“En las favelas estamos organizados para parar la privatización del espacio”

Ali Sargent

Niños jugando a fútbol en una de las favelas de Rio de Janeiro
Niños jugando a fútbol en una de las favelas de Rio de Janeiro

 

Julio Condaque | Miembro del Movimento Luta Popular en Rio de Janeiro.

¿Cuál es la historia del Movimento Luta Popular?

Hay una falta grande de vivienda en Brasil. En los años 70 y 80 movimientos populares lucharon solamente por la vivienda, pero nosotros tenemos varios enfoques. Comenzamos en los 90 no solamente con las ocupaciones, sino que también empezamos a articular un movimiento en que pudiéramos estar juntos con la clase obrera en sus manifestaciones culturales. Por eso, el Movimento Luta Popular (MLP) se organiza dentro de las comunidades, las favelas. Muchos son trabajadores fluctuantes; vienen del norte y nordeste y trabajan en la construcción civil. Después se quedan en paro y muchas veces se quedan en las favelas. Nuestra política se concentra en áreas como salud, luz y agua que el estado no gestiona en las comunidades. La infraestructura de las ciudades está cada vez más elitizada y todo se centra en el mercado.

¿Cuál es la experiencia del MLP en relación a la Copa del Mundo?

Rio de Janeiro es la punta de lanza en el proceso de la Copa. Hay un política de “embellecimiento” de la ciudad; el diseño de la ciudad está cambiando, pero solamente para la Copa. No tiene nada que ver con que la población tenga derecho a la vivienda que necesita. De hecho trasladan a la población del centro de la ciudad a la periferia.

En Rio no hay dialogo entre gobierno y movimientos sociales. Solo existen formas de lucha directa para evitar desahucios –el MLP es parte de estas luchas y fue así como evitamos algunos desahucios. Ellos inventan varias excusas; como por ejemplo que es una “área no ecológica”, pero no ofrecen nada para compensar a las comunidades. El mensaje es: te vas o vamos a echarte por la fuerza. A través de programas como Minha Casa, Minha Vida (Mi Casa, Mi Vida) los movimientos sociales se organizan para intentar parar este proceso violento de privatización del espacio.

¿Cómo se lleva a cabo esa represión en las favelas?

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En las favelas se ha desarrollado una forma de control militar. En Rio de Janeiro por ejemplo tenemos 32 Unidades de Policía Pacificadora (UPP) y va creciendo. El proyecto original era colocar centros de la UPP dentro de las favelas controladas por el narcotráfico y después construir servicios públicos. Pero no ocurrió eso. Ahora llega más dinero pero es para la seguridad de la Copa y que podrían haber usado de otra manera. Las UPPs construyeron una guerra interna dentro las comunidades, acelerando los conflictos con el narcotráfico. La población se ha queda en medio y hoy en día hay un aumento de homicidios que son verdaderamente números de exterminio, de genocidio.

Ahora se han dado un serie de casos bárbaros vinculados a las UPP. El caso de Amarildo, que fue torturado y asesinado por las UPP. O el de Claudia, una mujer negra, trabajadora y muy pobre, que fue disparada por las UPP y después tirada desde el coche militar. Fue arrastrada por la calle todavía viva hasta que murió. El MLP apoyamos a su familia para luchar para que se haga justicia.
De hecho, el laboratorio del proyecto de las UPP tiene como telón de fondo la ocupación militar brasileña de Haití, que es usado como el lugar para fortalecer a las fuerzas armas brasileras. En Brasil no necesitamos más programas para que se lleven el dinero del país a mercados internacionales. Y es lo que hace la FIFA a cambio de la sobreexplotacion del pueblo pobre y negro.

 

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Florianópolis. Por tras de cada incêndio sempre existe um Nero
Florianópolis. Por tras de cada incêndio sempre existe um Nero
Santos
Santos

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A EXECUÇÃO DO BAILARINO DOUGLAS RAFAEL DA SILVA PEREIRA, POR UMA POLÍCIA DESPREPARADA, “COM LICENÇA PARA MATAR”

por George Sanguinetti

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Acostumada com a farsa, a primeira versão da Polícia Civil foi “que a vítima, segundo boletim médico feito no local, indica que os ferimentos de Douglas são compatíveis com morte ocasionada por queda”.

