Levy, ministro trapalhão do Bradesco, ataca política econômica de Dilma

Kacio
Kacio

 

 

 

Marina Silva fosse presidente teria nomeado um ministro do Itaú. Aécio Neves, um ex-empregado do especulador George Soros.

Outro costume colonial a obrigação do ministro da Fazenda falar inglês. Basta lembrar que a imprensa elitista do Sul pediu a cabeça de Gustavo Krause, ministro de Itamar Franco, alegando que ele não sabia a língua falada nos Estados Unidos. Foi assim que Fernando Henrique virou ministro.

Outro costume de quintal: O ministro articular, dialogar, papear em língua estrangeira. Exigência que jamais humilhará um ministro das potências que possuem armamento nuclear, ou país que o governo possui uma política cívica, patriótica e nacionalista. Idêntico ao comportamento servil de tirar os sapatos, para passar pela polícia do aeroporto do Tio Sam. Como aconteceu com ministros no governo entreguista de FHC.

Eis que se deu de Joaquim Levy – ex-secretário da Fazenda dos negócios de Sérgio Cabral, ex-diretor do Tesouro do governo Fernando Henrique, ex-diretor de ativos do Banco Bradesco (Bradesco Asset Management) – pronunciar uma palestra em inglês, na última terça-feira, em São Paulo, a ex-alunos da escola de negócios da Universidade de Chicago (EUA).

Esse foi o segundo pito de Levy em Dilma. Informa o Jornal do Brasil:

No encontro, Levy disse que a presidente Dilma Rousseff nem sempre faz as coisas da maneira mais fácil e efetiva, embora tenha um desejo genuíno de acertar. De acordo com a Folha, a fala do ministro foi uma crítica à “pessoa” da presidente. O áudio original da fala de Levy foi disponibilizado no site do jornal na tarde de sábado.

Na nota divulgada na noite deste sábado, a assessoria do ministro diz: “O ministro sublinha os elementos dessa fala que são os seguintes: aqueles que têm a honra de encontrarem-se ministros sabem que a orientação da política do governo é genuína, reconhecem que o cumprimento de seus deveres exige ações difíceis, inclusive da Exma. Sra. Presidente, Dilma Rousseff, e eles têm a humildade de reconhecer que nem todas as medidas tomadas têm a efetividade esperada”, afirmou a nota, que destaca não ser oficial.

“Isto não é uma nota oficial, mas uma manifestação pessoal do ministro em face de uma matéria online que comenta a fala do ministro em uma conversa informal com membros do setor financeiro em que ele procurou transmitir os pontos principais do ajuste econômico em face da evolução economia global e da exigência de crescimento no Brasil, e a importância de se executá-lo rapidamente”, diz o texto.

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A arte de governar

 

 

 

Bernard Bouton
Bernard Bouton

  por Gustavo Krause

 

O desuso do “Manifesto das sete artes”, publicado em 1923, que reconheceu o cinema como a sétima arte (hoje, são identificadas 11), deixa-me àvontade para incluir mais uma, a arte de governar.

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Muita gente vai torcer o nariz diante de tamanha ousadia. As pessoas, em geral, estão ressabiadas com o governo, qualquer governo, em especial o nosso, perito em malasartes e aívem um cara escrever sobre a arte de governar.

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Justifico. A expressão “arte” admite uma licença na linguagem coloquial que amplia seu sentido original e permite o uso para traduzir a combinação de elementos concretos e abstratos capazes de qualificar o fazer humano (cultura). De outra parte, governar éuma ação intensa, transformadora e de tal complexidade cuja força pode produzir o belo e o trágico. Nela estão contidos o exercício do poder, o jogo da política e a misteriosa essência do ser humano em toda sua grandeza e miséria.

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De outra parte, nunca é demais lembrar que a inseparável relação entre governo e política avaliza conceitos clássicos que mencionam “ciência da governação dos Estados”; “Arte e prática da governação das sociedades humanas”; e definições que acrescentam à arte e à ciência “a ética do bem comum”.

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Com efeito, o tempo das disputas eleitorais anima a reflexão sobre a arte de governar, reflexões, aliás, antigas, profundas e suficientes para abarrotar muitas bibliotecas.

