Em São Paulo sem água, um bando de terroristas pede sangue

Passeata em Sampa. Imaginei que  para reclamar a falta de água.

E coisa rara, sem pancadaria da polícia e sem infiltrados e espionagem.

 

Viva a PM! Viva Bolsonaro! Viva Lobão!

 

gorila

 

por Fábio Chap

Acabei de voltar de uma manifestação em que:

– 93% dos presentes gritavam: ‘Viva a PM! Viva a PM!’

– 52% dos presentes pediam a intervenção militar, ou seja, o retorno da ditadura militar no Brasil

– 97,8% dos presentes comemoraram quando foi dito no megafone que o congresso derrubou  a ‘medida bolivariana’ da Dilma que propunha participação popular na política brasileira

– Foi anunciado no carro de som que a ‘Fulana de Alguma Coisa’ tinha perdido seu cartão de crédito e poderia retirar no próprio caminhão. (Adoro manifestações em que eu posso recuperar meu cartão de crédito quando o perco.)

– 94% aplaudiu fervorosamente o Lobão quando ele subiu no carro de som

– 86% aplaudiu fervorosamente o filho de Bolsonaro, e ficou gritando: ‘Bolsonaro! Bolsonaro! Bolsonaro!’

– Discuti com uma mulher que cismou que eu era comunista quando eu disse que o Aécio bateu na esposa. Ela disse que eu preciso estudar mais e que se ele bateu na esposa, isso é problema particular deles, não nosso

– Uma menina bonita e bem vestida, por volta dos 20 anos, disse que o PT acabou  com a juventude dela

– Uma mulher começou a gritar ‘Dilma, Dilma, Dilma’ e ouviu de contra-argumento que ela era maconheira, sapatona e vagabunda. O homem que a xingou estava vestido de azul e deveria ter por volta de seus 60 anos.

Nesses rolês eu aprendo muito sobre o ÓDIO. E quanto mais eu vejo essas pessoas odiosas vomitarem suas verdades pequenas e particulares, mais eu desejo que elas descubram um pouco mais sobre o amor.

Quem sabe um dia.

 

Hidrante como enfeite

 

Boca de incêncio
Boca de incêncio

O governador Geraldo Alckmin mandou a polícia militar não reprimir a passeata. Ora, ora, era uma passeata favorável à polícia.

Estavam proibidos desta vez, o uso de bombas de efeito moral, balas de borracha, bombas de gás lacrimogêneo.

O governador aprovou apenas o uso de canhões de água contra os petistas, que não apareceram.

Os soldados estaduais testaram os hidrantes para ligar suas mangueiras. Não encontraram nenhum em funcionamento.

Alckmin ainda acredita que existe água em São Paulo.

E se acontecer um incêndio?

 

Os filhos da mídia foram protestar na Paulista

 

gorilas

 

por Paulo Nogueira

 

Os filhos da mídia foram neste sábado para as ruas protestar contra, bem, contra sei lá o quê.

Contra terem perdido nas urnas e, portanto, contra a democracia.

Disse “filhos”, mas poderia ter dito “vítimas”.

Porque em sua louca cavalgada antidemocrática eles foram intoxicados mentalmente pelo que a mídia deu nestas últimas semanas.

Eles pareciam saídos das páginas da Veja e dos comentários de gente como Jabor.

Pediam o impeachment de Dilma pelo caso Petrobras.

São os efeitos colaterais da capa criminosa que a Veja deu às vésperas das eleições.

Os manifestantes da Paulista tomaram aquilo como uma verdade indiscutível.

Isso mostra que é necessário aplicar uma punição exemplar à Veja. É uma tentativa de golpe branco fazer o que a revista fez – sem uma única prova – em cima de uma eleição tão disputada.

A Veja tem que enfrentar – rapidamente — as consequências do que fez. Ou vamos esperar que um lunático, inspirado pela revista, comece a matar petistas?

A mídia está também por trás do disparatado pedido de auditoria de votos feito pelo PSDB.

Os tucanos só fizeram isso por saberem que têm as costas quentes com a imprensa. Ou então se refreariam antes de atentar contra as instituições com um pedido tão esdrúxulo.

As dúvidas não resistem a um minuto de reflexão. Considere. O Datafolha deu, na véspera, 52% a 48% para Dilma. A diferença ficou nos decimais: 51,64% versus 48,36%.

A desconfiança nasce também, assinale-se, de trapaças do PSDB não devidamente cobradas pela mídia.

Aécio usou dados enganosos de uma pesquisa do instituto Veritás que lhe dava ampla vantagem em Minas, onde perdera no primeiro turno.

O dono do Veritás avisou que era um erro, ou crime, utilizar os números que Aécio brandiu publicamente, nos debates, contra Dilma. O estatístico também.

E mesmo assim Aécio não se deteve.

O que pensa um fanático antipetista quando vê uma coisa dessas? Num dia, numa pesquisa, seu candidato está ganhando amplamente em Minas. No dia seguinte, no mundo real, o candidato perde.

Farsa, é a conclusão.

E a frustração se converte em raiva depois que analistas afirmam que Aécio perdeu a presidência por causa dos votos que não teve em Minas.

Manifestações como a de hoje mostram como a sociedade está sendo agredida por uma mídia interessada apenas na manutenção de seus formidáveis privilégios.

Pensava-se que o ataque da mídia à democracia cessaria com as eleições.

Não cessou.

É hora de o Estado proteger a democracia, antes que seja tarde demais.

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Leia também: “Se eu fosse você, temeria pela sua integridade física”: nosso repórter na manifestação pelo impeachment em SP

 

Será que vai ter água?

 

Sergei Tunin
Sergei Tunin

Marina salva pela graça de Deus lembra o sanguinário ditador Franco

marina_avatar_AE  Marina

 

Marina Silva declarou que não viajou no jatinho – de desconhecido dono -, que explodiu com Eduardo Campos, porque teve uma intuição, que sacramentou de providência divina.

Na hora de pegar o voo da morte, desistiu. E assim foi salva, milagrosamente, como sinal de que foi preservada para governar o Brasil.

Francisco Franco, ditador da Espanha, também sangrou, sagrou e propagou que tinha a ajuda da mão de Deus. Quando esta ajuda partiu dos ditadores Hitler e Mussolini, começando com o bombardeio de Guernica.

