinho vai ao ar pela Rede Super de Televisão, emissora que pertenceu ao deputado Dalmir de Jesus, político que ostenta em sua biografia o título de marajá da Assembleia Legislativa de Minas Gerais, onde recebia salário de R$ 50 mil.
Depois a emissora passou para o controle da Igreja Batista da Lagoinha, uma das denominações evangélicas que mais crescem no Estado, presidida pelo pastor Márcio Valadão, pai de dois astros da música gospel, Ana Paula Valadão e André Valadão, artistas sob contrato da Som Livre, a gravadora das Organizações Globo.
Márcio é um dos pastores que atenderam à convocação do pastor Silas Malafaia e foram a Brasília manifestar apoio ao deputado Marco Feliciano, presidente da Comissão de Direitos Humanos e Minorias da Câmara Federal, que quis votar o projeto de “cura gay”.
Mais uma pessoa amarrada em poste. Mais um linchamento
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Escreve Leonardo Sakamoto: Um homem de 29 anos foi linchado por moradores do Jardim São Cristóvão, em São Luís (MA). Segundo a polícia civil, ele havia tentado assaltar um bar, quando foi rendido, amarrado nu em um poste e agredido até a morte com socos, chutes, pedradas e garrafadas. Um jovem de 16 anos que seria seu cúmplice também foi espancado, mas sobreviveu.
Fiz questão de postar a imagem. Alguns leitores psicopatas sentirão orgasmo com ela. Para esses, há pouco a ser feito fora da medicina. Contudo, não acredito que a maioria de vocês ache normal uma turba de moradores fazer justiça com as próprias mãos – e com requintes de crueldade.
Ou indo direto ao ponto: a Lei Áurea completou 127 anos, mas a sociedade ainda coloca negros no pelourinho. Por raiva, por vingança, para servir de exemplo.
Foto Imirante com
Desde que jornalistas fizeram apologia ao fato de um jovem ter sido preso a um poste e espancado, como punição por um suposto crime, no ano passado, no Rio de Janeiro, a moda parece ter pegado. Pois, depois disso, outros casos pipocaram pelo país.
Parabéns, colegas. Parabéns a todos os envolvidos.
Teoricamente em algum momento da história humana, nós abrimos mão de resolver as coisas por conta própria para impedir que nos devoremos. Sei que parte da população, cansada de esperar que o poder público cumpra seu papel e garanta condições mínimas de segurança, ressuscita seus instintos mais primitivos. O sistema que criamos para isso não é perfeito, longe disso, mas é o que tem para hoje.
O Brasil não tem pena de morte. Oficialmente, é claro. Porque muitos governos e suas polícias fingem que não sabem disso. E, não raro, turbas processam, julgam e executam também.
Foto Biné Morais
Ao criticar linchamentos públicos de “culpados” ou “inocentes” não defendo “bandido” ou “impunidade”, mas sim esse pacto que os membros da sociedade fizeram entre si para poderem conviver (minimamente) em harmonia.
Se algo causa impacto, é claro que será copiado. Não estou jogando a culpa no mensageiro ou dizendo que o mimetismo é a causa, mas nós jornalistas temos certa parcela de responsabilidade. E não falo apenas por conta da banalização da violência. É a sua transmissão acrítica, como se notícias fossem neutras, não houvesse contexto social e todos os receptores da informação compartilhassem dos mesmos valores.
As pessoas veem, as pessoas copiam. E a sociedade vai indo da barbárie para a decadência sem passar pela civilização.
O ativista de ultradireita Igor Gilly será processado pelo Estado brasileiro
Com voz feminina, jeitinho malandro de parasita da alta sociedade, roupa unisex e boca suja, Igor Gilly ganhou a exaltação da imprensa direitista do Brasil, e prestígio nas hostes de Aécio e Bolsonaro.
Importante lembrar que sujeitos parecidos assassinaram Gandhi, Kennedy, e atiraram no papa João Paulo II e estudantes nas escolas dos Estados Unidos.
Em São Paulo, a boina de Gilly faz a cabeça das elites. Boina que encantou Gilly, depois dele assistir o mais recente filme da dupla Bonnie e Clyde.
