O dia da vingança de PC Farias, o troco do Renangate e o golpe dos senadores corruptos

Renan Calheiros presidiu a sessão em que o senador Delcídio do Amaral perdeu o mandato, esquecido de que, para não ser cassado, renunciou a presidência do Senado e o mandato de senador em 2007, após várias denúncias de corrupção.

Outra curiosidade, Fernando Collor, derrubado da presidência da República por um impeachment, em 1992, participa da conspiração do golpe contra Dilma Rousseff.

O bizarro, indicativo de que “o Brasil não é um país sério”: “No Senado que julgará Dilma, 60% respondem a processos na Justiça”, manchete de hoje do principal jornal da Espanha. Leia aqui

Apesar de delatados por doleiros mais do que premiados, o juiz Sergio Fernando Moro jamais investigou e o Superior Tribunal Federal não quer saber. Renan Calheiros, foi  vice-presidente executivo da Petrobras Química S.A. (Petroquisa, de 1993 a 1994).

Delcídio do Amaral, depois de viver dois anos na Europa, trabalhando para a Shell, voltou ao Brasil, para comandar a Eletrosul em 1991, responsável pelo planejamento energético da região sul.

Em março de 1994 ocupou a secretaria executiva do Ministério de Minas e Energia, onde permaneceu até setembro. No final do governo Itamar Franco foi ministro de Minas e Energia, de setembro de 1994 a janeiro de 1995.

No governo Fernando Henrique Cardoso, foi diretor de Gás e Energia da Petrobrás, entre 2000 e 2001, quando trabalhou com Nestor Cerveró e Paulo Roberto Costa, dois dos delatores da Operação Lava Jato.

 

O escândalo do Renangate

 

Manifestantes caracterizados como presidiários protestam diante do Congresso Nacional contra a absolvição do presidente do Senado, Renan Calheiros.
Um conjunto de denúncias de corrupção atingindo Renan Calheiros ocupou as manchetes da imprensa brasileira em 2007. O caso foi chamado de Renangate, neologismo aludindo ao escândalo do Watergate e outros que usaram a mesma terminação -gate. A crise começou em 25 de maio, com a circulação da notícia sobre o pagamento da empresa Mendes Júnior à ex-amante de Renan, e perdurou até 11 de novembro, quando ele renunciou à Presidência do Senado.

As denúncias começaram com a revelação, em reportagem de capa da revista Veja, de que a empreiteira Mendes Júnior pagava 12 mil reais por mês à jornalista Mônica Veloso. Segundo a revista, Mônica havia sido amante de Renan e tivera um filho com ele. A partir de então, uma sequência de denúncias na mídia relatou: a compra de rádios em Alagoas, em sociedade com João Lyra, em nome de laranjas; o ganho com tráfico de influência, junto à empresa Schincariol, na compra de uma fábrica de refrigerantes, com recompensa milionária; o uso de notas fiscais frias, em nome de empresas fantasmas, para comprovar seus rendimentos; a montagem de um esquema de desvio de dinheiro público em ministérios comandados pelo PMDB; e a montagem de um esquema de espionagem contra senadores da oposição ao governo Lula. Ao todo, houve seis representações no Conselho de Ética do Senado do Brasil, por seus pares, pedindo a cassação de Renan. Sob pressão do público, Renan desistiu da presidência, embora sem abandonar o mandato. O senador foi absolvido de todas as acusações (quebra de decoro parlamentar, ter despesas pagas por lobistas de empreiteiras e de ter praticado tráfico de influências) e as denúncias e processos foram arquivados. Leia mais aqui

 

Estudantes Caras-Pintadas derrubam Collor. Hoje estão com Dilma 

 

Em meados de 1991, denúncias de irregularidades começaram a surgir na imprensa, envolvendo pessoas do círculo próximo de Fernando Collor, como ministros, amigos do presidente e mesmo a primeira-dama Rosane Collor. Em entrevista à Revista Veja em maio de 1992, Pedro Collor de Mello, irmão do presidente, revelou o esquema de corrupção que envolvia o ex-tesoureiro da campanha Paulo César Farias, entre outros fatos comprometedores para o presidente. Em meio à forte comoção popular, promovida nas ruas pelos Caras-Pintadas,  é instalada em 27 de maio uma Comissão Parlamentar de Inquérito para apurar a responsabilidade do presidente sobre os fatos divulgados. Em 1° de junho, a CPI começa seus trabalhos com forte cobertura dos meios de comunicação. A Revista IstoÉ publica em 24 de junho uma matéria na qual Eriberto França, motorista da secretária de Collor, revela que ele próprio pagava as despesas pessoais do presidente com dinheiro de uma conta fantasma mantida por Paulo César Farias, reforçando a tese do irmão do presidente. Em 2 de setembro é aberto o processo de impeachment na Câmara dos Deputados proposto por Barbosa Lima Sobrinho e Marcello Lavenére Machado, impulsionado pela maciça presença do povo nas ruas, como o movimento dos Caras-pintadas.

Em 29 de setembro, por 441 a 38 votos, a Câmara vota pelo impeachment do presidente, que é afastado do cargo. A presidência é assumida no dia 2 de outubro pelo então vice-presidente, Itamar Franco. Em 29 de dezembro de 1992, Collor renunciou à presidência da República, horas antes de ser condenado pelo Senado por crime de responsabilidade, tendo seus direitos políticos suspensos por oito anos.

Foi a primeira vez na história republicana do Brasil que um presidente eleito pelo voto direto era afastado por um impeachment. Houve uma tentativa contra Getúlio Vargas, mas ele escapou das investidas golpistas de Carlos Lacerda.

 

Cunha e Temer tentam primeiro impeachment de deputados golpistas

Nenhum presidente brasileiro foi derrubado por um impeachment. Será que o bandido Eduardo Cunha e seu parceiro, o policial Michel Temer, articulador da emenda da reeleição de Fernando Henrique vão conseguir esse (mal)feito?

Correu muito dinheiro no Congresso para comprar deputados e senadores para aprovar a reeleição. A concessão de rádios e televisões, que hoje promovem o golpe contra Dilma, foi uma das moedas da negociação.

Michel Temer, da bancada da bala, nomeado três (3) vezes secretário da Segurança, comandante das polícias civil e militar de São Paulo, por ser um deputado do baixo clero, foi escolhido para agenciar os votos. Em troca, pelos serviços prestados, Fernando Henrique elegeu Temer presidente da Câmara dos Deputados.

Escreve José Carlos Ruy: Um episódio mal conhecido da história republicana ocorreu em 1954 mas ficou eclipsado pela crise final do governo de Getúlio Vargas, que terminou em 24 de agosto daquele ano, com o suicídio do presidente.

Trata-se da tentativa de impeachment contra o presidente Getúlio Vargas, ocorrida em 1954, e que fez parte da investida da direita contra mudanças políticas e sociais no Brasil.

Foi a primeira vez em que se usou a Lei de Impeachment (Lei nº 1.079/1950) contra um presidente da República. Aquela lei, adotada no último ano do governo direitista do marechal Eurico Gaspar Dutra (foi publicada em 10 de abril de 1950) e pode-se supor que, naquela conjuntura (em que era provável vitória de Getúlio Vargas nas eleições presidenciais marcadas para 3 de outubro daquele ano) foi feita justamente para permitir a remoção do poder de um presidente que ameaçasse os interesses e privilégios dos setores mais reacionários da classe dominante.