Guernica, por Picasso
Guernica, por Picasso

Foi anunciar a candidatura  de Marina de vice para presidente da República do Brasil, que a bolsa subiu. Ela com Eduardo Campos não saíam do terceiro lugar. Seria sempre assim. Eis que Eduardo Campos morto passou a render votos para Marina, e a viabilizar a futura criação do partido Rede. E, imediatamente, cresceu o otimismo dos empresários, dos industriais, dos banqueiros, dos barões da mídia. E erradicado o pessimismo endêmico de Miriam Leitão. Todos beneficiados pela teoria da conspiração.

retrato de Franco

moeda franco

Marina promete que vai governar pela graça de Deus.

 

 

 

Santander, o banco do Opus Dei

por Altamiro Borges

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Em artigo postado na semana passada, intitulado “Alckmin abandonou o Opus Dei?”, havia uma menção ao Banco Santander, que agora ganhou notoriedade na mídia devido às denúncias do seu envolvimento na escalada de pessimismo econômico para fustigar a presidenta Dilma Rousseff. O texto lembrava que esta instituição espanhola, que hoje ocupa o quinto lugar entre os bancos no Brasil, sempre manteve sólidas ligações com a seita conservadora Opus Dei. Neste sentido, a sua militância política não é de se estranhar – apesar de ser ilegal. Num jogo de esperteza política, o Santander até doa dinheiro para distintas campanhas eleitorais, mas nunca abdicou das suas posições direitistas – na Espanha ou no Brasil!

O artigo citado aponta que “durante os seus longos anos de atuação nos bastidores do poder, o Opus Dei constituiu enorme fortuna, usada para bancar seus projetos reacionários – inclusive seus planos eleitorais… A seita acumulou riquezas através da doação obrigatória de heranças dos numerários e do dizimo dos supernumerários infiltrados em governos e corporações empresariais. Com a ofensiva neoliberal dos anos 1990, a privatização das estatais virou outra fonte de receitas. Poderosas multinacionais espanholas beneficiadas por este processo, como os bancos Santander e Bilbao Biscaia, a Telefônica e a empresa de petróleo Repsol, têm no seu corpo gerencial adeptos do Opus”.

Outro artigo que desmascara o papel político do Santander foi publicado em janeiro de 2012 no jornal Folha Universal – que é mantido pela Igreja Universal do Reino de Deus (Iurd) e não escamoteia as suas diferenças com a Igreja Católica. Ele apresenta inúmeros dados que comprovam que “dirigentes do banco espanhol Santander, um dos dez maiores do mundo, têm relacionamento estreito com o Opus Dei, a ala ultraconservadora do Vaticano”. O banco foi fundado em 1857, no norte da Espanha, na cidade que lhe emprestou o nome. “Depois, comprou outras instituições financeiras daquele país até chegar à capital, Madri, em 1942, já sob o comando da família Botín, que tem ligação histórica com o Opus Dei”.

“Nas mãos dos membros dessa discreta organização católica, o banco cresceu bastante no período do fascismo espanhol, liderado pelo ditador Francisco Franco (1892-1975), com o qual líderes da Opus Dei também tiveram laços estreitos. Na década de 1960, ele passou a expandir seus negócios, começando pela América Latina… Na década de 1990, já como o maior banco na Espanha, fortaleceu sua atuação no Brasil ao comprar os bancos Noroeste, Meridional e depois, em 2000, o Banespa. Em 2008, o processo de expansão continuou com a aquisição do Banco Real. Assim, o Santander tornou-se o terceiro maior banco privado do País, com cerca de 21,4 milhões de clientes”.

A família Botín comanda o Grupo Santander desde 1920. A partir de 1986, a presidência do banco passou a ser exercida por Emílio Botín Sanz de Sautuola y García de los Ríos. “Vários parentes ocupam cargos de direção. Para ter maior inserção nos círculos do poder, o Santander costuma financiar integralmente jovens que fazem cursos em universidades ligadas ao Opus Dei, onde serão ‘catequizados’. O banco chegaria até a pagar os estudos de parentes de juristas, políticos, donos e diretores de meios de comunicação. Para se ter ideia da influência do Opus Dei, o jornalista Alberto Dines, em texto no ‘Observatório da Imprensa’, diz que há mais de 200 editores a serviço da organização na imprensa brasileira”.

Graças a este poder, um diretor do Santander ligado ao Opus Dei chegou a dirigir o Instituto para as Obras Religiosas (IOR), o famoso Banco do Vaticano. “Responsável pela instituição que controla as contas das ordens religiosas e de associações católicas desde 2009, Ettore Gotti Tedeschi foi diretor do Santander na Itália durante 17 anos, antes de ser nomeado, por um conselho de cardeais, presidente do Banco do Vaticano. Ele também foi colunista do “L’Osservatore Romano”, o jornal do Vaticano, e professor de ética empresarial da Universidade Católica de Milão. Na instituição financeira oficial da Igreja Católica, Tedeschi virou réu num processo que envolve mais de 23 milhões de euros” de sonegação fiscal.

O artigo ainda lembra que a poderosa família Botín também enfrenta problemas com o fisco. “Na Espanha, o banco Santander é investigado por fraudes. Emilio Botín e integrantes de sua família são alvos de um inquérito por suspeitas de fraude fiscal e de falsificação de documentos, que teriam ocorrido entre 2005 e 2009. Apesar do processo ainda estar em andamento, o Santander informa que já disponibilizou voluntariamente 200 milhões de euros, em 2010, para a Fazenda Espanhola regularizar a situação de todos os membros da família Botín, que estariam envolvidos em processos com o fisco suíço”. Já no Brasil, o banco espanhol é um dos campeões de queixas dos consumidores.

Leia outros artigos sobre o Santander e a Opus Dei aqui

Controle policial-judicial. Globo monta mais um assassinato de reputação de manifestante

A ditadura do judiciário e da polícia, notadamente nos Estados do Rio de Janeiro, Minas Gerais e São Paulo, conta com o apoio da Globo, do banco Santander, criado pela Espanha fascista do ditador Francisco Franco, e a Opus Dei, “maçonaria branca” dos católicos ultra-direitistas, que adoram o deus dinheiro, e conspiram contra o Papa Francisco.

