El presidente Evo Morales empuña los dos cetros de mando que simbolizan a los espíritus de las montañas, tras la ceremonia de investidura indígena, ayer. – Efe Agencia
Siete presidentes, cinco vicepresidentes, representantes de organismos internacionales y delegados de varios países de América Latina y el mundo han confirmado su presencia a la posesión del presidente Evo Morales, hoy en el Congreso Nacional en la ciudad de La Paz.
La víspera del inicio de su tercer mandato, Morales fue investido como líder indígena en una ceremonia celebrada en las ruinas prehispánicas de Tiahuanaco. “Hoy es un día histórico, de reafirmación de nuestra identidad, de reafirmación de nuestra revolución democrática y cultural. Estamos viviendo los tiempos de Pachakuti”, dijo el Presidente.
Evo reafirma cualidad indígena de su gestión con rito ancestral
El presidente Evo Morales en uno de los actos de purificación junto a los amautas, ayer en la ceremonia de Tiahuanaco. – Efe Agencia
El presidente Evo Morales mostró ayer la faceta indígena de su tercera gestión de Gobierno en una ceremonia ancestral celebrada en las ruinas prehispánicas de Tiahuanaco, un día antes de prestar juramento en el Congreso para iniciar su mandato hasta 2020.
“Hoy es un día histórico, de reafirmación de nuestra identidad, de reafirmación de nuestra revolución democrática y cultural. Estamos viviendo los tiempos de Pachakuti (retorno al equilibrio)”, afirmó Morales al comenzar su intervención.
Los rituales llenos de simbolismo de esta investidura indígena, tuvieron como testigos jefes de Estado, vicepresidentes y otros representantes de decenas de países, además de líderes de movimientos sociales y de pueblos indígenas.
En su discurso, el presidente también pidió frenar “la loca carrera de la destrucción de la Tierra en nombre del desarrollo”,
“Este mundo ya no puede soportar tanto sobredesarrollo. En nombre de la modernidad los países industrializados están sobreindustrializando y eso tiene un costo para el planeta Tierra.
Estamos yendo a la destrucción de nuestro planeta”, advirtió.
El discurso cerró un conjunto de rituales que comenzaron temprano con una “limpieza” a la que Morales fue sometido en el museo del centro arqueológico y ante el monumental monolito Bennet, una efigie de la cultura tiahuanacota de siete metros de alto y 20 toneladas.
Allí fue vestido por los amautas o sabios aimaras con un gorro y una túnica, con figuras repujadas en oro, inspiradas en las vestimentas de ese antiguo imperio andino.
Morales recibirá los bastones de mando de los pueblos indígenas como su líder político y espiritual
Morales fue reelecto el pasado 12 de octubre con 61,36 por ciento de los votos, de acuerdo a los resultados del Tribunal Supremo Electoral (TSE) de Bolivia.
Representantes de más de 40 países asistirán a la ceremonia indígena por la toma de posesión del reelecto presidente de Bolivia, Evo Morales.
Porta do Sol em Tiahuanaco
La actividad se llevará a cabo el 21 de enero en Tiahuanaco, un sitio sagrado en la cultura andina, ubicado en el altiplano de Bolivia, departamento de La Paz.
Organizaciones de campesinos preparan un festival de danzas autóctonas que amenizará la ceremonia ancestral y mostrará las diferentes culturas de Bolivia.
Para el próximo 22 de enero, tanto el presidente Morales y el vicepresidente Álvaro García Linera serán investidos de forma oficial para el mandato 2015-2020, durante una sesión de honor en la Asamblea Legislativa Plurinacional.
O presidente Evo Morales conquistou, ontem, uma vitória eleitoral esmagadora para governar a Bolívia por um terceiro mandato consecutivo.
O importante aval conseguido por Morales nas urnas, com uma vitória acima de 60% dos votos, segundo os resultados provisórios, foi, em grande medida, uma reação à bonança econômica vivida pelo país, apontaram analistas à AFP.
Enquanto são aguardados os números oficiais, o governo espera alcançar a maioria absoluta no Congresso, o que permitiria avançar em reformas – como a da justiça – sem precisar da oposição.
“Garantir a continuidade do crescimento econômico é agora um dos maiores objetivos do governo, pois assim assegura-se a estabilidade social e política”, disse o analista Marcelo Silva, professor de ciência política da Universidad Mayor San Andrés.
A Bolívia, até pouco tempo referência em pobreza na América do Sul, tem um crescimento estimado para este ano que pode chegar a 6,5%, o maior na região, segundo o Ministério da Economia.
“O país precisa mudar sua base econômica para gerar um bem-estar sustentável”, considerou Gustavo Pedraza, consultor em política e economia.
“A Bolívia deve deixar de ser completamente dependente da extração de recursos naturais para buscar um sistema de produção com valor agregado que gere empregos de qualidade”, afirmou o analista.
Com 62% de sua população indígena e rural, na Bolívia 80% dos trabalhadores bolivianos são informais, comerciantes, agricultores e mineiros que não pagam impostos.
Há muitas demandas
“Há muitas demandas, e fazemos o possível para atendê-las… Nestes nove anos aprendemos que não pode faltar dinheiro, alimentos, água e energia para o povo”, disse Moralesnesta segunda-feira em uma coletiva de imprensa.