A candidatura de Vargas naquele ano era certa, e a direita temia sua vitória (como, hoje, teme a vitória de Lula em 2018). A Lei do Impeachment foi adotada no mesmo contexto em que o jornalista e líder direitista Carlos Lacerda escreveu, no jornal Tribuna de Imprensa, a frase que melhor exprime o espírito golpista dos setores reacionários contra a estabilidade política e contra os governos progressistas e avançados, ontem e hoje: Vargas “não deve ser candidato à Presidência. Candidato, não deve ser eleito. Eleito, não deve tomar posse. Empossado, devemos recorrer à revolução para impedi-lo de governar”.

(…) O processo de impeachment contra Vargas foi apresentado à Câmara dos Deputados em 1953. O autor da proposta foi Wilson Leite Passos, militante de extrema-direita da UDN (União Democrática Nacional), antepassada do PSDB de hoje. Passos, que mais tarde foi deputado pela UDN, era raivosamente anticomunista; orgulhava-se de ser dono de uma pistola alemã Walther, que teria pertencido a um oficial alemão durante a 2ª Grande Guerra e devia ter matado “muito russo, muito comunista”, disse Passos muitos anos depois numa entrevista ao jornalista Mário Magalhães.

O pedido de impeachment foi votado em 16 de junho de 1954, numa sessão com a participação de 211 deputados –136 votaram contra ele, a 35 votos, e 40 se abstiveram. Transcrevi trechos. Leia mais sobre a derrota do impeachment contra Getúlio Vargas

Escreve Luís Barrucho: Wilson Leite Passos, um dos fundadores da antiga UDN (União Democrática Nacional), entrou para a história como autor do primeiro pedido de impedimento aberto contra um presidente brasileiro.

O alvo era Getúlio Vargas (1882-1954), acusado de favorecer o jornal Última Hora e tentar implantar o que chamavam de “República Sindicalista” no Brasil.

Com a Câmara a seu favor, o “pai dos pobres” sobreviveu ao impedimento (…)

Apoiador do golpe militar de 31 de março de 1964, que depôs o então presidente João Goulart e extinguiu os partidos políticos, decidiu filiar-se à Aliança Renovadora Nacional (Arena), base de sustentação do governo.

Leite Passos criou o Serviço Municipal de Eugenia, que funcionou de 1956 a 1975, oferecendo exames pré-nupciais, pré e pós-natais e orientação psicológica a casais, de forma a obterem “filhos sadios e famílias equilibradas”. Leia mais 

O caso Fernando Collor é interessante, ele renunciou antes da votação do impeachment.

Collor renunciou em 29 de dezembro de 1992, e no mesmo dia Itamar Franco assumiu o cargo de presidente.

Acontece que os parlamentares decidiram promover o teatro. Reunidos em plenário para a votação do impeachment, decidiram que o presidente não poderia evitar o processo de cassação, pela apresentação tardia da carta de renúncia.

Golpista IDF foi construído com dinheiro do Banco do Brasil em terreno doado pelo governo de Brasília

A carreira pouco edificante de Gilmar Mendes em perguntas e respostas

 

E eis que o ministro Gilmar Mendes está de novo nas primeiras páginas – como de hábito, em situação desfavorável.

Mendes é uma das estrelas do livro Operação Banqueiro, do jornalista Rubens Valente, lançado neste final de semana.

Nele, Valente mostra como Daniel Dantas, um banqueiro de atuação obscura, recebeu a proteção de Mendes no STF.

Meses atrás, Mendes se destacara na mídia digital – sempre negativamente — depois de conceder habeas corpus para uma funcionária da Receita Federal que tentou sumir com a documentação relativa a uma dívida multimilionária da Globo com o fisco.

Sua atuação política foi sublinhada, involuntariamente, num perfil laudatório escrito, alguns anos atrás, pela jornalista Eliane Cantanhede para uma revista da Folha. No texto, Cantanhede informou – provavelmente sem se dar conta do absurdo do que escrevia – que Mendes é “tucano demais”.

Para ajudar os leitores do Diário a se situarem, montamos um grupo de perguntas e respostas sobre Gilmar.

Quem indicou Gilmar Mendes para o STF?

Fernando Henrique Cardoso.

Como a indicação de Gilmar Mendes para o STF foi recebida por juristas ilibados?



No dia 8 de maio de 2002, a Folha de S. Paulo publicou um artigo do professor Dalmo Dallari, a propósito da indicação de Gilmar Mendes para o Supremo Tribunal Federal, sob o título de Degradação do Judiciário.

Qual era o ponto de Dallari?

“Se essa indicação vier a ser aprovada pelo Senado”, afirmou Dallari, “não há exagero em afirmar que estarão correndo sério risco a proteção dos direitos no Brasil, o combate à corrupção e a própria normalidade constitucional.”

Por quê?

Gilmar, segundo Dallari, especializou-se em “inventar” soluções jurídicas no interesse do governo. “Ele foi assessor muito próximo do ex-presidente Collor, que nunca se notabilizou pelo respeito ao direito”, escreveu Dallari. ”No governo Fernando Henrique, o mesmo Gilmar Mendes, que pertence ao Ministério Público da União, aparece assessorando o ministro da Justiça Nelson Jobim, na tentativa de anular a demarcação de áreas indígenas. Alegando inconstitucionalidade, duas vezes negada pelo STF, “inventaram” uma tese jurídica, que serviu de base para um decreto do presidente Fernando Henrique revogando o decreto em que se baseavam as demarcações. Mais recentemente, o advogado-geral da União, derrotado no Judiciário em outro caso, recomendou aos órgãos da administração que não cumprissem decisões judiciais.”.

Como Gilmar, no cargo de advogado- geral da União, definiu o judiciário brasileiro depois de suas derrotas judiciais?

Ele fez uma afirmação textual segundo a qual o sistema judiciário brasileiro é um “manicômio judiciário”.

Como os juízes responderam a isso?

Em artigo publicado no “Informe”, veículo de divulgação do Tribunal Regional Federal da 1ª Região, um juiz observou que “não são decisões injustas que causam a irritação, a iracúndia, a irritabilidade do advogado-geral da União, mas as decisões contrárias às medidas do Poder Executivo”.

Havia alguma questão ética contra Gilmar quando FHC o indicou?

Sim. Em abril de 2002, a revista “Época” informou que a chefia da Advocacia Geral da União, isto é, Gilmar, pagara R$ 32.400 ao Instituto Brasiliense de Direito Público – do qual o mesmo Gilmar é um dos proprietários – para que seus subordinados lá fizessem cursos.

O que Dallari disse desse caso?

“Isso é contrário à ética e à probidade administrativa, estando muito longe de se enquadrar na “reputação ilibada”, exigida pelo artigo 101 da Constituição, para que alguém integre o Supremo”, afirmou Dallari.

Em outros países a indicação de juízes para o STF é mais rigorosa?

Sim. Nos Estados Unidos, por exemplo, um grande jurista conservador, Robert Bork, indicado por Reagan, em 1987, foi rejeitado (58 votos a 42), depois de ampla discussão pública.

Como o Senado americano tratou Bork?

Defensor declarado dos trustes, Bork foi arrasado pelo senador Edward Kennedy A América de Bork – disse Kennedy – será aquela em que a polícia arrombará as portas dos cidadãos à meia-noite, os escritores e artistas serão censurados, os negros atendidos em balcões separados e a teoria da evolução proscrita das escolas.

O caso foi tão emblemático que to bork passou a ser verbo. Mais tarde, em outubro de 1991, o juiz Clarence Thomas por pouco não foi rejeitado, por sua conduta pessoal. Aos 43 anos, ele foi acusado de assédio sexual – mas os senadores, embora com pequena margem a favor (52 votos a 48), o aprovaram, sob o argumento de que seu comportamento não o impedia de julgar com equidade.

Na forte campanha contra sua indicação as associações femininas se destacaram. E o verbo “borquear” foi usado por Florynce Kennedy, com a sua palavra de ordem “we’re going to bork him”.