 

Professor Jefte Rodrigues
Professor Jefte Rodrigues

O vídeo a seguir, divulgado pelos Advogados Ativistas, revela como a Globo e a polícia constroem um criminoso e assassinam sua reputação.

Dessa vez trata-se do professor Jefte Rodrigues do Nascimento, preso em SP.

A Globo sabia o tempo todo de sua prisão, e foi a única a registrar sua chegada na delegacia.

Todas matérias a respeito do caso mostram imagens não relacionadas à acusação criminosa que lhe é imputada.

Quando os advogados de Jetfe chegaram ao DEIC, o carro da Globo estava estacionado na vaga da OAB. Os advogados não puderam conversar, reservadamente, com seu cliente, que se encontrava chorando. Também não foi permitido acompanhar, desde o inicio do interrogatório, a sua suposta confissão.

Quem fere mais: Maduro na Venezuela ou o rei Juan Carlos da Espanha

A direita da Venezuela é franquista e golpista. Apóia o rei Juan Carlos.

Sábado, 12m, teve marcha em Espanha e na Venezuela e no Brasil. Quem prendeu mais?

No Brasil, o povo não apareceu para defender o retorno da ditadura. Foi um belo não aos nazi-fascistas que pedem a deposição de Dilma Rousseff, presidente eleita pelo povo.

Ditadura nunca mais. Basta de golpismo na América do Sul.

IMPRENSA HOJE

VENEZUELA
VENEZUELA
ESPANHA
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12m, Madrid
12m, Madrid

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Un centenar de heridos y 24 detenidos tras la marcha

por F. J. BARROSO, El País Espanha

La Marcha de la Dignidad fue pacífica hasta bien entrada la noche. Solo entonces elementos radicales y policías antidisturbios entraron en acción. Pasadas las nueve de la noche, ya había una veintena de detenidos, después de varias cargas policiales y el recibimiento a pedradas de los agentes. Casi en la medianoche la cifra se cerró en 24 detenidos, de los que tres eran menores.
La Delegación del Gobierno informó de que a los detenidos se les acusa de resistencia y atentado a la autoridad, vandalismo y destrozos en el mobiliario urbano.
Emergencias de Madrid ha informado también de que hay 101 heridos de carácter leve o muy leve, de los que 67 son policías (46 nacionales y 9 municipales) y, el resto, 34 ciudadanos que participaban en la marcha. Además, 15 personas han sido trasladadas a hospitales para una valoración médica.

O Diário de Pernambuco mostra a marcha de 22m de 1964, pelo golpe que durou 21 anos de ditadura militar no Brasil
BRASIL. O Diário de Pernambuco mostra a marcha de 22m de 1964, pelo golpe que durou 21 anos de ditadura militar no Brasil
A marcha solitária dos golpistas, ontem, no centro de São Paulo, Brasil
A marcha solitária dos golpistas, ontem, no centro de São Paulo, Brasil

España. La historia no oficial

por Olga Rodríguez
eldiario.es

A Santos, que tenía 39 años…

monumento

Santos ya tiene un lugar al que podemos llevarle flores.

Permítanme que comparta con ustedes algo personal. Ocurrió el pasado sábado, 12 de octubre, Día de las Fuerzas Armadas. Mientras el presidente del Gobierno y los príncipes de Asturias asistían al desfile del ejército, mientras se realizaban los preparativos para beatificar a 500 curas ‘mártires’ de la persecución religiosa en la Guerra Civil, un grupo de personas nos reunimos en el cementerio de León para celebrar la inauguración de un monumento a más de 1.500 víctimas del franquismo. Entre ellas, mi bisabuelo, “el abuelo Santos”.

Santos Francisco Díaz, herrador de Mansilla de las Mulas, padre de 7 hijos, fue fusilado y enterrado en una fosa común en octubre de 1936. Es uno de los más de 100.000 desaparecidos por el franquismo. Nunca tuvimos una tumba donde llorarle, nunca un lugar en el que colocar unas flores. A pesar de que la historia oficial, mutilada y falseada, presenta lo ocurrido en 1936 con insultante equidistancia, lo cierto es que en este país se produjo una persecución sistemática contra todos aquellos que pensaban de forma diferente a los golpistas.

Mi tío abuelo Chencho era aún un adolescente pero recuerda bien cómo tan solo días después del asesinato de su padre Santos, el cura del pueblo llamó desde su púlpito a la “guerra sin cuartel contra los rojos”. Allí, como en tantas otras localidades españolas, la Iglesia apoyó y participó en el golpe de Estado y amparó el fascismo que vino después.

Mi familia recuerda cómo aún en los años cincuenta los fascistas del pueblo lamentaban a voces, al paso de algunos jóvenes, no haber acabado también con los hijos de los rojos. Fueron años de terror y humillaciones en los que nadie pudo reivindicar ni el cuerpo ni la memoria de sus desaparecidos.

Entre esta y otras historias transcurrió también mi infancia y la de muchos otros nietos y bisnietos de este país. Santos no existe en la historia oficial de España, y por tanto el relato de mi abuelo tampoco, ni el de mi madre, ni el mío. Pertenecemos, como tantos más, a una historia subterránea, oculta, presente en algunos libros y artículos pero ausente de las escuelas e instituciones porque la Transición optó por enterrar –otra vez– a las víctimas, en nombre de la democracia.

El fascismo que dominó España es el mismo que se apoderó de Europa en los años cuarenta, pero aquí las autoridades muestran su repulsa hacia el segundo mientras se niegan a condenar el primero, perpetuando impunidad para eventuales desmanes.

Prueba de ello es lo que ocurrió este pasado fin de semana. En un acto claramente político, la Iglesia beatificó a más de 500 religiosos caídos en la Guerra Civil, ignorando a las víctimas republicanas y a los curas represaliados por el fascismo. Al acto, celebrado en Tarragona, acudieron los ministros de Justicia e Interior, el presidente de la Generalitat, el presidente del Congreso, más de 80 alcaldes, 104 obispos, más de 1.300 sacerdotes. El propio Papa intervino con un mensaje en la ceremonia, que fue retransmitida en directo por La 2.

