​Papa Francisco pede um uso solidário do dinheiro

Economia da honestidade

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«Promover um uso solidário do dinheiro, no estilo da verdadeira cooperativa, onde não comanda o capital sobre os homens mas os homens sobre o capital». Pediu o Papa ao receber em audiência no sábado de manhã, 12 de setembro, na sala Paulo VI, o Banco de crédito cooperativo de Roma no sexagésimo aniversário de fundação. Invocando uma verdadeira «luta à corrupção» através da afirmação da «economia da honestidade», Francisco propôs sete características que a empresa deve ter para não esquecer «a parte mais frágil da sociedade», na certeza que só «a união faz a força».

Francisco propôs assim o convite a «ser protagonistas ao apresentar e realizar novas soluções de welfare, a partir do campo da saúde. E exortou também a não perder de vista a «relação entre a economia e a justiça social, pondo no centro a dignidade e o valor das pessoas». Trata-se, sugeriu o Papa, de «facilitar e encorajar a vida das famílias, e propor soluções cooperativas e de segurança social para a gestão dos bens comuns, que não se podem tornar propriedade de poucos nem objeto de especulação». O objectivo, insistiu, é precisamente «fazer crescer a economia da honestidade». Com uma advertência: a honestidade deveria ser a normalidade mas não é suficiente porque é urgente «difundir e radicar a honestidade em todo o ambiente».

Depois, relançando o conceito da «globalização da solidariedade», o Pontífice recordou que «o desafio mais importante é crescer continuando a ser uma verdadeira cooperativa, aliás, tornando-se cada vez mais cooperativa». E reconhecendo que «a profissão de banqueiro é muito delicada, que exige grande rigor», frisou que «um banco cooperativo deve ser algo mais: deve procurar humanizar a economia, unir a eficiência com a solidariedade».

Depois, outra questão importante é a «subsidiaridade»: um estilo que significa «não pesar sobre as instituições e por conseguinte sobre o país quando se podem enfrentar os problemas com as próprias forças, com responsabilidade». E concluiu com um encorajamento «a preocupar-se de como é produzido o rendimento, com a atenção de ter sempre no centro as pessoas, os jovens, as famílias», apostando em «fazer nascer empresas que dêem emprego para experimentar o micro-crédito e outras formas de humanizar a economia».

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Os filhos do Brasil

O Brasil está assim:

Publica O Popular de Goiás hoje: Para os idosos, a casa nem sempre é o asilo inviolável que a Constituição Federal prega. É dentro dela que a maioria das pessoas com 60 anos ou mais é agredida e quase sempre pelo próprio filho. Quando não, então o agressor é o neto, um genro, nora ou outro parente. Consequência direta disso é que os idosos se recusam a denunciar as agressões à polícia.

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Editorial d’O Popular:

Barbárie contra idosos

Abandono, negligência, maus tratos e fraudes financeiras estão entre as formas covardes de violência contra idosos. Reportagem publicada na edição de hoje deste jornal mostra vários casos bárbaros cometidos, na maioria das vezes, pelos próprios parentes, vitimando pessoas que deveriam receber carinho e atenção em uma fase mais fragilizada da vida.

Os casos relatados por titulares das Delegacias de Idosos de Anápolis e Goiânia são escabrosos, inaceitáveis. Atingem pessoas de todas as classes sociais, mas as maiores vítimas são as mulheres. Em 2014, o Disque 100, canal de denúncia de violência da Secretaria Nacional de Direitos Humanos, recebeu 288 denúncias de violência contra idosas e 138 contra homens mais velhos.

Como quase sempre envolvem familiares próximos, como os filhos, as denúncias dificilmente são feitas pelas vítimas, mas por vizinhos ou amigos. A violência, nesse caso, pode perdurar por muito tempo, até que sejam tomadas providências, levando a situações extremas de sofrimento.

A ordem natural das coisas é que os pais cuidem dos filhos ao longo da vida, com carinho e dedicação, e depois recebam reciprocidade na fase em que perdem autonomia e precisam de cuidados. É inadmissível que pessoas fragilizadas e doentes sejam alvo de violência por parte dos próprios familiares, que deveriam se desdobrar em proteção. Um crime bárbaro.

Publica a Tribuna do Espírito Santo hoje: Mil filhos denunciados por agredir, roubar e abandonar os pais. As denúncias são na Grande Vitória e, segundo a polícia, há casos em que filhos tomam os cartões de benefícios do INSS para gastar o dinheiro com roupas e drogas.

Seis milhões para ouvirem a missa do Papa em Manila

O papa bate récord de multidão em Manila, celebrando missa para seis milhões de católicos. Pope draws record crowd é uma das manchetes do Manila Standard Today

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Ao quarto dia da visita a este bastião católico da Ásia, milhões de fiéis começaram a chegar bem cedo ao parque Rizal, situado junto ao mar. Tal como na véspera, por causa de uma tempestade tropical que se abateu sobre a região, o mar de gente coloriu-se com impermeáveis de plástico coloridos para se proteger da chuva. Principalmente amarelo, a cor do Vaticano.

Jorge Bergoglio fez a sua entrada no papamóvel, circulando por entre a multidão sob fortes aplausos. Na missa, falada em inglês e tagalog, exortou os filipinos a serem “missionários” em toda a Ásia. “É um dom de Deus, uma bênção! Mas também é uma vocação.”

papa móvel

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O cardeal de Manila, Luis Antonio Tagle, respondeu ao desafio do Papa, dizendo que “todos os filipinos gostariam de partir amanhã com a Sua Santidade, mas não para Roma! Partiriam para as periferias, os bairros de lata, as prisões, os hospitais. Iriam também evangelizar o mundo da política, das finanças, das artes, das ciências, da cultura, da educação e das comunicações.”