É impressionante a homofobia de Gilly (ai quanto ódio e sexualidade reprimidas!), a voz fina, e o linguajar analfabeto e de baixo calão.
GSI vai afastar agentes após ato de agressão a Dilma nos EUA
Por Redação Jornal Correio do Brasil
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Sem alarde, mas de forma efetiva, o Gabinete de Segurança Institucional (GSI) da Presidência da República prepara o afastamento imediato de toda a equipe de agentes responsável pela integridade física da presidenta Dilma Rousseff, em sua visita aos EUA, no início da semana. O ato do general-de-Exército José Elito Carvalho Siqueira, ministro da pasta, segundo apurou o Correio do Brasil, chega ao Diário Oficial (D.O.) na próxima semana. Ainda segundo uma fonte afirmou à reportagem do CdB, “o Artigo V da Lei 10.683, de Maio de 2003, embasa a decisão do ministro de promover não apenas uma sindicância imediata sobre os fatos ocorridos, mas a responsabilidade da equipe de segurança da presidenta Dilma”.
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A referida Lei, em seu Artigo V, determina que o GSI é responsável por “zelar, assegurado o exercício do poder de polícia, pela segurança pessoal do Chefe de Estado, do Vice-Presidente da República e respectivos familiares, dos titulares dos órgãos essenciais da Presidência da República e de outras autoridades ou personalidades quando determinado pelo Presidente da República, bem como pela segurança dos palácios presidenciais e das residências do Presidente e do Vice-Presidente da República”. No vídeo, a seguir, o manifestante de ultradireita Igor Gilly filma o momento em que dirige impropérios contra a chefe de Estado e admite que se infiltrou no local por onde a presidenta passaria, com sua comitiva.
Na distância em que o agressor se encontrava, poderia ter atingido a presidenta Dilma com algum objeto ou, se armado, efetuar um disparo à queima-roupa. Como descreve o jornalista Kiko Nogueira, do blog Diário do Centro do Mundo: “O revoltado online que assediou Dilma em sua visita aos EUA é mais um caso em que cabe a pergunta: falta uma tragédia ocorrer para alguém tomar uma atitude?”.
“A segurança da presidente, como de resto parte do governo, vive na Islândia. Um fulano com um boné ridículo, monoglota, entra na Universidade de Stanford junto com a comitiva presidencial brasileira e dois cúmplices numa boa. Posta-se num corredor com um cúmplice. Quando ela passa, o sujeito grita: ‘assassina’, ‘ladra’, ‘comunista de m’, ‘pilantra’. E então ameaça: ‘Terrorista que rouba a população tem mais é que ser morto”, acrescenta Nogueira.
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A falta de uma atitude imediata por parte dos agentes de segurança embasa a medida determinada, horas depois, no gabinete do general Carvalho Siqueira. Ainda segundo fonte, ao CdB, “o tempo de reação da equipe esteve muito aquém dos limites máximos de segurança”.
. Risco iminente
Gilly, boneco de Bolsonaro. Parecem pai e filho… Mas né não. Os filhos, Bolsonaro elegeu um deputado estadual, e o outro, vereador do Rio de Janeiro.
Ainda de acordo com o relato do editor Kiko Nogueira, o agressor agiu livremente no recinto:
“Falou, seguiu o grupo, fez o diabo até ser retirado por gente da universidade. Não sem antes ouvir do ministro da Defesa, Jaques Wagner, uma blague: ‘Está com muito dinheiro do papai no bolso?’. Esses tipos serão combatidos com piadas, portanto. Se for dinheiro do papai no bolso, este será o menor dos problemas. E quando for uma arma? O nome do rapaz é Igor Gilly e ele é mais um genérico de revoltado on line. Sua dieta é a mesma de tantos cretinos que perderam a modéstia e que ganharam voz com as redes sociais, sendo seguidos por outros cretinos”.
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Gilly demonstra o sectarismo em sua página de uma rede social: “mora em San Francisco, sem ocupação definida, classe média, fã de Bolsonaro, a favor da intervenção militar, paranoico com o Foro de São Paulo, dizimista de Olavo de Carvalho”, anota o jornalista.
