Intolerável o domínio das finanças sobre os povos

Francisco denuncia o escândalo da especulação sobre os preços alimentares 

  Spiros Derveniotis
Spiros Derveniotis

Não se pode continuar a tolerar que os mercados financeiros governem o destino dos povos, em vez de os servir. E um dos efeitos mais nefastos é o escândalo da especulação sobre os preços alimentares, que se repercute gravemente no acesso à alimentação por parte dos pobres, denunciou o Papa durante o encontro com os participantes num congresso organizado pelo Pontifício Conselho «Justiça e Paz», recebidos na manhã de 16 de junho na sala Clementina.

«É urgente – frisou o Papa – que os Governos do mundo inteiro se comprometam a desenvolver uma ordem internacional capaz de promover o mercado do investimento a alto impacto social, de modo a impedir a economia da exclusão e do descartável».

Cristian Topan
Cristian Topan

‘Investir para os pobres’

O Papa Francisco recebeu em audiência ao fim da manhã desta segunda-feira os participantes no Congresso “Investing for the Poor” (‘Investir para os pobres’), como contribuição na busca de vias atuais e praticáveis para uma maior equidade social.

Nas palavras que lhes dirigiu, o Papa elogia antes de tudo esta iniciativa de investimento responsável e de solidariedade com os pobres e excluídos, que estuda formas inovadoras de investimento que possam trazer benefícios às comunidades locais e ao meio ambiente, para além de um lucro justo.

De fato, o ‘Impact Investor’ configura-se como um investidor consciente da existência de graves situações de iniquidade, profundas desigualdades sociais e dolorosas condições de desvantagem enfrentadas por inteiras populações. Refere-se sobretudo a institutos financeiros que utilizam os recursos para promover o desenvolvimento económico e social das populações pobres, com fundos de investimento destinados a satisfazer necessidades básicas relacionadas com a agricultura, acesso à água, possibilidade de dispor de alojamentos dignos e a preços acessíveis, bem como serviços básicos de saúde e educação.

Além disso, estes investimentos pretendem produzir um impacto social positivo para as populações locais, tais como a criação de postos de trabalho, o acesso à energia, a educação e o crescimento da produtividade agrícola e os retornos financeiros para os investidores são mais baixos em relação a outras tipologias de investimentos. Observou o Papa:

A lógica que impulsiona estas formas inovadoras de intervenção é aquela que “reconhece a ligação original entre lucro e solidariedade, a existência de uma circularidade fecunda entre ganho e dom … A tarefa dos cristãos é redescobrir, viver e anunciar a todos esta preciosa e originária unidade entre lucro e solidariedade. Quanto o mundo contemporâneo precisa de redescobrir esta bela verdade!”

indignados fome

A economia da exclusão e do descarte

O Santo Padre considerou “importante que a ética reencontre o seu espaço na finança e que os mercados se coloquem ao serviço dos interesses dos povos e do bem comum da humanidade.

Não podemos tolerar por mais tempo que sejam os mercados financeiros a governar o destino dos povos, em vez de servir as necessidades destes, ou que alguns poucos prosperem recorrendo à especulação financeira, enquanto que muitos sofrem gravemente as consequências.

A inovação tecnológica  aumentou a velocidade das transacções financeiras, mas esse aumento só encontra sentido na medida em que se demonstra capaz de melhorar a capacidade de servir o bem comum.

Em particular a especulação sobre os preços alimentares é um escândalo que tem graves consequências para o acesso dos mais pobres à alimentação. É urgente que os Governos de todo o mundo se empenhem em desenvolver um quadro internacional susceptível de promover o mercado do investimento com elevado impacto social, de modo a contrastar a economia da exclusão e do descarte”.

BRA^PR_ODNP pobre pobreza

Brasil dependente alimentar

A desnacionalização da mesa do brasileiro, provocada pelas multinacionais, transformou o Brasil em importador de alimentos. O pão do índio era o milho. Era a mandioca. O milho virou lavoura de exportação para fabricar álcool nos Estados Unidos.