Depois da missa, o porta-voz do Vaticano, Federico Lombardi, explicou que “o Papa quis nesta viagem dar um impulso a uma via concreta para uma sociedade filipina mais coerente com os valores cristãos”, justificando assim a insistência do Papa nas desigualdades que persistem nesta sociedade muito católica.

Durante a sua visita de quatro dias, Francisco denunciou as profundas desigualdades e a corrupção. Também lançou apelos em defesa da família tradicional, denunciando o “relativismo”, as “ameaças insidiosas”, a “confusão” sobre o casamento.

“A grande ameaça ao plano de Deus, segundo a Bíblia, é a mentira”, afirmou o Papa, acrescentando que “o diabo é o pai da mentira e esconde seus embustes sob a aparência da sofisticação e do fascínio por ser moderno como todo mundo”. Segundo o pontífice argentino, o diabo “distrai com o chamariz dos prazeres efêmeros, de passatempos superficiais”. “Esbanjamos os dons que Deus nos deu brincando com artefatos banais, esbanjamos nosso dinheiro no jogo e na bebida, encerramo-nos em nós mesmos e não nos centramos nas coisas que realmente importam”, afirmou. Além disso, Francisco ressaltou o papel da mulher na sociedade, salientando que elas “têm muito a dizer”. “Muitas vezes somos machistas, mas uma mulher é capaz de ver as coisas com outros olhos, com um olhar diferente”, afirmou.

papa francisco fora do procolo

“Não é possível uma família sem sonhar”

 

O seu discurso às famílias iniciou-se com o verbo sonhar. Falando em espanhol e recorrendo a um tradutor, o Santo Padre proferiu as afirmações que marcaram a sua intervenção:

“Não é possível uma família sem sonhar.”

“Sem sonhar perde-se a capacidade de amar.”

“Hoje sonhei com o futuro dos meus filhos e da minha esposa e também com os meus pais e avós.”

“Não percam a capacidade de sonhar.”

“Nunca deixem de ser noivos”

Foram três os aspetos que o Papa Francisco apresentou sobre a figura de S. José: repousar no Senhor, levantar-se com Jesus e Maria e ser voz profética. E, desde logo, o Papa Francisco contou uma pequena história referindo o facto de ter na sua escrivaninha uma imagem de S. José que dorme: sempre que algo o preocupa o Santo Padre escreve num pequeno papel o seu problema e coloca-o debaixo da imagem para que S. José repouse sobre o problema e o ajude a solucionar.

Para ouvir o chamamento de Deus é preciso pois rezar em família:

“Para ouvir e aceitar o chamamento de Deus, para construir uma casa para Jesus, deveis ser capazes de repousar no Senhor. Deveis encontrar em cada dia o tempo para rezar.”

O Santo Padre referiu de seguida o segundo aspeto: levantar-se com Jesus e Maria. Ou seja, enfrentar a vida, aprender a amar, a perdoar, a ser generosos e não egoístas. Mas também a saber dizer não às colonizações ideológicas da família – declarou o Papa Francisco que citou o Papa Paulo VI pela defesa da vida durante o seu pontificado.

Finalmente, o terceiro aspeto: S. José é uma voz profética e também nós devemos ser – disse o Papa – exortando os cristãos a não terem medo de afirmar a sua fé em Jesus Cristo:

“Não escondais a vossa fé, não escondais Jesus, mas colocai-O no mundo e oferecei o testemunho da vossa vida familiar.”

 

Álvaro Dias, mau exemplo de pai

Ditosa pátria que tal filho teve! Mas antes pai!
Luís de Camões, Os Lusíadas

 

Os senadores são chamados de pais da pátria. Poucos merecem o título. Porque dependendo da maioria do Senado, o povo brasileiro um pobre órfão.

Nas brigas familiares pela herança e pensão ficam revelados podres porões e, principalmente, que a política enriquece muita gente. Que não acontece na declaração de bens de um candidato à justiça eleitoral, sempre desrespeitada. Veja o caso do vice de Aécio Neves, Aloysio Nunes, que confessou possuir duas fazendas no valor de um real cada.

 

JUSTIÇA CONDENA ÁLVARO DIAS EM CASO DE R$ 16 MILHÕES

 

Paraná 247 – Principal porta-voz da oposição, o senador Álvaro Dias (PSDB-PR) foi condenado por não ter pago pensão a uma filha, fruto de relacionamento extraconjugal com uma funcionária pública.

A ação judicial pede a anulação da venda de cinco casas em Brasília avaliadas em R$ 16 milhões, e o acusa, ainda, de abandono afetivo.

A criança, menor de idade, foi chamada por Álvaro, de “chantagista”.

 

hipócrita

A imagem que ilustra este texto é o retrato do senador Álvaro Dias (PSDB-PR), um parlamentar que se especializou em apontar o dedo para os outros. Até recentemente, esse papel era exercido pelo ex-senador Demóstenes Torres, que caiu quando foram descobertas suas relações promíscuas com o bicheiro Carlos Cachoeira. Com Demóstenes fora do jogo, o papel foi assumido por Álvaro Dias.

Recentemente, o senador tucano pediu a abertura de uma CPI para investigar o chamado Rosegate, sobre a secretária Rosemary Noronha. “É um escândalo de baixo nível, que expõe a postura descabida de quem preside o país, antes e agora”, disse ele, que chegou a propor a coleta de assinaturas para a instalação de uma comissão sobre o caso.

Agora, no entanto, é Álvaro Dias quem está na defensiva. Ele foi condenado pela Justiça por não ter pago pensão a uma filha fruto de relacionamento extraconjugal com funcionária pública. A ação judicial pede ainda a anulação da venda de cinco casas em Brasília avaliadas em R$ 16 milhões – patrimônio relativamente alto para alguém que vive apenas da atividade política.