Desconheço boletim médico elaborado na ocasião em que corpos são encontrados. Creio que é uma criação da Polícia, para ocultar a violência cotidiana.

Não existe boletim médico de local. Só com o corpo no IML, se esclarece a causa da morte.

Quando no IML, foi encontrado ferimento por arma de fogo, na região lombar, cujo projétil, transfixou, saindo pelo ombro, após produzir laceração no pulmão e hemorragia interna.

Fica claro que o tiro foi deflagrado, com a vítima de costas, desarmada, sem condição de oferecer qualquer resistência ou perigo aos policiais.

O tiro, disparado pelas costas, fez com que o projétil tivesse um trajeto (percurso no interior do corpo) de traz para a frente, de baixo para cima, assim foi feita a bárbara execução, sem nenhuma possibilidade de defesa. Jamais resultou de troca de tiros entre policiais e traficantes. E o PAF, ou seja, a perfuração por arma de fogo, é compatível com disparo de pistola ponto 40. Quando este dado técnico foi divulgado, o esforçado pacificador Dr. Beltrame, Secretário de Defesa Social, apressou-se em desmentir o comunicado oficial, inicial da Polícia Civil, que a morte resultou de queda.

Segundo depoimento de amigo, teria sido confundido com traficante e espancado até a morte, por policiais da Unidade de Polícia Pacificadora. A mãe, senhora Maria de Fátima da Silva, observou no corpo do filho, marcas de chutes, sinais de espancamento e que estava em posição de defesa. Se, presente o descrito, mais selvagem a execução, pois precedida de tortura e depois executada com tiro pelas costas.

Em protesto, na noite de terça-feira, dia do sepultamento de Douglas, foi assassinado com tiro no rosto, seu amigo Edilson da Silva Santos. Por que a Polícia para conter o protesto não utilizou bala de borracha, gás, etc? Por que munição letal?

DG enterro 1

DG enterro

DG manifestação

A Polícia age com a população como nos filmes de James Bond, “agentes com licença para matar”.

Isto foi ensinado durante a formação do policial? Ou é autorização dos superiores, para pacificar regiões mais pobres da cidade?

As Polícias têm que ser policiadas. Quantas e quantas vítimas “dos que tem licença para matar”!

Eis um trabalho para as Forças Singulares: Comandar, como já ocorreu, as Polícias, fazendo-as retornar aos limites da lei. Não há pena de morte no Brasil. E os sacrificados, geralmente são inocentes.

 

 

 

Foto prova que DG foi executado pela polícia do Rio de Janeiro

Laudo mentiroso da Polícia Civil informou que as lesões no corpo do dançarino eram ‘compatíveis com a queda de um muro’

Antes da execução, um policial berrou: “Quem? O DG do Esquenta? Eu sei em que esquenta ele trabalha. Ele também é bandido”

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Uma foto divulgada pelo jornal Extra nesta sexta-feira (25) confronta a versão dada pela polícia de que não era possível saber que o dançarino Douglas Rafael da Silva Pereira, o DG, do programa Esquenta, havia sido baleado.

Na imagem, é possível identificar a perfuração da bala que entrou pelas costas e saiu pelo braço direito do dançarino. DG morreu depois de ter o pulmão perfurado pela bala. Laudo da Polícia Civil informou que as lesões no corpo do dançarino eram ‘compatíveis com a queda de um muro’.

 

A visívil e incofundível marca de bala
A visível e inconfundível marca de bala

Até quando a polícia vai continuar com suas versões furadas e com os laudos risíveis para esconder assassinos?

Esses procedimentos criminosos devia ser punidos pela justiça sempre tarda e falha.

Publica o Correio da Bahia: Em entrevista divulgada pelo Jornal Nacional, o delegado Gilberto Ribeiro, da 13ª DP (Ipanema), explicou que o perito disse que não havia perfuração no corpo do dançarino.