O Brasil importa os alimentos básicos: trigo, arroz, inclusive feijão. Trocamos o suco de frutas pela Coca-Cola e bebidas com sabores artificiais.

Os cursos de Nutrição têm como livros básicos autores europeus e estadunidenses. Publica hoje o jornal Público de Portugal:

Teresa quis lembrar aos cariocas o gosto da tapioca

A chef Teresa Corção criou o Instituto Maniva, que se apresenta em feiras biológicas no Rio de Janeiro com a sua banca de tapioca orgânica Nelson Garrido
A chef Teresa Corção criou o Instituto Maniva, que se apresenta em feiras biológicas no Rio de Janeiro com a sua banca de tapioca orgânica. Nelson Garrido
Por Alexandra Prado Coelho

Porque é que o Rio de Janeiro se afastou dos alimentos mais tradicionais, como a mandioca, ou as frutas da mata atlântica, e começou a comer pão feito de trigo importado e frutas que vêm de outros países? Foi esta a pergunta que levou um grupo de chefs cariocas a criar o Instituto Maniva e a iniciar uma nova relação com os produtores.

Tudo começou com a mandioca. A história do Brasil — e a história da eco-chef carioca Teresa Corção e do seu Instituto Maniva.

“E [os índios] não comem senão deste inhame, de que aqui há muito, e dessas sementes e frutos que a terra e as árvores de si deitam. E com isto andam tais e tão rijos e tão nédios que o não somos nós tanto, com quanto trigo e legumes comemos”. Isto registou na sua Carta Pero Vaz de Caminha, cronista de D.Manuel I, depois de os navegadores portugueses terem encontrado os índios tupinanquins na Bahia, a 24 de Abril de 1500.

Saltamos uns cinco séculos e estamos, pelas dez da manhã, na Feira Biológica do bairro das Laranjeiras, no Rio de Janeiro, onde o Instituto Maniva está a inaugurar a sua banca de tapioca (uma das farinhas que se fazem a partir da mandioca) biológica. Foi há uns dez anos que Teresa Corção se lançou na missão de dar a conhecer a tapioca aos cariocas. É que, descobriu ela, em 500 anos os brasileiros, pelo menos os do Rio de Janeiro, tinham-se esquecido dessa comida — o inhame e a mandioca — que deixava os indígenas “tão rijos e tão nédios”.

“A mandioca é o elemento identitário brasileiro, o nosso símbolo de segurança alimentar, existem mais de 1800 variedades catalogadas”, explica, sentada num banco baixinho. “Em 2002 fui a um festival em Pernambuco e foi aí que me dei conta de que não conhecia as coisas da mandioca e comecei a perguntar-me porquê. Percebi então que a mandioca era uma grande desconhecida, embora fosse muito presente na mesa de todo o mundo, sobretudo através da farofa.” A tapioca, no Rio nessa época, “não era tão conhecida”, e era comida sobretudo pelos imigrantes vindos do Nordeste.

Aproxima-se de nós e junta-se à conversa Marcelo Scofano, especialista em azeite e também ele um eco-chef. “A questão da tapioca tem muito a ver com o facto de o colonizador ter introduzido o trigo como elemento essencial”, explica. “E o trigo não é nativo daqui nem dá em lado nenhum. Oitenta por cento do nosso trigo é importado. A gente depende da Argentina, do Canadá e dos Estados Unidos para um alimento essencial, o pão nosso de cada dia, quando temos um alimento extremamente

rico, sem glúten, e que dá nos cinco biomas brasileiros, que é a mandioca. A tapioca era o pão nativo e foi substituído pelo trigo. Ainda ontem falei com uma pessoa que nunca tinha comido pão até vir para o Rio. Comia macaxeira, aipim, inhame.”

O mesmo acontece com a fruta, continua Teresa Corção. “Esta região é mata atlântica, riquíssima em fruta. E no entanto há pouquíssima fruta no Rio. O que é fruta para um carioca? É maçã, uva, frutas europeias adaptadas ao Brasil. E as frutas brasileiras, tanto da mata atlântica como da Amazónia, são completamente desconhecidas aqui.”