Ouvido pelo jornalista Claudio Humberto, Dias disse estar sendo alvo de “chantagem”. Leia, abaixo, as notas na coluna de CH:

Senador é réu
por pensão e
abandono afetivo

Habituado ao ataque, o senador Álvaro Dias (PR), líder do PSDB no Senado, agora está na defensiva: foi condenado na Justiça pelo não pagamento de pensão a uma filha – ainda menor de idade – fruto de seu relacionamento com a funcionária pública Monica Magdalena Alves. O tucano responde a processos, em segredo de justiça, por abandono afetivo e corre risco de ter o seu patrimônio bloqueado.

Pensão paga

Álvaro Dias ficou indignado com a ação judicial contra ele. Conta inclusive que só de pensão paga dez salários mínimos por mês.

Nulidade

Em um dos processos, a filha do senador Álvaro Dias pede anulação da venda de cinco casas dele, no valor de R$ 16 milhões, em Brasília. [Por que essa pressa em vender?]

Chantagem

Álvaro Dias considera que tem cumprido seu dever de pai “rigorosamente”, o que o leva a concluir: “Isso é chantagem”.

[Chamar uma filha, menor de idade, ou quem a representa de “chantagista” diz tudo. Que o “bom” pai cumpra já! a decisão judicial]

 

 

“A religião cristã é histórica, e não ideológica”. Novas formas de família na Igreja Católica

A Igreja Católica, em 1964, promoveu procissões de pregação do golpe militar, com a TFP – Tradição, Família e Propriedade, e o slogan hoje usado, pela direita, na Bolívia e na Venezuela: “a família que reza unida permanece unida”.

Com o aparecimento da Teologia da Libertação, os militares decidiram exportar, dos Estados Unidos, as igrejas pentecostais, que no Brasil atuam na política, elegendo pastores conservadores, para combater o casamento igualitário e libertário (o chamado casamento gay), e religiões nativas, notadamente de origem africana e indígena.

Essa nova onda de guerra religiosa recrudece quando a Igreja Católica, Apostólica e Romana sai das trevas da Santa Inquisição.

Francisco abre a Igreja às novas formas de família

O papa Francisco durante um encontro, no sábado, com atletas paralímpicos no Vaticano: AFP
O papa Francisco durante um encontro, no sábado, com atletas paralímpicos no Vaticano: AFP

 

por Pablo Ordaz/ El País/ Espanha

á há um membro do alto clero preso por lavagem de dinheiro e um arcebispo em prisão domiciliar por abuso de menores. O papa Francisco não foi a Milão, Londres ou Madri, mas à Coreia, à Albânia e à ilha de Lampedusa, lugares aonde o vento nunca soprou a favor nem do catolicismo e nem da própria vida. A agenda que Jorge Mario Bergoglio marcou quando, segundo suas próprias palavras, chegou ao Vaticano “do fim do mundo” está sendo cumprida. Um plano de transparência para o dinheiro do IOR (Instituto para as Obras de Religião), tolerância zero com os pedófilos e viagens constantes para a periferia do mundo. A etapa seguinte, que começa neste domingo com o Sínodo sobre a Família, é talvez a mais difícil, porque consiste em abrir as portas da Igreja aos que foram se afastando pelos azares da vida – divorciados que voltaram a se casar – ou aos que sempre as encontraram fechadas – união estável, novas famílias que surgem de relações quebradas, filhos adotados por casais do mesmo sexo. E é precisamente nessa distância curta entre o dogma e a tradição onde joga um papa como Francisco.

Não à toa, este está sendo o momento em que os setores mais retrógrados da Igreja – aqueles que sempre viram Francisco com desconfiança, mas não falaram nada por medo de serem afastados pelo líder – estão saindo à luz. O exemplo mais claro é o livro que o cardeal alemão Gerhard Müller, o poderoso prefeito para a Congregação para a Doutrina da Fé, e outros quatro cardeais – um norte-americano, outro alemão e dois italianos – publicaram junto ao Sínodo da Família. Nele, se opõem frontalmente ao retorno aos sacramentos de divorciados que voltaram a se casar, ou a que, em determinados casos de fracasso matrimonial, o procedimento de anulação seja acelerado e simplificado. “Está em jogo a lei divina”, afirmam os autores do livro, “porque a indissolubilidade do matrimônio é uma lei proclamada diretamente por Jesus e confirmada muitas vezes pela Igreja. O matrimônio só pode ser dissolvido pela morte”.

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Os mais críticos com as reformas do Papa alegam que “a lei divina está em jogo”

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Müller, atual chefe do antigo Santo Oficio, mesmo cargo que Joseph Ratzinger exerceu até substituir João Paulo II, diverge nada mais e nada menos que do próprio Jorge Mario Bergoglio, do cardeal de sua confiança Walter Kasper – “todo pecado pode ser perdoado, o divórcio também” – e do cardeal Lorenzo Baldisseri, que será justamente o secretário do Sínodo da Família. Baldisseri, como bom italiano, prefere mediar as partes antes que o sangue chegue ao rio, mas nem por isso esconde sua opinião ou a do Papa: “As coisas não são estáticas. Caminhamos através da história, e a religião cristã é histórica, e não ideológica. O contexto atual da família é diferente de 30 anos atrás, dos tempos em que se publicou a Familiaris Consortio (a Exortação Apostólica de João Paulo II). Se negarmos isso, ficaremos presos há 2.000 anos. O Papa quer abrir a Igreja. Há uma porta que até agora esteve fechada, e Francisco quer abri-la”.

