As lágrimas amargas do FMI

Por Francisco Louçã
Público/ Portugal

Lágrimas amargas ou, alguém diria lágrimas de crocodilo, parece ser tudo o que o FMI tem hoje para oferecer. Durante anos, a instituição foi um pilar dos “programas de ajustamento” que, testados em África e na América Latina, conduziram sempre a um mesmo resultado, transferência de rendimento para o topo da escala, destruição da pequena agricultura e urbanização, privatizações e especialização de cada economia no sector exportador, com consequências sociais devastadoras no empobrecimento e desemprego para parte importante da população. Mais recentemente, esta competência técnica foi usada para desenhar os programas para a Grécia, Irlanda e Portugal, e o resultado foi do mesmo tipo, recessão e destruição. Mas nem num caso nem noutro, no “Terceiro Mundo” ou na Europa, nunca os dirigentes do FMI mostraram alguma vulnerabilidade em relação aos efeitos da sua política. Até aos dias de hoje.

O problema para o FMI é que o efeito destas estratégias sobre o conjunto da economia foi totalmente insatisfatório. Não só as desempregadas e os desempregados perderam (por razões óbvias), como perdeu quem está a trabalhar (redução de salários e precarização dos contratos) ou na reforma (redução das pensões), todos afectados ainda por aumentos de impostos. E a economia perdeu capacidade de expansão, ou seja, o processo de acumulação ficou prejudicado. Pior ainda, há escassas alternativas de política económica que possam compensar uma nova crise financeira ou uma nova recessão, porque os juros estão próximos de zero. Enfim, um colossal fracasso.

Alguns dos dirigentes do FMI parecem por isso ter percebido agora o buraco em que se meteram (e, pior, o que cavaram para as suas vítimas), e choram lágrimas amargas.

O FMI sugere uma solução: aumentar o investimento em infraestruturas, sobretudo o investimento público, ou seja, expandir os orçamentos( “Is it time for an infrastructure push? The macroeconomic effects of public investment“, FMI, World Economic Outlook, capítulo 3, outubro 2014). Por outras palavras, fazer exactamente o contrário do que tem vindo a propor ou a impor aos vários países.

Será suficiente? Depende. William White, da OCDE, avisa que a próxima crise pode ser pior do que a de 2007 (podemos ter bacarrotas “épicas”, diz ele, em “World faces wave of epic debt defaults“). Talvez tudo resulte de ter sido fácil demais: lucros exagerados, sugere o The Economist, e especulação sem freio.

Era exactamente o que o FMI preconizava: libertem os capitais de regulamentos e restrições, soltem o monstro e teremos prosperidade. O resultado é o que está à vista e o FMI assusta-se com a sua criatura. Transcrevi trechos

 


Nota do editor deste blogue: As receitas amargas do FMI são promessas do possível governo Michel Temer para o Brasil. Que retrocesso (T.A)

A espionagem do SPC escancara a crueldade do capitalismo selvagem

Dois milhões de pessoas entram em lista de ‘nome sujo’ em 2015, diz SPC
Jorge Braga
Jorge Braga

* Número de brasileiros com dívidas em atraso subiu 4,63% em cinco meses.

* Dívidas das festas de fim de ano e início de 2015 têm o maior crescimento.

O SPC é um serviço elitista e cruel e safado e desumano de espionagem dos pobres. Sua existência define que no Brasil impera o regime do capitalismo selvagem. Um sistema de castas.

Nesta lista suja não está nenhum político de fixa suja, nenhum togado corrupto, ninguém das máfias dos fiscais, nenhum traficante de moedas – os sonegadores, nenhuma empreiteira de obras inacabadas, super superfaturadas, e de serviços fantasmas.

Óbvio que nenhum governante que desviou verbas públicas e comeu propinas.

O SPC, que quebra os sigilos bancários e fiscais dos miseráveis, dos trabalhadores que recebem o salário mínimo, e da classe média baixa, mostra que o brasileiro cada vez fica mais pobre e o rico cada vez mais rico. E que tudo vai piorar com a terceirização.