Aponta para a pequena feira à nossa volta, onde, além da tapioca orgânica do Maniva — que tem uma versão rosa forte, feita com beterraba —, há algumas bancas de legumes, um vendedor de azeite e sumo de uva biológicos e quase nenhuma fruta. “Quando os portugueses chegaram, havia tanto caju que eles botavam os escravos debaixo das árvores para eles comerem caju, que era muito bom contra o escorbuto.” Olha em redor. “Não era para ter imenso caju aqui? E não tem, não se encontra nas feiras. Pitanga é outra fruta maravilhosa, dá em tudo quanto é lugar, e não há nas feiras porque não tem o hábito do consumo. E ao mesmo tempo a gente jura que o coco é tropical, quando o coco foi o português que trouxe da Ásia.”

Para contrariar este cenário de desconhecimento de alimentos locais, o Maniva – que reúne 16 ecochefs, entre os quais Claude e Thomas Troisgros (Olympe, CT Brasserie, CT Boucherrie e CT Trattorie), Kátia Barbosa (Aconchego Carioca) e Pedro de Artagão (Irajá Gastrô) — começou a trabalhar, dedicando-se à divulgação de produtos. Teresa produziu, por exemplo, filmes sobre a produção de farinha de mandioca, O Professor da Farinha, e documentário Seu Bené vai Pra Itália, sobre a viagem de um produtor de farinha de mandioca da Amazónia para o evento Terra Madre, do movimento Slow Food, em Turim.

O trabalho do Maniva passa também por uma colaboração cada vez mais próxima com pequenos agricultores locais dedicados à produção biológica, como os que estão hoje na

feira das Laranjeiras. “Aqui há todo um astral. Se você perguntar àquela moça ali, ela é mãe de cada um destes produtos.” Uma das grandes dificuldades destes pequenos agricultores, que não conseguem entrar nos grandes supermercados, é fazer chegar os seus produtos aos compradores. Daí o aparecimento das feiras biológicas, que são apoiadas pela Secretaria de Desenvolvimento Económico Solidário Prefeitura do Rio, e cujo número tem vindo a crescer na cidade. “Há uns seis anos estes produtores vendiam em torno a uns 700 mil reais por ano, hoje estão vendendo nove milhões”, diz Vinícius Assumpção, responsável da Secretaria, que está de visita à feira. “Já temos doze feiras, e a ideia é ir ampliando, mas de forma consistente, sem perder a qualidade.”

tapioca

Comprar os excedentes

Quando, no final da feira, sobram produtos, Teresa e outros eco-chefs vão comprá-los. “Comecei a comprar os excedentes e é uma coisa que eu quero transformar num método. O que é que está sobrando aí? Está sobrando alho-porro. Eu arremato aquilo, vou noutra barraca e tem o cara do shitake, a quem sobrou algum, e eu e os outros chefs que têm restaurantes podemos gerar valor agregado, fazendo um prato. E o meu cliente sabe que está ajudando o produtor porque está escrito lá no meu cardápio.”

O restaurante que Teresa Corção dirige há mais de 30 anos chama-se O Navegador e fica no Centro do Rio de Janeiro, a zona mais antiga da cidade, no belo espaço do sexto andar do edifício do Clube Naval. A filosofia está explicada no cardápio: “Das hortaliças orgânicas de Friburgo e do Brejal na Serra Fluminense, às farinhas de mandioca especiais de Bragança no Pará, Cruzeiro do Sul no Acre e de Palhoça em Santa Catarina, passando por queijos tradicionais de Minas Gerais das serras do Salitre e da Canastra à pimenta rosa da foz do Rio de São Francisco, nossos alimentos são escolhidos com toda a atenção. Conhecemos quem os produz e visitamos suas terras.” Por baixo, um mapa do Brasil mostra que o doce de leite e a goiabada (ambos excelentes) vêm de Minas Gerais, tal como os cogumelos orgânicos e o queijo meia cura, o palmito pupunha vem do Rio de Janeiro, assim como o aipim, e a farinha e o tucupi vêm de Bragança, no estado do Pará.