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“Enfim, o pacote completo do idiota. Mas um idiota perigoso. Um idiota que vê que nada acontece por aqui com quem incita abertamente a violência e o assassinato. O resultado de uma nação em que um policial federal pratica tiro ao alvo com uma foto da presidente e é parabenizado. Em que um apresentador de TV milionário, que passa boa parte do ano em Miami, faz discursos para seu público dominical dizendo que a única coisa organizada no Brasil é o crime e que somos o lugar da desesperança. Em que alguém considera normal vender um adesivo de carro com uma sexagenária de pernas abertas. Se for a mãe dele, tudo bem. Se for a presidente, dane-se”, acrescentou.
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Trata-se, de acordo com o editor do DCM, de “um energúmeno que, diante da total inação de seu ‘inimigo’, encontrará ainda uma maneira de cumprir a profecia segundo a qual ‘terrorista que rouba a população tem mais é que ser morto’. Igor já está dando entrevistas no papel de heroi da pátria, se regozijando de sua esperteza ao enganar todo o mundo. ‘Isso é só o começo’, disse ao portal iG.
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– Gostaria de agradecer todos os brasileiros que estão me dando apoio, estou recebendo a cada segundo milhares de mensagens. Obrigado pelo carinho do pessoal por falarem que representei o povo brasileiro – afirma o agressor, que deverá ser citado em um processo movido também pelo governo brasileiro.
A agressão à presidenta Dilma, no entanto, estende-se para além dos ambientes que deveriam ser seguros, durante suas viagens ao exterior. Nas ruas de São Paulo, principalmente, circulam adesivos pornográficos contra a mandatária da República. Todas as pessoas que se envolveram na produção, distribuição e divulgação das imagens ofensivas também estão na mira das autoridades. De acordo com a Lei 7.170, em seu Artigo 26, “caluniar ou difamar o Presidente da República, o do Senado Federal, o da Câmara dos Deputados ou o do Supremo Tribunal Federal, imputando-lhes fato definido como crime ou fato ofensivo à reputação” poderá resultar em pena de reclusão de 1 a 4 anos.
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Filha do atual senador tucano paulista José Serra, Veronica Serra volta aos noticiários, nesta sexta-feira, como suspeita de participar na fabricação e distribuição de adesivos pornográficos com a foto da presidenta Dilma Rousseff. A empresária, que já esteve envolvida em um rumoroso escândalo por sua participação no conselho administrativo de uma companhia com Verônica Dantas, irmã do banqueiro Daniel Dantas, preso na Operação Satiagraha, da Polícia Federal. Desta vez, aparecendo nas redes sociais em torno dos adesivos pornográficos de Dilma.
Verônica Serra é suspeita de divulgar adesivos pornográficos
Verônica Serra seria sócia do Mercado Livre, o site em que os adesivos estavam sendo vendidos. O Mercado Livre, como mostra a Wikipédia, é um dos campeões de queixas de consumidores no site Reclame Aqui, no qual aparece como “não recomendado”.
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“Para a acionista Veronica Serra, a situação é especialmente embaraçosa, dada a virulência com que seu pai tem investido contra Dilma. É difícil acreditar que ela tenha tido qualquer papel na autorização da venda dos adesivos, já tirados do ar. Mas ainda mais difícil é crer que qualquer produto ofensivo a seu pai fosse vendido como aconteceu com os adesivos de Dilma”, acrescenta Kiko Nogueira.
O presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), fechou nesta terça-feira (16) um acordo com os tucanos para aprovar a redução da maioridade penal no Brasil de 18 para 16 anos. Com o apoio de pelo menos outros seis partidos da ditadura parlamentarista, a adesão à proposta foi selada em um almoço na residência oficial do presidente da Câmara. Ela deve ser aprovada nesta quarta-feira (17), em sessão secreta, na comissão especial da Casa e, na próxima semana, será levada a votação no plenário da Câmara.
O texto acertado pelo primeiro-ministro Cunha e tucanos prevê a redução da maioridade para os casos de crime hediondo (como estupro e latrocínio), lesão corporal grave e roubo qualificado (quando há sequestro ou participação de dois ou mais criminosos, entre outras circunstâncias).