Morales, de 54 anos, conquistou uma ampla vantagem de quase 40 pontos sobre seu rival, o empresário Samuel Doria Medina, segundo pesquisas dos institutos Equipos Mori e Ipsos divulgadas pela tv local. Estima-se que Doria Medina teve pouco mais de 20% dos votos.
O presidente venezuelano, Nicolás Maduro, foi um dos primeiros a felicitar o presidente boliviano, e disse que a reeleição de Morales foi uma “grande vitória para os povos da América do Sul”.
Os governos de Cuba, França, Argentina e El Salvador também saudaram o presidente boliviano pela vitória.
Vitória dedicada a Fidel e Chávez
O presidente, crítico incansável dos Estados Unidos, dedicou sua vitória “aos que lutam contra o imperialismo”. “É dedicada a Fidel Castro e a Hugo Chávez, que descanse em paz”, disse o governante.
No poder desde 2006, o primeiro presidente indígena da Bolívia conseguiu ampliar a base de apoio no país com uma vitória que se estendeu a oito dos nove departamentos, só perdendo em Beni.
O governo surpreendeu ao ganhar pela primeira vez em Santa Cruz (leste), motor econômico da Bolívia e onde inicialmente se concentrava a oposição mais dura a sua política indigenista, anti-americana e estatista.
Morales conseguiu um surpreendente apoio empresarial, setor favorecido pelo crescimento econômico e pelo bom desempenho dos negócios.
Com a vitória, Morales pode se transformar no presidente que ficou mais tempo no poder na Bolívia, país cujo povo sofria com o apartheid indígena e constantes golpes militares.
A Guerra Civil dos Estados Unidos, também conhecida como Guerra de Secessão, para libertação dos escravos, matou mais de 600 mil soldados.
No Brasil, costumam dizer que tudo aconteceu na mais santa paz. Não é verdadeiro. Os negros, líderes abolicionistas, continuaram perseguidos e assassinados, com a Proclamação da República, que criou vários campos de concentração e presídios, sendo famoso o de Fernando de Noronha.
A Abolição continua uma lei só existente no papel.
O premiado filme estadunidense 12 Anos de Escravidão conta a história de um escravo liberto, que vive em paz ao lado da esposa e filhos. Um dia, após aceitar um trabalho que o leva a outra cidade, é sequestrado e acorrentado. Vendido como se fosse um escravo, precisa superar humilhações físicas e emocionais para sobreviver. Ao longo de doze anos passa por dois senhores que, cada um à sua maneira, exploram seus serviços.
O Brasil teve a terceira maior frota de navios do mundo durante o Império de Pedro II, para transportar escravos da África, notadamente quando proibido o tráfico negreiro, por imposição dos ingleses.
A conquista dos direitos civis dos negros só aconteceu nos Estados Unidos, depois do assassinato de Martin Luther King Jr, em 1968.
O apartheid na África do Sul trouxe violência e um significativo movimento de resistência interna, bem como um longo embargo comercial contra a África do Sul. Uma série de revoltas populares e protestos causaram o banimento da oposição e a detenção de líderes antiapartheid. Conforme a desordem se espalhava e se tornava mais violenta, as organizações estatais respondiam com o aumento da repressão e da violência.
Reformas no regime durante a década de 1980 não conseguiram conter a crescente oposição, e em 1990, o presidente Frederik Willem de Klerk iniciou negociações para acabar com o apartheid, o que culminou com a realização de eleições multirraciais e democráticas em 1994, que foram vencidas pelo Congresso Nacional Africano, sob a liderança de Nelson Mandela.
A vitória, nas urnas, de Evo Morales acabou com o apartheid indígena na Bolívia de vários golpes de Estado e revoltas populares.
O papa Francisco tem denunciado o tráfico humano e a escravidão.
No Primeiro Mundo da Europa e da América do Norte os emigrantes ilegais são os novos escravos do Século XXI. Uma escravidão que persiste nos países colonizados, que oferecem mão-de-obra barata ou escrava para empresas multinacionais.
A Campanha da Fraternidade, este ano, no Brasil, foi contra o tráfico humano. Escreve Dom Aloísio Dilli, bispo de Uruguaina (RS):
“Em 2014 ocupa-se com todos aqueles e aquelas que são enganados e usados para o tráfico humano, de trabalho, de órgãos e a prostituição. Normalmente o crime organizado está por detrás das diversas modalidades de tráfico humano. As pessoas, geralmente, são atraídas com falsas promessas de melhores condições de vida em outras cidades ou países e ali são cruelmente usadas e escravizadas, gerando fortunas para consciências inescrupulosas e vorazes. A maioria das pessoas traficadas vive em situação de pobreza e grande vulnerabilidade. Isso facilita o aliciamento com falsas promessas de vida melhor.
Por isso, o cartaz da CF retrata essa situação degradante com a figura de mãos acorrentadas e estendidas, com diferentes idades, gênero e cor, em estado de impotência. A mão que sustenta a corrente da escravidão é a força coercitiva de pessoas que dominam e exploram esse tráfico humano: ‘Essa situação rompe com o projeto de vida na liberdade e na paz e viola a dignidade e os direitos do ser humano à imagem e semelhança de Deus’. Os cristãos não podem aceitar essa moderna forma de escravidão e desrespeito à dignidade humana. Por isso eles a tentam identificar, a denunciam e somam forças para evitá-la, rompendo as correntes, revigorando as pessoas dominadas por esse crime e apontando para a esperança de libertação: Essa esperança se nutre da entrega total de Jesus Cristo na cruz para vencer as situações de morte e conceder a liberdade a todos: ‘É para a liberdade que Cristo nos libertou’.