Já no Supremo, Gilmar continuou a agir contra os interesses dos índios, como fizera antes?

Sim. Em 2009, o governo cedeu aos guaranis-caiovás a terra que eles ocupavam então. Em 2010, o STF, então presidido por Gilmar Mendes, suspendeu o ato do governo, em favor de quatro fazendas que reivindicam a terra.

A mídia tem cumprido seu papel de investigar Gilmar?

Não, com exceção da Carta Capital. Na edição de 8 de outubro de 2008, a revista revelou a ligação societária entre o então presidente do Supremo Tribunal Federal e o Instituto Brasiliense de Direito Público (IDP).

O que é o IDP?

É uma escola de cursinhos de direito cujo prédio foi construído com dinheiro do Banco do Brasil sobre um terreno, localizado em área nobre de Brasília, praticamente doado (80% de desconto) a Mendes pelo ex-governador do Distrito Federal Joaquim Roriz.

O que a Carta Capital revelou sobre o IDP?

O autor da reportagem, Leandro Fortes, revelou que o IDP, à época da matéria, fechara 2,4 milhões em contratos sem licitação com órgãos federais, tribunais e entidades da magistratura, “ volume de dinheiro que havia sido sensivelmente turbinado depois da ida de Mendes para o STF, por indicação do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso”.

Quem dava aulas no IDP, segundo a Carta Capital?

O corpo docente do IDP era formado, basicamente, por ministros de Estado e de tribunais superiores, desembargadores e advogados com interesses diretos em processos no Supremo. “Isso, por si só, já era passível de uma investigação jornalística decente”, escreveu em seu blog o autor da reportagem. “O que, aliás, foi feito pela Carta Capital quando toda a imprensa restante, ou se calava, ou fazia as vontades do ministro em questão.”

O jornalista deu algum exemplo?

Sim. Na época da Operação Satiagraha, dois habeas corpus foram concedidos por Mendes ao banqueiro Daniel Dantas, em menos de 48 horas. Em seguida, conforme Leandro Fortes, “a mídia encampou a farsa do grampo sem áudio, publicado pela revista Veja, que serviu para afastar da Agência Brasileira de Inteligência o delegado Paulo Lacerda, com o auxílio do ministro da Defesa, Nelson Jobim, autor de uma falsa denúncia sobre existência de equipamentos secretos de escuta telefônica que teriam sido adquiridos pela Abin”.

Como Gilmar reagiu às denúncias?

A Carta Capital e o repórter, por revelarem as atividades comerciais paralelas de Gilmar Mendes, acabaram processados pelo ministro.

Mendes acusou a reportagem de lhe “denegrir a imagem” e “macular sua credibilidade”. Alegou, ainda, que a leitura da reportagem atacava não somente a ele, mas serviria, ainda, para “desestimular alunos e entidades que buscam seu ensino”.

Como a justiça se manifestou sobre o processo?

Em 26 de novembro de 2010, a juíza Adriana Sachsida Garcia, do Tribunal de Justiça de São Paulo, julgou improcedente a ação de Gilmar Mendes e extinguiu o processo.

O que ela disse?

“As informações divulgadas são verídicas, de notório interesse público e escritas com estrito animus narrandi. A matéria publicada apenas suscita o debate sob o enfoque da ética, em relação à situação narrada pelo jornalista. (…) A população tem o direito de ser informada de forma completa e correta. (…) A documentação trazida com a defesa revela que a situação exposta é verídica; o que, aliás, não foi negado pelo autor.”

É verdade que Ayres Brito, que prefaciou o livro de Merval Pereira sobre o Mensalão, proferiu aula magna no IDP?

Sim.

Procede a informação de que, em pleno Mensalão, Gilmar foi ao lançamento de um livro de Reinaldo Azevedo em que os réus eram tratados como “petralhas”?

Sim.

E agora, como entender a crise entre o Supremo Tribunal Federal e o Congresso?

Nas palavras do colunista Janio de Freitas, esta crise “não está longe de um espetáculo de circo, daqueles movidos pelos tombos patéticos e tapas barulhentos encenados por Piolim e Carequinha. É nesse reino que está a “crise”, na qual quase nada é verdadeiro, embora tudo produza um efeito enorme na grande arquibancada chamada país”.

É verdade que o Congresso aprovou um projeto que submete decisões do Supremo ao Legislativo?

Não. A Comissão de Constituição e Justiça da Câmara, como explicou Janio de Freitas, nem sequer discutiu o teor do projeto que propõe a apreciação de determinadas decisões do STF pelo Congresso. “A CCJ apenas examinou, como é de sua função, a chamada admissibilidade do projeto, ou seja, se é admissível que seja discutido em comissões e eventualmente levado a plenário”, explicou Jânio. “A CCJ considerou que sim. E nenhum outro passo o projeto deu.”

E qual foi a atitude de Gilmar neste caso?

Ele afirmou que os parlamentares “rasgaram a Constituição”. Isso só é equiparável, segundo Jânio, à afirmação de Gilmar de que “o Brasil estava sob “estado policial”, quando, no governo Lula, o mesmo ministro denunciou a existência de gravação do seu telefone, jamais exibida ou comprovada pelo próprio ou pela investigação policial”.

É verdade que a mulher de Gilmar Mendes trabalha no escritório de advocacia que defende Daniel Dantas?

Sim. É o escritório de Sérgio Bermudes, no Rio de Janeiro.

Isto configura um conflito de interesses, já que o STF pode julgar causas do escritório de Bermudes?

Sim.

E não acontece nada para coibir esse conflito?

Não.

Publicado no Diário de Goiás. Transcrito do  Diário do Centro do Mundo

 

 

 

Líderes do PMDB conspiram para Temer ser presidente

Golpismo partiu de corruptos envolvidos no Lava Jato, que acreditam que Dilma poderia ter impedido investigações da Polícia Federal

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Zop
Zop

Desgostosos líderes do PMDB começaram a trabalhar em várias (?) frentes na última semana para dar ao vice-presidente Michel Temer condições de governar se acontecer o aprofundamento da “crise política”, criada pela imprensa e direitistas, levar ao afastamento da presidente Dilma Rousseff antes da conclusão do seu mandato.

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Os articuladores desse movimento estão em busca de apoio do empresariado, os financiadores de campanhas eleitorais, e começaram a dialogar com líderes da oposição, numa tentativa de construir um atalho que aponte Temer como alternativa mais segura para superar a inventada crise.

Amarildo
Amarildo

Os aliados de Temer admitem que esse movimento ainda não está maduro, isto é, não tem o apoio do povo, nem da classe média, mas acreditam ter colhido uma primeira resposta positiva na quarta-feira (5), quando as federações estaduais das indústrias de São Paulo e Rio expressaram publicamente apoio ao vice, um dia depois de ele fazer um apelo por união para superar a suposta crise.

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Um dos responsáveis pela iniciativa, o presidente da Fiesp, Paulo Skaf, é filiado ao PMDB e comemorou seu aniversário em um almoço com Temer na sexta (7).

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No campo político, tanto petistas que estão no governo como nomes da oposição apontam o senador Romero Jucá (PMDB-RR) como um dos entusiastas e artífices da articulação pró-Temer.

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Na terça (4), Jucá participou de reunião entre líderes de PMDB e PSDB. Como acontece em toda conspiração, os nomes dos outros golpistas foram encobertos.

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Segundo relatos de três participantes, Jucá deixou evidente que não vê mais saída para a “crise” com Dilma no Planalto.

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Ministros próximos à petista temem que o presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL) também embarque no movimento pró-Temer, o que poderia enfraquecer ainda mais a presidente.