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O cardeal Baldisseri replica aos conservadores que “as coisas não são estáticas” e Bergoglio quer abrir uma porta que estava fechada

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Mais claro que isso apenas a água. Tão claro que, como se um sino tivesse sido tocado, os guardiões da tradição estão acordando. A última aparição foi do cardeal esloveno Franco Rodé, antigo prefeito da Congregação para os Institutos da Vida Consagrada, que falou de Bergoglio sem meias palavras: “Sem dúvida, o Papa é um gênio da comunicação. Parece simpático, e isso conta a seu favor. Mas suas opiniões sobre o capitalismo e a justiça social são excessivamente de esquerda. Claramente está marcado pelo ambiente do qual vem. Na América do Sul, há grandes diferenças sociais e cada dia se produzem grandes debates sobre essa questão por lá. Mas essa gente fala muito e resolve pouco”. Não se trata apenas do desabafo isolado de um cardeal que vê, aos 80 anos, aquilo que decorou estar sendo mudado, mas um pensamento que reflete o sentimento contrário às reformas de um setor que, ainda que minoritário, continua existindo dentro do Vaticano e permanece alerta, atento. Tanto que aquelas conspirações que marcaram os últimos dias do pontificado de Bento XVI estão voltando a surgir: relatórios secretos, vazamentos, acusações com mais ou menos fundamentos que tentam desqualificar os mais próximos colaboradores de Francisco, inclusive o cardeal australiano George Pell, atual prefeito da Secretaria de Economia da Santa Sé. Resta saber se são os últimos suspiros de uma época terrível para o Vaticano – o caso do Vatileaks, que foi fechado, talvez em falso, e a detenção do mordomo de Ratzinger – ou o princípio das hostilidades contra Bergoglio.

 

Um muçulmano no Sínodo Católico

 

Não é um processo rápido ou propenso às grandes manchetes. O Sínodo da Família, cujo título é “Os desafios pastorais da família no contexto da evangelização”, que será desenvolvido até o próximo dia 19, contará com 253 participantes, dos quais 191 serão “padres sinodais”, e o resto se dividirá entre especialistas laicos e – pela primeira vez em um Sínodo – 14 famílias do Líbano, Congo, Ruanda, Filipinas e diversos países da Europa. Entre eles, está um casal formado por uma católica e um muçulmano. Os bispos, que já enviaram ao Vaticano o conteúdo dos seus discursos para eles serem ordenados por grupos temáticos, têm quatro minutos para defender suas propostas. O debate servirá para elaborar um documento que será enviado às Conferências Episcopais de todo o mundo. Portanto, como avisou o cardeal Lorenzo Baldisseri, o Sínodo “não tomará decisões” e suas conclusões serviram apenas “de base para a segunda assembleia, que se celebrará em 2015”. Será, portanto, no ano que vem que se anunciará a nova postura da Igreja para as famílias, se houver uma.
O interesse no momento não são tanto as respostas – que demoraram para chegar –, mas até que ponto a Igreja está disposta a se questionar e se alterar ou se continuará cômoda e presa a uma tradição que afasta os fiéis. Na véspera do Sínodo, e aproveitando sua conta no Twitter, @pontifex, o papa Francisco lançou uma mensagem que, mesmo óbvia, parece um desafio aos que, presos à tradição ou aos dogmas, continuam acreditando na teoria do vale das lágrimas. “A Igreja e a sociedade”, disse o Papa”, precisam de famílias felizes”.

 

 

Papa Francisco: “Conciliar os tempos do trabalho com os tempos da família. É um ponto crítico, um ponto que nos permite discernir, avaliar a qualidade humana do sistema econômico em que nos encontramos”

Alfredo Martirena
Alfredo Martirena

 

 

O Papa Francisco visitou, sábado último, Campobasso e Isérinia, duas dioceses do centro sul de Itália, 200 km ao sul de Roma. Primeiro momento desta visita, foi um encontro com o mundo do trabalho, na Aula Magna da Universidade de Campobasso.

Nas palavras ali pronunciadas, o Papa começou por realçar o significado que assumia que este encontro tivesse lugar na Universidade: “exprime a importância da investigação e da formação, também para dar resposta às complexas questões que a atual crise econômica coloca, tanto no plano local, como a nível nacional e internacional.”

“Um bom percurso formativo não oferece soluções fáceis, mas ajuda a ter um olhar mais aberto e criativo para valorizar melhor os recursos do território”.

Em alusão a quanto dissera um representante do mundo rural, o Papa reafirmou uma vez mais a necessidade de “proteger” (defender, cuidar da) terra. “Este é um dos maiores desafios da nossa época: convertermo-nos a um desenvolvimento que saiba respeitar a natureza criada”.

Comentando a intervenção de uma operária, mãe de família, o Papa agradeceu o seu testemunho e o apelo por esta lançado a favor do trabalho e da família.

“Trata-se de procurar conciliar os tempos do trabalho com os tempos da família. É um ponto crítico, um ponto que nos permite discernir, avaliar a qualidade humana do sistema econômico em que nos encontramos”.

Foi neste contexto que o Papa colocou a questão do “trabalho dominical, que (observou) não diz respeito apenas aos crentes, mas todos, como escolha ética”:

“A pergunta é: a que é que queremos dar prioridade? O domingo livre do trabalho – excetuados os serviços necessários – está a afirmar que a prioridade não é o elemento econômico, mas o humano, o gratuito, as relações não comerciais mas sim familiares, amigáveis, para os crentes também a relação com Deus e com a comunidade. Chegou porventura o momento de nos perguntarmos se trabalhar ao domingo é uma verdadeira liberdade”.