Cristian Topan
Cristian Topan

Revela G1/ Globo:

Brasileiro não paga contas básicas
A abertura do indicador de dívidas em atraso por setor revela que o brasileiro tem enfrentado dificuldades para fazer o pagamento, até mesmo, de contas básicas. O maior avanço no número de dívidas foi causado pelos atrasos cujos credores são as empresas concessionárias de serviços como água e luz, com alta de 13,31% na base anual de comparação.

.
Em segundo lugar, destaca-se o crescimento de 12,02% das dívidas cujos credores são do segmento de telefonia, internet e TV por assinatura, seguido por bancos, que engloba dívidas no cartão de crédito, empréstimos, financiamentos e seguros, com alta de 10,10%.

.
Com relação aos bancos, a inadimplência neste segmento tem acelerado – em janeiro, as dívidas em atraso com o setor cresciam somente 2,39%. Além disso, ainda que o crescimento das dívidas de contas de água e luz seja o principal destaque de maio, o ramo de bancos é o principal credor com participação de quase metade (48,56%) no total de dívidas em atraso, seguido do comércio, com 19,85%, que no último mês caiu 0,29% na base anual de comparação.

nunca tantos deveram tanto a uns poucos dívida

.
Dívidas em atraso são concentradas nas faixas de 30 a 49 anos
Os adultos com idade entre 30 e 39 anos são os que detém a maior parte das dívidas atrasadas no país (29,15%). Já o crescimento de dívidas atrasadas foi maior entre os consumidores mais velhos: alta anual de 10,18% entre brasileiros com idade de 85 a 94 anos e alta de 9,10% para consumidores da faixa de 65 a 84 anos.

Os empregos no Brasil são provisórios, temporários. ninguém demora mais de 2 a 4 anos em uma mesma empresa. O brasileiro vive batendo calçada, como qualquer prostituta de rua, procurando trabalho, algum bico, o pão nosso de cada dia.

É difícil arranjar emprego depois dos 40 anos, e o senador José Serra pretende que a aposentadoria passe dos 70 para os 75 anos.

terceir emprego

Rumo à Greve Geral. Contra a Terceirização, as MPs 664 e 665 e o ajuste fiscal. Contra o retorno da ditadura

BRA^PE_JDC Recife terceirização

Jornal inimigo dos trabalhadores considera transtorno a luta contra a terceirização
Jornal inimigo dos trabalhadores considera transtorno a luta contra a terceirização
Protesto em Maringá. Polícia de Alckmin manda bala contra os trabalhadores em SP
Protesto em Maringá. Polícia de Alckmin manda bala contra os trabalhadores em SP
Paralização em defesa dos direitos e da democracia

Os deputados aprovaram o PL 4330. Você sabe o que isso significa para nós trabalhadores? Seremos demitidos. Estão rasgando a CLT. Trabalhadores diretos serão demitidos para as empresas contratarem terceirizados em seu lugar, sem direitos, com salário menor e maior carga de trabalho. Os terceirizados serão substituídos por quarteirizados em situação ainda pior. Quais as consequências? Fim do 13º, das férias remuneradas, do FGTS, do Seguro-Desemprego da estabilidade para os servidores públicos, aumento da rotatividade no emprego e das demissões.

Mesmo você que hoje é terceirizado, com o rebaixamento geral de salários e direitos, também será prejudicado. Para lutar contra essa tragédia, nós, trabalhadores do Brasil, estamos parando neste dia 29. Se você é assalariado, participe dessa luta, cruze os braços, para que as conquistas históricas de nossos direitos sejam respeitadas por gente como o deputado Eduardo Cunha.

Contra o Ajuste Fiscal, por Direitos: Continuaremos a pressão contra a aprovação do PL 4330 (agora no Senado com PLC 30), que retira direitos de todos os trabalhadores ao permitir a terceirização sem limites, em todas as funções de qualquer empresa e setor. A terceirização só interessa aos empresários, que se utilizam desta prática criminosa que precariza ainda mais relações de trabalho, reduz salários e aumenta os riscos de acidentes e mortes no trabalho, com o único objetivo de aumentar ainda mais seus lucros à custa dos/as trabalhadores/as.