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Políticos que estiveram com Renan na última semana disseram que ele ainda adota postura muito cautelosa e se diz disposto a colaborar com o governo, barrando ações da Câmara (de Eduardo Cunha), que ameacem a política social.

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Enquanto líderes do Congresso tratam do assunto com reserva, aliados de Temer fora de Brasília têm assumido atitude mais agressiva. Amigo do vice, o ex-ministro Geddel Vieira Lima (PMDB-BA) reproduziu nas redes sociais vídeo que diz que “o impeachment de Dilma Rousseff só depende do PMDB”.

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O locutor do vídeo de propaganda golpista afirma que “o povo” quer que o PMDB escolha entre os “comparsas petistas” ou “o Brasil”. “O PT quebrou o Brasil. O PMDB só tem uma escolha. Impeachment, já.”

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Sempre que aborda o assunto publicamente, Temer desautoriza esse tipo de ação e afirma que trabalha pela governabilidade com Dilma. Temer jamais abriria o jogo, que não é tolo.

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“Ele não conspira e não pode parecer que faz isso”, diz um aliado. “Ele precisa ser naturalmente visto pelos políticos, pela sociedade e pelo empresariado como único agente capaz de reagrupar o país, e a pecha de conspirador não cabe nesse cenário”, acrescentou algum alter ego pmdebista tipo Eduardo Cunha, ou escriba da vice-presidência.

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Nesta semana, Temer fez o movimento mais explícito desde o início da crise, ao falar em união nacional. Confessou que faz corpo mole e jogo duplo, como disfarça todo ambicioso. Leia aqui

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Ao saber que ministros próximos a Dilma avaliaram que seu gesto contribuiu para enfraquecer a presidente, Temer disse que poderia entregar o cargo de articulador político do governo, o que não foi aceito por Dilma. Bem que Temer queria um pretexto, para atuar mais abertamente, e como vítima.

Duke
Duke
Samuca
Samuca

No PT, decidiu-se que ele não será atacado publicamente, mas há uma operação em curso para reduzir o espaço de atuação do vice, estimulando agentes do PT a também dialogar com indecisos deputados do baixo clero, liderados por Eduardo Cunha, Fernando Collor, Sarney.

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No PSDB, a reação ao avanço da operação pró-Temer veio da boca de aliados do senador Aécio Neves (MG). Os líderes da sigla no Congresso convocaram a imprensa, sem consultar os colegas de bancada, para indicar que não aceitarão compor com o vice.

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Outro risco para o movimento pró-Temer é o avanço da Operação Lava Jato. Apontado como o elo entre a corrupção na Petrobras e caciques do PMDB, o lobista Fernando Baiano começou a negociar um acordo de delação.

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Aliados de Temer dizem que ele não tem preocupação pessoal com o assunto, mas acham que o vice pode sair chamuscado se revelações atingirem a cúpula do PMDB. Renan, Jucá e o presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), são investigados. Transcrito da Folha de S. Paulo/ Jornal Agora MS. Confira        

 

Adnael
Adnael

POIS-É... temer golpe protesto analfabeto político

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Quem é Eduardo Cunha, pretenso primeiro-ministro?

Até os idos de março ninguém conhecia Eduardo Cunha. Perdia feio para a esposa jornalista. De Cláudia Cruz, historia a Wikipédia: “Foi âncora do Fantástico, Jornal Hoje e RJTV. (…) Egressa da TV Educativa do Rio de Janeiro, ela foi no final de 1989 a 2001 apresentadora da Rede Globo de Televisão (…) dos telejornais Bom Dia Rio entre 1989 e 1991, o Jornal Hoje eventualmente entre 1989 e 1992 e 1994 e 2001, sendo fixa desse mesmo telejornal entre 1992 e 1994, RJTV 1ª edição entre 1989 e 2001 e RJTV 2ª edição entre 1999 e 2001, onde recebeu o título de “musa do RJTV“, título dado a apresentadora que encarava com sensualidade apresentação do telejornal e anteriormente este título pertencia a jornalista Valéria Monteiro; Globo Ciência, Globo Comunidade, Jornal da Globo e Fantástico. Após 2001 foi para a Rede Record ancorar a segunda edição do Jornal da Record, um concorrente do Jornal Nacional. Porém a rejeição do público paulista ao estilo da apresentadora, fez com que a mesma fosse substituída por Paulo Henrique Amorim. E deixou a Rede Record após recusar a proposta de apresentar o local Informe Rio (hoje extinto) e ser repórter especial do Jornal da Record. Atualmente se dedica às artes plásticas”.

Nesta de terceirização, Claudia Cruz, historicamente, não concorda com o marido. Comenta Maria Flô: “Vejam vocês, se o PL 4330 [da terceirização de Eduardo Cunha] existisse em 2008, sua esposa, a jornalista Cláudia Cordeiro Cruz, com doença ocupacional, estaria a ver navios, desprotegida pela legislação e não poderia ter entrado com a ação judicial contra a Globo”.

Maria Flô transcreve:

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Terceirizada, mulher de Cunha ganhou ação contra Globo e foi contratada

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Segundo o Portal da Imprensa, publicação voltada para o mundo da comunicação, na sentença o TST informou que a jornalista teve de criar uma empresa (C3 Produções Artísticas e Jornalísticas) para prestar serviços à TV Globo. Em julho de 2000, após vários contratos de “locação de serviços”, a emissora informou que o acordo com Cláudia não seria renovado, após ela ter sofrido uma faringite, considerada doença ocupacional.

A jornalista entrou com ação trabalhista pedindo vínculo de emprego e ressarcimento das despesas e indenização por danos morais, já que passou por uma cirurgia em razão da faringite e nenhuma despesa foi paga pela emissora da família Marinho.

O TRT do Rio de Janeiro reconheceu a existência de vínculo empregatício, uma vez que a jornalista tinha de cumprir horário de trabalho e relação de subordinação com a Globo, condenando a emissora a registrar Cláudia em carteira de trabalho por todo o período de contrato, entre maio de 1989 e março de 2001.

A Globo recorreu, mas o TST rejeitou a apelação, mantendo a decisão do tribunal fluminense.

Segundo o ministro do TST Horácio Senna Pires, relator do caso, a atitude da emissora “se tratava de típica fraude ao contrato de trabalho, caracterizada pela imposição feita pela Globo para que a jornalista constituísse pessoa jurídica com o objetivo de burlar a relação de emprego”.

Se o PL 4330 [que cria a terceirização ampla, geral e irrestrita] de Eduardo Cunha existisse naquela época, sua mulher estaria desprotegida pela legislação e não poderia ter entrado com a ação judicial.

Musa do Jornalismo e artista plástica

 

Cláudia Cruz
Cláudia Cruz

 

Jeff Benício, autor do livro Fama Ordinária, escreveu em seu blogue: “Cláudia Cruz ganhou o título de musa do jornalismo da Globo nos anos 90. Sua beleza chamava mais atenção do que as notícias — e ainda impressiona.

Deixou a emissora em 2001, após 12 anos. Pouco depois, as duas partes travaram uma batalha jurídica por conta de um processo trabalhista.

Cláudia transferiu-se para a Record, mas ficou pouco tempo no canal. Logo abandonou a carreira na TV, para decepção de seus fãs.

Na internet há comunidades e fóruns criados para pedir o retorno ao telejornalismo da apresentadora, hoje com 47 anos.

(…) Cláudia Cruz possui outro título: o de primeira-dama da Câmara dos Deputados. Seu marido, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), foi eleito presidente da casa.

Desde que se afastou do vídeo, a jornalista tem se dedicado às artes plásticas. Ela também organiza eventos culturais. É uma personagem recorrente nas colunas sociais cariocas.

O casal Cunha tem quatro filhos. Uma delas, Bárbara, de 17 anos, gerou manchetes na imprensa ao longo dessa semana.