Em um discurso no qual criticou a eventual redução da maioridade penal de 18 para 16 anos, o ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, afirmou nesta terça-feira (16), durante audiência pública na Câmara dos Deputados, que os presídios do país são “verdadeiras escolas do crime”. Segundo ele, não é razoável colocar adolescentes dentro de penitenciárias com criminosos experientes, que, de acordo com o ministro, comandam das cadeias boa parte da violência registrada no Brasil.
Se vamos reconhecer a responsabilidade penal do menor temos que modificar o Estatuto da Criança e do Adolescente. Principalmente no Capítulo da Prevenção Especial, no que se refere a liberação de diversões e espetáculos, informação e lazer, do uso de produtos e serviços, da autorização para viajar, da liberdade sexual, do direito de trabalhar etc.
A menoridade penal não altera nada na justiça, que continuará sendo a PPV de sempre. Para apenas prender os pobres. Para prender os jovens pretos, que continuarão sendo assassinados pelos policiais militares, as putas adolescentes (o Brasil tem 500 mil prostitutas infantis), e os viados, vítimas do fanatismo religioso dos pastores homofóbicos.
O estudante Rafael Barbosa de Melo, de 14 anos, foi morto a pedradas na manhã de sábado (13) em Cariacica (ES), cidade que fica na região metropolitana de Vitória. Mais um crime brutal no Brasil, certo?
Na semana passada, parlamentares da Bancada Evangélica pararam uma sessão que discutia a reforma política para rezar um Pai-Nosso. O ato de repúdio contra a Parada Gay de São Paulo, como sempre fazem questão de dizer, foi mais uma demonstração em ‘defesa da família’, dizem.
Rafael era o mais velho de sete filhos de dona Wanderléia Barbosa. Segundo ela, o filho tinha o sonho de ser um estilista famoso. Foi interrompido por um brutal espancamento com pedradas e pancadas. O corpo foi encontrado no bairro onde a família residia.
“Muitas pessoas implicavam com ele, caçoavam e o xingavam. Implicavam com o jeito dele andar, e por ele fazer roupas. Ele sofria muito, por isso meu filho era uma pessoa de poucos amigos e muito fechado”, disse a mãe da vítima ao site Gazeta Online.
No domingo (14), a polícia prendeu Gleisson Pereira Miranda, de 26 anos, suspeito de ter cometido o crime. Ele negou o crime, apesar de ter sido visto próximo ao corpo de Rafael logo após o crime. O delegado responsável pelo caso acredita em uma tentativa de abuso, seguida de assassinato, e não um crime de homofobia.
Não entrando no mérito do Estado laico brasileiro, seria a morte do estudante em Cariacica digna de um Pai-Nosso no plenário da Câmara dos Deputados? Seria o cruel homicídio digno de um ato de revolta por parte da Bancada Evangélica, mesmo que tal defesa envolvesse um jovem que a própria família dizia ser homossexual?
Fica o espaço (e a oportunidade) para os nobres deputados falarem, uma vez que foram eleitos democraticamente para representar o País – e não só a parcela da população que julguem conveniente a si mesmos.
A eleição do melhor candidato. A eleição do melhor para o povo em geral.
No Brasil, por falta de debate, censura da mídia e da justiça, o eleitor não conhece os candidatos aos cargos executivos e legislativos. Vota no escuro em políticos de ficha suja. Em ladrões. Em assassinos. Ou vende o voto. Ou vota pelo ódio a um partido. instituto Vox Populi: ódio ao PT atinge 12% do eleitorado.
Os comícios chows, com cantores pagos, transformam a campanha em um pastoril. O voto na Mestra. Na Contra-Mestra. Na Diana. Na Borboleta. No pastoril não existe ideais, idealismo. Apenas a paixão, a festa de ser vermelho, ou azul, ou vestir uma camisa com um lado encarnado e outro azulado.
Corrompe o pleito o voto vendido. E o voto do ódio. Do nazismo. Pelo retorno da ditadura.
Thiago Lucas
O voto racista. O voto homofóbico pregado pelos pastores. A guerra religiosa. O voto iconoclasta.
O voto do medo. Medo dos sem teto. Medo dos sem terra. Quando o Congresso deve representar todas as classes sociais, e não apenas os ricos, a elite.