Também continuaremos mobilizados contra a Medida Provisória (MP) 664, que muda as regras para a concessão do auxílio-doença e pensão por morte, e contra a MP 665, que dificulta o acesso ao abono salarial e ao seguro-desemprego, prejudicando especialmente os mais jovens. Essas medidas adotadas pelo governo federal fazem parte do pacote de ajuste fiscal do ministro da Fazenda Joaquim Levy, que prevê profundos cortes no orçamento da União, mas mexendo no bolso dos trabalhadores e dos mais pobres.

Somos contra quaisquer medidas de ajuste fiscal que tragam prejuízo aos trabalhadores, que possam gerar desemprego, recessão, ou que restrinjam o acesso a políticas públicas e programas de inclusão, como o Minha Casa Minha Vida. Defendemos a taxação das grandes fortunas, como primeiro passo para uma reforma tributária necessária em nosso País.

Pela Democracia

Nossa luta também é em defesa da democracia, especialmente na mídia, que só mostra notícias que defendem quem vive do lucro, quem manda na riqueza do país: os patrões. É contra o preconceito de gênero, raça e etnia, crença, orientação sexual, ideologia política e outras opressões. Nossa luta também é contra a aprovação do projeto da redução da maioridade penal, já que não há argumentos para adotá-la. A maioridade já foi reduzida em mais de 50 países e em nenhum deles foi registrada redução da violência, o que levou países como Espanha e Alemanha, que haviam adotado a redução, a voltarem atrás da decisão.

Contra a Corrupção

Corrupção se resolve com reforma política, com a proibição do financiamento empresarial de campanhas eleitorais e não com golpe de Estado. Enquanto essa forma de financiamento não for proibida, o sistema político brasileiro continuará a atender aos interesses das empresas que financiam as campanhas, e não aos interesses do povo brasileiro. Por isso, dizemos não à PEC da Corrupção (PEC 452) que o presidente da Câmara deputado Eduardo Cunha quer aprovar, que legaliza o financiamento empresarial de campanha e agrava ainda mais a corrupção no Brasil. Exigimos punição de todos os corruptos e corruptores!

Direito não se reduz, se amplia! In Portal da CUT

Terceirização. “Acho que os trabalhadores ainda não entenderam a gravidade da situação, se entendessem as mobilizações de rua seriam maiores”

Patrícia Ramos

Juíza do Trabalho Patrícia Ramos afirma que o PL 4330 vai aumentar desemprego

.

A presidente da Associação dos Magistrados de Justiça do Trabalho de São Paulo, Patrícia Almeida Ramos, afirma que o projeto de lei 4330/04, que autoriza a terceirização de funcionários em qualquer atividade de uma empresa, simboliza um “retrocesso muito grande em toda a discussão sobre direitos trabalhistas das últimas décadas”.

A presidente da Associação dos Magistrados de Justiça do Trabalho de São Paulo, Patrícia Almeida Ramos A juíza discorda que terceirização ilimitada reduza o desemprego e traga segurança jurídica. Ela avalia que a terceirização cria “carcaças de empresas”, que acabam com um referencial claro sobre quem é responsável pelos funcionários, o que “interessa apenas aos empresários”.

,
“A Anamatra e as Amatras têm se manifestado publicamente contra o PL 4330. Temos feito cartas abertas à sociedade e reuniões com deputados para disputar a opinião pública. Acho que os trabalhadores ainda não entenderam a gravidade da situação, se entendessem as mobilizações de rua seriam maiores”, afirma ela.

.
Patrícia Ramos diz que é “muito comum” que as terceirizadas não paguem os impostos devidos aos trabalhadores, não recolham fundo de garantia e atrasem salários. “Nós não queremos criar subterfúgios, criar um problema e daí vir com um remendo de solução, nós queremos manter um direito historicamente constituído. Não tenho dúvidas de que a aprovação do PL 4330 aumentará o índice de desemprego, pois os empregados terceirizados terão de aumentar sua carga de trabalho para receber um salário significativo, o que reduzirá o número de vagas no mercado de trabalho. E os empregos oferecidos terão condições precárias. O empregado continuará [e serão exigidas] as mesmas obrigações; em contrapartida, seus direitos serão reduzidos”, diz.