O Papa Francisco se referiu à prática do tráfico humano com palavras de veemente repúdio: ‘O tráfico de pessoas é uma atividade desprezível, uma vergonha para as nossas sociedades que se dizem civilizadas”.
Neste mundo globalizado, dominado pelas multinacionais, que criaram sociedades que cultuam o deus dinheiro, o individualismo e o consumismo, a melhor arma é o boicote como fez Mahatma Gandhi, contra o colonialismo inglês.
SU CAMISETA ESTÁ MANCHADA DE SANGRE
por Carme Chaparro
Un año después del derrumbe del complejo textil Rana Plaza, las familias claman justicia. Aún no se han recuperado los cadáveres de 140 obreros. De los casi 30 millones de euros destinados a ayudar a las familias, sólo 10 han sido entregados. (ANDREW BIRAJ/Reuters)
Gracias a las lágrimas de esta mujer, usted, usted, usted también e incluso yo, vamos hoy vestidos. Y mañana. Y el fin de semana.
Gracias a las lágrimas de esta mujer ustedes y yo podemos entrar en una tienda y comprar una camiseta a 5,95 euros. Una ganga, así que nos llevamos dos. Camisetas a 5,95, camisas a 16,95 y trajes de chaqueta a 49,95.
Una ganga.
Una ganga a la que nos hemos acostumbrado los ricos del primer mundo, en un círculo vicioso de fast fashion que nos tiene enganchados como una droga más. Así que preferimos no pensar siquiera en cómo puede producirse tan barato. Que la esclavitud de millones de personas no empañe la dicha de nuestra compra.
Pero recuerden, esta mujer llora. Nuestra felicidad consumista sólo es posible gracias a su drama. Al drama que mató a más de 1.100 personas en una fábrica textil de Bangladesh ahora hace un año (y del que aún, hoy, faltan por recuperar más de 140 cadáveres bajo los cascotes), inherente a las condiciones esclavistas en las que se trabaja en el tercer mundo para que nos podamos vestir barato en occidente. Un año después del trágico accidente las promesas de mejora sólo han alcanzado a una mínima parte de las fábricas textiles. La demanda de los titanes de la moda es tan alta que se enmaraña en un mundo de subcontratas que subcontratan a otras subcontratas que subcontratan a otras subcontratas, dejando a la mayoría de trabajadores fuera de cualquier mínimo control del sistema.
Entre las ruinas de la fábrica se encontraron etiquetas de grandes marcas europeas y norteamericanas. Y a pesar de las dramáticas imágenes y los más de mil cien muertos, en un reportaje emitido por la BBC tras el accidente muchos de los viandantes preguntados respondieron que preferían no saber de dónde salía su ropa. No mirar. No pensar. Preferían, preferimos, seguir poniéndonos camisetas a seis euros a costa de la vida de los demás. A costa también de la esclavitud de gente que cobra veinte euros al mes y que no tiene derecho ni a ir al baño durante las eternas jornadas laborales. El día del derrumbe, los responsables de la fábrica obligaron a los trabajadores a volver al edificio a pesar de las grietas que presagiaban lo peor.
Mientras, nosotros seguimos queriendo camisetas a 6 euros.
Parece óbvio: a oposição visa tomar o poder; o governo, manter.
Não existe um novo poder quando tudo continua como dantes no quartel de Abrantes, apenas uma troca de pessoas com o mesmo pensamento, o mesmo jeito de ser e de fazer as coisas.
Para saber o futuro de um governo, basta conhecer seus financiadores e marqueteiros. Ninguém financia uma campanha de graça. Se um marqueteiro, como Duda Mendonça, faz campanha para qualquer partido, significa que todos os partidos possuem a mesma ideologia. É o caso do banqueiro Antônio Lavareda.
Numa campanha contra o povo prende-se o líder dos sem terra, dos sem teto, dos sem nada, dos movimentos sociais e estudantis. Basta exemplificar com os recentes protestos de rua, que começaram em junho de 2013, e com a criminalização dos atuais rolezinhos.
Se os citados movimentos fossem realmente politizados votariam contra os governadores que mandaram os soldados estaduais usar armas letais contra o povo nas ruas.
E dos rolezinhos uma campanha de boicote aos shoppings da qual fizesse parte a classe média negra (e parda, que nega sua ascendência nas senzalas e aldeias indígenas) com alto poder de compra. E, principalmente, a classe média baixa, os prestamistas.
O bom propagandista político tem que conhecer bem a alma do povo, a história da propagação das filosofias e religiões, e as ciências encruzilhadas.
Nesta campanha presidencial, que meios deve usar um partido político que não possui tempo nas televisões e rádios, e nem espaço na imprensa?
Ou ainda: como evitar a prisão de um líder, de um agitador, de um propagandista?
Não existe uma única maneira válida para todas as campanhas. Mas este exemplo boliviano é inspirador.