O Papa concluiu propondo aos trabalhadores e empresários presentes um “pacto do trabalho” para responder ao “drama do desemprego e congregando as forças de modo construtivo”. Uma estratégia concordata com as autoridades nacionais, tirando partido das normas nacionais e europeias.

Trabalho e dignidade

Nada é mais importante do que a dignidade humana. É clara a mensagem do Papa Francisco: fala à população de Molise, mas o seu pensamento vai além dos confins da região italiana. Chega a todos os lugares onde, à dignidade da pessoa humana, se antepõem diversos interesses, por mais importantes que sejam. Há carência, diz Francisco durante a missa em Campobasso, de um suplemento de alma a fim de que se possa olhar para o futuro com esperança. Mas há também «muita necessidade — diz — de um compromisso diante das situações de precariedade material e espiritual, especialmente perante o desemprego, um flagelo que requer todos os esforços e muita coragem da parte de cada um».

O desafio do trabalho interpela de modo especial «a responsabilidade das instituições, do mundo empresarial e financeiro». É preciso pôr «a dignidade da pessoa humana no âmago de todas as perspectivas e obras. Os demais interesses, mesmo que sejam legítimos, são secundários».

O Pontífice tinha reiterou um conceito já expresso outras vezes: a verdadeira dignidade para o trabalhador é poder levar o pão para casa. «Não ter trabalho — disse, a este propósito — não significa apenas não ter o necessário para viver. Nós podemos comer todos os dias: vamos à Cáritas, a uma associação, ao clube, vamos a estes lugares e dão-nos algo para comer. Não é esta a questão. O problema consiste em não levar o pão para casa: isto é grave, pois priva o homem da sua dignidade!».

Portanto, é necessário redescobrir a solidariedade e unir as forças de modo construtivo. É preciso debelar o flagelo do desemprego, e para isto é urgente «uma estratégia concordada com as autoridades nacionais», para alcançar um autêntico «“pacto do trabalho” que saiba aproveitar as oportunidades oferecidas pelos regulamentos nacionais e europeus». Enfim, o convite a dedicar mais tempo aos filhos, à família. Deste ponto de vista o domingo, disse o Papa, deve ser um dia livre.

Texto do discurso do Papa ao mundo do trabalho

Homilia em Campobasso

 

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Por que os despejos no Brasil são com armas letais?

Imagem símbolo da Chacina de Pinheirinho
Imagem símbolo da Chacina de Pinheirinho

 

Todo despejo é desumano, e (pasmem!) tem que ser autorizado por um juiz.

O mundo civilizado condena os despejos involuntários, que jogam milhares e milhares de famílias nos quintos do inferno.

Nesta Copa do Mundo, governadores e prefeitos solicitaram – e foram prontamente atendidos pela justiça – a demolição de mais de 250 mil casas, no País dos Sem Teto.

Mas antes da Copa haviam despejos, rememore a chacina de Pinheirinho, comandada pelo presidente do maior tribunal do mundo, o de São Paulo, com 360 desembargadores. Isso para beneficiar um doleiro, um especulador imobiliário.

Depois da Copa os despejos continuarão, que o Brasil desconhece o que seja Justiça Social.

Todo lar é sagrado.

A sociedade e a família se parecem ao arco de um palácio; tiras uma pedra e tudo se derruba. El Talmud

Jesus, ao encarnar-se na casa de María e José, manifestou e consagrou a família como santuário da vida, e célula fundamental da sociedade. Juan Pablo II

 

novo pinheirinho

 

DESALOJO COM “ARMAS LETAIS”

Una jueza dejó en suspenso el desalojo de la toma por el desacuerdo entre la Metropolitana, que proponía la participación de efectivos con armas de fuego, y la Federal, que lo consideró “un atentado a la razón y una falla táctica”.

 

por Eduardo Videla
La Justicia porteña decidió dejar en suspenso el desalojo del asentamiento Papa Francisco, en Villa Lugano, ya que la Policía Metropolitana y las fuerzas federales no se pusieron de acuerdo en la forma de abordar el operativo: la fuerza porteña proponía que parte de sus hombres utilizaran armas letales, a lo cual se opuso la conducción de la Policía Federal. “No repetir experiencias trágicas ni senderos que ya se demostraron errados es un acto de racionalidad y de prudencia. No resulta un tema menor el desacuerdo respecto del empleo de armas de fuego en la ejecución de un desalojo de estas características”, evaluó la jueza María Gabriela López Iñíguez, haciendo expresa referencia a lo ocurrido en el Parque Indoamericano, en 2011, al rechazar un nuevo pedido de la fiscalía para que ejecute el desalojo. La jueza también rechazó, con durísimos argumentos, la pretensión de que la causa pase al fuero Penal nacional porque –según la fiscalía– se habrían cometido, además del delito de usurpación de las tierras, los de asociación ilícita, tenencia de armas e infracción a la ley de drogas, ilícitos sobre los cuales el fiscal “no ofreció ninguna prueba”.

López Iñíguez, jueza en lo Penal, Contravencional y de Faltas de la Ciudad, adoptó esas decisiones en respuesta a una doble presentación del fiscal Carlos Rolero: el funcionario pidió, por un lado, que se dicte una nueva orden de desalojo del predio tomado el 24 de febrero último, y por otro, le reclamó a la jueza que se declare incompetente, ante la posibilidad de que se hubieran cometido delitos que son de competencia de la Justicia nacional.

De acuerdo con el fallo, que difundió el Departamento de Información Judicial del Consejo de la Magistratura porteño, la jueza subrayó la necesidad de no frustrar el avance del proceso de desalojo pacífico del predio, en el cual trabaja su colega, la jueza en lo Contencioso Administrativo y Tributario Elena Liberatori. Esta magistrada dispuso realizar un censo habitacional en el predio tomado así como en la Villa 20, en el marco de la causa por el cumplimiento de la Ley 1770, de saneamiento y urbanización de ese barrio. El censo se llevó a cabo días atrás y arrojó que en predio tomado viven 1900 personas.