Herdeira da beleza da mãe, a estudante foi considerada a musa da cerimônia de posse da nova legislatura, em Brasília”.

Filha de Eduardo Cunha e Cláudia Cruz
Filha de Eduardo Cunha e Cláudia Cruz

Herdou a beleza da mãe. Noticiou o Diário de Pernambuco: “A estudante Bárbara Cunha, de 17 anos, filha do novo presidente da Câmara dos Deputados, o deputado Eduardo Cunha (PMDB-RJ), virou uma espécie de “musa da eleição”. Leia mais

 

O Frank Underwood brasileiro

 

Escreve Quintino Gomes, editor do Diário do Rio: “Chamado por alguns como Frank Underwood brasileiro, apelido dado pela deputada Clarissa Garotinho, e do qual faz jus e, dizem, até gosta. Para quem não sabe Underwood é o personagem interpretado na série House of Cards, um político que faz tudo pelo poder.

Frank-Uderwood

Desconhecido por muitos cariocas, que nunca entendem como ele consegue se eleger deputado, Cunha está “por aí” faz muito tempo. Mas foi em 1991 que ele foi nomeado por Collor como presidente da TELERJ, aquela mesmo. Depois foi orbitando vários políticos e grupos, mas só em 2001 que conseguiu se tornar deputado estadual, ainda assim ocupando a cadeira como suplência. Mas em 2002 sai candidato a deputado federal pelo PP, com apoio de Anthony Garotinho (PR), hoje seu inimigo politico, e obtém 101.485 votos. Logo ao assumir Cunha troca o PP pelo PMDB,

Desde a primeira vitória Cunha só aumentou o poder dentro da bancada, e sempre envolto em escândalos, mas sempre saindo ileso. Agora sua escalada no poder é coroado com a presidência da Câmara.

 

Eduardo Cunha cria de Fernando Collor e bispo Robson Rodovalho

Confunde a presidência da Câmara dos Deputados com a função de primeiro-ministro de um Portugal salazarista
Confunde a presidência da Câmara dos Deputados com a função de primeiro-ministro de um Portugal salazarista

Eduardo Cosentino da Cunha (Rio de Janeiro, 20 de setembro de 1958) é um economista, radialista e político brasileiro. Evangélico, é fiel da igreja neopentecostal Sara Nossa Terra e seguidor do bispo Robson Rodovalho. Atualmente, é deputado federal, pelo PMDB do Rio de Janeiro, e presidente da Câmara dos Deputados desde 1º de fevereiro de 2015.

Filiado ao Partido da Reconstrução Nacional, foi presidente da Telerj durante o Governo Collor . Já pelo Partido Progressista Brasileiro, comandou a Cehab no mandato de Anthony Garotinho. Candidatou-se pela primeira vez a um cargo eletivo em 1998, tendo sido eleito suplente de deputado estadual do Rio de Janeiro e assumido uma vaga na Alerj em 2001. Elegeu-se deputado federal em 2002, ainda pelo PPB. Reelegeu-se em 2006 e 2010, pelo Partido do Movimento Democrático Brasileiro.

Como radialista, tem atuado em sete rádios FM (Rádio Melodia desde meados da década de 1990) nos estados do Rio de Janeiro, São Paulo, Piauí e Paraná. Leia mais 

 

 

Ali Kamel é manipulador e faz jornalismo de hipóteses

tv manipulação pensamento globo

Neste blog existem várias reportagens, artigos, entrevistas denunciando o jornalismo das empresas Globo como manipulador, parcial, tendencioso, mentiroso e vendido. Vide links. Um jornalismo baseado em hipóteses.

E quem dirige esse jornalismo safado, vendido (vide relatório do honrado deputado Djalma Aranha Marinho, hoje nome do plenário da Comissão de Constituição e Justiça), principalmente o da TV Globo?

Os manipuladores são os jornalistas que exercem os cargos da máxima confiança dos proprietários. Um diretor de jornalismo aprova a pauta de reportagens, seleciona os textos, as imagens e os áudios. Tudo conforme os interesses dos patrões.

Um jornalismo livre apenas é possível quando o Conselho de Redação, exclusivamente eleito por empregados sem cargos de chefia, decide a linha editorial.

A criação dos Conselhos deveria constar da Lei dos Meios, que o Brasil não possui, para evitar o monopólio, que cria o atual jornalismo manipulador do pensamento único, da censura dos empresários, do nefasto e profético Big Brother (O grande irmão Marinho, empregador de Ali Kamel) previsto por Georger Orwell.

Denunciada a existência do Partido da Imprensa Golpista (PIG)
Denunciada a existência do Partido da Imprensa Golpista (PIG)

 

globo tv pig golpista

pensamento único censura justiça

Com o monopólio dos meios, a liberdade de imprensa constitui uma propriedade das empresas, e não um direito do jornalista.

O jornalismo é feito de hipóteses. Em geral, um enunciado (ou conjunto de enunciados) que possa ser colocado à prova, atestado e controlado só indiretamente, isto é, através das suas consequências. A característica da hipótese é, portanto, que ela não inclua nenhuma garantia de verdade nem a possibilidade de uma verificação direta.

A manipulação começa pela escolha do jornalista (o patrão sabe que tipo de texto escrito se pode esperar de um editor que ele empregou). A preferência das fontes de informação (agências nacionais e estrangeiras, autoridades, pessoas de prestígio etc), sem esquecer que Carlinhos Cachoeira era ouvido e cheirado pela Veja e Globo. O abuso dos releases. A definição do espaço na imprensa, no jornalismo on line; e do tempo na tv e rádio.  E a mensagem vai da mentira a uma meia-verdade. De um balão de ensaio à propaganda (repetição) dos teasers.

tv globo

Kamel versus Nassif: a diferença de tratamento que a Justiça dá a casos semelhantes

 

por Paulo Nogueira

Falta de objetividade e de coerência nas decisões da Justiça
Falta de objetividade e de coerência nas decisões da Justiça

Da Justiça se espera ao menos uma coisa: que seja coerente nas decisões.

É a única forma que os cidadãos têm de medir eventuais consequências jurídicas de suas ações.

Estou falando isso a propósito da decisão da Justiça do Rio de condenar Luís Nassif a pagar 50 mil reais de indenização para Ali Kamel, diretor de jornalismo da TV Globo.

A juíza Larissa Pinheiro Schueler baseou sua decisão no fato de Nassif haver afirmado que Ali Kamel é “manipulador” e faz “jornalismo de hipóteses”. Isso, segundo ela, extrapolaria o “direito à informação”.

Aplique esta mesma lógica não apenas para Nassif, mas para a mídia em geral. Não faz muito tempo, no âmbito da mesma Globo de Kamel, os nordestinos foram chamados de “bovinos” por Diogo Mainardi.

Se “manipulador” custa 50 mil reais, qual seria a indenização para “bovinos”? Ou, já que falamos de Mainardi, de “anta”, como ele tratava rotineiramente Lula em seus dias de colunista da Veja?

A Justiça deveria, em tese, ser igual para todos, mas é mais igual para alguns do que para outros.

monopólio tv censura

Há uma decisão jurídica recente que demonstra isso com brutal precisão.

O jornalista Augusto Nunes, o Brad Pitt de Taquaritinga, foi processado por Collor. Quer dizer: Collor fez o que Kamel fez.

Com uma diferença: perto do que Nunes disse dele, Nassif arremessou flores na direção de Kamel.

Começa no título: “O farsante escorraçado da Presidência acha que o bandido vai prender o xerife”.

Um trecho: “… o agora senador Fernando Collor, destaque do PTB na bancada do cangaço, quer confiscar a lógica, expropriar os fatos, transformar a CPMI do Cachoeira em órgão de repressão à imprensa independente e, no fim do filme, tornar-se também o primeiro bandido a prender o xerife.”