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O apelo à concisão impõe o risco de me limitar a duas luminosas lições.

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A primeira vem da civilização grega, particularmente do pensamento aristotélico, que exaltava a moderação como a virtude excelsa do homem porque, distante dos extremos, encontra o justo no caminho do meio. É o contraponto dos excessos. Como toda virtude, é silenciosa e passível de ser adquirida. Virtude laica e religiosa que ensina ser moderado em tudo, sobretudo, na arte de governar, no perigoso manejo do poder, este fenômeno social que se resume no domínio de homens sobre homens.

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A outra lição vem do mais admirado e injuriado pensador, o florentino Nicolau Maquiavel. Maquiavel não era maquiavélico. Maquiavel foi um realista pessimista. Recomendava prudência e rejeição à ingenuidade, ou seja, recomendava o pessimismo preventivo que se traduz na seguinte linha de conduta: admitir o mal não significa desejá-lo, mas reconhecer que ele é tão provável quanto o bem desejado. Mirou no Príncipe, mas abriu os olhos do povo para o que é, para a natureza e o exercício do poder, abstraídas as prescrições do dever ser.

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Em resumo: a virtude da moderação e o pessimismo preventivo devem ser companhias permanentes de quem governa. Uma revela o grande desafio do ser; o outro ajuda a superar o desafio do fazer.

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Nas democracias, os governantes são eleitos na esperança de que cumpram os desígnios dos cidadãos. Não é difícil identificar carências e demandas sociais; não é difícil prometer políticas públicas e programas de governo devidamente embalados pelos modernos recursos do marketing político e do espetáculo midiático. A dificuldade fundamental do governante reside no pretenso dilema: atender o imediatismo das necessidades ou governar para as futuras gerações?

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A meu ver, o dilema é falso. Nem o populismo imediatista, nem o idealismo atemporal, isoladamente, dão sustentação ao bom governo.

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A propósito, governar não esgota o seu significado em gerir, administrar organizações, entre elas, o Estado; governar é dar rumos, dirigir, pilotar uma embarcação com o leme da clarividência de modo a abrir caminhos em direção a um porto seguro.

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Desta forma, a arte de governar exige a virtude da moderação no uso do poder, a visão equilibrada entre o agora e o depois, a resiliência diante de turbulências e tempestades.

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Com as eleições na porta e superada a fase das estranhas alianças (tratadas, aliás, com palavras que ferem ouvidos pudicos), está na hora de os candidatos demonstrarem que é possível, com uma visão de mundo, ideias e propostas viáveis governar com engenho e arte.

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No meu caso, ficaria satisfeito com uma agenda básica: (1) o trinômio, educação/conhecimento/inovação; (2) instituições democráticas/inclusão; (3) governo que funcione. E antes que esqueça: adicionar ao PIB, indicador de quantidade, o felicitômetro, indicador de qualidade.

 

As mulheres do nazismo

por Gustavo Krause

 

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Este assunto foi tratado com a perspicácia e a competência habituais de Fernando Antonio Gonçalves no artigo Mulheres do III Reich (20.06.14), inspirado na obra de Wendy Lower, Mulheres do Nazismo, consultora do Memorial do Holocausto. A estarrecedora narrativa consumiu 425 páginas, complementada por mais 170 que contém 399 fontes de pesquisa e 25 ilustrações. Certamente, não caberia voltar à matéria. No entanto, o que ficou remoendo o meu juízo e me encorajou a tratar da matéria foi o próprio Fernando que conclui o artigo assim: “As memórias jamais deverão ser resvaladas para o baúdo esquecimento. Pois, assim procedendo, proporcionam o surgimento de novas ideologias que menosprezam a dignidade dos seres humanos”.

O final do artigo mexeu em sentimentos humanitários e, naturalmente, me fez sentir o calor do sangue da ascendência e da descendência judia.

De outra parte, a revelação dos algozes nazifascista recaiu sobre um personagem, a mulher, até então, praticamente ignorado pelos horrores da crueldade, do massacre e do autêntico genocídio praticado pelos nazistas. Intrigante! A mulher, mãe, a quem a perpetuação da espécie deve a vida dividida no paraíso uterino; a quem a sobrevivência do ser desprotegido é nutrida pelo leite e aconchego do seio materno, enfim, a mulher que, por força da dominação preconceituosa do homem, sempre desempenhou um papel secundário na vida social, assumiu a tarefa de cúmplice e perpetradoras da extinção dos “inimigos” do Reich (500 mil envolvidas).

