FHC o corrupto privatista e nepotista virou golpista

Leio hoje o seguinte título de apologia da ditadura:

FHC FLERTA COM GOLPE E FALA EM ‘QUASE ILEGITIMIDADE’

 

 Sherif Arafa
Sherif Arafa

247 – O ex-presidente Fernando Henrique Cardoso voltou a flertar com o golpismo ao falar em “sentimento de quase ilegitimidade”, que, segundo ele, ronda a reeleição da presidente Dilma Rousseff.

“Vê-se neste momento a dificuldade que tem a presidente da República, recém eleita, quando devia ter toda força possível, mas tenho a impressão de que há um sentimento de ilegitimidade. Ganhou, é legal. Mas sem uma parte mais dinâmica do país e por outro lado com um sistema de apoios que não se expressa realmente no Congresso atual nem no futuro porque a forma de eleição não foi baseada propriamente num fator político ideológico”, afirmou FHC, durante uma palestra na Academia Brasileira de Letras.

[A parte mais dinâmica o povo em geral, representado pela classe trabalhadora. O sistema de apoio que FHC pretende que se expresse no Congresso seria uma maioria vendida que o próprio Fernando Henrique comprou várias vezes, inclusive para aprovar sua reeleição e para a permissividade de nomear seu genro, um estrangeiro, para quebrar o monopólio do petróleo e a Petrobras. Quanto ao fator político ideológico, FHC fica no muro. Não diz qual. Com certeza não é o bolivariano, nem o socialismo, nem o comunismo. Nem a democracia, que não consiste na harmonia entre os três poderes. A democracia, a vontade soberana do povo se expressa nas urnas: eleições diretas de governantes e parlamentares e juízes, plebiscitos e referendos]

Ele também apontou problemas de governabilidade e criticou o espírito da coalizão em torno de Dilma. “Neste momento o executivo não encontra o apoio necessário do Congresso porque as alianças foram feitas a partir de outros objetivos, outros critérios, então fica difícil avançar”, afirmou.

Em outra sinalização perigosa, FHC afirmou que o sistema político pode vir a ser afetado por decisões judiciais. “Estamos assistindo neste momento processos complicados de corrupção, a justiça atuando, e isso afeta os partidos e os governos. Não é de estranhar-se que no Brasil a solução para esse imbróglio político não venha a partir do sistema político mas sim de decisões judiciais. Dada a situação política e o constrangimento que há para mudar essa situação, de repente pode ser que haja uma judicialização de decisões que venha afetar o próprio sistema político”, afirmou.

[FHC pretende uma ditadura do judiciário como aconteceu no golpe de Honduras, confiante no ministro que ele nomeou Gilmar Dantas. A atual Constituição constitui um ventre complacente. Foi implantada antes de um plebiscito que indagava se o regime brasileiro deveria ser monarquista, presidencialista ou parlamentarista, e com vários artigos da anterior Constituição da Ditadura Militar.

Nenhum governo foi mais corrupto que o de FHC, marcado pelo nepotismo, visando beneficiar filhos, filhas, genros, nora e netos e netas, entreguismo, leilões quermesses e elitismo. Para escapar da cadeia, no último mês terminal do seu oitavo ano de governo, fez o Congresso votar, e sancionou uma lei de anistia para os crimes de colarinho branco e privataria tucana, o atual foro especial ou justiça secreta.

A única judiacialização de decisões necessária: que se comece a prender os ladrões do Brasil, os que entregaram as nossas riquezas, o nióbio, o petróleo, a água, as estatais. Os que criaram o estado mínimo e transformaram o país em um imenso latifúndio para os piratas de todas as bandeiras. Uma judicialização que purifique a Justiça. Na prisão de quem assina precatórios com super correções monetárias, despejos de milhares de sem teto para beneficiar um especulador imobiliário, habeas corpus para capos e doleiros, e quem vende sentenças]

 

 

A “Operação Banqueiro” e como se uniram as duas maiores fábricas de dossiês da República

Por Luís Nassif

 

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O livro “Operação Banqueiro”, do jornalista Rubens Valente, caminha para se tornar um clássico na devassa das relações Estado-lobbies privados, especialmente o capítulo “As ameaças do grande credor”, que descreve a correspondência do super-lobista Roberto Amaral com Daniel Dantas, o banqueiro do Opportunity, reportando e-mails e conversas que manteve em 2002 com o então presidente Fernando Henrique Cardoso e o candidato José Serra.