La Paz
CUANDO EL GIGANTE SE DESPIERTA
En octubre de 2003, los vecinos de El Alto, a 5 km de La Paz, forzaron la caída del presidente boliviano Gonzalo Sánchez de Lozada.
El secreto de la fuerza de El Alto reside en su tejido social, sobre todo en su movimiento vecinal.
“Con el referente de octubre, muchos de los gobiernos que han venido después ya ven El Alto como un gigante que puede levantarse y derrumbar gobiernos”.
Los vecinos bloquearon las calles con autobuses, carrocerías viejas, piedras, maderas, incluso con gigantescos vagones de tren descarrilados.
Miles de mineros celebran la renuncia del presidente boliviano en el centro de La Paz (2003). / Fotografía: Jorge Sáenz (AP)
Casualidades de la historia, fue precisamente en El Alto (Bolivia) donde se instaló en 1781 el campamento de los indígenas sublevados contra la colonia, desde donde Tupaj Katari dirigió el asedio a La Paz. Desde el centro de la ciudad era posible ver, 400 metros más arriba, a los prisioneros españoles ahorcados en altísimas estructuras de madera.
Con la misma mezcla de temor y respeto han seguido alzando la vista los sucesivos ocupantes del Palacio Quemado, sede del Gobierno. El secreto de la fuerza de El Alto, hoy una ciudad de 1,2 millones de habitantes, reside en su tejido social, sobre todo en su movimiento vecinal. Cada zona, en ocasiones apenas una manzana, tiene un presidente elegido por una asamblea, que se reúne cada mes.
Cuando estalló la guerra del gas, en octubre de 2003, Mónica Apaza era secretaria de Juventudes de la Federación de Juntas Vecinales (Fejuve) de El Alto, la integrante más joven de toda la directiva. “Con el referente de octubre –dice– muchos de los gobiernos que han venido después ya ven El Alto como un gigante que puede levantarse y derrumbar gobiernos”.
Evo Morales. Dignidad de América Latina, por Lucas Nine
“El gas es nuestro”
El desencadenante de la revuelta que tumbaría a Sánchez de Lozada fue el plan del Gobierno de exportar gas a EE UU a través de Chile, dos países, según el imaginario popular, enemigos de los intereses bolivianos. Mientras la inmensa mayoría de la población no tenía cubiertas sus necesidades básicas, tres multinacionales, una de ellas la española Repsol, se quedarían con el 82% de los beneficios de la operación.
Aunque las comunidades aimaras del Altiplano llevaban casi un mes bloqueando caminos, el principal impulso para destituir a Sánchez de Lozada provino de un paro indefinido decidido por la Fejuve de El Alto. La organización convocó a todos los presidentes de zona, en representación de cerca de 600 juntas vecinales, a una asamblea general. El 8 de octubre El Alto inició una vez más el cerco a La Paz. La guerra del gas había empezado.
A los pocos días, los bloqueos habían dejado sin gasolina los 58 surtidores de La Paz y El Alto. El problema del abastecimiento empezaba a preocupar también a los vecinos. “Era el tercer día y nosotros no sabíamos cómo iba a hacer la gente para comer”, recuerda Mónica Apaza. No tardaron en encontrar una salida. “Hablamos en los mercados y las caseras [vendedoras] iban a vender a las cuatro de la mañana y hasta las seis y media, cuando cerraban los mercados… Y otra vez a la movilización, todo el día. Al día siguiente, igual: abrían los mercados por la madrugada y los cerraban para las movilizaciones”.
Las mujeres no sólo eran las encargadas de gestionar las despensas y las ollas comunes que se montaban en plena calle con la comida que aportaban los vecinos. También eran mayoritarias en las protestas, señala Apaza. Cuando los presidentes de zona no llamaban a la movilización, “eran las mujeres las que se organizaban y convocaban”.
América Latina de pie, Europa en caída, por Lucas Nine
“Vamos a meter bala”
“Si quieren diálogo sobre el gas, habrá diálogo sobre el gas; si quieren guerra por el gas, habrá guerra por el gas, y vamos a meter bala”, dijo Sánchez de Lozada el 11 de octubre. Ese mismo día, con munición de guerra, el Ejército y la Policía disparaban contra los vecinos que bloqueaban el paso de los camiones cisterna que salían de la planta de gas de Senkata, en El Alto. Las primeras muertes generalizaron la rebelión.
Miles de alteños rodearon el convoy militar, que fue obligado a refugiarse en un cuartel de la zona. Los choques entre las fuerzas militares y los manifestantes se extendieron por todo El Alto y los barrios más elevados de La Paz. Los tanques ametrallaban a los manifestantes por las laderas. Los helicópteros y los francotiradores disparaban sobre los civiles…
Las muertes alimentaban la revuelta. Era un ejército contra cientos de miles de personas desarmadas. Al igual que la tropa de Tupaj Katari, los vecinos tenían palos, piedras, hondas, algún cóctel molotov y algunos “cachorros” de dinamita. Bien colocada, la carga permitió derribar tres de los seis puentes elevados que atraviesan la principal entrada a El Alto.