En la resolución, la jueza sostiene la existencia de una “contradicción” en el planteo de incompetencia impulsado por la fiscalía: por un lado, se pide el cambio en la calificación legal –de un delito de “usurpación”, de competencia local, a “asociación ilícita”, “estafas”, “extorsión”, y “malversación de caudales”, entre otros delitos de competencia de la Justicia nacional–, y por otro, a Marcelo Chancalay, el único detenido en la causa, se le imputa sólo el delito de usurpación del predio tomado a partir del 24 de febrero de 2014. “No logra comprenderse por qué (el fiscal) no intimó a uno de los principales imputados de la causa en orden a tales supuestos típicos. Esto sólo, a mi modo de ver, ya debería señalarnos que la pretendida incompetencia no puede tener favorable acogida, por resultar cuanto menos infundada y prematura.”

En la sentencia también se resalta que “el fiscal no ofreció ni una sola prueba” que sostenga la hipótesis de existencia de una asociación ilícita, y remarca que “ni los allanamientos; ni las escuchas telefónicas; ni la declaración del único imputado; ni los testigos que fueron escuchados (en general, de modo informal y sin control de las Defensas) abonan esta hipótesis”.

Para López Iñíguez, resulta “temeraria” la descripción de los hechos realizada por el fiscal, quien pretende un cambio de competencia argumentando que “dentro del predio existiría una violación a la Ley 23.737 (de drogas)” y que “no pude descartarse la autoría de alguno de los imputados en esos delitos” (ya mencionados). Para la jueza, los argumentos del fiscal son “una forma de derecho penal de autor basada en un prejuicio por pertenencia socioeconómica”.

Finalmente, la jueza abordó el pedido de libramiento de una nueva orden de desalojo, formulada por el fiscal el 13 de mayo, la misma fecha en la que se planteó la incompetencia. Sobre este punto, la magistrada menciona que en el Plan Estratégico diseñado por la Policía Metropolitana con miras a un operativo de desalojo, el jefe de esa fuerza, Horacio Jiménez, sostuvo que la “disponibilidad operativa” de la Metropolitana “está mermada en lo que respecta a recursos humanos con experiencia en equipos de combate”, por lo que se requeriría de “elementos suficientes y adecuados de otras fuerzas federales”, sin los cuales “esta manda judicial se torna inviable”. La jueza advierte que en su informe, la Metropolitana se refiere a las personas a desalojar como “el oponente”.

También se incorpora en la resolución la posición de las fuerzas federales que, en un dictamen técnico, desaconsejan el plan elaborado por la policía porteña. Para la Superintendencia de Seguridad Metropolitana de la Federal, constituye “un atentado a la razón y una falla táctica de ejecución portar ese tipo de armas” (letales).

Ante la falta de acuerdo, la jueza resolvió que dictará “una nueva orden de allanamiento”, cuya fecha quedará “supeditada a que se encuentren reunidas las condiciones para garantizar la vida y la integridad física de las personas”.

Infanticídio. O pai médico, a madrasta enfermeira, com a cumplicidade de uma assistente social, aplicaram a injeção letal em Bernardo, 11 anos, e ocultaram o cadáver

 

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As mais de 2 mil páginas do inquérito policial da morte de Bernardo Uglione Boldrini, entregues na tarde desta terça-feira no Foro de Três Passos, sustentam que o pai, o médico Leandro Boldrini, foi o mentor do assassinato junto com a madrasta Graciele Ugulini. Segundo a polícia, eles queriam matar o garoto há algum tempo e contaram com a ajuda da assistente social Edelvania Wirganovicz, que indicou para a polícia o local onde o garoto foi enterrado.

A madrasta, conforme o delegado Marion Volino, aparentou desde o começo estar feliz com o sumiço de Bernardo:

— Era visível a tranquilidade e até uma certa felicidade, em tese, pelo desaparecimento.

— Graciele iniciou um contato com Edelvania em fevereiro. Alguns dias antes, ela havia ido à cidade de Redentora e conversado com uma amiga, e lá colocou que Leandro queria matar Bernardo e que ela também queria — frisou Volino.

As duas teriam passado, então, a organizar a logística do assassinato, planejando o que deveriam ter em mãos, como abrir a cova e de que forma induziriam o garoto à morte. A tática utilizada foi a saída de casa para a suposta compra de um aquário, um forte desejo de Bernardo. Um quarto suspeito, Evandro Wirganovicz — irmão de Edelvania —, ainda é investigado e segue preso temporariamente. O Ministério Público deu parecer favorável ao pedido de prisão preventiva para a madrasta, o pai e a assistente social.

A inclusão de Boldrini no crime

Para relacionar Leandro Boldrini à arquitetura do homicídio, a polícia explicou que Edelvania comprou o sedativo Midazolam com receita fornecida pelo médico. A assinatura, porém, depende de conclusão pericial. Além disso, gravações telefônicas — que ainda são mantidas em sigilo — indicaram que teria ocorrido um acerto entre os advogados dos suspeitos, após as prisões deles, para que Leandro fosse livrado da culpa.

As contradições no comportamento do cirurgião, que nunca se importou com o filho e demonstrou preocupação anormal nos dias anteriores à morte, conforme depoimentos, convenceram a polícia de que o casal havia armado um plano para apresentar à sociedade e às autoridades.

