
O ditador Federico Franco mandou um recado para Dilma: que ela aprove o governo dele. Válido para a presidente da Argentina Cristina Fernández de Kirchner. A ameaça em espanhol fica mais legal. Inclusive porque a imprensa brasileira vem escondendo o ultimato.
Se quejó del aislamiento que sufre su régimen y se refirió a las relaciones con la Argentina y Brasil, los dos grandes vecinos y socios en el Mercosur, junto con Uruguay, para “recordarles” a las presidentas Cristina Fernández de Kirchner y Dilma Rousseff que sus países “dependen” de Yacyretá e Itaipú, “cuya energía es imprescindible para Buenos Aires y San Pablo”
O apagão de Itaipu de 2009 deixou 18 Estados do Brasil sem energia.
A ameaça é humilhante e grave. Ou tem alguma nação atômica por trás dele ou prova seu despreparo para presidir o Paraguay, país vizinho e querido dos brasileiros.
O diretor que Federico nomeou para Itaipu, Franklin Rafael Boccia Romañach, pronunciou hoje um discurso reticente.
Em seu discurso de posse, o novo diretor da usina compartilhada com o Brasil defendeu a redução da venda de energia elétrica excedente aos brasileiros e o “uso pleno” dessa energia em território paraguaio.
“Não mais a venda de energia elétrica, embora nos traga divisas. Utilização plena de nossa energia no Paraguai, gerando indústria, postos de trabalho; energia elétrica para todos os níveis e todos os setores”, afirmou.
Pelo acordo de Itaipu firmado entre Brasil e Paraguai, a energia gerada pela usina é dividida em partes iguais pelos dois países. O acordo prevê que, caso uma das nações não utilize sua parte integralmente, poderá vender o excedente para o parceiro.
Atualmente, o Paraguai consome somente 10% da energia produzida por Itaipu e vende o excedente ao Brasil, que paga cerca de US$ 360 milhões anuais por essa energia.
Portanto, o Paraguai tem direito de usar até metade da energia produzida pela usina. De acordo com o ministro de Minas e Energia, Edison Lobão, não há hipótese de o governo do país vizinho deixar de vender ao Brasil o excedente não utilizado ou mesmo optar por negociar com outro cliente.
“Não tem linha de transmissão nem comprador [que não seja o Brasil]”, disse o ministro. “Não há hipótese de se bloquear a energia”, completou Lobão.