
O entreguismo do governo de Dilma Rousseff é impressionante. O Brasil se transforma em colônia internacional. Os jornalões e as revistas de papel cuchê aprovam a política econômica brasileira, e a imprensa dos países do clube atômico reclama de boca cheia. Pede mais privatizações. Mais desnacionalizações de empresas, de indústrias, das riquezas naturais e dos serviços essenciais. O Brasil virou o país das montadoras e oficinas. Dos pedágios. Das concessões das Anas que abrem as pernas para os piratas internacionais.

Acabou-se o nacionalismo, o patriotismo.
Escreve Carlos Lopes:
2004 – 69 empresas desnacionalizadas;
2005 – 89 empresas desnacionalizadas;
2006 – 115 empresas desnacionalizadas;
2007 – 143 empresas desnacionalizadas;
2008 – 110 empresas desnacionalizadas;
2009 – 91 empresas desnacionalizadas;
2010 – 175 empresas desnacionalizadas;
2011 – 208 empresas desnacionalizadas;
2012 – 296 empresas desnacionalizadas.
Ao todo, desde 2004, foram 1.296 empresas nacionais que passaram para controle estrangeiro, com as conhecidas e inevitáveis consequências da desnacionalização:
1) Aumento brutal das remessas de lucros para fora do país: as remessas totais, cuja maior parte é constituída pelos ganhos, no Brasil, das filiais de multinacionais que são enviados às suas matrizes, passaram de US$ 25,198 bilhões (2004) para US$ 85,271 bilhões (2011), um aumento de 238,40% (o total de 2012 ainda não foi divulgado pelo Banco Central).
Se consideradas apenas as remessas para o exterior declaradas oficialmente como “lucros e dividendos”, o valor em dólares mais do que quintuplicou (foi multiplicado por 5,5) no mesmo período.
Ao todo, de 2004 a 2011, pari passu com a desnacionalização de 1.296 empresas brasileiras, esse aumento vertiginoso nas remessas para o exterior significou o envio para fora do Brasil do equivalente a 152,84% do saldo comercial que o país obteve no mesmo período. Exatamente, as remessas totais para o exterior montaram a US$ 404,878 bilhões, enquanto o saldo comercial atingiu US$ 264,911 bilhões.
2) Simultaneamente a essa hemorragia de remessas para o exterior, houve um aumento tão brutal, ou mais, das importações. De 2004 a 2011, as importações aumentaram, em valor, 260%: de US$ 62,835 bilhões (2004) para US$ 226,233 bilhões (2011).
As filiais de multinacionais são, sobretudo, empresas importadoras de bens intermediários – ou seja, de componentes para a montagem de produtos finais. Mas essa é a melhor das hipóteses: a outra, que está se tornando rotina, é quando elas passam a importar o próprio produto final, transformando a empresa desnacionalizada em mero balcão de vendas. O fato é que quanto maior a desnacionalização, maior o aumento das importações.
A consequência é a desindustrialização do país, com a indústria nacional atacada em seu maior setor – o de bens intermediários – pelas importações, o que se estende rapidamente às importações de bens de produção.
3) Não menos importante, até mais, é a estagnação da economia que essa desnacionalização e desindustrialização, inevitavelmente, implica. Leia mais. Clique aqui.