As mensagens constam de dez CDs remetidos à Procuradoria Geral da República em Brasília – e que permaneceram na gaveta do PGR Roberto Gurgel, que não tomou providência em relação ao seu conteúdo.

Nas mensagens a FHC e Serra, Amaral insiste para que se impeça a justiça de Cayman de entregar a relação de contas de brasileiros nos fundos do Opportunity. Amaral acenava com os riscos de se abrir os precedentes e, depois, o Ministério Público Federal investir sobre as contas do Banco Matrix – de propriedade de André Lara Rezende e Luiz Carlos Mendonça de Barros, figuras ativas no processo de privatização. E, principalmente, sobre as contas de Ricardo Sérgio, colocado por Serra na vice-presidência internacional do Banco do Brasil.

Parte das mensagens havia sido divulgada em 2011 pela revista Época.

São relevantes para demonstrar que o Opportunity tornou-se uma questão de Estado, com envolvimento direto de FHC (tratado como “pessoa” nos emails entre Amaral e Dantas), José Serra (alcunhado de “Niger”) e Andréa Matarazzo (tratado como “Conde”). Dantas era alcunhado de “grande credor”.

Mostra também como Gilmar Mendes, então na AGU (Advocacia Geral da União), foi acionado em questões que interessavam ao Opportunity junto à ANATEL (Agência Nacional de Telecomunicações).

Não apenas por isso, mas pelo levantamento minucioso de decisões do STF (Supremo Tribunal Federal), das pressões sobre procuradores e policiais, da atividade pró-Dantas de advogados ligados ao PT, trata-se de obra definitiva para se entender os meandros da estratégia que resultou na anulação da Operação Satiagraha.

Em entrevista a Sérgio Lyrio, da Carta Capital, Valente afirma que “sem Mendes na presidência do Supremo, nem todo o prestígio de Dantas teria sido capaz de reverter o jogo de forma tão espetacular”.

É mais do que isso. Nem Mendes nem Dantas individualmente teriam o poder de influenciar os quatro grandes grupos de mídia. O único personagem com capacidade de unir todas as pontas em torno de uma bandeira maior – a conquista da presidência da República – era José Serra. É a partir dele que deve ser puxado o fio da meada.

Satiagraha foi a Primeira Guerra Mundial da mídia, um ensaio para as guerras seguintes, nas eleições de 2010 em diante.

As fábricas de dossiês

Valente não aborda o papel da mídia e a maneira como eram construídos os dossiês. Os dados abaixo são de levantamentos antigos do Blog, aos quais se somam algumas revelações adicionais do livro.

Na série “O caso de Veja” havia mostrado a maneira como Dantas e a Veja se valiam de dossiês para fuzilar não apenas adversários políticos, mas magistrados e jornalistas que ousassem investir contra os interesses do banqueiro. É a mesma tecnologia – de dossiês e assassinatos de reputação, com ampla repercussão midiática – reproduzida no modo Cachoeira-Veja de atuar e, antes, no modo Serra exemplificado no caso Lunus.

Dois capítulos da série merecem atenção especial:

O caso Edson Vidigal – (): Desembargador do STJ, Vidigal confirmou uma sentença contra Dantas. Veja fuzilou-o em uma matéria com acusações dúbias.

O caso Márcia Cunha – uma juíza séria, do Rio, foi fuzilada pela Folha por contrariar interesses de Dantas e ter recusado proposta de suborno. Tempos depois, constatou-se sua inocência e comprovou-se a tentativa de suborno.

A montagem da central de dossiês

É na operação Lunus que estão as pistas para se chegar ao início do nosso modelo. Ele nasce com a nomeação de José Serra para Ministro da Saúde. Através da CEME (Central de Medicamentos), Serra monta o embrião da sua indústria de dossiês, contratando três especialistas em trabalhos de inteligência: o subprocurador da República José Roberto Santoro, o policial federal Marcelo Itagiba e o ex-militar Enio Fonteles, dono da Fence Consultoria Empresarial, especializada em arapongagem.

A primeira grande ação do grupo foi a Operação Lunus. Usou-se o poder de Estado para tal.

A aproximação com Cachoeira

O esquema Serra gerou dossiês contra competidores internos no PSDB – Paulo Renato de Souza, Tasso Jereissatti e Aécio Neves.