“Foi um comentário que o perito fez no local para os nosso policiais, que não teria encontrado. Mas quando a pessoa está machucada e existem crostas de sangue, é difícil para um perito que não vai lavar o corpo identificar um orifício de entrada ou de saída. Isso não necessariamente é uma falha da perícia, é uma contingência da situação”, disse o delegado.

Segundo a Coordenadoria de Polícia Pacificadora (CPP), os policiais não sabiam que o rapaz havia sido morto e só descobriram o corpo depois, junto com peritos da Polícia Civil. Um procedimento apuratório foi aberto pela CPP. [Ninguém acredita em “procedimento apuratório” da polícia]

 

Enterro de dançarino termina em protesto contra polícia

 

Revolta do povo no enterro
Revolta do povo no enterro

A mãe do dançarino, Maria de Fátima da Silva, afirmou, ontem, que seu filho “ia virar outro Amarildo” se os moradores não tivessem interferido na hora em que PMs estavam na creche em que o corpo foi encontrado.

Durante o velório, a mãe do dançarino afirmou que vai recorrer à ONG Anistia Internacional para “levantar a bandeira dos direitos humanos no Brasil e pedir justiça por meu filho”. Ainda no velório, o bombeiro civil e funkeiro Paulo Henrique dos Santos afirmou que estava com o dançarino em uma festa na comunidade na noite do último sábado quando, por volta das 4h, uma guarnição da PM lotada na UPP local fez ameaças a ele e ao dançarino.

“Eles chegaram e nos chamaram de bandidos, afirmando que a gente só vivia no meio de bandidos. Acontece que, por sermos famosos, as pessoas da comunidade se aproximam sempre que estamos aqui”, disse Santos, aumentando a crença de um crime premeditado.

No entanto, o delegado Gilberto Ribeiro, responsável pelas investigações sobre a morte de DG, disse, ontem, que nas análises da perícia feitas até o momento não há indícios de espancamento, e que o rapaz pode ter sofrido escoriações durante queda de uma laje.

 

Mãe de dançarino do ‘Esquenta’ afirma que moradora viu morte de filho

A mãe do dançarino Douglas Rafael da Silva Pereira, de 26 anos, Maria de Fátima da Silva, de 56, afirmou que uma moradora do morro assistiu o momento da morte de DG.

Maria de Fátima tenta convencer a mulher a prestar depoimento na 13ª Delegacia de Polícia (Ipanema). “Ela assistiu a toda a tortura, me falou como foi (a morte). Ele levou o tiro e terminou de ser morto na creche. Meu filho foi assassinado com requintes de crueldade”, disse.

Moradores contaram que o dançarino, que não mora no morro, decidiu ir embora de uma festa após ouvir tiros. A favela estava sem luz. Amigos teriam pedido que Douglas seguisse um caminho alternativo e ele teria respondido que seguiria pela via principal porque “era um trabalhador e tinha o direito de ir e vir”. No caminho, Douglas foi atingido por uma bala nas costas que atravessou o pulmão e saiu pelo ombro direito.

De acordo com relatos de moradores para Maria de Fátima, policiais civis e militares foram até a creche na manhã de terça porque “pretendiam sumir com o corpo do meu filho”. Os moradores desconfiaram da movimentação na creche durante o feriado prolongado e foram ao local.

Ao perceberem que o corpo era de Douglas, começaram a protestar para que ele não fosse retirado do local. “Se passaram muitas horas desde que ele morreu. O local foi mexido. O corpo do meu filho estava molhado e não tinha chovido naquele dia. Eu não sou leiga.”

Maria de Fátima afirmou que haverá duas manifestações pacíficas contra a morte de Douglas: uma de mulheres vestidas de branco e outra de mototaxistas que trabalharam com DG no Pavão-Pavãozinho e no morro Dona Marta.