De fato, no primeiro momento, o texto intriga; em seguida, espanta; por fim, a leitura do livro faz compreender os acontecimentos: o veneno ideológico inoculado na formação da sociedade alemã, tendo como pilares a superioridade da raça ariana (definindo os inimigos a serem eliminados) e na doutrina do “espaço vital” (o lebensraum, a base do expansionismo imperialista e totalitário), geraram monstros que, na corajosa e insuperável visão de Hannah Arendt, agiam sob a serena ”banalidade do mal”, amparada pela “lei de Ninguém” que se tornou “responsabilidade de ninguém” no tribunal pós-guerra.

Em relação às mulheres, três crenças foram inoculadas em doses maciças: (a) aceitar irrestritamente a superioridade masculina; (b) “emancipar a mulher da emancipação feminina” contraditando a suposta igualdade de gênero pregada pelo bolchevismo inimigo figadal do movimento nazista; (c) procriar na maior escala possível a descendência alemã (mães com mais de quatro filhos eram agraciadas com a Cruz de Honra e, no gracejo sádico do Fuhrer, a mãe de seis filhos era mais importante do que um advogado).

Formada com esta carga doutrinária, a mulher nazista tinha o seu destino traçado: testemunha, cúmplice e assassina, sejam como parteiras, enfermeiras, burocratas, sejam como diligentes assessoras dos maridos. Ainda que com ânsia de vômitos, sinto-me no dever de registrar, pelo menos três personagens de episódios asquerosos: Liesel Wilhaus (Janoska, Polônia) praticava tiro ao alvo matando os judeus que passavam pelo seu quintal; Johanna Altvaver (Ucrânia) atraia crianças judias com doce e atirava na boca das vítimas com sua pistola de prata; Vera Wohlauf, grávida, acompanhou o marido num dos guetos poloneses para assistir ao massacre e se divertia chicoteando os judeus.

Johanner Altvater
Johanner Altvater
Liesel Willhaus
Liesel Willhaus
Vera Wohlau
Vera Wohlau

Infelizmente, os tribunais de desnazificação foram, no mínimo, benevolentes com as genocidas que, doutrinadas para matar seres inferiores, inimigos de uma “causa nobre”, obedeciam, como ocorre, até hoje, a ordem interior de eliminar o outro, mandamento primeiro dos ódios inabaláveis. De fora para dentro, a consciência, já contaminada, estava legitimada pelo poder político. Como de costume, alegavam que “não sabiam de nada” ou “cumpriam ordens”.

No entanto, em meio à louca disseminação do mal, luzem estrelas do bem e da compaixão, em gestos raros de bondade e em palavras proferidas de inconformismo, medo, desamparo, como atesta a carta de Annette Schucking (Novogorod-Volynsk–Ucrânia, 5 de junho de 1941): “Ah. mamãe, o mundo é um enorme matadouro”.

 

 

Os prefeitos dos shoppings roubam inclusive a vida das cidades

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A onda destruidora dos shoppings. O que faz viva uma cidade é o povo nas ruas.

Afirmou Gustavo Krause, quando prefeito do Recife: “Se a cidade é uma das mais extraordinárias construções da natureza humana, se nela tudo acontece em função do exercício político da cidadania, tudo se passa na rua – extensão da casa, e no bairro – extensão da família”.

Escreve hoje Sergio Kiernan: En Nueva York, por ejemplo, la estricta y total prohibición de los shopping centers en los cinco “boroughs” neoyorquinos, que ni siquiera el multimillonario intendente saliente logró levantar. La idea es que el perfil urbano de la ciudad es alimentado y caracterizado por un zócalo de comercios minoristas, por galerías comerciales y por tiendas de departamentos que se especializan más que nada en ropa y maquillaje. Nueva York es la ciudad más caminable de Estados Unidos, por lejos, no sólo porque tiene un buen sistema de subtes sino porque hay mucho que ver y hacer, porque sus calles son foros públicos.