Y así, una vez más, la Iglesia, que formó parte del golpe de Estado de 1936, que elaboró listas negras y fue cómplice de verdugos, condena al olvido a los represaliados por el franquismo, a los que ni siquiera ha pedido perdón.

Horas antes de la ceremonia de beatificación varios centenares de personas asistíamos en León a esa inauguración del monumento en memoria de más de 1.500 fusilados del franquismo. Setenta y siete años después del asesinato y desaparición de mi bisabuelo, por fin un acto público iba a honrar su memoria, en alto, sin miedo, sin susurros. Decenas de mujeres y hombres, ya ancianos, presenciaron de este modo el primer homenaje a sus seres queridos asesinados o desaparecidos. Hubo emoción y dignidad. Sin embargo, ninguna autoridad se dignó a asistir a este acto, a pesar de tratarse de uno de los mayores monumentos a las víctimas del franquismo.

Los desaparecidos y asesinados por el fascismo no existen para el Estado español ni para la Iglesia. La impunidad sigue así presente en forma de olvido y de desprecio por el conocimiento del pasado. El pasado, que prologa el futuro. La desmemoria nos desarma ante momentos como el actual, en el que de nuevo resuenan pequeños ecos de fascismo en Francia, en Grecia, aquí mismo, con discursos homófobos, con políticas xenófobas y criminalizadoras contra los másdesfavorecidos.

El desprecio por la Historia nos sitúa desnudos ante la eventualidad de un porvenir revuelto y oscuro. El fascismo es como un puzzle de enormes dimensiones: fácilmente identificable si se observa desde lejos pero difuso en las distancias cortas. Más aún en un país como este, en el que los fascistas pasaron a ser ‘demócratas’ de la noche a la mañana, sin tener que enfrentar ninguna pena por sus crímenes pasados, y en el que todos los gobiernos –todos– han apartado al Estado de la recuperación de la memoria, de la verdad, justicia y reparación.

A las familias de las víctimas del fascismo se les reprocha que no quieran dar carpetazo a la memoria. Por eso resulta cuando menos llamativo que sí se aplauda la reivindicación de otra memoria, la oficial, la sesgada, la que entierra parte de la Historia, la que invisibiliza a las cientos de miles de víctimas del fascismo.

El ejemplo aquí mencionado es prueba de ello: un homenaje al que asistieron cientos de autoridades políticas y eclesiásticas, retransmitido en directo por uno de los canales de la televisión pública –¿cuándo se retransmitirá un homenaje a los asesinados por el fascismo español?–, frente a otro homenaje, precario, extraoficial, que de hecho depende de uncrowdfunding para poder terminar el inacabado monumento a las víctimas, porque el Ayuntamiento de León ha decidido recortar el presupuesto previsto.

Quienes creen que hablar del franquismo es reabrir heridas olvidan que el pasado construye parte de nuestro presente y contiene valiosos aprendizajes. Así lo subrayó el pasado sábado el poeta Antonio Gamoneda durante el homenaje en León a las víctimas del franquismo: “Que la memoria histórica se proyecte sobre el futuro de nuestros hijos de forma eficaz y necesaria, para ir construyendo una democracia real y no esta democracia falsificada”.

Como ha escrito el historiador Julián Casanovas, el franquismo dejó un déficit de cultura cívica en nuestra sociedad. Visto lo visto, éste perdura hasta hoy. En nuestro país la memoria sigue siendo selectiva.

memorialeon

España. Conozca los diez libros prohibidos en este imperio borbónico

InSurGente

Al menos diez libros que afectan a los principales personajes de la partitocracia o de la Historia de España han sido censurados por los medios de comunicación españoles o por su “establisment” académico y forman parte del conocido “Índice” que, al igual que en la época de la Inquisición, rige para las publicaciones comprometedoras. Cinco siglos después, aquel “Index expurgatorius” sigue teniendo vigencia y esta es la primera parte de la lista de los 10 proscritos, susceptible de ser ampliada con los testimonios de los lectores, pero hoy encabezada por varios títulos relacionados con la Casa Real española.

Periodistas de varios medios de comunicación están haciendo llegar a “Espía en el Congreso” sus denuncias por el aumento “considerable” de la “presión” y la “censura” de dirigentes políticos, grandes empresarios y sobre todo de Casa Real para evitar la difusión de investigaciones y denuncias sobre la corrupción de las élites españolas.

La queja se relaciona con las habituales peripecias del rey y la cada vez mayor cercanía de las elecciones europeas de 2014, así como con las encuestas que vaticinan la pérdida de 11 millones de votos por parte de los principales partidos, fundamentalmente PP, PSOE y CiU. De todo ello informaremos en cuanto podamos documentar estas denuncias, pero hoy nos detendremos en otro tipo de censura: frente a las prohibiciones más burdas que los mass media acostumbran a ordenar, figuran otras que aluden expresamente a determinados libros que, tras el revuelo que ocasiona su salida, son rápidamente confinados en el ostracismo para evitar su divulgación y lectura. Estos son algunos de ellos:

el rey

“23-F, el rey y su secreto” de Jesús Palacios (Libros Libres).  La censura hacia este libro la justificaban en el Grupo Prisa con el calificativo de “extrema derecha” cuando su autor, profesor en la Universidad Complutense sin militancia política alguna, se limita a recoger y documentar el testimonio del embajador de EE.UU en Madrid, Terence Todman al que se ha sumado también Lothar Lahn, embajador alemán. Cada vez surgen más testimonios que acreditan como el golpe de Estado fue organizado por el rey junto a los principales políticos de la época (Felipe González, Enrique Múgica, Santiago Carrillo, Solé Turá y Manuel Fraga, entre otros) para derrocar a Adolfo Suárez y formar un “Gobierno de concentración”. Como Suárez no tragaba, para lograr sus fines aprovecharon el descontento militar, jugaron a dos bandas con múltiples ambiguedades y después, cuando se les fue de las manos por la “opereta” del coronel Tejero al ser ésta retransmitida inesperadamente por una cámara de TVE, se presentaron a la opinión pública como víctimas.Jugaron con fuego y estuvieron a punto de chamuscarse, lo que se dejó entrever gracias a una indiscreción de la reina Sofía sobre los militares golpistas: “El rey los engañó a todos”.