Los vecinos bloquearon las calles con autobuses, carrocerías viejas, piedras, maderas, incluso con gigantescos vagones de tren descarrilados. En las principales avenidas, inmensas zanjas cavadas en el asfalto y en la tierra hacían imposible el tránsito. 77 muertes y 400 heridos por las balas de la Policía y el Ejército hicieron que la demanda del gas pasara a un segundo plano. La primera demanda ya era innegociable: la renuncia de Gonzalo Sánchez de Lozada.
“Nosotros somos la historia”
“Como un gigante que duerme en el momento en que lo despiertas, no descansa hasta que termina lo que ha empezado”, dice Mónica Apaza. Sánchez de Lozada hablaba de un proceso “sedicioso” financiado desde el exterior, encabezado por el entonces diputado Evo Morales y el líder campesino Felipe Quispe. Pero al cuarto día de movilizaciones ya ni la Fejuve dirigía a los manifestantes, señala Apaza.
“Después de las masacres, ya nos ha sobrepasado la misma base, la misma gente se empezó a organizar; ya no había una dirección”, prosigue Mónica, que se sumó como una más a los bloqueos. “Nuestra lucha ha sido desde abajo, no había alguien arriba.Éramos nosotros, todos nosotros movilizándonos”.
Recordar aquellos días sigue siendo doloroso para ella: “Me ha tocado llevar gente herida al hospital y que en mis manos se mueran muchas personas”. Las noticias y las imágenes de las masacres extendieron las protestas por todo el país. Los cocaleros, los indígenas del Altiplano, los mineros de Potosí y Oruro, dinamita en mano: todos se unían a los bloqueos y avanzaban hacia el Palacio Quemado.
El 16 de octubre, en una gigantesca manifestación, “todo El Alto bajó a La Paz”. Las huelgas de hambre se extendían a todos los rincones de Bolivia. La situación era insostenible para Sánchez de Lozada. La toma militar de El Alto había fracasado. El 17 de octubre de 2003,el presidente escapó en helicóptero. Después de unas breves escalas se instaló en Estados Unidos.
El profesor aimara Pablo Mamani llevaba tiempo viviendo en El Alto, pero confiesa que nunca había imaginado que sus habitantes fueran capaces de una resistencia semejante. “En esos momentos descubrimos que éramos sujetos históricos capaces de hacer más de lo que habíamos pensado. Y en ese momento descubrimos que la historia está aquí, que nosotros somos la historia, no ellos”.
Para Mónica Apaza, sin el levantamiento de octubre la historia del país hubiera sido muy distinta: “Las muertes, todo lo que hemos vivido, valió la pena. Estamos en un proceso que nunca se hubiera dado en Bolivia si no hubiera sido por esto”.
Los muertos y heridos en la masacre de octubre, apenas asoman a mi mente y mi corazón, me duelen como hace diez años atrás, cuando me enteré, a través de los medios de comunicación, de la tragedia en la urbe alteñaque-al son del grito de combate: “¡El Alto de pie, nunca de rodillas!”- se desangró en defensa de la soberanía nacional.Al cumplirse una década de la denominada Guerra del Gas, y en mi condición de ciudadano con derecho a voz y voto, no dejó de reflexionar sobre las dramáticas consecuencias de aquellas jornadas que cambiaron el curso de la historia contemporánea de nuestro país y, al mismo tiempo, no dejó de condenar la bestialidad de las fuerzas represivas del gobierno de Gonzalo Sánchez de Lozada que, en octubre de 2003, provocaron un baño de sangre entre los manifestantes de la ciudad de El Alto.
A 31 años de la “recuperación de la democracia”, que estaba acuartelada por una de las dictaduras militares más sombrías de la historia nacional, se ingresó a una etapa de “gobiernos de consenso”, cuyas “democraduras” sirvieron no sólo para acallar la protesta popular con atropellos de lesa humanidad, sino también para masacrar a los acusados de “sediciosos y promotores de proyectos subversivos organizados y financiados desde el exterior”, aun sabiendo que no era posible una democracia formal en un país que se retorcía en medio de la pobreza, el analfabetismo y la desigualdad social.
A estas alturas del proceso de cambio, cuando todo parece demostrar que ha llegado el momento de transformar las caducas estructuras del sistema capitalista, nadie queda indiferente ante las convulsiones sociales que, en el llamado Octubre Negro, sacudieron los cimientos del Estado proimperialista, donde los sectores más empobrecidos, armados con piedras, palos, cólera e indignación, ganaron las calles para hacer escuchar su grito de protesta contra quienes detentaban el poder, rifando al país en pedacitos y al mejor postor.
Durante la Guerra del Gas, que en la ciudad de El Alto arrojó el saldo de decenas de muertos y centenas de heridos, el pueblo dio su ultimátum al gobierno: “Si el presidente no puede solucionar los problemas, lo mejor será que se vaya a su casa”. Es decir, los ciudadanos de oriente y occidente, conscientes de la imperiosa necesidad de salvar al país del caos y la anarquía, exigieron la renuncia del primer mandatario porque tenía las manos manchadas de sangre y porque perdió el control de los conflictos sociales.
El país requería de soluciones rápidas y concretas. Y, para lograr este objetivo, no bastó con que el vicepresidente asumiera la primera magistratura, intentando salvar la democracia burguesa, sino en que todas las autoridades de gobierno se pusieran la mano en el pecho e hicieran conciencia de que las protestas y los conflictos no se resolvían disparando las armas contra el pueblo, sino ofreciendo a los sectores más empobrecidos mejores condiciones de vida y de trabajo.