Já no governo Lula, o passo seguinte do grupo foi na operação Valdomiro Diniz, primeiro petardo contra o então Ministro-Chefe da Casa Civil José Dirceu.

Foi divulgado vídeo de 2002, no qual Valdomiro, servindo no governo Benedita da Silva, pedia propina a Carlinhos Cachoeira. Quando o vídeo vazou, Valdomiro trabalhava como assessor da Casa Civil. A bomba acabou explodindo no colo de Dirceu, que pagou o preço de não ter ouvido assessores sobre o passado de Valdomiro.

Carlinhos Cachoeira e Jairo

A partir dessa primeira abordagem de Santoro sobre Cachoeira, muda o comportamento da mídia. De bicheiro suspeito, passa não apenas a ser blindado como torna-se íntimo colaborador da revista Veja em uma infinidade de escândalos com objetivos políticos. É como se a operação Lunus estivesse sendo reproduzida em uma linha de montagem.

A de maior impacto foi o do grampo no funcionário dos Correios Maurício Marinho, que resultou por linhas tortas no escândalo do “mensalão”.

Os factoides contra a Satiagraha

Quando surgiram os primeiros boatos sobre o cerco a Dantas, a primeira investida foi uma capa de Veja, “Medo no Supremo”, de 22 de agosto de 2007, em que cozinhava um conjunto de informações velhas, para dar a impressão de que o STF estava ameaçado pelo grampo. Mereceu um dos capítulos da minha série “O caso de Veja”

1. Os dois habeas corpus em favor de Daniel Dantas.

Gilmar tratou o caso como se o estado de direito estivesse ameaçado. Sucessivas invasões de escritórios de advocacia pela Polícia Federal forneceram-lhe o álibi necessário. Mas avançou muito além do habeas corpus, com discursos bombásticos que, repercutidos pela mídia, criaram o clima de resistência à Satiagraha. No livro, Valente esmiuça todas as decisões controvertidas de Gilmar para anular a operação.

2. O grampo sem áudio.

O tal grampo de conversa entre Gilmar Mendes e Demóstenes Torres – principal parceiro de Veja na conexão Carlinhos Cachoeira.

Jamais apareceu o áudio. Investigações divulgadas na época mostravam ser impossível grampear telefones do Senado. Sequer se conferiu se, na tal hora do suposto grampo, houve de fato ligações telefônicas entre Gilmar e Demóstenes, ou ao Senado.

Era um grampo consagrador para Demóstenes, onde os dois colegas lembravam as grandes ações cívicas do senador.

3. O grampo no Supremo Tribunal Federal.

Um assessor de segurança do STF passou para a revista Veja a informação de que havia detectado grampo em uma das salas do Supremo. Mereceu capa e, com base no alarido, foi criada a CPI do Grampo

Quando o relatório da segurança do STF foi entregue à CPI, constatou-se que haviam sido captado sinais de fora para dentro do órgão. Logo, jamais poderia ser interpretado como grampo. Coube a leitores do Blog derrubar essa armação.

Na CPI ficou-se sabendo que o relatório com as conclusões falsas saíram do próprio gabinete da presidência do STF.

Foi tão grande a falta de reação dos demais ministros, ante a manipulação do suposto grampo, que chegou-se a aventar a fantasia de que Gilmar teria mandado grampeá-los para mantê-los sob controle.

Nesse período, Jairo Martins, o araponga que armou o grampo dos Correios, assessorava Gilmar.

4. A reunião com Nelson Jobim e Lula.

Mesmo depois da Satiagraha, manteve-se o mesmo modo de operação no julgamento da AP 470. Há um encontro entre Gilmar e Lula no escritório de Nelson Jobim. Passa um mês, sem que nada ocorra. De repente, alguém se dá conta do potencial de escândalo que poderia ser criado. Gilmar concede então uma entrevista bombástica, indignada, dizendo ter sido pressionado por Lula.

Dos três presentes ao encontro, dois – Jobim e Lula – negam peremptoriamente qualquer conversa mais aprofundada sobre o mensalão.

Foi em vão. A versão de Gilmar é veiculada de forma escandalosa pela revista Veja, criando o clima propício ao julgamento “fora da curva” da AP 470. O mesmo Gilmar do grampo sem áudio e da falsa comunicação de grampo no STF.