El conciliábulo de aquella noche en el Congreso, sólo parcialmente escrito, pretendía mantenerse en secreto pero la médico del Congreso, Carmen Echave, escuchó algunos de sus detalles, que también han sido hurtados del relato oficial aunque por fortuna están escritos. Y además Tejero se negó a utilizar el avión que le tenían preparado desde Zarzuela para exiliarse. De aquel monumental engaño a los españoles, que gozó de la complicidad de los principales periodistas y políticos de la época que se enriquecieron con su silencio, surgió uno de los principales mitos de la actual partitocracia, hoy ya muy deteriorado, de ahi la importancia en censurar este libro.

princesa

“Adiós Princesa” de David Rocasolano (Ediciones Akal). Aunque se le ha tildado de “vendetta” del primo de Letizia, lo cierto es que si prescindimos de los “chascarrillos” rosas y de los asuntos más privados (el aborto de la princesa es uno de ellos), el libro arroja suculenta información de primera mano sobre el funcionamiento cotidiano de la Casa Real, sus protagonistas y el verdadero carácter de sus personajes, algo que no asoma habitualmente a la luz pública por falta de testimonios directos. Los fariseísmos y corrupciones de la Familia Real, de los que informaremos próximamente, son lo más jugoso de este volumen.

gaviotas

Gaviotas que ensucian su propio nido” de Illy Nes (Bubok). Que un dirigente gay del PP como era Carlos Alberto Biendicho desvele las tripas de la homosexualidad oculta en Génova 13 es algo cuando menos curioso, pero si además se documentan profusamente las salidas del armario de su líder, Mariano Rajoy, junto a media docena más de conocidos dirigentes del partido (hombres y mujeres, como Rita Barberá, Miguel Angel Cortés o Luisa Fernanda Rudi) el silencio hacia este libro resulta escamante.

golpe

“Un rey golpe a golpe” de Patricia Sverlo. (Ardi Bertza). La biografía mejor documentada de Juan Carlos podía haber sido un clamoroso éxito de ventas pero los medios de comunicación se conjuraron para silenciarla todo lo que pudieron, con el argumento de que había sido ¡editada! por un periodista condenado por terrorismo. Fue una manipulación más: su autora, hoy profesora en Barcelona, tuvo que refugiarse en un pseudónimo para evitar represalias y solo encontró posibilidad de publicar el libro en el entorno abertzale o en Francia, lo que la condenaba a no ser leída en España. Si los ciudadanos leyeran este libro, la monarquía de partidos se disolvería en nuestro país como un azucarillo, situación que de hecho ya está ocurriendo porque el libro circula libremente por internet.

espia

“Cisne. Yo fui espía de Franco” de Luis González Mata (Argos Vergara). Si hay algún personaje que merezca la pena en los estertores del franquismo ese esLuis González Mata, uno de los principales espías de los servicios secretos del régimen, que al final de su vida se decidió a “cantarlo” todo y publicarlo en un libro. Infiltrado en la mayor parte de los movimientos antifranquistas, González Matarevela como los rusos vendieron a Franco la información que les proporcionó o robaron a Santiago Carrillo sobre la infraestructura del PCE en España a cambio de la información que el dictador tenía sobre los americanos en la negociación de las bases militares, lo cual pudo costarle la vida a Carrero Blanco por la inacción americana ante su atentado. No se entiende como la documentación que aporta este libro sobre ese y otros sucesos no forma parte del acervo histórico de España si no es por la pervivencia de una censura que alcanza no solo a los vivos sino a los muertos que puedan poner en tela de juicio el relato histórico de un régimen que ha sido continuidad del franquismo con la complicidad de todos los que se llevaron algo en el trasvase.

Concluímos esta reflexión sobre los “libros prohibidos” en España con otros cinco títulos proscritos: El primero hace referencia al político y banquero Jordi Pujol, ex presidente de Cataluña, que logró erradicar de las librerías el volumen que afloraba las tropelías financieras de su padre,Florenci Pujol, experto en evasión de capitales y encarcelado por ello. De aquellos polvos vinieron estos lodos que tan bien manejan sus herederos y que han gozado durante decenas de años de la misma impunidad judicial en Cataluña que la que posee el rey Juan Carlos de Borbón en el resto de España. Junto a este libro, una biografía de Florentino Pérez, presidente del Real Madrid, un libro del politólogo republicano Antonio García Trevijano y dos volúmenes heterodoxos sobre Miguel de Cervantes y Cristóbal Colón, repudiados por el academicismo oficial, completan el vigente “Index expurgatorius” que, al igual que en tiempos de la Inquisición, aún rige consciente o inconscientemente en España.

Pujol

“Jordi Pujol: en nombre de Cataluña” de Félix Martínez y Jordi Oliveres (Ed. Debate). Aunque gozan de la máxima impunidad, tanto en Cataluña como Madrid, los Pujol han evadido decenas de millones de euros fuera de España pero ninguno entrará jamás en la cárcel y ni siquiera será procesado. Dos periodistas alertaron hace años que el dirigente nacionalista catalán no era trigo limpio y que le guiaban más afanes financieros que políticos, por muy bien que disfrazara su discurso y lo envolviera de manera oportunista en la senyera. Hoy los hechos vienen a darles la razón, pero su libro sigue estando censurado porque cuestiona la moralidad de una familia que lleva la corrupción en los genes desde que el patriarca, Florenci Pujol, padre del presidente de la Generalitat y abuelo de los codiciosos nietos, fuera encarcelado por evasión de divisas.