Está demostrado que no se puede controlar la rebelión de las masas cuando éstas no están dispuestas a vivir en la zozobra ni bajo la inestabilidad del aparato estatal. Por cuanto fue legítimo que los ciudadanos propusieran cambios, en procura de impedir la entrega del gas a consorcios extranjeros sin previa consulta al pueblo; tampoco fue casual que se hubiesen unido en torno a una Asamblea Constituyente, que exigía la modificación de la Ley de Hidrocarburos y del Código Tributario, y que se resguardaran los intereses de la nación y sus habitantes, oponiéndose a las injerencias del portavoz del gobierno norteamericano en los asuntos internos del Estado boliviano; más todavía, fue urgente rechazar las insinuaciones de las empresas transnacionales, interesadas en saquear las riquezas naturales en desmedro de quienes vivían sumidos en la miseria, la desocupación, la deserción escolar, la criminalidad y la corrupción institucionalizada.
Cabe preguntarse, aquí y ahora, para qué servía un gobierno que no representaba los intereses de las inmensas mayorías, un presidente que se aferraba al poder para defender los privilegios de los empresarios privados y la política expansionista del imperialismo, cuyo embajador encaramado en la sede de gobierno, asumiendo la misma arrogancia y supremacía de su jefe en la Casa Blanca, declaró a la prensa: “Estados Unidos no tolerará una interrupción del orden constitucional en Bolivia y no apoyará a ningún gobierno no democrático”, como dando a entender que el gobierno de Gonzalo Sánchez de Lozada era uno de los más democráticos de la historia republicana, y que la oposición, compuesta por los partidos políticos que rechazaban un sistema neoliberal de gobierno y las imposiciones arbitrarias del imperio, representaba un peligro para la democracia.
Los “campeones de la democracia”, que en otrora se denominaban “izquierdistas” y “revolucionarios”, respaldaron también la política represiva y neoliberal del gobierno, mientras sujetaban en la mano la Carta Democrática de los organismos internacionales que, teóricamente, condenaban el uso de la violencia que tendían a alterar el orden constitucional del país; cuando en realidad, el gobierno de Gonzalo Sánchez de Lozada, a espaldas de lo establecido en la Constitución Política del Estado, dio su beneplácito a las Fuerzas Armadas para reprimir al pueblo, violentando así los Derechos Humanos y pasándose por las narices las Cartas Magnas tanto de la ONU como de la OEA.
Ante semejante fechoría, es necesario preguntarse: ¿De qué tipo de democracia nos hablaban estos asesinos? Si el propio presidente de la nación no respetaba la institucionalidad democrática, como la única vía aceptable para resolver los conflictos sociales, y fue capaz de arremeter contra sus opositores, tildándolos de “subversivos” y “sediciosos”, hasta que se le fue la mano y ordenó meter bala contra una turba de mujeres, hombres y niños en la ciudad de El Alto.
Por todos es conocido que las agresiones físicas de las fuerzas represivas contra los manifestantes alteños fueron tan contundentes como las declaraciones del representante del Departamento de Estado, quien, en su afán de controlar la producción de coca y mantener en jaque a los críticos del régimen, aplicó una política coercitiva que, en lugar de apaciguar la furia encendida de los manifestantes, provocó una mayor protesta entre quienes estaban ya cansados de soportar los mandatos del imperialismo y del gobierno entreguista de Gonzalo Sánchez de Lozada, quien no hacía otra cosa que acrecentar la injusticia social, la crisis económica y la discriminación racial.
Los campesinos, mineros, fabriles, estudiantes, profesores, comerciantes y otros, tenían todo el derecho de velar por sus vidas e intereses, y de protestar contra los engaños y las falsas promesas de los señores del poder, quienes estaban más interesados en la repartija de pegas, que en resolver los problemas reales de los sectores empobrecidos por la política entreguista de los ministros y diputados neoliberales, cuya incapacidad de gobernar un país en crisis quedó al descubierto desde el instante en que asumieron el mando del poder con el apoyo de los partidos oficialistas que, durante y después de su campaña proselitista, prometieron demagógicamente un mejor destino para los bolivianos.
Las huelgas, bloqueos, barricadas y marchas de protesta, que tuvieron lugar en la ciudad de El Alto en octubre de 2003, reflejaron el descontento popular contra un gobierno que, al margen de haber sido incapaz de cumplir con el compromiso y los convenios firmados con los sectores en conflicto, tuvo la osadía de movilizar a las tropas del Ejército contra los movimientos progresistas, compuestos en su gran mayoría por los relocalizados de las minas, cansados de vivir en un país donde no se respetaban los Derechos Humanos y donde sobrevivían los resabios de la discriminación social y racial, y donde unos creían ser dueños de las riquezas naturales y dueños absolutos del poder.
Ya sabemos que los desposeídos no piden mucho y lo poco que piden es que se respeten sus costumbres y tradiciones, que se respeten sus fuentes de trabajo y el cultivo de la hoja de coca, que se mejore el sistema educativo y la asistencia médica, que se instale energía eléctrica y agua potable en las regiones rurales; reivindicaciones elementales que incomodaron a los amos del poder político y económico, entre los que se contaba Gonzalo Sánchez de Lozada, quien por entonces fungía como presidente constitucional de Bolivia.