 

Amigo de dançarino morto no Rio diz que eles sofreram ameaças de PMs

O artista e bombeiro civil Paulo Henrique dos Santos, de 37 anos, amigo de Douglas, foi nesta quinta-feira (24) à delegacia para denunciar que os dois sofreram ameaças de policiais da Unidade de Polícia Pacificadora (UPP) Pavão-Pavãozinho, na zona sul da capital fluminense, no sábado de madrugada (19).

A informação sobre a ida à delegacia é do advogado da Comissão de Direitos Humanos da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) Rodrigo Mondego, que acompanha o caso. Santos informou mais cedo que foi abordado por policiais que o chamaram de bandido.

“Uma guarnição da UPP Pavão-Pavãozinho composta de nove militares chegou para mim e ficou falando que eu era bandido, que eu era vagabundo, que vivia no meio de um monte de marginal”, relatou o artista, que disse morar na comunidade há 37 anos.

O bombeiro civil contou que, no momento da ameaça, eles estavam acompanhados por integrantes do Bonde da Madrugada, grupo em que DG dançava. “Eu falei pra ele [policial]: ‘Ali na frente onde eu estava, onde o senhor está falando que tem um monte de bandidos, de traficante, tem pessoas do bem, inclusive pessoas do Bonde da Madrugada, da [apresentadora] Regina Casé, do [programa da TV Globo] Esquenta’.”

Santos relatou que disse ao policial que ele e DG gravariam um clipe. “Ele falou: ‘Quem? O DG do Esquenta? Eu sei em que esquenta ele trabalha. Ele também é bandido’.”

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Enterro com passeata e muita repressão
A comoção provocada pelo enterro do dançarino Douglas Rafael da Silva Pereira, o DG, deu lugar à revolta provocada por testemunhos que indicam que o dançarino foi assassinado por policiais.

Um grupo de pessoas que participaram da cerimônia realizaram, na tarde de ontem, uma passeata fechando ruas na região de Copacabana. Houve um princípio de tumulto por volta das 16h30, quando policiais militares do Batalhão de Choque usaram bombas de gás lacrimogêneo e de efeito moral contra os manifestantes.

 

Policiais chamaram DG de bandido na frente de músicos e bailarinos
Policiais chamaram DG de bandido na frente de músicos e bailarinos

O assassinato de DG revolta o carioca

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Reproduções das capas do Extra, O Dia e O Globo. Escreveu o deputado Garotinho: “Copacabana viveu momentos de terror e guerra. Ainda tem muita coisa obscura, mas o fato é que mais uma vez a Zona Sul fica refém da violência. Aliás, a propaganda enganosa da pacificação cria situações absurdas. Um grupo de franceses chegou para se hospedar num albergue no Pavão-Pavãozinho porque ouviu falar que era um lugar completamente tranquilo e barato. Devem ter entrado em pânico com o tiroteio e a guerra que se seguiu”.

Não entraram em pânico. Parece que Garotinho desconhece o chamado turismo de favela, ou turismo da miséria, ou o turismo sádico, chamado de slumming. O desejo dos turistas era ver sangue derramado. Como faziam os antigos romanos nas arenas de gladiadores. Como se faz hoje nos ringues de boxe, nas pistas de corridas de carro.

O deputado Chico Alencar foi mais realista:

PELO MENOS DUAS MORTES E MUITA REVOLTA NO PAVÃO-PAVÃOZINHO

As informações são chocantes: Douglas Rafael da Silva Pereira, o DG, de 25 anos, dançarino do programa ‘Esquenta’, da TV Globo, foi encontrado morto na Creche Escola Lar de Pierina, na comunidade Pavão-Pavãozinho, na zona sul do Rio.

O corpo foi encontrado cheio de escoriações. A Secretaria de Segurança, pelo twitter, disse que um laudo da polícia civil teria apontado para morte por queda. Em pelo menos uma matéria na internet, há a informação de que Douglas estaria fugindo de um tiroteio quando caiu de uma grande altura.