Papa Francisco: “Conciliar os tempos do trabalho com os tempos da família. É um ponto crítico, um ponto que nos permite discernir, avaliar a qualidade humana do sistema econômico em que nos encontramos”

Alfredo Martirena
Alfredo Martirena

 

 

O Papa Francisco visitou, sábado último, Campobasso e Isérinia, duas dioceses do centro sul de Itália, 200 km ao sul de Roma. Primeiro momento desta visita, foi um encontro com o mundo do trabalho, na Aula Magna da Universidade de Campobasso.

Nas palavras ali pronunciadas, o Papa começou por realçar o significado que assumia que este encontro tivesse lugar na Universidade: “exprime a importância da investigação e da formação, também para dar resposta às complexas questões que a atual crise econômica coloca, tanto no plano local, como a nível nacional e internacional.”

“Um bom percurso formativo não oferece soluções fáceis, mas ajuda a ter um olhar mais aberto e criativo para valorizar melhor os recursos do território”.

Em alusão a quanto dissera um representante do mundo rural, o Papa reafirmou uma vez mais a necessidade de “proteger” (defender, cuidar da) terra. “Este é um dos maiores desafios da nossa época: convertermo-nos a um desenvolvimento que saiba respeitar a natureza criada”.

Comentando a intervenção de uma operária, mãe de família, o Papa agradeceu o seu testemunho e o apelo por esta lançado a favor do trabalho e da família.

“Trata-se de procurar conciliar os tempos do trabalho com os tempos da família. É um ponto crítico, um ponto que nos permite discernir, avaliar a qualidade humana do sistema econômico em que nos encontramos”.

Foi neste contexto que o Papa colocou a questão do “trabalho dominical, que (observou) não diz respeito apenas aos crentes, mas todos, como escolha ética”:

“A pergunta é: a que é que queremos dar prioridade? O domingo livre do trabalho – excetuados os serviços necessários – está a afirmar que a prioridade não é o elemento econômico, mas o humano, o gratuito, as relações não comerciais mas sim familiares, amigáveis, para os crentes também a relação com Deus e com a comunidade. Chegou porventura o momento de nos perguntarmos se trabalhar ao domingo é uma verdadeira liberdade”.

O Papa concluiu propondo aos trabalhadores e empresários presentes um “pacto do trabalho” para responder ao “drama do desemprego e congregando as forças de modo construtivo”. Uma estratégia concordata com as autoridades nacionais, tirando partido das normas nacionais e europeias.

Trabalho e dignidade

Nada é mais importante do que a dignidade humana. É clara a mensagem do Papa Francisco: fala à população de Molise, mas o seu pensamento vai além dos confins da região italiana. Chega a todos os lugares onde, à dignidade da pessoa humana, se antepõem diversos interesses, por mais importantes que sejam. Há carência, diz Francisco durante a missa em Campobasso, de um suplemento de alma a fim de que se possa olhar para o futuro com esperança. Mas há também «muita necessidade — diz — de um compromisso diante das situações de precariedade material e espiritual, especialmente perante o desemprego, um flagelo que requer todos os esforços e muita coragem da parte de cada um».

O desafio do trabalho interpela de modo especial «a responsabilidade das instituições, do mundo empresarial e financeiro». É preciso pôr «a dignidade da pessoa humana no âmago de todas as perspectivas e obras. Os demais interesses, mesmo que sejam legítimos, são secundários».

O Pontífice tinha reiterou um conceito já expresso outras vezes: a verdadeira dignidade para o trabalhador é poder levar o pão para casa. «Não ter trabalho — disse, a este propósito — não significa apenas não ter o necessário para viver. Nós podemos comer todos os dias: vamos à Cáritas, a uma associação, ao clube, vamos a estes lugares e dão-nos algo para comer. Não é esta a questão. O problema consiste em não levar o pão para casa: isto é grave, pois priva o homem da sua dignidade!».

Portanto, é necessário redescobrir a solidariedade e unir as forças de modo construtivo. É preciso debelar o flagelo do desemprego, e para isto é urgente «uma estratégia concordada com as autoridades nacionais», para alcançar um autêntico «“pacto do trabalho” que saiba aproveitar as oportunidades oferecidas pelos regulamentos nacionais e europeus». Enfim, o convite a dedicar mais tempo aos filhos, à família. Deste ponto de vista o domingo, disse o Papa, deve ser um dia livre.