Con todo, ser testigo de un pueblo que luchaba en defensa de los intereses nacionales, mientras su gobierno se esforzaba cada vez más por defender los intereses del imperialismo, duele en lo más hondo del alma, sobre todo, cuando los medios de comunicación informaban que los caídos bajo las balas fratricidas eran hermanos que, de un modo consciente o inconsciente, apostaron desde siempre por los ideales de la libertad y la justicia.
A diez años de la masacre de octubre en la ciudad de El Alto, donde las organizaciones sociales todavía se mantienen de pie, queda la lección de que las grandes transformaciones socioeconómicas de un país se logran gracias aal coraje y la conciencia de un pueblo dispuesto a combatir hasta las últimas consecuencias por conquistar la soberanía nacional, la defensa de los recursos naturales y la dignidad que se merecen todos en un Estado de derecho.
Por que o índio brasileiro tem que ser diferente do índio boliviano? Mais de 50% da população da Bolívia é indígena; menos de 40 % mestiços dos povos originários; 9 % brancos. Não esquecer que Evo Morales é o primeiro presidente índio depois da invasão e conquista européia.
A política de tratar o índio como selvagem, bugre, negro da terra, um colonialismo disfarçado de bondade ou negação de tudo que a Bolívia oferece, depois do fim do apartheid indígena. (T.A.)
Governo precisa fazer uma limpeza na Funai
por Nélio Jacob
Em recente comentário, Valmor Stédile tocou num fato intrigante, que merece atenção. Nem otimismo, nem pessimismo, apenas realismo. Pelos caminhos tomados pela carruagem, tem-se ideia aonde se quer chegar.
Acordo assinado na ONU dando as tribos indígenas autonomia
política e administrativa, logo depois juntando as diversas tribos que fazem fronteira com outros países, numa área contínua com o nome de Nação Ianomami, agora a movimentação dos índios querendo mais terras, com apoio da Funai, de setores religiosos e principalmente ONGs estrangeiras.
Tendo em vista os acontecimentos no mundo atual, em que vale tudo para um país roubar a riqueza de outro, não custa nada ter cautela. As grandes potências, não precisam tomar as riquezas do Brasil à força, enquanto conseguirem isso devagar, mas sem custo, na base da conversa, aproveitando-se da falta de nacionalismo de nossos governantes.
Também o comentarista Jorge Jerônimo está certíssimo. Se o governo defendesse os interesses nacionais, expulsaria essas dezenas de milhares de ONGS estrangeiras, que são na verdade eficientes espiãs, e proibiria o acesso de pregadores religiosos às tribos indígenas.
São essas organizações civis e religiosas que fazem a cabeça das tribos, levando-as a crer que quanto maior a área que possuírem, melhor será sua vida. Qual a necessidade de uma tribo indígena, com uma população ínfima, ter áreas quilométricas, não faz sentido.
O desejo de todo ser humano é melhorar de vida, ter acesso a modernidade etc., e é isso que os índios querem e precisam, só que para conseguir isso, influenciados, estão tomando um
um caminho que vai de encontro à soberania nacional.
Cabe ao governo tomar providências, começando por uma limpeza profunda na Funai.
A matança de nações indígenas começou no ano de 1536, em Pernambuco.
Invadir terras e casas dos bugres é coisa costumeira. No Rio de Janeiro, para doar o prédio Museu do Índio, para Eike Batista demolir (acredito que o governo realizará o serviço sujo da implosão), e construir um estacionamento, o governador Sérgio Cabral já despejou os “selvagens”. Tudo legalizado pela justiça.
Índio quer apito, cantam os mestiços brasileiros.
Documento que registra extermínio de índios é resgatado após décadas desaparecido
por Felipe Canêdo
Depois de 45 anos desaparecido, um dos documentos mais importantes produzidos pelo Estado brasileiro no último século, o chamado Relatório Figueiredo, que apurou matanças de tribos inteiras, torturas e toda sorte de crueldades praticadas contra indígenas no país – principalmente por latifundiários e funcionários do extinto Serviço de Proteção ao Índio (SPI) –, ressurge quase intacto. Supostamente eliminado em um incêndio no Ministério da Agricultura, ele foi encontrado recentemente no Museu do Índio, no Rio, com mais de 7 mil páginas preservadas e contendo 29 dos 30 tomos originais.
Em uma das inúmeras passagens brutais do texto, a que o Estado de Minas teve acesso e publica na data em que se comemora o Dia do Índio, um instrumento de tortura apontado como o mais comum nos postos do SPI à época, chamado “tronco”, é descrito da seguinte maneira: “Consistia na trituração dos tornozelos das vítimas, colocadas entre duas estacas enterradas juntas em um ângulo agudo. As extremidades, ligadas por roldanas, eram aproximadas lenta e continuamente”.
Entre denúncias de caçadas humanas promovidas com metralhadoras e dinamites atiradas de aviões, inoculações propositais de varíola em povoados isolados e doações de açúcar misturado a estricnina, o texto redigido pelo então procurador Jader de Figueiredo Correia ressuscita incontáveis fantasmas e pode se tornar agora um trunfo para a Comissão da Verdade, que apura violações de direitos humanos cometidas entre 1946 e 1988.