El macrismo (Buenos Aires) tiene en mente un modelo de ciudad tipo country: privado, de auto, con derecho de admisión, lucrativo y con tarjeta de crédito. A esta gente le falta calle y por eso no sabe para qué sirve la calle, con lo que firma alegremente toda autorización para un shopping. De paso, alguna constructora amiga hace un buen negocio y todos reciben facilidades, como no pagar por el cambio de infraestructura necesaria, otra cosa que podrían copiar de Nueva York, meca del capitalismo donde para abrir un estadio, por ejemplo, hay que pagar por el asfaltado reforzado, las cloacas ampliadas y los semáforos extra para manejar el influjo puntual de público.

Los shoppings, en comparación, son criaturas potencialmente dañinas.

 

 

Livra-te do homem que não fala e do cão que não ladra

Liliana-Oliveira

 

A imprensa é o quarto poder
Edmund Burke

Imprensa é oposição. O resto é armazém de secos e molhados

Millôr Fernandes

A imprensa não é o Quarto Poder. É o contrapoder
Zuenir Ventura

A imprensa é a artilharia da liberdade
Hans Dietrich Genscher

O poder jamais careceu de quem lhe fizesse elogios
Elias Canetti

Onde está o poder estará, infalivelmente, o puxa-saco
Gustavo Krause

O que está em jogo neste lance é saber se poderemos praticar a Constituição, adotando métodos totalitários de sufocação à liberdade da palavra frouxamente, ou se defendendo esta liberdade, mesmo quando a palavra é injustamente usada, confiando em que possa ser contestada, não pela brutalidade do silêncio forçado, mas, pelo contrário, pela ampla discussão, a fim de que o abuso seja afinal corrigido
Djalma Marinho

A proibição futura de quaisquer textos representaria (…) censura à atividade jornalística, o que, definitivamente, não se coaduna com os princípios basilares do Estado Democrático de Direito, que elegeu a liberdade como um de seus pilares.
Catarina Vila-Nova Alves de Lima

“Fulano escreveu certo e você errado” ensinava, aos berros, a assessora, que é bem paga para fazer exatamente isso: Tirar da imprensa o que de “ruim” possa envolver o seu cliente
Ricardo Antunes

A liberdade de pensamento, de expressão e de informação são todas expressões de direitos individuais. Elas começam no artigo 5 da Constituição, os direitos e garantias individuais, são clausulas pétreas. Por isso não podem ser objeto de reforma nem por emenda constitucional
Ayres Britto

Essas críticas, quando emitidas com base no interesse público, não se traduzem em abuso de liberdade de expressão, e dessa forma não devem ser suscetíveis de punição. Essa liberdade é, na verdade, um dos pilares da democracia brasileira
Celso de Mello

Além de sermos seres que se emocionam, que têm sensações e vontades, somos seres pensantes e com pleno direito e, até, dever de compartilhar nossos conhecimentos e opiniões sobre e para o mundo. Somos todos livres, inteligentes e não podemos e nem devemos nos omitir e nem sermos repreendidos e censurados. E é disso que trata o Artigo XIX da Declaração Universal dos Direitos Humanos
Flavia Vasconcelos

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The Economist não gosta de Dilma e pediu a cabeça de Mantega. Sinal de que a política econômica vai no caminho certo.

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A presidente Dilma Rousseff rebate atrevidas críticas ao seu governo feitas pela revista britânica The Economist.

A revista define a economia brasileira como uma criatura moribunda, que cresceu apenas metade do número projetado pelo ministro da Fazenda e conclui afirmando que a presidente deveria demitir Guido Mantega, que com suas previsões super otimistas fez os investidores perderem a confiança.

“Não vi, diante dessa crise gravíssima pela qual o mundo passa, com países com taxas de crescimento negativas, escândalos, quebra de bancos, quebradeiras, eu nunca vi nenhum jornal propor a queda de um ministro. Nós estamos crescendo a 0,6 esse trimestre e iremos crescer mais no próximo trimestre. Então a resposta é: de maneira alguma eu levarei em consideração esta, diríamos, sugestão”, declarou Dilma.