Ensina Marcos Simões: “O motivo do ódio? Entorpecimento e envenenamento midiático. O pior de tudo isso? É saber que existem pessoas que dão audiência à mídia corrupta e sonegadora de impostos. Pior ainda é saber que não conhecem um pingo, uma gota da História do Brasil! Tem-se que ter paciência, pois o fruto não cai da árvore verde”.
Rafael Barbosa de Melo, morto a pedradas, foi sepultado no cemitério público de Itaenga, em Cariacica – Foto: Guilherme Ferrari
Aluno do 7º ano do Ensino Fundamental, 14 anos, o mais velho de sete filhos, morador de Santa Catarina, Cariacica, e dono de um sonho, ser um estilista famoso. Assim era o estudante Rafael Barbosa de Melo, morto a pedradas e pancadas, no início da manhã deste sábado (13), no bairro onde residia com a família.
Para a mãe de Rafael, a morte do rapaz pode ter sido motivada por homofobia. “Muitas pessoas implicavam com ele, caçoavam e o xingavam. Implicavam com o jeito dele andar, dele andar e por ele fazer roupas. Ele sofria muito, por isso meu filho era uma pessoa de poucos amigos e muito fechado. ”, descreve a mãe, a dona de casa Wanderléia Barbosa, 33 anos.
O corpo do rapaz foi encontrado por volta das 7h30 de sábado, por vizinhos. O rapaz havia saído de casa às 6h30 para tomar café na casa da avó que mora a algumas ruas de onde residia.
“Passava horas no quarto fazendo roupas para bonecas”, diz a mãe
Irmão mais velho de sete irmãs, o estudante Rafael era muito quieto. “Brigava muito com as irmãs, acho que pela diferença de idade. Era caseiro, passava horas no quarto fazendo roupas para bonecas. Mas eu preferia assim do que se ele ficasse na rua”, observou a mãe do estudante.
Segundo a mãe, a última vez que viu o filho foi no horário da novela, na sexta-feira. Rafael foi para o quarto dormir e, pela manhã, ela foi acordada pelo marido, padrasto do estudante, a avisando sobre a morte do filho.
“Ele não mexia com nada errado. Frequentava a igreja e o grupo de jovens. Ele gostava muito do grupo pois havia brincadeiras e leitura e interpretação da Bíblia”, detalha Wanderléia.
O local do crime é uma estrada de terra batida que Rafael e as irmãs usavam para ir para o colégio. O trajeto sempre preocupou a mãe do rapaz. “Por ser isolado e por tudo que ele passava, eu tinha medo que fizessem algo contra ele ali”, contou Wanderléia, apesar de sábado, o menino não ter aula.
Entrevista
Ainda tentando absorver a crueldade que tirou a vida do filho mais velho, a dona de casa Wanderléia Barbosa disse que acredita que o estudante tenha sido morto depois de ter respondido às ofensas. “Meu filho sofria bullying no colégio por gostar de fazer roupas, pelo jeito dele andar e de falar. No bairro, ouvia, sempre calado, piadinhas diariamente. Acho que dessa vez ele deve ter explodido e acabaram tirando a vida dele”, diz a mãe.
Como era o Rafael?
Era um rapaz quieto, com pouquíssimos amigos e muito fechado. Conversávamos muito, ele me contava as coisas que passava no colégio e na rua.
Que tipo de constrangimentos ele sofria?
Era xingado na rua, no colégio e sempre faziam piada dele. Mas meu filho nunca revidou, ouvia tudo calado.
A senhora tinha uma boa relação com ele?
Sim. Ele me contava tudo o que passava e eu sempre estive ao lado dele. Até na escola eu fui para conversar com os professores e pedia ‘meu filho, deixa esse povo pra lá’. Ele fingia que não estava ouvindo. Eu e minha família estávamos pensando em mudar desse bairro para que meu filho pudesse ter paz.
O que Rafael gostava de fazer nas horas livres?
Ele fazia roupas para bonecas, desenhava peças de roupas e fazia fotos dessas coisas. Dizia que queria ser estilista, que era o sonho dele. Não gostava de estudar, mas era muito dedicado a isso.
O que você acha que motivou o assassinato do Rafael?