As receitas são também homenagens a pratos tradicionais. Há Nosso bobó (creme camarão e aipim, dendê artesanal da Bahia, lascas de beijus), e Terra Brasilis (peixe do dia grelhado no azeite, servido sobre puré de aipim e banana-da-terra, acompanhada por pétalas de palmito pupunha e cubos de tomate — o palmito e aipim são de pequenos produtores do município Silva Jardim, do estado do Rio de Janeiro, e “escolher este prato incentiva a economia local”, lê-se). Há Panelinha de moqueca capixaba do Gui Secchin, “à moda do artista plástio capixaba Guilherme Secchin”, há Tortacapixaba, prato típico do Espírito Santo, com bacalhau, camarão, pescada amarela e palmito, ovos batidos e azeitonas verdes, gratinado no forno, há Pirão Seu Bebé e Dona Maria, Galinhada com palmito, que é um arroz de frango típico da região do cerrado, e muitos outros pratos.

Escolhemos o “Prato nosso de cada dia” que, por ser uma terça-feira, era um riquíssimo “Cozido da Terrinha, feito com vegetais da estação produzidos pelos agricultores do Estado do Rio de Janeiro, participantes do Circuito Carioca de Feiras Orgânicas” (as segundas-feiras são dia de peixe assado, as quartas de costelinha assada no tropeiro, as quintas de galinha com pirão-de-parida e as sextas de “feijoada sustentável preparada com feijão dos pequenos produtores”).

E assim, uma história que começara naquela manhã com a mandioca, numa banca de feira num bairro do Rio de Janeiro, levou-nos até aos índios que Pero Vaz de Caminha encontrou em 1500, atravessou muito do Brasil e da sua enorme variedade de produtos, e terminou, da melhor forma possível, em frente a um prato cheio de carnes cozidas, com abóbora, milho, ovo, quiabo, couve, batata-doce, banana-da-terra, arroz e pirão.

 

Alerta urgente. No a Terminator en Brasil – Petición de firmas

As sementes suicidas

A los diputados de la Comisión de Constitución y Justicia de la Camara Federal de Brasil: Alerta urgente Vamos a impedir que nuestras semillas se tornen suicidas

Tenemos que impedir que aprueben las semillas suicidas

En la misma semana que se conmemora el Día Mundial de la Alimentación, cuyo tema central es “Sistemas alimentarios sustentables para la seguridad alimentaria y nutricional”, nos sorprende un hecho muy grave que afecta directamente la soberanía alimentaria y los derechos de los campesinos en Brasil y como efecto dominó, en el resto del mundo.

Se trata de un proyecto de Ley para legalizar la tecnología Terminator, que no está permitida en ningún país, gracias a la moratoria internacional que se aprobó en Naciones Unidas (Convenio de Diversidad Biológica) en el año 2000.

Si Brasil legaliza esta tecnología, violará la moratoria internacional y permitirá que las empresas transnacionales presionen a cada vez mas países a permitirla.

El proyecto en discusión en Brasil es el Proyecto de ley (PL) núm. 268/2007 presentado por el Diputado Eduardo Sciarra – PSD/PR, que permite la “flexibilización de la prohibición impuesta por la Ley de Bioseguridad (de Brasil) y por la Convención sobre Diversidad Biológica de las Tecnologías de Restricción del Uso Genético, TRUGs. En la práctica, si se aprueba este proyecto de ley se permitirá la producción y comercialización de semillas transgénicas suicidas que una vez cosechadas no volverán a germinar, obligando a los agricultores a comprar semillas cada ciclo agrícola. Aún peor es el hecho de que –como sabemos que ocurre con los transgénicos— las semillas suicidas contaminarán muchas otras semillas vecinas y las volverán estériles.