Texto do discurso do Papa ao mundo do trabalho

Homilia em Campobasso

 

desemprego licho indignados bolsa

Os dez deveres do desempregado

por João Teixeira Lopes/ Público/ Portugal

 

Juan Hervas
Juan Hervas

 

 

1 – Os desempregados têm por dever principal trabalhar e não mandriar. Só o trabalho liberta. Devem acordar cedo, fazer ginástica e comer pouco.

2 – Os desempregados devem rezar as matinas e as vespertinas, com sentimentos puros.

3 – Os desempregados devem agradecer a Deus. Por não serem pobres. Ou se são pobres, por não serem miseráveis. Ou se são miseráveis, por não viverem no Uganda.

4 – Os desempregados não podem receber subsídio, pois isso torna-os moles, dependentes e com um agudo défice de empreendedorismo.

5 – Os desempregados jamais devem usar as redes sociais. Podem encontrar por lá o Papa Francisco e enveredar por maus caminhos.

6 – Os desempregados devem lavar os dentes com água de três dias.

7 – Os desempregados devem trabalhar como voluntários sob a estrita condição de nunca pedirem remuneração.

8 – Se alguma entidade insistir em remunerá-los apenas devem aceitar uma pequena quantia, inferior a dois euros, para poderem dar esmola.

9 – Os desempregados são europeus, por isso estão autorizados a ir a Lourdes a pé uma vez por ano.

10 – Os desempregados existem para a caridade alheia, tal como os pobres. O seu futuro é o passado e o seu fim último é esperarem, limpinhos, com paciência, humildade e singela alegria. O país não seria mesmo sem eles.

Pedidos de subsídio de desemprego aumentaram nos EUA

desemprego licho indignados bolsa

 

No Brasil existem pessoa cruéis que são contra o bolsa-família e o subsídio de desemprego. E são justamente esses indivíduos que defendem o que é bom para os Estados Unidos é bom para o Brasil. São sempre direitistas que esquecem:

O subsídio de desemprego nos Estados Unidos cobria até 26 semanas, mas em 2008, devido à recessão económica, o Governo federal instituiu programas que alargam a proteção até 90 semanas.

A taxa de desemprego nos Estados Unidos tem baixado nos últimos dois anos e em dezembro fixou-se em 6,7%, segundo dados oficiais.

Na semana que terminou a 11 de janeiro, 3,06 milhões de pessoas recebiam subsídios federais por estarem no desemprego.

7 argumentos para defender una renta básica de ciudadanía

Renta-Básica-logotxikia

 

1.- Durante años, el empleo y la nacionalidad han sido el garante de los derechos básicos asociados al estado de bienestar. A través del empleo accedíamos a un salario y con ese salario pagábamos los servicios y bienes para sostenernos. De ese salario se extraían impuestos que servían para pagar aquellos bienes y servicios necesarios para el sostenimiento de la sociedad. Principalmente, educación, sanidad, pensiones y prestaciones por desempleo.

2.- Las fuerzas organizaciones que garantizaban la relación entre el capital (quién da el salario) y la fuerza de trabajo (quién lo recibe) eran los sindicatos. Por ese motivo la reivindicación fuerte en materia de derechos de los sindicatos siempre ha sido el horizonte del pleno empleo. Que todo el mundo tenga un empleo permite mantener un sistema de salarios que a su vez sostenga un estado de bienestar,… y una intermediación sindical para su control. (Esto es muy tendencioso)

3.- Tanto en los periodos de mayor fuerza negociadora como en los que menos esta propuesta dejaba fuera de remuneración, ya de origen, toda una serie de trabajos fundamentales para el sostenimiento humano pero no reconocidos como “trabajo” y por tanto no sujetos a salario. El más claro es el trabajo de cuidados que realizan de forma mayoritaria, mujeres.

Además, se establecia un sistema de compensación entendiendo que la complejidad social era mayor que todo el mundo trabajando todo el rato en lo mismo. De ahí la cotización del paro (ligada aún así al empleo) y los pobres sistemas de compensación para población excluída, como las rentas mínima de inserción.