Há outra versão, no entanto. Douglas teria sido confundido com um traficante, torturado e morto por policiais da UPP. É a versão de moradores e de parentes do rapaz:

– O corpo dele estava cheio de marcas de botas. As costas todas arranhadas, e as paredes da creche, que são de chapisco, ensanguentadas. A UPP não protege ninguém. A gente vive num regime de arbitrariedade. A gente quer que quem fez isso com meu filho seja punido. O corpo só foi aparecer hoje porque descobriram que mataram um trabalhador — disse a mãe de Douglas, Maria de Fátima, ao jornal O Globo.

protesto DG

No fim da tarde, moradores fecharam ruas na região de Copacabana e Ipanema. Houve confronto com policiais e tiros foram ouvidos. Na foto, um morador reage enquanto é detido por policiais.

Agora à noite, A NOTÍCIA DE QUE MAIS DUAS PESSOAS TERIAM SIDO MORTAS, ambas com TIROS NA CABEÇA.

Uma das mortes já foi confirmada: um homem de cerca de 30 anos, ainda não identificado, que já chegou morto ao Hospital Miguel Couto.

Moradores afirmam que um garoto de 12 anos chamado Matheus também teria sido baleado na cabeça quando descia o morro com os braços erguidos.

— Os policiais correram em direção ao rapaz. Pegaram o menino e o colocaram num carro da PM que saiu em disparada. Mas acho que o garoto já estava morto. Todo mundo viu o jeito como ele caiu — afirmou o cozinheiro Antonio Mauro Nunes de Souza, de 25 anos, para o jornal O Globo.

É mais um caso grave que acontece em áreas de UPP e que envolve policiais militares. É muito importante que todos os organismos de fiscalização e controle se façam presentes. Fundamental seguirmos atentos aos acontecimentos e ao esclarecimento dessas informações.

DG encenou a própria morte em 2013. A polícia transformou o filmete em realidade. Cena mil vezes repetida nas ruas do Rio de Janeiro
DG encenou a própria morte em 2013. A polícia transformou o filmete em realidade. Cena mil vezes repetida nas ruas do Rio de Janeiro

 

As últimas mensagens de DJ pediam paz nas favelas e denunciavam inimigos

Residente no Pavão-Pavãozinho, Douglas Rafael da Silva Pereira, conhecido como DG, de 26 anos, realizou vários filmetes mostrando a vida nas favelas, e pedindo paz, e denunciando a violência policial.

Suas duas últimas mensagens no Facebook:

1

“Em nome da Paz na Vila Kennedy esse show!!!
Paz e Amor em todas as favelas e morros do Rio de Janeiro !
#chegadeviolência

 

2

Colocou esta foto com a legenda:

DG face

“Desejo a todos inimigos vida longaa!!!!”

 

Quais os inimigos referenciados por DG? Mensagens de paz para os morros incomodam a polícia civil, incomodam, incomodam a polícia militar.

Favelados não suportam mais a ditadura dos coronéis da Polícia Militar. Protesto contra a morte de DG no Rio de Janeiro

dgbondedamadrugada

 

Todo protesto nas favelas a polícia e a imprensa lardeavam que era patrocinado por traficantes. Que o povo não é capaz de se manifestar por conta própria, não tem livre pensamento, não tem vontade própria, não é capaz de extravasar sua indignação, acostumado a sofrer calado, resignado  e covardemente, acossado pela legenda de medo criada por milicianos e as polícias civil e fardada.

 

PROTESTO VIOLENTO
O início da noite de terça-feira foi marcado por um protesto em Copacabana, na Zona Sul do Rio, contra a morte de DG. Uma foto, também conseguida com exclusividade pelo Jornal da Globo, mostra o jovem morto, no chão, em um vão de escadas, nos fundos de uma creche. É possível ver sangue no chão. Durante a manifestação, Edilson da Silva dos Santos, de 27 anos, levou um tiro na cabeça e morreu.

Foi uma noite de muita tensão, com tiros, barricadas com fogo e ruas de Copacabana bloqueadas. O tumulto se estendeu por duas das principais vias do bairro, e o comércio fechou as portas. A Avenida Nossa Senhora de Copacabana, uma das principais da região, foi fechada antes das 18h. O Batalhão de Choque se posicionou bem perto da entrada da comunidade Pavão-Pavãozinho, onde está situada uma Unidade de Polícia Pacificadora (UPP). Uma multidão se concentrou no acesso ao morro. A cada movimentação da polícia, havia revolta da população.