Después de ser rechazado por una de tres comisiones, el proyecto de ley se discutirá nuevamente este miércoles 16 de octubre. Es sumamente importante que desde Brasil y el mundo nos manifestemos ante los Diputados que integran la Comisión de Constitución y Justicia (CCJ), la próxima en tratar el tema, sobre los gravísimos riesgos de esta liberación, demandándoles el rechazo a este proyecto de ley.

Para manifestarse, personas y organizaciones pueden firmar la carta a los Diputados en el sitio de change.org que será entregada a los integrantes de la CCJ.

La carta, que se encuentra en portugués, dice lo siguiente:

A los diputados de la Comisión de Constitución y Justicia

Por este medio manifestamos nuestro rechazo al contenido del Proyecto de Ley No. 268/2007 presentado por el Diputado Eduardo Sciarra, que permite la “flexibilización” de la prohibición impuesta por la Ley de Bioseguridad de Brasil y por el Convenio sobre Diversidad Biológica a las Tecnologías de Restricción del Uso Genético (TRUGs), conocidas como Terminator. La propuesta en discusión permitiría el uso de las TRUGs en dos situaciones: a) cuan do la tecnología se introduzca en cultivos biorreactores o plantas que puedan multiplicarse vegetativamente (como caña, mandioca, papas); b) cuando el uso de la tecnología constituya una medida de bioseguridad para evitar la contaminación de cultivos orgánicos o convencionales.

Si se permite, en la práctica ese tipo de tecnología impedirá que los agricultores puedan conservar y multiplicar sus semillas, que han cuidado por generaciones, y estarán obligados a comprar nuevas semillas a las trasnacionales en cada ciclo agrícola. La liberación en cualquier tipo de cultivo es la puerta de entrada para la introducción de genes suicidas en todos los cultivos del país, asegurando el monopolio de mercado a una media docena de empresas y comprometiendo seriamente la soberanía nacional.

Además la tecnología GURT está basada en una reacción en cadena, que se activa al echarle un agrotóxico. Por tanto, se podría cruzar con las semillas de vecinos e incluso mucho más allá y activarse posteriormente, produciendo un gran impacto económico para los productores y en la biodiversidad.

Justamente por estos y otros riesgos sobre la biodiversidad, por la violación que implican a los derechos de los campesinos y agricultores, es que Naciones Unidas estableció en el año 2000 una moratoria internacional contra su uso, tanto experimental, como comercial.

Si está Comisión aprueba su aplicación, Brasil no solo estará cambiando su ley nacional, con consecuencias inaceptables para los campesinos y la biodiversidad. Además estará violando unilateralmente un acuerdo internacional de Naciones Unidas, y abriendo la puerta para que otros países sean presionados por las empresas para aplicar esta tecnología.

Por tanto, compete a esta comisión rechazar este proyecto, porque atenta contra un acuerdo internacional firmado por Brasil en la comunidad internacional, pero que además es una amenaza a los campesinos y la seguridad alimentaria y la biodiversidad agrícola en el resto del mundo.

Firme aquí.

Diga não aos exterminadores de sementes!