4.- Ese ecosistema laboral ha terminado por varios motivos. En este momento la masa de trabajadores/as en paro es mayor que, por ejemplo, la masa de trabajadores/as con trabajo fijo. Porque la llamada “población excluída” (Concepto del que podríamos discutir mucho) ya no es una minoría social, sino una mayoría. Desde este punto de vista se podrían plantear dos asuntos centrales: 1º. el reparto del empleo, al ser escaso no tiene sentido que se acumule; y 2º. el acceso a una renta garantizada para cualquiera como mecanismo de reducción de la pobreza, o lo que es lo mismo, como mecanismo de redistribución de la riqueza, que al igual que el empleo lo acumulan cada vez menos personas. Esto sería justo, pero la renta básica no es esencia solo como un mecanismo de compensación.

El empleo es un bien escaso, pero la producción de riqueza por fuera del empleo (o el empleo no pagado o no reconocido como tal) es tendencialmente mayoritario. Dos ejemplos, la salida a bolsa de twitter, una empresa que sostiene su valor en el mercado financiero a partir de las comunidades que sin recibir remuneración alguna se comunican en su interior. O como empresas como Netflix utilizan los datos que se obtienen de los torrents que nos descargamos para diseñar estrategias de mercado. En general, todo el negocio asociado al big data es una explotación de una serie de datos que damos en el contexto digital (aunque no solo) y que no tiene remuneración. La llamada economía del conocimiento es más bien un monopolio particular de una riqueza colectiva.

5. Casi todas las lecturas neokeynesianas que apuestan por un retorno del empleo consideran que para salir de la actual situación de dominio de las finanzas basta con una regulación adecuada que “haga pagar” a las finanzas para, desde ahí, financiar la inversión productiva. Sin embrago esta lectura no tiene en cuenta que el capitalismo se encuentra en un momento histórico definido por un exceso de capacidad productiva que ya dura más de cuarenta años. En términos prácticos, esto significa que cualquier estrategia de crecimiento no financiera se va a encontrar, más pronto que tarde, con que sus tasas de beneficio son debiles y, por tanto, lo será también su capacidad de generar empleo en la escala y la potencia necesaria. Acabar con este exceso de capacidad productiva requeriría unos niveles de socialización de las decisiones productivas y de cooperación transnacional impensables hoy. En este contexto, la Renta Básica aparece como la única manera de desvincular el bienestar, los derechos y la capacidad productiva de la sociedad del contexto de “crisis permanente” del capitalismo actual.

6.- Pagar un salario sobre la productividad en redes sociales no es posible, pero el valor de un tuit o compartir un contenido en facebook, comentar en un diario digital o recomendar una película no están sujetos a una ecuación directa entre lo que produces en tiempo y la riqueza que generas. La única manera de abordar el retorno económico es un gobierno de la economía financiera y de esas tasas de beneficio enormes a favor de la comunidades.

7.- La renta básica no es una renta “para no trabajar” sino el reconocimiento de que no dejamos de trabajar en ningún momento, de producir riqueza que luego el mercado valoriza. Desde un tuit al baile de los barrios negros y latinos que termina siendo explotado por la MTV o Shakira. También es un mecanismo para compensar desigualdades que permite, entre otras cosas, no tener una dependencia total de tu propia capacidad de endeudamiento para garantizar una vida “independiente” que no es tal, ya que sigue atada a crédito.

 Madrilonia

19/09/2013

Panamá y Brasil. La corrupción no es cultura popular

Panamá = Brasil
Canal = Ferrovia
Istmo = Berço esplêndido

corrupção democracia

Alainet

 

 

La corrupción viene en muchas formas y tamaños. Lo que caracteriza a la corrupción, en general, es la forma en que los empresarios se apropian de los bienes públicos de manera fraudulenta. La corrupción no es parte de la cultura popular. Es el resultado de las condiciones estructurales que predominan en una sociedad.

La corrupción se presenta especialmente en las luchas para llegar al poder político y/o para conservar el poder político. Los distintos grupos sociales pugnan por alcanzar el poder político y usan – entre sus herramienta – la corrupción. Hay casos en que la corrupción es legalizada (hay leyes que la protegen) y/o legitimada (los valores sociales prevalecientes lo aceptan).

Políticamente, la corrupción en Panamá (y en el resto del mundo) es generalizada. Puede ser perseguida como delito, protegida por la ley y/o aceptada por los valores de la sociedad. En este sentido, hay quienes pretenden decir que la corrupción es parte de la cultura panameña. No hay algo más alejado de la realidad.