O site Consultor Jurídico noticiou o caso assim:

“Na sentença, a juíza Andrea Ferraz Musa, da 2ª Vara Cível do Foro de Pinheiros, disse que, em um estado democrático, o jornalista tem o direito de exercer a crítica, ainda que de forma contundente.

(…) “Embora carregada e passional, não entendo que houve excesso nas expressões usadas pelo jornalista réu, considerando o contexto da matéria crítica jornalística. Assim, embora contenha certa carga demeritória, não transborda os limites constitucionais do direito de informação e crítica”, disse a juíza.

(…) No pedido de indenização, Collor alegou que foi absolvido de todas as acusações de corrupção pelo Supremo Tribunal Federal e que há anos vem sendo perseguido pela Abril.

A juíza, entretanto, considerou irrelevante a decisão do STF. “As ações políticas do homem público estão sempre passíveis de análise por parte da população e da imprensa. O julgamento do STF não proíbe a imprensa ou a população de ter sua opinião pessoal sobre assunto de relevância histórica nacional”, justificou.”

Um momento. Ou melhor: dois momentos. “Irrelevante” a decisão do STF? Então você é absolvido de acusações na mais alta corte do país e mesmo assim isso não vale nada? Podem continuar a chamar você de bandido sem nenhuma consequência?

A juíza aplicou uma espetacular bofetada moral no STF em sua sentença. Como para Augusto Nunes, também para ela não houve nenhuma consequência.

Se um juiz trata assim uma decisão da Suprema Corte, qual o grau de respeito que os cidadãos comuns devem ter pela Justiça?

O segundo momento é por conta da expressão “certa carga demeritória”. Raras vezes vi uma expressão tão ridícula para insultos e assassinato de imagem.

Regular a mídia é, também, estabelecer parâmetros objetivos para críticas e acusações feitas por jornalistas.

Não é possível que “manipulador” custe 50 mil reais e “bandido”, “chefe de bando”, “farsante” e “destaque da bancada do cangaço” zero.

Quando você tem sentenças tão opostas, é porque reinam o caos e a subjetividade.

A única coisa que une o desfecho dos dois casos é que jornalistas de grandes empresas de mídia se deram muito bem.

Isso é bom para eles e as empresas nas quais trabalham.

Para a sociedade, é uma lástima.

Enio
Enio
O debate da lei dos meios na Argentina
O debate da lei dos meios na Argentina

Urariano Mota: Aécio Neves e a hiprocrisia

 

Urariano Mota
Urariano Mota

Em sua coluna Prosa, Poesia e Política, o jornalista e escritor pernambucano Urariano Mota comenta a entrevista de Aécio Neves à Folha de São Paulo, em que o tucano afirmou: “Quando tinha 18 anos, experimentei maconha e ficou por aí. E não recomendo que ninguém faça”.

por Ramon de Castro

Aécio pó

 

Segundo Urariano, o senador tucano tem uma posição conservadora quando fala sobre substâncias hoje consideradas ilícitas no Brasil. “Aécio diz ser contra a experiência do Uruguai, país que legalizou o consumo de maconha”, falou.

O escritor lembrou um caso grave no começo do ano envolvendo Aécio. “Correu nos bastidores da imprensa mineira, que tem absoluto pavor de tocar publicamente no assunto, que, no período em que exercia o cargo de governador de Minas Gerais, o atual candidato a presidência pelo PSDB, Aécio Neves, teria sido levado em segredo, diversas vezes, em situação deplorável, ao Hospital Mater Dei, em Belo Horizonte.”, disse Urariano. “Numa delas, segundo jornalista mineiro do “Estado de Minas”, que fez a matéria, mas foi proibido por seus chefes de publicá-la, com suspeita de overdose de cocaína.”, completou.

Urariano Mota ainda faz um alerta e lembra que a mídia é conivente com os candidatos da direita e esse não é primeiro caso na história recente da política nacional. “O Collor tinha os mesmos problemas em 1989, mas a mídia não noticiava”, falou. Escute o comentário do romancista

Sexo & poder: uma ‘mistura explosiva’

por Renato Dias

Loira, olhos verdes, curvas estonteantes, bumbum arrebitado, 33 anos de idade. O bastante para o deputado estadual e presidente do PMDB de Goiás, Samuel Belchior, uma estrela em ascensão no cenário político estadual, ser seduzido. O encanto terminou na Operação Miqueias, executada pela Polícia Federal (PF), em setembro último. Mais um exemplo que revela que sexo e poder constituem, na História, uma ‘mistura explosiva’.

Casado com Darcy Vargas, Getúlio Vargas, o homem da revolução de outubro de 1930 que mandou e desmandou no Brasil de 1930 a 1945 e, depois, de 1950 a 1954, e que entrou para a história ao montar o Estado Nacional e suicidar-se no mês de agosto, vivia enrolado em casos extraconjugais. Integrariam a relação de supostas amantes do gaúcho de São Borja, Aimeé Soto Mayor Sá, Virgínia Lane e há quem aponte ainda Adalgisa Nery.

Henry Kissinger afirma que o poder seria afrodisíaco

Arquiteto do Plano de Metas, 50 anos em 5, o pé-de-valsa Juscelino Kubistcheck subiu ao altar com dona Sarah Kubistcheck, mas trocava de amantes como quem muda de roupa.

O então presidente da  República, construtor de Brasília (DF), no Planalto Cetral, viveu um ‘tórrido  romance’ com a socialite Lúcia Pedroso. Bruxo da reabertura, Golbery de Couto e Silva teria usado um diário para chantagear Sarah Kubistcheck.

O “documento”, com detalhes picantes de suas aventuras amorosas, estava no carro onde morrera o ex-presidente da república. A estratégia da ditadura civil e militar era suspender as investigações sobre a morte de JK, ocorrida no ano de 1976. Ex-ministro do Trabalho, João Pinheiro Neto contou em Bons e Maus Mineiros & outros brasileiros (1995), Editora Mauad, que certa vez JK fingiu uma crise de apendicite para esconder o tiro que supostamente levara de um marido traído.

Quase um santo para a mídia tupiniquin, Tancredo Neves, morto em 1985 e sucedido pelo bigode José Sarney, deixou rastros de traição espalhados na poeira do tempo. Da história. Ele receberia o seu affair à Rua Rodolfo Dantas, Rio de Janeiro (RJ). Ela atendia pelo nome de Maria Cecília Serran. João Pinheiro Neto informa que a suposta amante era loura, bonita e possuía dons mediúnicos. “Gostava de se vestir de branco, adepta à proteção de Iemanjá e de exibir jóias caras”, relata o autor.

Myrian Abicair: esse era o nome da amante de João Baptista Figueiredo. Trata-se do último general-presidente a ocupar o Palácio do Planalto. Aquele mesmo que dizia preferir o cheiro de cavalo ao do “povo” e que, ao deixar o poder, pediu que lhe esquecessem. Ela era uma empresária de sucesso, que relata ter frequentado o circuito Rio de Janeiro, São Paulo e Brasília, a capital da República. “Saí do casamento de mãos abanando, por pura opção”. Tereza Collor, morena de pernas torneadas,  boca carnuda, olhos enigmáticos e cabelos lisos e negros,  teria sido um dos motivos que levaram Pedro Collor a denunciar à revista Veja, semanal de maior tiragem no Brasil, o irmão de sangue que virara presidente da República, Fernando Collor de Mello, com a bandeira de “caçador de marajás”. Direto de Alagoas para Brasília. É que ele teria se ‘insinuado’ para a cunhada.

