Prostituição infantil no Brasil e a Copa do Mundo

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por Peter Yehl/University of Pittsburgh

 

 

O Brasil necessita enfrentar o seu problema endêmico de tráfico sexual.

Talvez vocês se lembrem – da Copa do Mundo de 2010 na África do Sul – a imagem dos futebolistas saindo dos túneis antes de cada partida, cada um escoltado por uma criança. Segundo o site de marketing da FIFA, o programa “Sonho de Craque” de McDonald’s oferece às crianças uma “oportunidade única na vida” para entrar em campo com os seus jogadores preferidos. No entanto, mesmo sendo uma oportunidade maravilhosa, ela esconde o fato de que, para cada criança que vai poder escoltar um futebolista durante a Copa do Mundo, todos os dias no Brasil entre 175 e 350 crianças são forçadas a trabalhar como “escoltas sexuais.”

Segundos os dados mais atuais da UNICEF, existem cerca de 250.000 trabalhadoras infantis do sexo atualmente no Brasil. Estimativas do Fórum Nacional de Prevenção e Erradicação do Trabalho Infantil (FNPETI) dobra este número a meio milhão de crianças.

Até agora, o governo brasileiro gastou mais de R$ 33 bilhões na construção e nas propagandas para a Copa do Mundo. Ao mesmo tempo, o Brasil está gastando pouco dinheiro na luta contra o tráfico sexual dentro de suas fronteiras. Isso inclui um esforço insuficiente para melhorar o sistema de educação pública e reduzir a pobreza, dois dos maiores fatores contribuintes que uma criança se torne mais vulnerável ao tráfico sexual.

Isso é um grande problema para um país que não é apenas o maior destino de tráfico sexual na América do Sul, mas também um dos maiores do mundo. Outro problema sendo que a idade de consentimento é de 14 anos e onde a pobreza, particularmente na região do nordeste, leva aos pais a venderem as filhas à prostituição para fornecer a família com uma renda extra. A situação é particularmente grave em Fortaleza e Recife, dois dos principais destinos de turismo sexual do país e onde é comum ver as meninas pobres serem vendidas pelos pais aos cafetões.

Infelizmente, o governo não só está fazendo pouco para combater o tráfico sexual, mas também está em muitos aspectos fazendo com que o problema piore. Em 2012, por exemplo, o Tribunal de Justiça de São Paulo absolveu um homem acusado de estuprar 3 meninas com 12 anos de idade, porque elas já se prostituiam. No ano passado, o governo foi criticado muito após lançar a campanha “Eu sou feliz sendo prostituta.” E este ano em Belo Horizonte, a sexta maior cidade do Brasil, a Associação das Prostitutas de Minas Gerais (APROSMIG) começou ajudar as trabalhadoras do sexo aumentarem o lucro delas, fornecendo-lhes aulas grátis de inglês.

Agora as ONGs brasileiras e internacionais têm medo de que o problema de tráfico sexual no país vai piorar durante a Copa do Mundo, quando a demanda por serviços sexuais aumentar junto com os cerca de 600 mil turistas estrangeiros que chegarão com US$ 11 bilhões em dinheiro disponível.

O passado nos mostra que essas ONGs apresentam um cenário correto. Durante a Copa do Mundo de 2010, cerca de 40.000 mulheres e crianças foram traficadas para a África do Sul para serem exploradas como prostitutas. Além disso, enquanto o tráfico sexual e a prostituição infantil é um problema continuo no Brasil e em todas as maiores cidades (incluindo todas as 12 cidades-sede da Copa do Mundo), a demanda de serviços sexuais aumenta drasticamente durante eventos de grande porte, incluindo o Carnaval e a Copa das Confederações que o Brasil sediou no ano passado.

Desde 2005, a Copa das Confederações é realizada no mesmo país que vai sediar a Copa do Mundo no ano seguinte. Resultando que nos últimos anos, a Copa das Confederações tornou-se um ensaio geral de preparação do país-anfitrião para a Copa do Mundo. Ao mesmo tempo, os cafetões e traficantes brasileiros também estão se preparando para acomodar o aumento da demanda por sexo da parte dos turistas da Copa do Mundo.

Qualquer fã de futebol internacional sabe que, dia 12 de junho, a seleção brasileira estará pronta para enfrentar a Croácia. O que fica em dúvida é se o Brasil estará pronto para enfrentar o tráfico sexual.

 

Qual o parceiro das meninas que fazem sexo aos 11 anos?

Sexo nos teenagers é o tema de capa da Única nº 2034
Jovens que iniciam a vida sexual por vezes a partir dos 11 anos é o tema de capa da Revista Única neste sábado.

Anuncia o jornal Expresso de Lisboa:
“Artigo sobre o crescente número de jovens que iniciam a vida sexual numa idade precoce, para o qual foram ouvidos médicos de várias áreas e outros especialistas, bem como alguns desses teenagers”.

Eis a reação dos leitores:

“O tema é pobre, a imagem da capa é reles e propagandear a notícia que vai sair, está longe de noticiar. É deprimente, reles e estúpido. Os Portugueses gostarão de serem tratados assim?”

“Quem escolheu a capa escolheu provocar, escolheu chamar a quem tem 13 uma p***, porque iniciou a vida sexual. Iniciar a vida sexual não tem a ver com a atitude demonstrada na capa. Mais de metade das alunas da escola da minha filha já tiveram sexo, com grande probabilidade, e nunca vi nenhuma vestida ou com a atitude da ‘criança’ desta capa.
Certamente o Expresso desta semana vai vender como pão quente, mas tudo porque uma resma de pervertidos vai querer a revista para se masturbarem”.

“Por que raio esta mania de escrever palavras estrangeiras em frases e textos de noticias ou publicidade cá em Portugal? Será que ‘adolescentes ‘ ficava mal? ”

“Se começam a ter sexo aos 11 anos, tornam-se consumidores mais cedo dos preservativos e anticoncepcionais. A indústria do ramo agradece”.

NO BRASIL AS MENINAS COMEÇAM COM QUE IDADE?

As meninas pobres não são gente. Nunca fazem parte das estatísticas. Medo de admitir que as meninas da classe média estão fazendo amor cada vez mais cedo existe. Tanto que a catarse é procurar pedófilos na internet. Admitindo-se que meninas de onze anos faz amor com meninos de onze. Meninas de doze com meninos de doze. Sempre com parceiros da mesma idade. Coisa de namorico. Curiosidade. Santa inocência.

As meninas pobres não namoram. Fazem sexo mesmo. Instinto animal. Nenhuma indignação na estatística da Polícia Federal e da Unesco: de que mais de 250 mil crianças são recrutadas pelo tráfico de sexo. Um trabalho que começa aos sete, oito anos. Os parceiros são adultos. Faz parte, inclusive, do turismo sexual. Ninguém fala de pedofilia. Seria admitir a existência de milhões de pedófilos. Que uma criança recebe de oito a dez parceiros por jornada.

Acrescentando as meninas que não estão na prostituição…

Em 1994, o CBIA (Centro Brasileiro para Infância e Adolescência) estimava em 500 mil o número de meninas prostitutas no país. Isso isola o Brasil na dianteira dos países americanos que enfrentam esse tipo de problema social, ficando atrás apenas da Tailândia, que tem 800 mil menores na prostituição.

Para importantes ONGs e grupos de estudos acadêmicos, a estimativa de 500 mil crianças prostitutas infantis continua válida para este ano da graça de Deus de 2011.