The Economist esqueceu: o Brasil, agora, tem presidente. Não vai nessa de que o ministro da Fazenda carece de dupla nacionalidade, ter sido empregado de banqueiro estrangeiro e falar inglês. Gustavo Krause caiu fora do Ministério, no governo de Itamar Franco, pela exigência desses três requesitos coloniais. Quando Krause, escritor, bibliólogo, professor universitário, nunca fez publicidade de sua cultura. Além do mais, foram credenciais para assumir o cargo ser uma das maiores autoridades em direito tributário; uma exemplar experiência executiva como prefeito do Recife, governador e secretário da Fazenda de Pernambuco; e legislativa, como vereador mais votado do Recife e deputado federal. O que incomodava era a honestidade e o patriotismo de Krause.

Esqueceu The Economist que as universitárias inglesas estão se prostituindo. Reportagem publicado hoje no El Púbico, Madri:

La subida de matrículas de Cameron instiga la prostitución universitaria en Reino Unido

Las universidades británicas ingresan cientos de millones de libras procedentes de la industria del sexo. El Sindicato Nacional de Estudiantes denuncia que la brecha entre las ayudas estatales y el coste de estudiar una carrera universitaria fuera de Londres se ha incrementado hasta los 10.500 euros

El número de estudiantes universitarios que recurren a la industria del sexo para costearse sus estudios se ha disparado en Reino Unido. Así lo pone de manifiesto un reciente estudio llevado a cabo por la Universidad de Kingston, que revela que las universidades reciben anualmente entre 103 y 355 millones de libras (126 y 436 millones de euros) procedentes de actividades ligadas al sexo, desde bailes eróticos o barras americanas a servicios de compañía o prostitución.

Ron Roberts, el catedrático de Psicología en la Universidad de Kingston que ha dirigido esta investigación, lleva años estudiando el fenómeno y asegura que la situación “ha empeorado significativamente en el último periodo”, con más de un 6% de los universitarios –en su mayoría mujeres– recurriendo al sexo como fuente de financiación para costear sus estudios.

Fuentes del Colectivo Inglés de Prostitutas confirman las palabras de Roberts y apuntan que “en el último año” se ha “doblado” el número de llamadas telefónicas que reciben en su línea de ayuda en Londres protagonizadas por estudiantes que han recurrido a la prostitución.

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Óbvio, quanto mais corrupto e serviçal um presidente mais ideal para os antigos europeus colonizadores. Veja que lista de bem amados e intocáveis quando estavam no poder:

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Presidentes ideais para The Economist, na América Latina, sãos os ditadores de Honduras e do Paraguai, para dois exemplos.

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Eduardo Campos iniciou campanha presidencial

Neto de Arraes e protegido de Lula, governador de Pernambuco e candidato do PSB

por João Domingos/Estadão

Governador de Pernambuco e presidente nacional do PSB, Eduardo Campos fecha 2012 cacifado pelo ótimo desempenho nas eleições municipais. Mesmo batendo de frente com o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva e com o PT, conseguiu vencer as duas eleições que considerava estratégicas e abriu passagem para que seu nome se consolidasse como uma possibilidade real na corrida pelo Palácio do Planalto em 2014.

Mesmo enfrentando diretamente candidatos petistas, que tiveram apoio declarado de Lula e da presidente Dilma Rousseff, Campos foi bem sucedido ao ganhar a prefeitura do Recife, com Geraldo Júlio (PSB), interrompendo um longo ciclo de poder petista. A outra vitória foi em Belo Horizonte, numa espécie de consórcio político com o senador tucano Aécio Neves. Ambos bancaram a candidatura à reeleição do prefeito Marcio Lacerda (PSB) contra Patrus Ananias (PT) e foram bem sucedidos.

As duas vitórias deram a Campos a possibilidade de transitar entre a base governista e a oposição. Se opera politicamente em Minas ao lado de Aécio e no Paraná ao lado do governador Beto Richa, também do PSDB, preserva sua posição de integrante da base do governo Dilma.

Dom Quixote. A exemplo do xará Miguel de Cervantes, que em Dom Quixote conta as histórias do período em que foi prisioneiro em Argel, até a fuga para a Europa, Arraes gastava noites e noites falando de sua passagem pela capital argelina, o golpe sofrido pelo presidente Ben Bella (1918-2012), a guinada dos governos africanos para a esquerda sob influência da União Soviética, os longos 13 anos do governo de Houari Boumédiène (1932-1978), que nacionalizou empresas, principalmente as petrolíferas francesas.