Acredito que implicaram com ele mais uma vez, só que talvez meu filho tenha reagido respondendo ao bullying. Acho que Rafael explodiu e acabou morto desse jeito.
Manifestantes da extrema direita a favor do impeachment de Dilma Rousseff chegaram ao Congresso após uma marcha pela Esplanada dos Ministérios. Eles formam um pequeno grupo, mas bastante barulhento. Usando quatro carros de som, pagos por golpistas, os apologistas da ditadura militar se revezam entre cantar o Hino Nacional e gritar palavras de ordem contra o governo e o PT.
Uma parte dos manifestantes está vestida com a camisa da Seleção Brasileira de Futebol. Não esquecer que o ex-presidente da CBF, José Maria Marin, é um dos principais líderes do movimento.
Os nazistas brasileiros, depois de uma falsa marcha pelo Brasil, colocaram no gramado do Congresso duas grandes faixas em verde e amarelo com a palavra impeachment.
As lideranças laranjas do movimento serão recebidas por líderes da oposição, especialmente deputados e senadores do PSDB, que programas o emprego terceirizado e a aposentadoria depois dos 75 anos.
Thiago Lucas
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Coluna Aécio chega em Brasília
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por Miguel do Rosário
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A “coluna Aécio” fingiu seguir a pé de São Paulo à Brasília. Na verdade foram de ônibus. De vez em quando caminhavam um pouco e tiravam fotos.
Pois bem, chegaram em Brasília.
Chegaram em tempo recorde e adivinha com quem o “líder” da marcha, Kim Kataguiri, tirou suas primeiras fotos?
Com os deputados Eduardo Bolsonaro, filho de Jair Bolsonaro, a família mais reacionária da história da política brasileira; e Marco Feliciano, aquele fofinho cujo principal objetivo na Câmara tem sido aprovar projetos de lei contra homossexuais.
Eita, que agora o Brasil vai mudar!
Eu vi a foto no twitter do repórter da Carta Capital, Lino Bochini. Ela foi publicada originalmente, ontem à noite, no twitter de Marco Feliciano.
Sei que muitas pessoas pensam em se juntar aos manifestantes com os melhores sentimentos de combate à corrupção. Mas o combate à corrupção precisa de respostas muito mais consistentes (como a reforma política) do que se unir à quem não aceita uma derrota eleitoral.
Semelhança entre 1964 e…
… 2015
A história se repete como farsa… Quanta semelhança entre 1964 e 2015!! Esse discurso anti-comunista, em defesa da liberdade e da “família” é o mesmo que une os “Bolsonaros” ao “Marco Feliciano”. Não é uma casualidade que o mesmo Bolsonaro que combate aos negros, gays e mulheres seja autor do pedido de impeachment. Porque ele não respeita a democracia! Acha que a ditadura foi a maior maravilha que o Brasil já viveu (leiam os discursos).
Então, vamos lutar pelo fim da corrupção? Sim!! Quem sabe o diagnóstico de que ela é sistêmica nos ajude a refletir sobre a mudança do sistema? Eu luto pela reforma política. Quero mudar profundamente nosso sistema político. Vamos ser aliados dessa marcha? Com a turma do Bolsonaro eu não caminho. Afinal, como diz o sábio ditado popular: “de boas intenções o inferno está cheio”.
Bolsonaro deveria ser cassado pelos vários crimes que praticou. Principalmente por fazer a apologia da ditadura, da tortura, do ódio, de uma guerra civil entre brasileiros. É um inimigo da Liberdade, da Democracia e dos Direitos Humanos.
Da bancada da bala, da qual participa violentos delegados de polícia e corruptos coronéis da polícia, selecionei alguns dos seus petardos mais divulgados.
Tortura. Assassinato de presos políticos. Cemitérios clandestinos
“O único erro foi torturar e não matar.”
“O objetivo é fazer o cara abrir a boca. O cara tem que ser arrebentado para abrir o bico.”
“Gastaram muito chumbo com o Lamarca. Ele devia ter sido morto a coronhadas.”
“Pinochet devia ter matado mais gente.”
“Quem procura osso é cachorro.”
Violência contra a mulher. Homofobia. Racismo.