Um sessentão divorciado dono de um topete único,  Itamar Franco, o político de Juiz de Fora (MG) que subiu a rampa do Palácio do Planalto com o impeachment e a renúncia de Fernando Collor de Mello, após escândalo de corrupção  e uma barulhenta Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) no Congresso Nacional, foi flagrado com uma modelo e sambista, sem calcinha, no carnaval do Rio de Janeiro. Era Lilian Ramos. A imagem virou um escândalo mundial. Itamar Franco, porém, nem ligou.

– Rameira, ponha-se daqui para fora! Assim o então senador da República, em 1991, ícone do PSDB, o sociólogo Fernando Henrique Cardoso (SP) se dirigiu à jornalista da TV Globo, Mirian Dutra, uma catarinense com poder de sedução. FHC, que se tornaria presidente da República e que aprovaria a reeleição, seria o suposto pai do filho da repórter. O abacaxi é que ele era casado. Aliás, muito bem casado com a respeitada, no circuito acadêmico, antropóloga Ruth Cardoso. Desde o ano de 1952 . A mídia abafou o caso por anos e anos.

Ditadores pulavam a cerca

Benito Mussolini, o fascista que dirigiu a Itália, adorava sexo. A sua amante mais famosa foi Ida Dalser. Nascida em 20 de agosto de 1880, ela vendeu as suas propriedades para financiar o jornal Il Popolo dell’Italia . O veículo deu sólida reputação ao Duce. Ao final da segunda guerra mundial, Mussolini foi executado ao lado de sua nova amante, Clara Petacci.

Apesar de não pensar apenas em sexo, John Fitzgerald Kennedy, celebrado presidente dos Estados Unidos morto em Dallas, no turbulento ano de 1963, com um tiro na cabeça, casado com a bela e elegante  Jacqueline Kennedy, entrou para a história por seu voraz apetite sexual. Até Marilyn Monroe, atriz, cantora e modelo norte americana, passou por sua cama.

Tempos depois, o democrata Bill Clinton, amigo do ex-presidente da República Fernando Henrique Cardoso, quase foi apeado do poder da Casa Branca (sede do poder executivo dos Estados Unidos) por ter mantido “relações impróprias” com uma estagiária: Monica Lewinski. Um escândalo entre charutos e esperma. Nitroglicerina pura. Os republicanos deliravam.

México

Nascido em Yanovka, Ucrânia, sob o nome de Liev Davidovich Bronstein, ele, já como Leon Trotsky, dirigiu a revolução de outubro de 1917, na Rússia, denunciou a destruição da democracia e do socialismo na extinta União Soviética, acabou no exílio do México. Mesmo casado com Natasha Bronstein, arrumou tempo para traí-la, aos 60 anos, com Frida Khalo, mulher de Diego Rivera .

Número 1 do socialismo soviético, o advogado Vladimir Yilich Ulianov, Lênin, era casado com a comunista Krupskaia, mas adorava também casos extraconjugais. O grande amor da vida do moralista Lênin não foi, porém, Elizabeth K e sim a francesa Elisabeth d’Her-benville Armand, mais conhecida como Inessa, informa o editor-chefe do jornal Opção, Euler de França Belém (Leia sem inter.

Revolução

Que Fidel Castro e Che Guevara adoravam mulheres, o Brasil sabe. Agora, que o guerrilheiro comunista, filho de pai italiano e mãe negra de descendência Haussá, Carlos Marighella, já casado com Clara Scharff, também vermelha, manteve relacionamento estável com Zilda Xavier Pereira, da Ação Libertadora Nacional (ALN), foi revelado apenas no ano passado pelo jornalista Mário Magalhães, em Marighella – O Guerrilheiro que Incendiou o Mundo (2012), Companhia das Letras

Nota do redator do blogue: O sexo tem importância na política. Jawaharlal Nehru conseguiu libertar seu país, e ser o primeiro ministro, pelo seu amor correspondido por Edwina, née Ashley, casada com o lorde Louis (Dickie) Mountbtten, o último vice-rei britânico na Índia.

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Nehru e Edwina
Nehru e Edwina

A história do tiro em JK é contada com outros políticos, inclusive Jango. Um tenente, aviador particular de Jango, teria lhe dado um tiro que pegou na perna.  A versão oficial: Goulart mancava de uma perna, resultado de uma queda de cavalo.

A lista das mulheres de Getúlio se parece muito com a de Hitler.

Adalgisa Nery, viúva do pintor Ismael Nery, casou com Lourival Fontes, diretor do Departamento de Imprensa e Propaganda de Getúlio. Para abafar os boatos de homossexualidade, Lourival espalhava casos de Getúlio com as cantoras de rádio.

Goebbels. ministro de Propaganda do Reich, gostava de fotografar Hitler ladeado por artistas de cinema. Goebbels dizia que sua esposa Marian foi noiva de Hitler.

Outro que tinha fama de homossexual era Itamar. A foto da vedete sem calcinha faz parte do mito do sedutor topete.

Adolescente, convidei dom Antônio de Almeida Moraes Júnior, arcebispo de Olinda e Recife, para fazer uma conferência na Academia dos Novos, em Limoeiro. Na viagem de carro, dom Antônio me revelou que Jango, garoto, foi amante de Getúlio. Naqueles tempos, o parceiro ativo não era considerado homossexual.

Miami a mais rica e pacífica e luxuosa cidade do Brasil

A nova classe média de Lula é evangélica e depende do salário mínimo, do salário piso e, inclusive, do bolsa família. Paralelamente existe a classe dos novos ricos, que a imprensa classifica de burgueses, formada por burocratas, tecnocratas, lobistas, proprietários de encantadas botijas de ouro e prata, que tornaram Miami a cidade preferida para passear, morar e investir (são pioneiros o juiz Lalau, o ex-presidente Fernando Collor). As famílias tradicionais já possuíam casas na Europa.  E vivem como nobres em países como França, Suiça e Inglaterra.

Transcrevo do Geledés Instituto da Mulher Negra:

O nada discreto charme da burguesia brasileira. Nos EUA

NYT

Em 2012, os turistas brasileiros gastaram US$ 2,4 bilhões com compras e entretenimento em Nova Iorque. Embora o significativo montante possa dizer respeito à ascensão de parte de uma classe média que passou a poder viajar ao exterior, o que impressiona é o recrudescimento de um mercado de luxo com serviços extravagantes, no qual membros da elite econômica brasileira têm se destacado.

É o que conta uma reportagem do jornal The New York Times, intitulada São Paulo Parties on the Hudson (Festas de São Paulo no Hudson). A matéria é aberta com a história do aniversário de uma criança de três anos, um brunch para uma dúzia de convidados na sala de jantar privada do Hotel Plaza Athénée, na “cidade que nunca dorme”. “O espaço foi sabiamente decorado para parecer uma cena do filme O Rei Leão, repleto de pequenas miniaturas da selva. Outra festa no Dylan’s Candy Bar deu continuidade à comemoração, e então o clímax: uma viagem para assistir O Rei Leão na Broadway”, descreve o periódico contando que, para planejar o aniversário, o custo total teria chegado a US$ 30 mil.

“De acordo com quem organiza os eventos, festas extravagantes como essa são o último exemplo de uma onda de brasileiros que gastam dinheiro em Nova Iorque, com orgias de compras no varejo e de imóveis”, diz o NYT. “O que está acontecendo no mercado de luxo do Brasil é que eles querem se exibir e comprar mais do que compraram antes”, explica na reportagem Clarissa Rezende, que organizou sete festas durante o ano passado para clientes brasileiros na cidade. “Em torno de metade dos nossos clientes querem ir para Nova Iorque fazer seu evento. É um mercado que cresce muito rápido, e nós nem sabíamos que ele existia”, disse a empresária pelo telefone direto de Orlando, na Flórida, onde planejava outro aniversário.