Contra o Projeto de Lei 268/2007 no Brasil

Você sabia que o Brasil é o maior consumidor de agrotóxicos do mundo? Junte-se à nós nessa campanha por uma agricultura sem veneno! Assine a petição!
Você sabia que o Brasil é o maior consumidor de agrotóxicos do mundo? Junte-se à nós nessa campanha por uma agricultura sem veneno! Assine a petição!
Deputados(as) da Comissão de Constituição e Justiça
Venho manifestar repúdio ao conteúdo do Projeto de Lei n° 268/2007, de autoria do Deputado Eduardo Sciarra – PSD/PR, que permite a “flexibilização da proibição imposta pela Lei de Biossegurança e pela Convenção da Diversidade Biológica às tecnologias genéticas de restrição de uso GURTs, conhecida como Terminator. A proposta em discussão visa permitir o uso das tecnologias genéticas de restrição de uso em duas situações: a) quando a tecnologia for introduzida em plantas biorreatoras ou plantas que possam ser multiplicadas vegetativamente (ex.: cana, mandioca, batata); b) quando o uso da tecnologia comprovadamente constituir uma medida de biossegurança benéfica à realização da atividade (supostamente para evitar a contaminação de plantios orgânicos ou convencionais).Na prática esse tipo de tecnologia, se liberada, impedirá que os agricultores possam conservar e multiplicar suas sementes, por vezes mantidas durante gerações, obrigando-os a comprar novas sementes das grandes transnacionais a cada safra. A liberação em qualquer tipo de planta é a porta de entrada para a introdução do gene suicida em todos os cultivos do país, assegurando o monopólio do mercado a uma meia dúzia de empresas e comprometendo seriamente a soberania nacional. O uso como medida de biossegurança constitui uma enorme falácia e disfarça o verdadeiro interesse de garantir o controle das sementes pelas grandes corporações. A fragilidade desta argumentação reside em vários fatores, entre os quais se pode destacar pesquisas que comprovam falhas na tecnologia, pois não há garantia de que todas as sementes não venham a germinar, ou seja, a contaminação seria mantida. Mais perigoso, porém, é que esta suposta solução não evita a contaminação na primeira geração, fazendo com que agricultores percam suas sementes próprias pelo cruzamento com as sementes Terminator, acarretando em impactos sociais, econômicos e ambientais que podem ser irreversíveis.

Seus impactos são tão graves que desde do ano 2000 vigora uma Moratória Internacional aprovada pela Convenção de Biodiversidade, probindo sua utilização.

Não bastasse, o BRASIL ESTARÁ VIOLANDO UNILATERALMENTE UM ACORDO INTERNACIONAL AMPLAMENTE DISCUTIDO E VÁRIAS VEZES REAFIRMADO NO ÂMBITO DAS NAÇÕES UNIDAS, tornando nossa nação na porta de entrada destas tecnologias em escala global.
Portanto, demandamos à esta Comissão que REJEITE NA ÍNTEGRA e ARQUIVE o PL 268/07, por atentar contra um acordo internacional, do qual o Brasil é signatário e pela evidente ameaça que esta tecnologia representa à nossa agricultura, economia, biodiversidade e, fundamentalmente, à nossa soberania nacional.

Atenciosamente,
Assine aqui

Otro paso para Fortalecer la lucha por la Soberanía Alimentaria

Comunicación Vía Campesina

recorte%20web.jpgLuego de un proceso  de casi una década de discusión y construcción llegamos a la I Asamblea Continental de la Alianza por la Soberanía Alimentaria de los Pueblos de América Latina y el Caribe, instancia desde la que esperamos lograr mayor coordinación de luchas y acciones en torno a la construcción de la Soberanía Alimentaria como un eje estratégico, imprescindible para fortalecer el proceso de integración Latinoamericana con carácter popular, con Soberanía popular y democracias fortalecidas ante las arremetidas de las transnacionales y el imperio.

El contexto, requiere de máximos esfuerzos de articulación y unidad del campo popular, las crisis, sobre todo la crisis alimentaria y la ambiental están estrechamente ligadas al modelo de la agricultura Industrial y de los agronegocios.

Este modelo presenta las consecuencias de la ofensiva del capital financiero y las transnacionales en la agricultura que tuvo comienzo en la pos guerra con la Revolución Verde, pretexto para lograr que las transnacionales bélicas que fabricaron armamentos, maquinarias y químicos puedan obtener mercados en el mundo agrícola. Desde ese momento vemos el desenlace de diversos mecanismos  de destrucción de sistemas locales de producción de alimentos, de desplazamientos de millones de campesinos y campesinas, de mercantilización de la tierra, los bienes naturales y los alimentos. La globalización y la consecuente hegemonía del capital financiero aceleró este proceso, surgieron tecnologías funcionales a las transnacionales como las semillas transgénicas y resistentes a agrotóxicos. Por primera vez en la historia de la humanidad llegamos a tener mayor población urbana que rural, muchas ferias y mercados locales fueron reemplazados por hipermercados, y los comoditties subordinando territorios nacionales a las transnacionales, los alimentos cotizando en bolsa y sus precios en un aumento sostenido por la presión de los fondos especulativos. El mercado global de alimentos en manos de un puñado de corporaciones que dominan todos los eslabones de la misma.