“Já que está difícil ter macho por aí, eu estou me apresentando como macho e ela aloprou. Não pode ver um heterossexual na frente. Ela deu azar duas vezes: uma que sou casado e outra que ela não me interessa. É muito ruim, não me interessa.”
“Não vou estuprar você porque você não merece.”
“Eu não corro esse risco. Meus filhos foram bem educados”(Respondendo pergunta de Preta Gil, como reagiria caso um filho se relacionasse com uma negra)
Política. Fidelidade partidária. Corrupção. Nepotismo e curral eleitoral
“Competência? É problema do deputado. Se quiser botar uma prostituta no meu gabinete, eu boto. Se quiser botar a minha mãe, eu boto. É problema meu!”
“O kit gay não foi sepultado ainda. Dilma Rousseff, pare de mentir. Se gosta de homossexual, assume. Se o teu negócio é amor com homossexual, assuma”
Bolsonaro já mudou de partido, mais do que Marina Silva. Faz campanha com Aloysio Nunes, que foi candidato a vice-presidente na chapa de Aécio Neves, para derrubar Dilma Rousseff. Aloysio participou da guerrilha urbana e praticou vários atos terroristas.
Convocou cinco fracassadas marchas, depois do segundo turno em São Paulo, pelo retorno da ditadura.
Foi casado com Rogéria Bolsonaro, a quem ajudou a eleger vereadora da capital fluminense em 1992 e 1996, com que teve três filhos: Flávio Bolsonaro — deputado estadual fluminense —, Carlos Bolsonaro — assim como o pai e mãe, vereador da cidade do Rio de Janeiro —, e Eduardo. De seu segundo casamento com Ana Cristina, teve Renan.
Em 1988 entrou na vida publica elegendo-se vereador da cidade do Rio de Janeiro pelo Partido Democrata Cristão. Nas eleições de 1990, elegeu-se deputado federal pelo mesmo partido. Seguiriam-se outros quatro mandatos seguidos. Foi filiado ao PPR (1993-95), PPB (1995-2003), PTB (2003-2005), PFL, hoje DEM (2005), e desde 2005 integra o PP.
A ONU pede a cassação de Bolsonaro
Um órgão de defesa dos direitos humanos da ONU (Organização das Nações Unidas) condenou, nesta segunda-feira (15), uma declaração do deputado federal Jair Bolsonaro (PP-RJ), que durante discurso na Câmara, na última terça (9), disse à colega Maria do Rosário (PT-RS) que “não a estupraria” porque ela “não merece”.
“As declarações são uma ofensa não apenas para a deputada, mas também para a dignidade das mulheres e de todas as vítimas de abusos graves como violência sexual e estupro”, disse o representante para a América do Sul do Alto Comissariado das Nações Unidas para os Direitos Humanos, Amerigo Incalcaterra. Segundo ele, esse tipo de afirmação é “inaceitável” em uma democracia como a brasileira, principalmente quando se trata de autoridades públicas eleitas por voto popular.
Em nota, Incalcaterra manifestou apoio à representação protocolada contra Bolsonaro, após o episódio, pela Secretaria de Direitos Humanos e o Conselho Nacional de Direitos Humanos na Procuradoria Geral da República. “Fazemos um chamado ao Congresso Nacional, às autoridades políticas, judiciárias e a toda a sociedade brasileira a condenar amplamente este tipo de discurso de ódio e a defender a dignidade humana em todo momento”, afirmou.
Conhecido principalmente pela postura polêmica, o deputado do PP atacou Rosário, que é ex-ministra da Secretaria de Direitos Humanos da Presidência, ao rebater um discurso feito pela petista em defesa da Comissão da Verdade e das investigações de crimes cometidos por agentes do Estado durante a ditadura militar.
“Não saia, não, Maria do Rosário, fique aí. Há poucos dias [na verdade a discussão ocorreu há alguns anos] você me chamou de estuprador no Salão Verde e eu falei que eu não estuprava você porque você não merece. Fique aqui para ouvir“, disse.
Foi a segunda vez em que Bolsonaro, na condição de deputado, fez afirmação do tipo a Rosário. Em novembro de 2003, os dois discutiram diante das câmeras da RedeTV! no Congresso Nacional.