Campos, então com 14 anos, era o maior ouvinte de tudo o que Arraes contava. Grudou-se no avô, perguntava, dava opinião, rebatia, complementava. Arraes comentou à época que via naquele garoto grandes chances de vir a se tornar um político.

Manteve-o por perto. Em 1985 o neto foi eleito presidente do Diretório Acadêmico da Faculdade de Economia da Universidade Federal de Pernambuco. Em 1986, Arraes candidatou-se ao governo e fez dele o dono de sua agenda. Eleito, Arraes chamou o neto para a sua chefia de gabinete. Campos estava então com 21 anos.

Comentário do editor do blogue: Arraes nunca foi um dom Quixote. Arraes era candidato a presidente desde seu primeiro governo. Disputava a presidência, pelas esquerdas, com Brizola. Havia até uma profecia, com apelo místico, para este feito.

Que Eduardo Campos aprendeu com o avô foi a ciência da propaganda política (conforme teoria de Pavlov). Estudo do comportamento que Skinner pretendeu o status de ciência.

O projeto de Arraes ser presidente foi cassado pelo golpe de 64. O mito Arraes cresceu quando estava no exílio.

Em 1986 foi novamente eleito governador. Criei o slogan da esperança, inclusive o trem da esperança que marcou sua propaganda de tv. Este evento propus para as campanhas vitoriosas de Roberto Magalhães governador, Gustavo Krause vice-governador, Marco Maciel senador, em 1982, mas foi uma idéia rejeitada. Só fiz a mudança do roteiro do trem: para Roberto, um trem que vinha do interior (reduto macielista) para a capital (reduto de Arraes). Copiei da campanha de Lincoln  . Filme biográfico.

A esperança da campanha de Aluísio Alves a governador, em 1960.

Era arrasador ver o povo nas ruas vestido de verde, com bandeiras na cor verde, ou galhos de verdes folhas nas carreatas e passeatas.

Até a estátua de São Pedro, no alto da estratégica igreja do Alecrim, em Natal, foi pintada toda de verde. A estátua no lugar da cruz ou do galo.

Igreja de São Pedro, no bairro do Alecrim, Natal
Igreja de São Pedro, no bairro do Alecrim, Natal
Igreja de Santo Antonio (Igreja do Galo), Natal

Na Revolução Francesa, o povo tomou a Bastilha carregando os galhos verdes das árvores que encontravam pelas ruas de Paris.

O povo estonteado, tomado pelo fanatismo, derrotou Djalma Marinho. Não idealizei a campanha de Djalma. Fui secretário do jornal O Nordeste, repórter especial do jornal A República, e orador estudantil nas carrocerias de caminhões, improvisadas como palanques de comício.

Djalma, o grande tribuno do Congresso Nacional, o jurista, recusava baixar o tom. Eu dizia: – baixe o nível, fale o que povo quer ouvir. Ele me respondia: – Não sou demagogo.

A campanha de Djalma estava toda errada. Tanto que o slogan “Não minto, não roubo”, que acusava Aluízio, parecia mais uma defesa de Djalma, quando Aluízio denunciava, caluniosamente, o governador Dinarte Mariz de ter dito: – “Todo homem se vende, e sei o preço de cada um”. Uma manchete do Jornal do Comércio do Recife, repetida nos comícios e jornais do Rio Grande do Norte.

Não existe uma receita certa em propaganda. Evo Morales derrotou os brancos com o lema indígena: “Não minto, não roubo e não sou frouxo (ou não mato)”.

Propaganda é plágio. O que há de novo são os meios (os antigos sempre serão usados) e a propaganda subliminar, que muitos confundem com propaganda implícita e propaganda indireta.

Minhas propostas apresentei na estratégia da campanha de senador de Antonio Farias.

Arraes eleito governador em 1986, em 1994, o “Arraes está voltando” teve como inimigo o tempo, e Ulisses Guimarães que também se lança candidato a presidente, tendo Jarbas Vasconcelos como vice.