Lea un extracto del libro pinchando aquí

La fortuna de los Pujol

La evasión de capitales, especialidad de la familia

Jordi Pujol vendió a su socio republicano al franquismo a cambio de Banca Catalana

blanco e negro

“Florentino Pérez, retrato en blanco y negro de un conseguidor” de Juan Carlos Escudier (Akal). En España a nadie extraña que solo se permita construir rascacielos en la Castellana a un solo constructor, o que el palco del Real Madrid se llene habitualmente de banqueros, políticos, empresarios y periodistas para organizar un fabuloso tráfico de influencias a costa del contribuyente. Tampoco que un presidente dilapide cientos de millones de euros cada temporada y mientras que los clubes exportaron en 2013 por primera vez 150 millones de euros en jugadores, él solo desequilibró la balanza de pagos nacional con los 100 millones que ha gastado con Bale. Su poco tino le llevó a pagar 40 millones por Illarramendi cuando tenía gratis a Casemiro en casa. Pero esto son solo significativas cuestiones futbolísticas de un presidente derrochador, cuando estamos ante uno de los miembros más afamados de la “casta”, conocido en el mundo entero por sus tropelías, despilfarros y negocios siempre al amparo del sector público y el poder. Este libro lo desenmascara, pero la censura mediática lo condenó a galeras. No obstante, sus procedimientos intimidatorios, parecidos a los que usan en el sur de Italia (el periodista José María García asegura que “Floren” intentó comprarlo), le obligan a realizar piruetas cada vez más complicadas que alguna vez lo llevaran a la lona: el homenaje a Raúl o a Del Bosque, a quienes él mismo expulsó antes del Real Madrid, y la complicidad con el rey para mejorar su escasa popularidad, revelan que ya solo da golpes de ciego. Su segunda caída será la más estrepitosa de la partitocracia y mucho más dolorosa que la primera.

Republica

“Teoría Pura de la República” de Antonio García Trevijano. El viejo pensador y filósofo, referente del republicanismo en España,  se ha convertido en un testigo incómodo de la Transición que ha logrado sobrevivir a casi todos los que traicionaron las ideas demócratas a la muerte de Franco: muertosManuel Fraga, Santiago Carrillo, Peces Barba, Solé Turá y Gabriel Cisneros,enfermos Juan Carlos de Borbón y Adolfo Suárez, jubilado y desacreditadoJordi Pujol, escondidos, viviendo del erario público y avergonzados Alfonso Guerra y Herrero de Miñón, enriquecidos y opulentos Felipe González, Miquel Roca, Pérez Llorca y Enrique Múgica… el abogado García Trevijano los conoció a todos en la intimidad cuando se trataba de construir un nuevo régimen en España. Por fortuna, dejó escrita su “Teoría Pura de la República”, donde explica como debería empezar a construir una arquitectura democrática y política en España digna de tal nombre, pero Trevijano sufre el silencio, cuando no el ataque, de quienes no soportan su decencia moral e ingobernable espíritu crítico. Esa miopía general y ausencia de altura de miras impide que progresen aún más sus ideas, ya muy extendidas entre las capas ilustradas de la sociedad española, aunque ya es sintomático que su libro de referencia y toda su biblioteca solo pueda leerse en internet.

Cervantes

“Cervantes en Sanabria. Ruta de Don Quijote de la Mancha” de Leandro Rodriguez. El cervantismo oficial es un próspero negocio en España, aún a costa de mantener desinformados y en la ignorancia, tanto en espíritu como en la letra, al emblema del idioma y la cultura española. Al igual que las élites políticas han secuestrado la democracia, las élites sindicales han sustituido a los trabajadores y las élites empresariales, bancarias y financieras han saqueado el país, las élites académicas se han apropiado de la figura de Cervantes y no soportan discrepancia o heterodoxia alguna en torno suya. Comandan esta partida el filólogo Francisco Rico, que ha tejido un emporio editorial en torno a su ortodoxia, con millonarias subvenciones por medio de las que luego se beneficia, y Francisco de la Concha, actual responsable del Instituto Cervantes y ex director de la Academia de la Lengua. Fuera de este abrevadero, el cervantismo no oficial aparca en la riqueza de las relecturas e investigaciones contemporáneas e independientes y ahí figuran dos nombres excepcionales: Leandro Rodríguez y César Brandariz (“Cervantes decodificado” o “El hombre que hablaba difícil”). Acreditados investigadores sólidamente formados pero sin el “plácet” de las autoridades, sus conclusiones ponen en solfa la imagen que de Cervantes han transmitido los gobernantes de la cultura española. Sus libros figuran en lo más alto del “Index expurgatorius” y su sola mención en los círculos académicos o mediáticos de la cultura oficial suscita el anatema o el ataque de nervios.

geografia

“La geografía secreta de América” de Jacques de Mahieu. Con este libro en torno a otra de las figuras míticas de la cultura española, Cristobal Colón, ocurre otro tanto. Su autor, acusado al tiempo de “nacionalista-socialista” o “comunista” (y no sin cierta razón), ha sido desacreditado por sus adversarios académicos utilizando razones políticas. Sin embargo, en este volumen sobre el descubrimiento de América, sólidamente construido y documentado, se contextualiza mejor el mito de Cristóbal Colón, aunque destruya centenares de investigaciones y apriorismos en torno a aquel hecho excepcional que fue la incorporación de un nuevo continente a la Modernidad. El antropólogo Mahieu, pese a sus ideas y quimeras políticas, introdujo una nueva percepción histórica sobre el descubrimiento de América que los historiadores oficiales se empeñan en enterrar y vilipendiar, pero que emerge de manera cada vez más diáfana y evidente.

 

España. ¿Quién mató a Yolanda González?

 

 

 


El 1 de febrero de 1981 -cinco años después de la muerte de Franco, dos años después de la ratificación de la Constitución española, tres semanas antes del intento de golpe de Estado del 23 de febrero- la estudiante de diecinueve años Yolanda González es secuestrada, torturada y asesinada en Madrid por una célula de la organización armada ultraderechista Batallón Vasco Español (BVE). Pocos días después, el grupo cae por la delación de uno de sus pistoleros, que resulta ser también agente de policía. El líder del comando, Emilio Hellín, es detenido en casa de un policía en Vitoria. Entre los implicados figura también un ex-guardia civil, jefe de seguridad del partido fascista Fuerza Nueva. En la operación se incautan explosivos y armamento reglamentario del Ejército, equipo informático y de telecomunicaciones de la Guardia Civil y documentación que señala a la joven asesinada como objetivo de seguimiento policial.