En la cumbre mundial de la Alimentación de 1996 , la cifra de 800 millones de hambrientos resultó un escándalo, sin embargo, el lobby empresario, instaló la idea de que el problema era falta de tecnología, proponiendo multiplicar las acciones de promoción y desarrollo de la Agricultura Industrial y su paquete destructor.  En cuanto a la urgencia del hambre, esta tendencia de lucro por encima de la vida, propone alcanzar la Seguridad Alimentaria, es decir, terminar con el hambre por medio de donaciones caritativas de alimentos desde los países ricos a los subdesarrollados.

En ese momento, en la misma Cumbre se alzó la voz de La Vía Campesina Internacional.
En completo desacuerdo con estas “propuestas de la FAO”. Los pueblos tienen el derecho de producir sus propios alimentos, las campesinas y campesinos han alimentado a la humanidad durante 10 mil años, y aun hoy con tan solo 1/3 de la tierra, alimentamos al 75% de la población mundial, difícil que exista justicia y democracia en pueblos que no tienen autonomía alimentaria. Allí surgió la propuesta de la Soberanía Alimentaria, como respuesta a las evidentes mentiras del capital. La Soberanía Alimentaria, es un plateo político, que considera que los pueblos tienen derecho a producir y consumir sus propios alimentos. Para ello la tierra debe estar en función del bien común, es un bien social y son campesinos, campesinas, pueblos originarios, trabajadores quienes pueden garantizarlo.

La crisis ambiental, también está directamente relacionada al modelo agropecuario, casi el 50% de las emisiones de gases con efecto invernadero provienen de la cadena agroindustrial, por el enorme consumo de combustibles fósiles, agrotóxicos y fertilizantes, y plásticos para el packing. Por eso sostenemos que la Agricultura campesina Enfría en planeta.  Nos encontramos en un momento más que interesante en América Latina, con un proyecto de integración , de construcción de la patria grande, bajo principios antimperialistas, anticolonialista, con horizonte al socialismo,  que se enfrenta en una disputa sin cuartel con  proyecto del imperialismo yanqui, del capital reinando con su lógica egoísta  y donde todo tiene su precio.

En ese marco entendemos que la Soberanía Alimentaria es una piedra fundamental del proyecto popular. Y entonces la disputa de Agricultura campesina vs Agricultura Industrial – Agronegocios hace parte de las contradicciones fundamentales.

En el continente, se ha agudizado el acaparamiento de Tierras, los desalojos y asesinatos de dirigentes campesinos, indígenas, millones de hectáreas de bosques y selvas son destruidas, aguas contaminadas, pueblos enteros fumigados.  Empiezan a morir las abejas… y como dijera Albert Einstein, «Cuando se muera la última abeja, cuatro años después, desaparecerá la especie humana».

Según la FAO 1000 millones de hambrientos aproximadamente hay en el mundo hoy, sumando a 500 millones de obesos, esto se acompaña también según la FAO, con que más del 40% de los alimentos de la cadena agroalimentaria industrial se desperdician por descomposición.

La soberanía Alimentaria es una propuesta política, económica social y cultural, que solo puede ser alcanzada en el marco del avance del proyecto popular.

Así, esperamos que la Alianza por la Soberanía Alimentaria, permita darle mayor vitalidad a la confluencia de distintos procesos de articulación y lucha, Amigos de la Tierra, El Consejo de Tratados de Pueblos Indios, MAELA, COPROFAM, son algunas de las redes que forman parte de esta iniciativa junto a la CLOC Vía Campesina.