Finalmente Arraes perde a reeleição, em 1998, para seu ex-aliado e ex-prefeito do Recife Jarbas Vasconcelos, que obteve mais de 64% dos votos válidos.

Arraes considerava a propaganda, hoje chamada de marketing pelos marreteiros, uma guerra de símbolos. Usou a pá de pedreiro (da Maçonaria), a pomba da Paz, o “A” de Arraes, que lembrava o “A” do anarquismo e o da campanha de Allende. A vassoura de Jânio, outro símbolo copiado de uma campanha presidencial chilena.

Falta para Eduardo Campos o símbolo, e um slogan. Se conseguir espalhar que o Arraes da profecia não era o avô, mas o neto…  (T.A.)

Símbolo Anarquismo
Símbolo Anarquismo

A tísica e a mobilidade urbana

Por Gustavo Krause

 

“Quem atalha os males com bastante antecedência pode, sem grande esforço, dar-lhe remédio, quem espera, porém que eles se aproximem, debalde tentará debelá-los, a doença tornou-se incurável. E ocorre com esta o que os médicos dizem a respeito da tísica: isto é, ser ela no princípio fácil de curar e difícil de perceber, mas, se não foi percebida e tratada no início, tornar-se, com o andar do tempo, fácil de perceber e difícil de curar”.

Está escrito no capítulo III de O príncipe, de Maquiavel. Com efeito, as reflexões e os conceitos maquiavelianos não se restringem à política: têm aplicação universal, atemporal e se ajustam, perfeitamente, à grave enfermidade que acomete a mobilidade urbana do Recife.

No caso, a doença entupiu de tal maneira as “artérias” que ameaça paralisar, por inteiro, a cidade. O Recife infartou. No começo, era difícil de ver e fácil de curar, agora é fácil de ver e difícil de curar, tal qual na descrição de Maquiavel no caso da tísica.

Fui direto ao ponto: o problema é do tamanho do erro histórico que fez prevalecer o transporte individual, o automóvel, sobre o transporte coletivo, as rodovias sobre as ferrovias, a construção da civilização sobre pneus movida por um ser composto de cabeças, tronco e rodas, submetido aos caprichos reais e simbólicos de sua excelência, o automóvel. Ao que se soma a expansão urbana desordenada.

Logo, não há solução simples, barata e rápida. Qualquer promessa dos candidatos a prefeito cairá na vala comum da demagogia desde que não contemple a real gravidade do problema.

A reversão da prioridade do transporte individual sobre o coletivo e a ordenação da expansão urbana ferem interesses concretos e esbarram em profunda resistência de ordem cultural com alguns agravantes: ausência de planejamento urbano/metropolitano com visão de médio e longo prazo, fragilidade e ineficiência dos órgãos de gestão de trânsito.

A propósito, cabe recordar a oposição política e a reação cultural às iniciativas que privilegiavam o ônibus a exemplo do corredor exclusivo da Caxangá (completa trinta anos como primeiro e único porque o da Boa Vista é um monstrengo), da recuperação da frota de troleibus, o Terminal Integrado de Passageiros (TIP), hoje, largado ao mais completo abandono e o amplo estacionamento periférico da Joana Bezerra, injuriado impiedosamente porque incompreendido como mecanismo de desincentivo ao uso do automóvel no Centro do Recife.

Não é viável enfrentar o monumental problema da mobilidade urbana sem que uma agenda comum seja politicamente pactuada pelos candidatos em sintonia com a sociedade civil. Sem este compromisso que transcenda interesses imediatos, não há gestor, não há cirurgia urbana que evite o colapso. Não há outro caminho, senão abrir novos caminhos para que o ônibus reassuma seu papel de ator principal no modelo de transporte coletivo sob as formas modernas de veículos articulados (BRT, VLP – veículo leve sobre pneus, ônibus guiados por sistemas de canaletas e dispositivos magnéticos), ainda que cheguem ao Recife com o atraso de décadas.

Todos são vítimas da má qualidade de vida, do estresse, dos acidentes e da limitação do prosaico exercício do direito de ir e vir dos cidadãos.

Importante registrar que a humanidade nasceu no campo, mudou-se e vai continuar se mudando para as cidades, acalentando o antigo sonho dos gregos de que a vida nas cidades é boa e segura.

(Transcrevi trechos)