 

DG ERA FUNCIONÁRIO DA GLOBO

 

A Globo não podia ficar calada diante da morte de um funcionário. Mas seu noticiário traz os realeses da polícia:

1. a farsa do laudo da morte por queda;

2.  de que traficantes tentaram impedir que a polícia realizasse a perícia, e lideram os moradores do Pavão-Pavãozinho nas ruas de Copacabana, com a finalidade de promover o caos.

Nada é mais brutal que o assassinato de uma pessoa. Nada mais cruel que o espancamento de uma pessoa. Principalmente quando o linchamento e a tortura são praticadas pela polícia.

Leia o noticiário tendencioso da Globo. E veja os vídeos.

 

 

 

 

 

“A UPP é uma farsa, uma mentira”, disse mãe de dançarino da Globo torturado e morto pela polícia

Douglas Rafael da Silva Pereira, DG
Douglas Rafael da Silva Pereira, DG, residia no Morro Pavão, Pavãozinho. Moradores acusam policiais militares de o terem espancado por achar que ele era traficante.
O cadáver de DJ jogado nos fundos de uma creche
O cadáver de DG jogado nos fundos de uma
creche

A mãe de Douglas Rafael da Silva Pereira, 26, o dançarino “DG” do programa “Esquenta” da TV Globo, encontrado morto na terça-feira (22) em uma escola municipal no morro Pavão-Pavãozinho, em Copacabana, na zona sul do Rio de Janeiro, afirmou na manhã desta quarta-feira (23) que tem certeza de que ele foi torturado por policiais militares da UPP (Unidade de Polícia Pacificadora) instalada na comunidade e declarou que vai processar o Estado pela morte do filho.

“A UPP é uma farsa, uma mentira”, disse a enfermeira Maria de Fátima Silva, 56, enquanto esperava para prestar depoimento na 13ª DP (Copacabana). Maria de Fátima chegou à delegacia às 10h45 levando um documento obtido no IML (Instituto Médico Legal) na noite de terça, que aponta uma “hemorragia interna decorrente de laceração pulmonar decorrente de ferimento transfixante do tórax” como causa da morte. De acordo com o documento, Douglas foi vítima de uma “ação pérfuro-contundente”.

“Ele não morreu de queda, como disse a polícia. Foi alguma coisa pontiaguda. Eu fiquei com o corpo do meu filho até as 3h30 da madrugada e vi que ele tem um afundamento no crânio, um corte no supercílio e está com o nariz roxo. Eu acredito que mataram ele. Tenho certeza que ele foi torturado pelos policiais da UPP”, disse a enfermeira. De acordo com Maria de Fátima, a ex-namorada de Douglas, com quem ele teve uma filha, que tem 4 anos, viu o corpo do dançarino ainda na escola. “Ela contou que ele estava em posição de defesa. Tiraram fotos do local e tinha marcas de sangue na parede”, relatou. (Gustavo Maia/ UOL)

DOUGLAS FOI BALEADO!

E surge uma nova informação: Douglas Rafael da Silva, o DG, dançarino do programa ‘Esquenta’, foi sim baleado. O tiro entrou pelas costas.

Ontem, a Secretaria de Segurança do governo do estado, diante dos relatos de que Douglas teria sido morto por policiais, se apressou em dizer através de seu twitter que havia um laudo da Policia Civil que apontava para morte causada por queda.

TRISTE PROFECIA?

O rapaz bonito e bem humorado que protagoniza este curta-metragem se chama Douglas, mais conhecido como DG. Ele era dançarino do programa ‘Esquenta’ e foi encontrado morto ontem no Pavão-Pavãozinho, a mesma favela que serve de cenário para o filme. No vídeo, DG interpreta a si mesmo.

O desfecho do curta é trágico. Assista. (Deputado Chico Alencar)