São quatro episódios escândalos inéditos na história do Supremo, todos os quatro tendo como origem Gilmar Mendes.(Transcrevi trechos. Leia mais)

 

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Daniel Dantas e Naji Nahas sempre juntos nos negócios, na justiça e prisões

Quantos habeas corpus precisa Daniel Dantas?

Indaga Paulo Henrique Amorim:

O STF vai tirar Dantas
da cadeia três vezes ?

leitura mais detalhada do recurso da sub-procuradora da República, Lindôra Maria Araujo, cria um problema para o STF.

O Supremo vai salvar de novo o passador de bola apanhado no ato de passar bola – clique aqui para ver o vídeo do jornal nacional e que o então Presidente do Supremo solenemente ignorou ?

Salvou uma vez, com os dois HCs Canguru que Gilmar Dantas lhe concedeu em 48 horas.

(Gilmar Dantas, como disse este ansioso blogueiro em sua defesa oral – clique aqui para ler “Como PHA se defendeu de Dantas, Kamel e Heraldo” – é a verdadeira inspiração para a ação que Heraldo move contra o blogueiro, sob a esdrúxula acusação de … racista.)

O STF vai tirar Dantas da cadeia uma terceira vez ?

Este será um teste para a legitimidade do Supremo, deste específico Supremo, mais revelador do que o chamado Mensalão (que, como diz o Mino Carta, ainda está por provar-se.)

Daniel Dantas é o câncer da Nova República.

A metástase se iniciou  na Privataria Tucana – é por esse motivo, sobretudo , que o PiG  lhe dá fuga.

Espalhou-se pelos partidos políticos, pelo Judiciário e pelo PiG e seus penduricalhos.

Como disse a capa da Carta Capital: ele é o dono do Brasil.

Na Justiça inglesa, ele foi condenado.

No Brasil, ganha quase todas.

Lei mais.

Pitta, Dantas e Nahas presos pela PF
Pitta, Dantas e Nahas presos pela PF

Daniel Dantas o capo do “lá em cima resolvo”, uma convicção que desmoraliza o STF, mandou publicar na sua revista Istoé:

Por Leonardo Attuch

O primeiro encontro aconteceu em 1986. Daniel Dantas, então um jovem prodígio do mercado financeiro, foi ao encontro de Naji Nahas, o legendário investidor libanês radicado no Brasil, a pedido de Lázaro Brandão, que era seu chefe no Bradesco. Daniel tinha a missão de obter de Nahas, um dos mais influentes homens do mundo das finanças, informações sobre mudanças nas regras de investimento. Na antesala, Dantas fixou longamente o olhar numa foto de Nahas, rodeado por poderosos, num cruzeiro marítimo. O investidor então entrou no ambiente, deu um leve tapa nas costas do garoto e disse, em meio às baforadas do charuto: “Naquele dia, eu perdi um bilhão de dólares; acho que você nunca conheceu alguém que já perdeu um bilhão.” Dantas parou, pensou e respondeu: “Com esse sorriso, de fato, nunca conheci”. Nahas referia-se a um passo em falso no mercado da prata – ele e membros da família real saudita sonharam em ter quase toda a prata do mundo nas mãos e perderam fortunas quando os preços despencaram. Mais de quinze anos depois, quis o destino que Nahas e Dantas voltassem a se encontrar. O megainvestidor,

uma das raras pessoas do mundo capazes de perder US$ 1 bilhão e ainda sorrir, tinha mil e uma histórias para contar.

Foi ele o epicentro do maior terremoto já visto no mercado financeiro brasileiro – o colapso da Bolsa de Valores de São Paulo, em 1989. Dantas, por sua vez, já não era apenas um garoto promissor. À frente do Opportunity, ele hoje administra investimentos de mais de R$ 10 bilhões. E, juntos numa negociação pela primeira vez, os dois solucionaram uma das maiores brigas societárias do País: a disputa entre a Telecom Italia e a Brasil Telecom. O acordo foi assinado na madrugada da quarta-feira 28, por Daniel Dantas e Marco Tronchetti Provera, presidente da operadora italiana. Dois dias depois, Nahas e Dantas brindaram o acerto num almoço na mansão do investidor em São Paulo, no Jardim América. Comeram quibes, coalhadas e saladas árabes. “Mesmo um mau acordo é quase sempre melhor do que uma boa briga, e este foi um acordo excelente para as duas partes”, disse Nahas, que aconselhou os italianos.

