
“Liberdade de empresa”
O jornalismo de mercado, em especial as Organizações Globo, durante toda a semana omitiu informações, fez o que de pior se pode fazer em matéria de jornalismo. A cobertura da TV Globo minimizou a importante luta e as manifestações, criminalizou o movimento grevista, esteve sempre ao lado da Prefeitura e de um sindicado pelego que não responde ao conjunto das reivindicações dos trabalhadores. Chegou a dizer que haviam partidos políticos por trás da greve, assim como no caso das manifestações populares e na morte do cinegrafista da Band.
As jornadas de junho evidenciaram para as camadas mais pobres da sociedade que precisamos de outra imprensa, de jornalismo crítico, que possa expor e debater todas as mazelas do sistema. A cobertura da greve feita pela mídia corporativa reforçou a evidência e o caráter venal do TV Globo e similares. O Blog Tribuna da Imprensa online e a imprensa alternativa, cumpriram um papel relevante, reportar e informar os fatos reais. O descrédito, cada vez maior, é a marca do jornalismo de mercado que só pensa na “liberdade de empresa”.
Formação politica de rua e mídias-redes! A mídia de mobilização nas redes impulsionou a onda laranja para além das ruas e dos guetos. Depois de uma semana de desqualificação, suspeitas e dissuasão do movimento dos garis, pela mídia corporativa, o Jornal Nacional deu “uma linha” seca e rápida sobre o fim vitorioso da greve, sem qualquer imagem de celebração!
Nas redes sociais, as imagens dos garis postadas pelos midialivristas ou mídiativistas inundaram as timelines. A transmissão ao vivo pela Midia Ninja mostrou o movimento desde o primeiro ato e fez circular fotos lindíssimas. Imagens que produzem comoção. O “ao vivo” nas redes traz a experiência de “estar na rua” e é hoje uma ferramenta decisiva para os movimentos populares.
Muitos garis compartilharam suas imagens pelos celulares. A linguagem usada nas ruas de um carnaval-politico, com marchinhas criticas, a linguagem do humor e dos memes nas redes, e a própria estratégia dos garis de deixar o lixo acumular, apodrecer, feder e incomodar até o limite, são formas complementares e táticas de pressão e visibilidade.
Essa greve foi uma aula de ativismo e de comunicação com a cidade. Essa vitória foi mais que especial, apesar de parcial, ainda não atende as necessidades básicas para a subsistência, mas vermos os garis nas ruas, não varrendo, mas lutando e conquistando seus objetivos foi uma imensa satisfação.