¿Qué se entiende por “cultura”? La cultura es lo que heredamos de nuestros antepasados. Hay que incluir todas las influencias que recibieron de otras culturas. Como diría un filósofo, somos dueños de nuestro destino pero subordinados a la realidad (cultura) de la cual formamos parte. Gran parte de la historia de Panamá (colonial y republicana) se asocia a la cultura “comercial” en la zona de tránsito (‘transitista’). Panamá ha experimentado otros momentos – breves – en que sectores o fracciones de clase productivas han logrado apoderarse de las instancias gubernamentales y orientado el país en otra dirección. (Se destacan los periodos del Estado Federal en el siglo XIX y el régimen militar del siglo XX).

El siglo XXI quizás constituye el período de mayor mercantilización de nuestra política. La generación de riqueza ha sido reducida casi exclusivamente a la circulación de mercancías. No hay producción. Panamá tiene, por ejemplo, un PIB de 36 mil millones de dólares según cifras oficiales. Apenas, 4 mil millones, un poco más del 10 por ciento, es generado por el sector productivo. El resto de la riqueza es producto de la especulación, en forma de comercio y de las transacciones internacionales que utilizan a Panamá como plataforma.

Los especuladores imponen una cultural consumista/mercantilista. En política el voto tiene un precio. En cultura la expresión artística tiene un precio. Todos los valores como la lealtad, la honradez y la amistad tienden a cotizarse en el merado. En la actualidad, la corrupción tiene un sabor a comercio.

La duración de este estilo de acumulación sin sustento productivo es históricamente muy breve. Puede durar 10 años. El país no produce, la riqueza pasa de las manos de los pobres a la de los ricos a escala mundial. Panamá que se encuentra en la ‘zona de tránsito’ recoge las migajas de los excedentes que circulan por el mundo.

A diferencia de los especuladores, los sectores productivos impulsan una cultura de trabajo y educación. La corrupción tiene un significado negativo y es condenada por la sociedad. No quiere decir que se erradica la corrupción. Es menos abierta pero igualmente orgánica. La corrupción que presenciamos en Panamá (o en cualquier otro país) es el resultado de las luchas entre los grupos y clases sociales que aspiran al poder. Hay una mala noticia y otra buena. La primera es que el problema de la corrupción no se puede resolver con leyes. Los corruptos meten más gente presa y aparecen muchos más para reemplazarlos. Como ocurre en la actualidad, la mayor parte de la población no cuenta con los recursos para defenderse. La buena noticia es que la corrupción puede resolverse mediante cambios claves o estratégicos en la estructura social. La educación es importante. Pero la educación tiene que concebirse para convertir a todos los jóvenes en trabajadores altamente calificados y productivos contribuyendo a crear nuevas riquezas en el país.

En la actualidad, el gobierno panameño que maneja un presupuesto superior a los mil millones de dólares para la educación manifiesta, abiertamente y en sus documentos, que quiere crear un sistema para formar trabajadores improductivos. El objetivo de quienes controlan políticamente el país es tener mano de obra abundante y barata para apropiarse de riquezas (o despojar a quienes tienen riqueza). Este sistema de educación (que se basa en la noción de “competencias”) sólo favorece a los grupos que acumulan sobre la base de la captura de excedentes de la producción de otros países que utilizan el istmo (sobre el cual se construyó el Canal) para pasar sus mercancías de manera más expedita.

La corrupción es un factor que frena y paraliza el desarrollo del país. Esta realidad panameña tiende a agudizarse desde la década de 1990 hasta el presente. Circula mucho dinero en manos de unos pocos. La gran mayoría de la población tiene “empleos informales” -no produce riqueza social- recibe remuneraciones precarias, se le impide participar políticamente y sus organizaciones son destruidas. Se convierten en “clientes políticos” de los grandes comerciantes y especuladores. El actual sistema político descarta al trabajador informal, lo excluye, lo margina. Eso se llama corrupción.

corrupção geral todo povo

Zapatos sucios. Papa Francisco: De poco sirve emerger de la pobreza si la sociedad deja atrás a multitud de minusválidos y enfermos, drogadictos y presos, maltratados y prostituidos, parados y desposeídos

por Lluís Bassets

Jorge Bergoglio no cuida de sus zapatos. Son los de un cura andariego, poco atento al atildamiento de un príncipe de la Iglesia. Se vio ya en el primer momento, cuando la foto de sus zapatones de papa recién elegido contrastaba con los esmerados mocasines rojos de Benedicto XVI.