A investigação, feita em 1967, em plena ditadura, a pedido do então ministro do Interior, Albuquerque Lima, tendo como base comissões parlamentares de inquérito de 1962 e 1963 e denúncias posteriores de deputados, foi o resultado de uma expedição que percorreu mais de 16 mil quilômetros, entrevistou dezenas de agentes do SPI e visitou mais de 130 postos indígenas. Jader de Figueiredo e sua equipe constataram diversos crimes, propuseram a investigação de muitos mais que lhes foram relatados pelos índios, se chocaram com a crueldade e bestialidade de agentes públicos. Ao final, no entanto, o Brasil foi privado da possibilidade de fazer justiça nos anos seguintes. Albuquerque Lima chegou a recomendar a demissão de 33 pessoas do SPI e a suspensão de 17, mas, posteriormente, muitas delas foram inocentadas pela Justiça.
Bolívar, Che, Allende, Hugo Chávez e Evo Morales estão vivos.
Fugencio Batista, Pinochet e outros ditadores do Cone Sul estão mortos.
Chávez libertou a Venezuela do colonialismo internacional.
Evo acabou com o apartheid indígena, o racismo. Foi o primeiro índio eleito presidente, depois de 500 anos de escravidão.
Os jornais da Venezuela mostram o povo nas ruas.
O Partido da Imprensa Golpista do Brasil faz a propaganda fúnebre de uma elite conservadora e entreguista, que não gosta do cheiro do povo.
Uma elite que vai morrer de raiva e desilusão, quando o corpo – vivo ou morto – do eterno presidente da Venezuela voltar de Cuba. Por toda América do Sul, o grito das multidões: CHAVEZ ESTÁ VIVO!
“Hay un reto a la imaginación, que solo podemos enfrentar a partir de un auténtico reconocimiento de nuestra realidad. Y encontramos ahí, al develar prejuicios, al liberar nuestro pensamiento colonizado, al recuperar la decisión de vernos y pensarnos por nosotros mismos, al protagonista central de nuestra historia y al componente indispensable de nuestro futuro” (Guillermo Bonfil, 1990:IV)
De 1900 al 2012, la historia estadística nos muestra que los hoy denominados constitucionalmente como “indígena originario campesinos”, han superado olímpicamente las expectativas catastróficas anunciadas a principios del siglo XX.
De hecho, el anuncio de la desaparición del indio en 1901, luego de realizado el censo de 1900, ha obtenido una respuesta contundente que haría temblar de vergüenza a quienes anunciaban una eventual extinción de los primeros habitantes de estas tierras.
Hoy a doce años del siglo XXI, se lleva a cabo el censo número once (11) de nuestra historia, así que conviene reflexionar sobre este hecho desde una mirada posicionada en la descolonización, asumiendo que un censo en el Estado Plurinacional, es parte de la descolonización del saber con repercusiones en la descolonización del poder.
Si vemos la historia reciente y nos detenemos en el censo del 2001, veremos que este, representa el esfuerzo estadístico para contar con datos sobre “población” por un lado y “vivienda” por el otro, y esto no se hace en el vacío sino en un contexto de economía política y conocimiento estadístico marcados a sangre y fuego por el neoliberalismo.
Si el censo de 1900 en el gobierno de José Manuel Pando, permitía a la intelectualidad avizorar la desaparición del indio y el censo del 2001 en pleno gobierno de Jorge Tuto Quiroga “descubría” que los indios eran el 64%, estamos ante un panorama donde el conocimiento rigurosamente científico se confunde con las lagunas ideológicas propias de la colonialidad del saber.
De hecho, el censo del 2001 representa el último esfuerzo estadístico para reproducir la vieja hipocresía liberal: prometer y no hacer, de ofrecer derechos y no garantizar su materialización. De reproducir la colonialidad del saber en un círculo vicioso de oferta vacía de realidad.
El censo 2012, en cambio tiene un panorama prometedor, no solo porque el levantamiento de datos nos permitirá adquirir el conocimiento suficiente para materializar la redistribución de la riqueza social que se produce en el país con el objetivo de consolidar el Vivir Bien, tal como lo señala el Preámbulo de la Constitución Política de Bolivia. Sino además porque, tal como lo anuncia un estudio reciente, la masa poblacional que se reconozca como indígena aumentará considerablemente. La visibilización de lo indígena constituía un paso inicial pero imprescindible como ocurrió el 2001, hoy en el 2012, lo que cuenta es la tendencia hacia arriba de lo indígena, no por cuestión folclórica, sino por dato político.
I. Censo 1900: Ateniéndonos a las leyes progresivas de la estadística, tendremos a la raza indígena sino borrada por completo de la vida nacional, al menos reducida a su mínima expresión (Informe del Ministerio de Hacienda en 1901)
El informe oficial de 1901 en relación al censo de 1900, no hacia otra cosa que poner en el papel lo que los ideólogos de la oligarquía pensaban sobre la existencia del indio.
Para entrar en contexto conviene señalar que, después de la guerra federal, en Bolivia se dieron cambios ideológicos sustanciales que no es posible pasar por alto, pues estos cambios tienen que ver con el racismo “científico” cuyas consecuencias se pueden advertir en la sentencia del informe oficial arriba citado. Leer más