A matéria do jornal conta que “até mesmo em uma cidade como Nova Iorque, conhecida por seus excessos, alguns desses eventos podem parecer um exagero”. Para justificar o espanto, cita um casamento ocorrido em setembro de 2012, estimado em US$ 2 milhões e feito para mais de 400 convidados no Oheka Castle. O evento contou com uma parede de orquídeas, um bar completamente feito de gelo e um DJ vindo de Ibiza, na Espanha.

O NYT cita ainda a segurança como um dos motivos que levariam brasileiros a promover eventos em Nova Iorque. De acordo com a empresária Clarissa Rezende, que se casou em Las Vegas no Graceland Wedding Chapel em abril do ano passado, esse fator faz com que as cidades norte-americanas pareçam mais atraentes. “Crime no Brasil está ficando cada vez pior,” explicou na matéria. “As pessoas gostam de ter festas em Nova Iorque porque elas podem por suas joias e vestir suas melhores bolsas sem se preocuparem.”

Fonte: Revista Fórum

Cumpriu-se a profecia, e agora o povo jogou merda na Globo

A Rede Globo foi criada em 26 de abril de 1965, como concessão, presente do ditador Castelo Branco.

Escreve Gilmar Crestani:

“Merda, puto, cagão!” só (não!) se vê na Globo

Sem contar que o crescimento da Globo foi compartilhado com suas filiais que envolviam e envolvem famílias deste naipe: Sarney no Maranhão; Collor, em Alagoas; Jereissati, no Ceará; Sirotsky no RS e SC. São os tais a$$oCIAdos que criaram o Instituto Millenium. E ainda precisamos contabilizar a indicação, pelo Roberto Marinho, de Antonio Carlos Magalhães – ACM, como Ministro das Comunicações de Sarney, e de Antonio Brito para porta-voz…

Vale a pena ver de novo. Este texto foi publicado originalmente em 24/06/2010. Cumpriu-se a profecia, e agora o povo jogou merda na Globo. E a merda, em editorial, vestiu o chapéu.

Globo e merda, tudo a ver!
Globo e merda, tudo a ver!

Não dá outra, quando ouço Rede Globo lembro de Dominique Laporte. Logo vais saber porquê. Antes, voltemos a Vespasiano e o tributo sobre as latrinas: non olet. O Imperador Romano teria instituído um tributo sobre latrinas públicas. Seu filho Tito teria sugerido a extinção do tributo, por sua origem. Do pai, ao filho: Olet? (tem cheiro?). Tito teria respondido: Non olet! (não tem cheiro). No Direito Tributário importam os fatos econômicos, não a natureza jurídica.

Antes de passarmos ao “tributo” de Dunga à Globo, um pequeno troço sobre o termo. Segundo Dominique Laporte, no seu História da Merda, o lixo tem que ter alguém que se responsabilize por lançá-lo longe. E Dunga tem sido o duto através do qual repelimos o esgoto que sai das telas da Globo & afiliadas.

Afinal, por que quando os atores vão entrar em cena desejam “merda”? Para desejar sorte. E se Dunga desejou “sorte” ao Alex Escobar na busca de entrevistas exclusivas com jogadores de outras seleções, por que os funcionários da Globo reagem dizendo tanta merda? Já deveriam ter entendido que na seleção canarinha de Dunga não há mais espaço para exclusividade da Globo. Até porque não é a seleção da Globo & seus patrocinadores. É a seleção dos brasileiros de todos os veículos. Democraticamente!

O diário Lance! traz uma informação reveladora: “Mas os excessos (impedir entrevista exclusiva…) do técnico passaram a atingir questões maiores, como os patrocínios (ah! bom!). Assim, a costura política (substitua por mafiosa, dá no mesmo) tem sido uma das missões da entidade nos últimos dias.“

E democracia também é isso: não pode haver discriminação com as palavras que estão no dicionário. Todas estão lá para serem usadas… Roland Barthes (Sade, Fourier, Loyola) modernizou Vespasiano, adequando-a ao seu metier, “a merda escrita não cheira” , do tipo “a palavra cão não morde”. Por que, quase sempre, se grita “merda” na maioria dos países do mundo, quando se quer ofender alguém? Outro francês, Ferdinand Saussure, mostrou que se deve adequar a linguagem ao momento, ao assunto e ao interlocutor. Por que não chamar, então, a coisa pelo seu nome? Se só a Globo não ousa dizer seu nome, voilá, merde!

Vale a pena ver de novo

http://www.youtube.com/watch?v=uqw2WyK62ww

Merda, puto, cagão!” Foi o que Dunga, sem as máscaras gregas, e numprocesso catárquico, lavou nossa alma quando deixou gravado em áudio e vídeo a definição do jornalismo made in Globo. Como é do conhecimento até do reino mineral a Escola das Américas se mudou do quintal Panamá para a cloaca do Jardim Botânico.

Como diria Gandi, “aquele que não é capaz de se governar a si mesmo não será capaz de governar os outros”. Por não terem conseguido influenciar Dunga, os anões da Globo, esnobando Gandhi, foram buscar no ditador Ricardo Teixeira um atalho para defecarem. Logo ele que sobrevive à frente da Capitani Hereditária da CBF graças ao casamento com a filha de Havelange. Antes, para parecer grande a Rede Globo lustrava as botas dos militares. Hoje, para nossa felicidade e opróbrio da Globo, os ventos mudaram. A internet democratizou o “mercado” da informação.

Pivô? Patrocinadores!

Patrocinador oficial da Globo!
Patrocinador oficial da Globo!

Primeiro, os patrocinadores exigiram Ronaldinho. Não deu. Depois tentaram emplacar “os meninos da vila”, mas, depois do banho de loja, de vila os meninos já não tinham mais nada. De patrocínio em patrocínio, foi declinando o poder da Globo. Os brancaleones da Globo passaram a atacar os moinhos de vento para atingir Dunga. Na Globo é assim, se estás contra ela, ela tentar fazer acreditar que estão contra o Brasil. Foram-se os tempos do ame-o ou deixe-o.

A Globo e seus funcionários compraram Dunga por anão mas receberam um Davi armado de funda de troco. No queixo!

Os assalariados da Globo usam o argumento de que estão representando os brasileiros em busca de informação. Não tenho certeza, mas nem todos patrocinadores a quem a Globo e seus funcionários servem são brasileiros. Quanto ao povo, bem, nós já sabemos o apreço que Globo & suas afiliadas têm por ele. Mais, esse mesmo povo a quem a Globo diz querer atender, faz campanha contra ela. No Twiter, a campanha “Cala a boca, Galvão!” “deu no NewYork Times”.

Agora a blogosfera faz novo convite, ver os jogos do Brasil por outro canal, a começar pela partida com Portugal, jogando uma bola nas costas da Globo e de seus paitrocinadores.

Faça sua parte, torça pelo Brasil assistindo o jogo por qualquer outro canal que não seja da Rede Globo. Vamos ensinar a eles a democracia que eles entendem, a dos $$$$$! Afinal, uma transmissão da Band non olet!

Perguntar não ofende

Pense!
Pense!

A pergunta que não quer calar: quem deu e de onde vem a autoridade de qualquer jornalista da Globo pensar que pode falar por mim ou pelos brasileiros? Houve concurso, eleição, estudo, preparação especial outorgando tal poder? Quem deu ou dá a eles a exclusividade de falar sobre os fatos?

Acrescentado em 25/06/2010: “Palavrão é falta de estradas, é pagar pedágio, é falta de comida para o pobre. Isso que é palavrão. É ofensa à humanidade. Poluir o ar e a água que você bebe é ofensa”, Dercy Gonçalves