— O medicamento (Midazolam) saiu da sala de endoscopia onde ele trabalhava. Naquele dia 4 de abril, eles bajularam o Bernardo. Aquele clima de tranquilidade era anormal. Familiares comentam nas ligações que o mentor foi Leandro. Ele sabia, como apuramos em telefonemas, que o guri não veio sentado no banco de trás do carro na tarde da morte — explicou a delegada Caroline Bamberg Machado, que conduziu as investigações. Fonte: Reportagem de Mauricio Tonetto, de Três Passos

menino Boldrini faamília

 

A maldrasta
A maldrasta

Uma injeção letal dos Boldrini. Fim de uma vida de sofrimentos de um menino de 11 anos

bandidos juntos

 

A polícia civil não tem mais nenhuma dúvida do envolvimento do pai, o médico Leandro Boldrini, 39 anos, da madrasta, a enfermeira Graciele Kraus Boldrini, 32 anos, e da amiga do casal, a assistente social Edelvânia Wirganovicz, de 40 anos, na morte e ocultação de cadáver do menino Bernardo Uglione Boldrini, de 11 anos, desaparecido desde o dia 4 último.

O corpo da criança foi encontrado anteontem, dia 14 de abril, dentro de um saco, enterrado às margens do Rio Mico, na Localidade de Linha São Francisco, no interior de Frederico Westphalen. Presume-se que o crime teria sido praticado no dia 4 de abril, portanto há 12 dias.

b corpo encontrado

b - corpo retirado

b corpo levado
MENINO QUEIXAVA-SE DE ABANDONO MATERIAL

Por algumas vezes o menino Bernardo havia reclamado de abandono material. Sem a mãe que morrera em 2010 ele não estaria recebendo atenções do pai, que tinha uma filha de um ano com a madrasta. Estas reclamações teriam, inclusive, chegado ao conhecimento da justiça, só não se sabe se alguma providência foi tomada com relação ao genitor para que o mesmo desse mais atenção ao filho pré-adolescente.

DELEGADA ENCARREGADA DO CASO QUASE CAI EM LÁGRIMAS DURANTE A ENTREVISTA

Em entrevista coletiva concedida na manhã de hoje, as delegadas Caroline Bamberg Machado, Cristiane de Moura e Silva informaram que o caso foi elucidado com um trabalho intenso e cooperativo entre equipes da Polícia Civil de Santa Rosa, Santo Ângelo e do Departamento da Criança e do Adolescente (Deca).

Emocionada, contendo as lágrimas, a delegada chegou a revelar que teve uma guerra com o seu emocional, quando ficou frente a frente com os acusados, pela frieza que os mesmos demonstraram. A muito custo a delegada Caroline que chefia as investigações conseguiu manter a racionalidade, não escondendo que por pouco não perdeu o controle diante de um fato tão revoltante como este.

INJEÇÃO LETAL TERIA SIDO A FORMA DE HOMICÍDIO PRATICADO PELOS CRIMINOSOS

A madrasta Graciele Boldrini teria aplicado uma injeção letal no menino, com o auxílio da amiga Edelvânia Wirganovicz, e após teriam colocado o corpo da vítima em um saco e enterrado no buraco onde foi encontrado. A partícipe Edelvânia, depois de negar algumas vezes, concordou em colaborar com a investigação e deu detalhes do crime. Falta ainda se determinar o grau de participação de cada um no cometimento do crime, principalmente do pai do menino, mas o fato de o mesmo ter acompanhado a madrasta na viagem é fator decisivo para determinar seu envolvimento.

PROVAS ROBUSTAS QUE INCRIMINAM O CASAL E A COMPARSA

Durante a investigação a polícia foi colhendo provas que a cada momento confirmavam a participação dos acusados no episódio. Contradições em depoimentos como a negativa de terem saído de Três Passos que foi contradita com uma multa que a madrasta tomou por excesso de velocidade no município de Tenente Portela quando o agente autuador asseverou que o menino se encontrava junto no veículo, e outras contradições foram avolumando a desconfiança que culminou com a confissão da coparticipe Edelvânia que após relutar decidiu contar a verdade, dando detalhes que levaram ao local exato onde o corpo havia sido ocultado.

PRISÃO TEMPORÁRIA

Os três envolvidos estão presos temporariamente, por 30(trinta) dias por se tratar de crime hediondo, mas os locais para onde eles foram levados não foram revelados, devido à comoção da comunidade que poderia atentar contra a vida dos mesmos.
De acordo com a delegada chefe das investigações, os dois principais acusados a madrasta e o pai do menino não foram ouvidos formalmente, até mesmo porque a argumentação dos mesmos era algo que chegava a revoltar.

REVOLTADA A POPULAÇÃO QUERIA QUEIMAR A CASA DOS ACUSADOS NA NOITE DE SEGUNDA-FEIRA

b manifestão frente residênci leandro-boldrini
Ontem à noite após a cidade tomar conhecimento da prisão e das fortes evidências da participação dos familiares na morte do menino, uma multidão se dirigiu até a residência do casal onde queriam por fogo na casa. Foi necessária a intervenção das polícias civil e militar para evitar a destruição da casa. Com habilidade e paciência, a delegada Caroline pediu aos populares que preservassem a casa, porque dentro dela estão várias respostas para muitas questões que poderão ser decisivas para que os criminosos possam ser responsabilizados por esta monstruosidade.

Em Três Passos, desde o desaparecimento do menino, que os moradores iniciaram uma emocionante campanha de busca.