Yolanda González no milita en ETA, como pretenden hacer creer sus asesinos durante el juicio, sino en el trotskista Partido Socialista de los Trabajadores y en la Coordinadora de Estudiantes madrileña. Se están produciendo, y Yolanda participa activamente de ellas, importantes movilizaciones contra la Ley de Autonomía Universitaria y el Estatuto de Centros Docentes, reformas educativas de signo neoliberal que promueve el gobierno de UCD, partido gestado en el seno del franquismo como salvoconducto democrático para su casta dirigente, y que hereda, material e ideológicamente intacto, el aparato represivo del franquismo: “¡UCD, UCD, la pistola se te ve!”, se grita en el funeral de Yolanda , como en el de muchas de las aproximadamente doscientas víctimas de la violencia policial y parapolicial que jalonan la Transición española. El diputado socialista Juan Barranco declara:

¿Cómo los autores de la muerte de Yolanda González obtuvieron en el mercado las armas y los aparatos electrónicos que poseían? ¿Con qué organizaciones, incluso extranjeras […], tenían relaciones los implicados? ¿Qué información tiene el Gobierno sobre el denominado Batallón Vasco Español? [Este asesinato] se achaca en su superficie a elementos de la extrema derecha, pero va más allá y se relaciona con instituciones del Estado. Leer más

Espanha. “Estamos en condiciones perfectas para el fascismo”

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En una entrevista publicada por Cordopolis Julio Anguita vuelve a hablar claro: “Y todo lo que se llama el discurso de Europa o el discurso de la crisis o de la moneda única se ha ido cumpliendo. Alguien ha subido a la red, no recuerdo quién, las palabras de un acto que hubo en Cáceres en el año 99 con Saramago. El maestro Saramago estuvo inconmensurable. Yo hablé de lo que se avecinaba… bueno pues eso es lo que está ahora pasando. ¿Qué viene a decir esto? Que cuando se tienen principios y se estudian hay que mantenerlos aunque sea a contracorriente. Porque al final los hechos dan la razón”.

Anguita asegura que las cosas pueden ir a peor: “Como población estamos inermes a cualquier mensaje. Estamos en condiciones perfectas para el fascismo. El fascismo tiene una serie de elementos que lo hacen seductor: primero, te señala un enemigo. Y uno lo necesita. Saber contra qué lucha. Porque eso de luchar contra el capitalismo es como más abstracto. ¿El enemigo quién puede ser? Pues el marroquí, el extranjero, o el rojo. Yo qué sé. Un enemigo. En segundo lugar, su dialéctica es blanco o negro. El fascismo es una dialéctica política para perros mentales, que necesitan que le den las cosas hechas. Eso da una fuerza que se juegan la vida, cuidado. Y unos análisis en los que todo es tan elemental, tan que arrastra a la gente. En estos momentos estamos a expensas de que se pueda presentar. Lo que ocurre es que al capital no le interesa, porque ya domina perfectamente. No le interesa que eso progrese. Si no en el momento en que ellos vean que pudiera haber una reacción del pueblo aparecerán los fascismos. Porque son hijos suyos. El fascismo es el hijo del sistema capitalista cuando entra en crisis. Lo va produciendo por sus propias lógicas. Yo no hablo de gente buena ni mala. Hablo de la visión lógica de las cosas. Cuando digo el capitalista, no estoy diciendo el capitalismo asesino. No, no. Cuando hablo de capitalista es porque tiene esta definición. Cuando hago esta definición me refiero a términos económicos, no a términos morales. Muchas veces en la izquierda siempre hacemos análisis desde el punto de vista moral y estamos perdidos. Ya qhue entonces incurrimos en fallos enormes: ‘capitalista, miserable, ruín, perverso. Obrero, santo’. No, no. Hay empresarios que son buena gente y hay cada obrero… Y nos perdemos, nos perdemos.” Entrevista completa

Alfons López
Alfons López

Táctica y estrategia: una genealogía crítica del escrache

por Luis Martín-Cabrera
Rebelión

Los políticos del PP están en su derecho de rechazar el “escrache” como táctica; tienen a su alcance toda la fuerza de los aparatos represivos del Estado para reprimir y criminalizar esta forma de protesta, poseen el monopolio de la violencia, pero lo que de ninguna manera podemos consentir es que se arroguen también el monopolio de la historia y la cambien a su antojo. Una mentira repetida muchas veces no se convierte en verdad. Mal que les pese a Goebbels y a la Señora de Cospedal, la verdad no se ensaya.

El PP insiste día sí y día no en vincular el escrache con el nazismo y con otras prácticas totalitarias como la lapidación o el terrorismo. La cosa no deja de ser irónica en un partido que tiene como fundador a Manuel Fraga Iribarne, autor de una de las leyes de prensa más represivas de nuestra reciente historia y apologeta inconfeso hasta sus últimos días del régimen franquista. Sí, el mismo régimen que celebraba el cumpleaños de Adolfo Hitler por lo menos hasta la victoria de los aliados en la segunda guerra mundial. La angustia con que los políticos del PP repiten que el escrache es una práctica cercana al nazismo evidencia bien una estructura psicológica perversa –confundir víctimas con victimarios, incapacidad para hacer empatía con el sufrimiento ajeno, etc.—bien una ignorancia supina sobre la historia y la genealogía del escrache como táctica y estrategia de protesta.

Nuestros políticos tienen tal tortícolis de tanto mirar a Europa en general y a Alemania en particular que se les ha olvidado que el “escrache” no vino de Europa, vino de Argentina, un país con el que también tenemos una larga y fecunda historia de encuentros y desencuentros. Por tanto, se puede discutir a fondo la justeza de una táctica como el escrache, lo que no se puede hacer es vincularlo con la Europa de los años treinta ni con las prácticas de los nazis marcando las puertas de los judíos antes del holocausto.

El escrache nace en pleno ajuste neoliberal durante el gobierno de Carlos Saúl Menen. El término escrache proviene del lunfardo, el habla de las clases populares, los inmigrantes y el hampa en la Argentina de los años veinte y treinta. A los políticos del PP les vendría bien leerse alguna de las maravillosas novelas de Roberto Arlt sobre el submundo del lumpen en Argentina para que entendieran que, lejos de tener que ver con el nazismo y el exterminio de los más vulnerables, el lunfardo es la expresión lingüística de los desposeídos porteños, muchos de ellos, por cierto, inmigrantes españoles e italianos que huían de una crisis causada por unas clases dominantes que, como las de ahora, insistían en aplicar un ajuste brutal a la mayoría (cambiamos casas por tierras, y la negativa a hacer una reforma agraria y la situación se parece mucho, con actores y todo incluidos).