No es solo el diablo el que está en los detalles. El papa Francisco lleva su cartera atiborrada de papeles y circula en utilitario, el Ford Focus o el Fiat Idea de las clases medias emergentes, en vez de los Mercedes y BMW de los ejecutivos. Los pastores no tienen remilgos en mezclarse con las ovejas ni en hundir los pies en el barro.

Su mensaje inicial aparece en toda su magnitud en su primer viaje internacional esta pasada semana. Este hombre que escogió como papa el nombre del pobrecillo de Asís quiere una Iglesia pobre y para los pobres. El primer país católico del mundo así lo ha entendido a la primera: no hacen falta muchos teólogos para captar el mensaje.

Brasil es uno de los países emergentes, que va a contar y ya cuenta en el nuevo reparto de poder mundial en el siglo XXI. Su fuerza está en sus clases medias, estas multitudes que están accediendo a costa de sudor y sufrimientos a la educación, la vivienda, la sanidad y el bienestar. Su debilidad, en cambio, en los que quedan en el camino y los que no consiguen subir el peldaño.

A pedir la atención y su cuidado dedica Francisco sus sermones de cura de aldea. De poco sirve emerger de la pobreza si la sociedad deja atrás a multitud de minusválidos y enfermos, drogadictos y presos, maltratados y prostituidos, parados y desposeídos. A ellos ha dedicado sus primeros cien días y sus primeros viajes, el que hizo a la isla de Lampedusa para recabar solidaridad con los inmigrantes tachados de ilegales, y ahora a Latinoamérica, su continente y continente también de los desposeídos.

No los ha dedicado, en cambio, a la moral sexual y reproductiva, donde el conservadurismo católico busca su identidad y su frontera con la sociedad laica, a pesar de que su instalación en el Vaticano ha coincidido con los mayores avances legales del matrimonio entre personas del mismo sexo en Estados Unidos y Francia. ¿Significa eso que Bergoglio está a favor del aborto, del matrimonio gay y de la reproducción asistida? En absoluto: pero sí nos dice con la elección de los temas de su preferencia que considera mucho más importante arrastrar sus zapatos de pastor junto a los parias de la tierra.

Hay euforia en la Iglesia católica con el nuevo Papa. Cosas así no se habían visto desde hace al menos medio siglo, cuando llegó al papado Juan XXIII, el hombre que suscitó la admiración de la filósofa judía y agnóstica Hannah Arendt por el hecho insólito de que un cristiano verdadero alcanzara la sede de San Pedro. ¿Sabían entonces realmente los cardenales a quién habían elegido? ¿Lo sabían ahora?.

Reparem nas 7 diferenças. 1. Mudou o trono dourado por uma cadeira de madeira ... algo mais apropriado para o discípulo de um carpinteiro. 2. Ele não aceitou a estola vermelha bordada a ouro roubada do herdeiro do Império Romano, ou a capa vermelha. 3. Usa mesmos sapatos pretos velhos, não pediu o vermelho clássico. 4. Usa a mesma cruz de metal, nenhuma de rubis e diamantes. 5. Seu anel papal é de prata, não de ouro. 6. Usa sob a batina as mesmas calças pretas, para lembrar-se de que é apenas um sacerdote. Você já descobriu a sétima diferença? 7. Retirou o tapete vermelho, parece que não se interessa tanto pela fama e aplausos.
REPAREM AS SETE DIFERENÇAS:

1. Mudou o trono dourado por uma cadeira de madeira.
2. Ele não aceitou a estola vermelha bordada a ouro, nem a capa vermelha.
3. Usa os mesmos sapatos pretos velhos, não pediu o vermelho clássico.
4. Usa uma cruz de metal, nenhuma de rubis e diamantes.
5. Seu anel papal é de prata, não de ouro.
6. Usa sob a batina as mesmas calças pretas, de quando era apenas um padre.
7. Retirou o tapete vermelho.