El año 2014 ha sido declarado el año mundial de la Agricultura Familiar, y será muy importante dar la lucha ideológica en cuanto a los conceptos y significancias. Para algunos agricultura familiar se refiere a agronegocios de pequeña escala y “dirigidos” por miembros de una familia. Para nosotros no, por eso insistimos con el término Campesino, que hace referencia a una forma de vida, que tiene una memoria histórica,  en la cual predomina el espíritu del bien común, el trabajo digno como un valor fundamental para el desarrollo de los pueblos, con una fuerte relación con los mercados locales y una práctica productiva basada en la armonía con la naturaleza. Sintiendo a la Tierra como nuestra madre, por eso los campesinos y campesinas vivimos en la tierra, trabajamos, producimos alimentos sanos y diversos,  hacemos nuestros hijos, festejamos y morimos en la tierra.

Por eso hablamos de una propuesta clara:  Agricultura campesina, con base agroecológica y hacia la Soberanía Alimentaria.

Claro que consideramos aliados a todas y todos aquellos que se identifican con este modelo pero lo denominan agricultura familiar, como con los pastores, los pescadores artesanales, los indígenas.

En estos últimos tiempos la FAO está cambiando el rumbo, muy a pesar de su burocracia, ya ha reconocido que para revertir el hambre es necesario fortalecer la agricultura familiar, aprobó en conjunto con el CSA las directrices de la Tierra, donde recomienda a los gobiernos a generar políticas de acceso a la tierra para agricultura familiar y campesina. Sin embargo, la gran mayoría de gobiernos progresistas continúan con políticas agrarias funcionales a la agricultura industrial, donde la tierra queda subordinada a los intereses transnacionales y de oligarquías locales.

Por eso otro objetivo de esta Alianza es promover cambios en las políticas agrarias para favorecer políticas publicas orientadas a la Soberanía Alimentaria, Reformas Agrarias Integrales, Créditos a los campesinos, educación y salud de calidad en el campo, fortaleciendo de mercados locales etc…, es decir lograr instalar en las agendas de UNASUR, CELAC y ALBA estas políticas, además de poder establecer más acciones  con organizaciones urbanas y de trabajadores.

Nace la Alianza por la Soberanía Alimentaria, para sembrar más esperanza, sembrar más luchas esperando  cosechar  conquistas populares y nuevos desafíos.

Diego Montón

Secretaría Operativa

CLOC -Vía Campesina

 

pesticidas verde plantação alimento latifúndio

Mc Donald’s e as meninas do Jô

por Alba Carvalho

No Programa do Jô, do dia 17/07, a Jornalista Lillian Witte Fibe ao afirmar que o Brasil está afugentando investidores, por baixar a tarifas elétricas por exemplo, citou o Vietnã, pra onde o MC Donald’s está “indo”.

A Lilian anda bem distante do ‘stability’ de tempos atrás, quando fazíamos dupla no JN – eu ‘reportava’ as matérias de economia, e ela fazia os comentários em cima da minha matéria. Era uma pessoa mais criteriosa e tinha os pezinhos mais assentados no chão. Ficar longe da mídia diária, não tem feito bem para ela…

Mc

Comentário do redator do blogue:

Já vai tarde

O Mc Donald’s e outros são comedores de royalties. E destroem nossos costumes. Criam uma dependência alimentar. Que é, também, uma dependência econômica.

As faculdades de Nutrição no Brasil precisam ser politizadas. O pão do índio era o milho. O milharal fazia parte da nossa agricultura familiar. Virou latifúndio. O Brasil planta milho para fabricar álcool lá, lá longe, nos Estados Unidos.

O fubá que o brasileiro compra é moído, empacotado e vendido por empresas estrangeiras. O Brasil desaprendeu tudo que o índio ensinou sobre o milho. Idem a mandioca.

Deixei de ver o Programa do Jô. Faz tempo. O gordo nunca entrevistou um ‘magro’: Um poeta. Um sem terra. Um sem teto. Um jornalista perseguido. O Jô nunca entrevistou um Jó. Ou Job.

Quero ver ele chamar um Mauri König, o mais premiado jornalista brasileiro da atualidade. Um romancista da grandeza e eternidade de um Moacir Japiassu.

Jô odeia os Jós. Jô vende, e bem vendido, os artistas, os jornalistas, os personagens da empresa em que trabalha.