En un libro sobre la expropiación de la ESMA (Escuela de Mecánica de la Armada), el campo de concentración más grande que hubo en la Argentina, se puede leer:

“Posiblemente del cruce de dos términos italianos scraccâ [expectorar] y schiacciare [romper, destrozar] el lunfardo construye ‘escrachar’. Algunas de sus acepciones más usuales son: retratar o fotografiar a alguien sin habilidad o contra su voluntad; arrojar una cosa con fuerza, estrellarla contra algo; romperle a alguien la cara; poner a alguien en evidencia; delatar a alguien abierta y públicamente. [1]

Sí, es cierto, hay una cierta violencia en la etimología y la práctica del escrache, pero dos consideraciones son fundamentales para debatir su justeza . En primer lugar, hay que tener en cuenta que se trata de una respuesta a una situación de violencia estructural mucho mayor. En el caso de Argentina son los hijos de los desaparecidos, la organización HIJOS (Hijos contra la impunidad y el olvido) la que utiliza el escrache por primera para señalar a los represores y torturadores que viven con total tranquilidad a la sombra de la impunidad. En el caso de España, que por cierto no es ajena a esta situación de genocidio, se trata de la violencia estructural desatada por una Ley de Ejecución Hipotecaria que produce suicidios, desahucios y tragedias familiares vulnerando el derecho a una vivienda digna, uno de los derechos fundamentales recogidos en la Declaración Universal de los Derechos Humanos.

Por eso, no dejan de ser también perversas las declaraciones de Felipe González mostrando preocupación por los hijos menores de aquellos políticos del PP que son escrachados y nada tienen que ver con las decisiones de sus padres. Comparar la vergüenza que puedan sentir los hijos de un cargo electo del PP con la violencia que sufren los menores que ven cómo sus padres son desahuciados y expulsados de su vivienda por una ley de ejecución hipotecaría que el propio Tribunal de Justicia europeo considera ilegal es simplemente una forma de ceguera perversa y violenta. A los políticos no se les escracha como individuos, sino como representantes públicos y no hay nada malo en que sus familias sepan que sus decisiones afectan de manera dramática a la mayoría de la población. Por lo demás, mejor sentir vergüenza que ser un sinvergüenza, sin vergüenza no hay ética, dice Lacan.

En segundo lugar, y esto es fundamental, el escrache como táctica responde a una situación de impunidad. “Si no hay justicia, hay escrache” reza el lema de la organización HIJOS que precede a todas sus acciones. La agresividad del escrache, sus tácticas de guerrilla urbana, emergen cuando se han agotado todas las vías legales o cuando la ley simplemente consagra una situación de exclusión y violencia insoportables. En el caso de HIJOS el escrache surge tras las leyes de Punto Final, Obediencia Debida y Amnistía de los años noventa que consagran la impunidad de los genocidas en Argentina. Del mismo modo, en España la Plataforma de Afectados por la Hipoteca (PAH) recurre al escrache cuando el gobierno abandona la Iniciativa Legal Popular y ya no quedan más recursos legales con que presionar a los políticos, es una táctica surgida al calor de la impunidad contra la impotencia.

Pero más allá de lo que se piense sobre la agresividad o no del escrache, lo que es fundamental en esta práctica es que contribuye a iluminar algo que la sociedad no veía. El escrache es esa fotografía hecha contra la voluntad de quienes perpetúan una situación de injusticia. Marca, hace visible una herida en la sociedad, escupe una verdad que todo el mundo conocía pero nadie veía, aspira a ser una pedagogía popular. ¿Qué sabríamos hoy de la situación de los afectados por los desahucios si no fuera por la Plataforma de Afectados por la Hipoteca? Si no hay justicia, hay escrache.

Por otro lado, el escrache es una práctica política muy novedosa que inventa un tiempo y un espacio nuevos para la política militante, abre el presente a una lectura diferente de la historia e ilumina posibilidades donde el final de la historia neoliberal sutura y repite que “no hay alternativas”. Los miembros del Colectivo Situaciones, un grupo de teóricos militantes surgido tras la crisis del 2001 en Argentina, afirman:

“Los escraches son, en primer lugar, un llamado a la lucha, una confirmación práctica de que la acción transformadora es ahora o no es. Son lo opuesto a la melancolía del que espera (sentado) un mundo mejor. El escrache nos demuestra que la lucha no depende de un mañana luminoso, de ninguna estrategia legítimamente demostrada, ni de ningún salvador que nos libere. Por eso el escrache funda otra idea del tiempo, diferente a la que nos ofrece el capitalismo […]. Así el escrache funda un presente lleno de potencialidades, decisivo. El escrache es una práctica que no puede esperar ni conformarse. Surge hoy y es para ahora” [2]

Es decir, el escrache no opera en un plano ontológico, sino que es pura inmanencia, aspira a interrumpir la hegemonía del bloque histórico de poder, por eso pone tan nerviosos a los políticos, les pone por primera vez contra las cuerdas, porque les impide protegerse con el sacrosanto derecho a la intimidad y la propiedad privada. El escrache revela que el sistema está atravesado por la violencia y que el monopolio de la violencia que ostentan los políticos no es natural, sino que es el resultado de la dominación capitalista. Por eso, lo que hay que pedirle al escrache no es que sea más o menos agresivo, sino que sea más pedagógico, que involucre a más gente, que sea más creativo, que anude el pasado con el presente, que produzca justicia. Y en esto también tenemos más en común con Argentina que con Alemania, no en vano uno de los escraches más mutitudinarios que hubo en Argentina fue el de Martínez de Hoz, el ministro de economía de Videla que implementó las primeras medidas de liberalización de la economía, el fundamento de las políticas de ajuste neoliberal que continuó Menen en los noventa.

[1] Marcelo Brodsky. Memoria en construcción. El debate sobre la ESMA. Buenos Aires: La Marca, p. 175.

[2] Colectivo Situaciones. Mesa del escrache popular. Buenos Aires: de mano en mano: 2002.