Passeata dos coleguinhas de escola
Passeata dos coleguinhas de escola

b - quem é

A FRIEZA DA MADASTRA

Na sua página no Facebook, a madastra com o nome Graciele Leandro Boldrini não apresenta nenhuma foto de Bernardo, e sim dezenas dela, do marido e do filho de um ano. Bernardo não faz farte da família.

pai e madrasta no jatinho particular

A assistente social Edelvania Wirganovicz, que participou do assassinato de Bernardo
A assistente social Edelvania Wirganovicz, que participou do assassinato de Bernardo
O pai, Leandro Boldrini, e a madrasta, Graciele Ugoline
O pai, Leandro Boldrini, e a madrasta, Graciele Ugoline

Na campanha de procura, Leandro, por uma emissora de rádio, por quatro vezes não cita o nome do filho. Chama Bernardo de  “esse menino”. Só no final diz que é o pai, respondendo pergunta do locutor. Escute. Observe  que não possui o sentimento de paternidade

 

 

Enterrado pela segunda vez o menino Bernardo Boldrine, assassinado pelo pai médico e a madrasta enfermeira

Após ser homenageado em Três Passos, no Noroeste do Rio Grande do Sul, município onde morava, e em Santa Maria, na Região Central do estado, cidade da família materna, o corpo do menino Bernardo Uglione Boldrini, de 11 anos, foi sepultado na manhã desta quarta-feira (16). O enterro ocorreu por volta das 10h30 no Cemitério Municipal de Santa Maria, no mesmo jazigo da mãe, Odelaine, que teria cometido suicídio em fevereiro de 2010, aos 30 anos.

b corpo

b chegada

b velório

 

Nos semblantes dos que acompanhavam o enterro de Bernardo, indignação e incredulidade. “Não tem explicação”, muitos diziam. Uma oração seguida de abraços foi solicitada aos que acompanhavam o enterro. Amigos, professoras e colegas do colégio Ipiranga, de Três Passos, trouxeram faixas e flores para homenagear Bernardo.

Avó de Bernardo no sepultamento do neto. Foto: Deivid Dutra/A Razão
Avó de Bernardo no sepultamento do neto. Foto: Deivid Dutra/A Razão

A avó, Jussara Uglione, pediu que não a deixassem sozinha. Jussara também agradeceu a todos o carinho prestado a ela e a Bernardo. “Isso não pode ficar impune”, reforçou a avó materna. Centenas de pessoas acompanharam o enterro do menino, natural de Santa Maria.

O corpo da criança foi encontrado na segunda-feira (14) enterrado em uma cova feita em um matagal da cidade de Frederico Westphalen, no Norte do Rio Grande do Sul. Segundo o atestado de óbito, a morte ocorreu no dia 4 de abril, de “forma violenta”.

Desde que ficou órfão da mãe, Bernardo morava com o pai, o médico cirurgião Leandro Boldrini, e a madrasta, Graciele Ugolini Boldrini. O casal, que tem uma filha de 1 ano, foi preso preventivamente junto com a amiga Edelvania Wirganovicz, que também teve participação no crime. Os três estão detidos em local não revelado pela polícia, por medida de segurança. Segundo a polícia, a mãe do menino cometeu suicídio com um tiro na cabeça no consultório onde o ex-marido, pai do garoto, trabalhava na época. (Fonte G1)

Zero Hora – A sua filha cometeu suicídio em 2010?
Jussara – Não, não acredito que ela tenha feito isso. Até hoje tenho suspeitas de que ela foi assassinada.

Logo após a morte da única filha, em 2010, a aposentada Jussara Uglione, 73 anos, moradora de Santa Maria, entrou com uma ação na Justiça para ter o direito de visitar o único neto. Segundo ela, o pai do garoto e marido de sua filha, não só negava o contato como a ofendia.

Zero Hora – A senhora tinha contatos com o seu neto frequentemente?
Jussara – Tentei várias vezes me aproximar dele, os meus advogados têm comprovantes de que fui impedida disso desde a morte da minha filha (em 2010).

Jussara e o neto
Jussara e o neto

Fui impedida de vê-lo por 4 anos, me chamavam de velha doente, falavam que eu tinha problemas e que não teria condições de cuidá-lo. Eu tenho uma ótima situação financeira, tenho o nome limpo. Temos 73 anos de firma (revenda de veículos Uglione, em Santa Maria), somos honrados e honestos.

Jussara afirma que enquanto Leandro estava casado com sua filha, ele tinha Graciele Ugulini, 32 anos, como amante. “Tenho certeza que eles estavam juntos antes”, desabafa.

Graciele Ugulini, a madrasta
Graciele Ugulini, a madrasta

Sobre Bernardo, a avó aponta casos de maus-tratos contra o garoto, o que soube pelo próprio neto e por outras pessoas. “Ele não tinha chave de casa e precisava esperar sentado na calçada até que o pai chegasse. Ficava lá, com fome. Isso não se faz”, conta. Jussara relata ainda que Bernardo procurou auxílio jurídico pelo tratamento que recebia em casa. Em informações para a imprensa, a promotora da Infância e Juventude de Três Passos, Dinamárcia Maciel de Oliveira, cuidou do caso de suposta negligência entre novembro de 2013 e janeiro deste ano. (Fonte A Razão)

Relatos de vizinhos e amigos dão conta que Bernardo se dizia carente de atenção. Ele mesmo chegou a procurar a Justiça para relatar o caso. No início do ano, o juiz Fernando Vieira dos Santos, da Vara da Infância e Juventude de Três Passos, autorizou que o garoto continuasse morando com o pai, após o Ministério Público (MP) instaurar uma investigação contra o homem por negligência afetiva e abandono familiar.

 

O pai
O pai

De acordo com o MP, desde novembro do ano passado, o pai de Bernardo era investigado. Entretanto, nunca houve indícios de agressão física. Em janeiro, o menino foi ouvido pelo órgão e chegou a pedir para morar com outra família.
Ainda no início do ano, o médico pediu uma segunda chance, com a promessa de que buscaria reatar os laços familiares com o filho, e assim convenceu a Justiça a autorizar uma nova experiência.

b - envolvidos