O acordo entre a Telecom Italia e a Brasil Telecom colocou um ponto final numa briga sangrenta. Discretamente, todas as negociações foram pilotadas por Naji Nahas, amigo íntimo de Tronchetti Provera há mais de vinte anos. Pelo acerto, os italianos reduziram sua participação na operadora brasileira e terão direito a lançar nacionalmente o serviço celular da Telecom Italia Mobile. “Fui injustamente massacrado pela mídia, mas nunca perdi bons relacionamentos”, disse Nahas, dono de uma agenda de fazer inveja. Naji Nahas é um homem tão poderoso que, em junho deste ano, teria convencido o líder da Arábia Saudita, o príncipe Abdullah, a enviar o Boeing saudita a Paris.

O avião foi à França buscar o governador cearense Tasso Jereissati para um encontro em Riad,

onde se discutiu a implantação de uma refinaria de US$ 2 bilhões no Brasil.

Leonardo Attuch esqueceu de falar de um caso que rende mais um habeas corpus para Daniel Dantas:

Kroll e os mistérios do processo italiano que envolve Provera

Marco Tronchetti Provera
Marco Tronchetti Provera

Historia Wálter Fanganiello Maierovitch:

Como informou o jornalista Rubens Valente, da Folha de S.Paulo, o banqueiro Daniel Dantas conseguiu, na 5ª Vara Federal de São Paulo, suspender o processo criminal onde é acusado de ser mandante de arapongagens (espionagens com afronta à Constituição e à lei penal)  realizadas pela Kroll, uma agência privada de investigações e infinitas trapalhadas.

Dentre as vítimas, destaco Luiz Gushiken, ex-ministro  que se opunha a Dantas, e o jornalista Paulo Henrique Amorim

O caso Dantas-Kroll, também conhecido policialmente por Operação Chacal, arrasta-se desde outubro de 2004.

Quem tiver mínima dúvida de que ocorrerá prescrição no processo criminal, com a consequente  extinção da punibilidade dos réus, faça uma aplicação no Fundo Opportunity e receba os bônus da ingenuidade.

O processo criminal, por decisão da juíza da supracitada 5ª Vara Federal, ficará suspenso até a chegada de documentos solicitados num dos processos criminais mais escandalosos da história da Justiça italiana.

Sobre o processo italiano, numa apertada síntese, o chefe de segurança da Telecom e da Pirelli, Giuliano Tavaroli, elaborou, ilegalmente, um dossiê com milhares de dados:  grampeou e violou sigilos de quase todos os empresários e políticos da Itália. Sua meta era controlar todos, mas não houve tempo. Por isso, o dossiê só engloba o período de 1997 a 2004.

Tavaroli contou com a ajuda de Marco Mancini, segundo homem da hierarquia do Serviço de Espionagem Militar (Sismi) do Estado italiano.

Mancini era o braço direito do general Nicolò Pollari, chefe do Sismi.

Mancini, indagado, por exemplo, sobre a responsabilidade de Marco Tronchetti Provera – presidente e maior acionista da Telecom Italia à época – respondeu tratar-se de segreto di Stato. Com efeito, em face do tal segredo de Estado, não se sabe se Tavaroli cumpria, ao elaborar o dossiê, ordens de Tronchetti Provera. A propósito, Tronchetti Provera não está sendo processado.

O dossiê produzido por Tavaroli e os seus 007 custou para a Telecom Italia a bagatela de  34,3 milhões de euros.

O dossiê apareceu quando, em setembro de 2006, Tavaroli foi preso com outros 20 da sua rede de 007. Com Emanuele Cipriani apreendeu-se 14 milhões de euros.

Tavaroli acabou preso em setembro de 2006 e Mancini, logo depois, em dezembro de 2006.

COMO NAJI NAHAS

VIROU MEGAINVESTIDOR?

Cena símbolo da chacina do Pinheirinho
Cena símbolo da chacina do Pinheirinho

Leonardo Attuch também não explica como o doleiro Naji Nahas, o grileiro do Pinheirinho, em São José do Campos, que desalojou sete mil pessoas, numa ocupação militar que o desembargador Ivan Sartori comandou, conseguiu virar um mega colarinho branco, que perde sorrindo um bilhão em um dia.

Pelo que se sabe, Nahas chegou ao Brasil com 50 milhões, em 1970.