Operação Paraíso. Os defensores dos irmãos Metralha (com vídeo)

Faisal Rasool
Faisal Rasool

Quando acontecia a Operação Paraíso, Christine Epaud, na Noruega, concedeu entrevista para defender os irmãos Metralha (testemunho de uma convivência de dois a três anos):

– “Rapazes agradáveis e simpáticos”.

Shahid Rasool
Shahid Rasool

Para a polícia, os quatro irmãos paquistaneses são os assassinos de um vietnamita. E envolvidos em brigas de gangues em Oslo, com tiroteio e mortes. Inclusive um brutal sequestro, com tortura. Clique aqui.

Yasir Rasool
Yasir Rasool
Qaiser Rasool
Qaiser Rasool

Para quem não sabe: A população da Noruega duplicou com os emigrantes. Assim fica explicada a vinda dos irmãos Metralha para o Brasil com outros noruegueses. Todos com passagem pela polícia.

Nesta mesma reportagem sobre a máfia do frio, os jornalistas DAVID STENERUD e HANS KRISTIAN THORBJØRNSEN citam Christine Epaud como  svigermoren  de Thomas  Kristiansen.

Bjorn Løvstad, denunciado pela Operação Paraíso, também dá seu testemunhal sobre os irmãos Metralha. O interessante é que esta reportagem tem o seguinte título: “Envolvidos no negócio imobiliário, em Natal, não diriam uma palavra ruim sobre os temidos irmãos Metralha”.

Nesta reportagem de DAVID STENERUD, “Minha sogra contra-ataque”, Kristiasen defende Bjorn Løvstad.

Christine acusada de espalhar boatos, pede ao repórter para ser chamada simplesmente de “sogra”.

Para Løvstad, o interesse de Christine, proprietária da Sol Brasils,  de denegrir os “concorrentes visa encobrir o seu próprio contato com os Irmãos Metralha”.

O contra-ataque de Christine :

– “Sol Brasils foi fechada. Já faz mais de um ano. Agora eu sou apenas uma agente imobiliária freelance. Thomas não funciona em todos (negócios)”.

Christine mentiu. A Sol Brasils continua tão ativa quanto ela, apesar de aposentada por invalidez permanente. E super ativa como empresária e funcionária pública de gabinetes de presidentes do Tribunal de Justiça do Rio Grande do Norte.

Acrescento que uma aposentadoria mais do que justificada: fez um transplante de rim, em Paris, cidade onde tem residência fixa.

Por que Osvaldo Cruz e Rafael Godeiro queriam uma inválida no gabinete da presidência do Tribunal, sogra de um ex-presidiário e com relações perigosas?

Acredito por ser uma mulher que vive no tráfico. Que não para. Vive no tráfico aéreo. A reportagem de DAVID STENERUD tem o seguinte parágrafo final:

“A sogra de Thomas Kristiansen está atualmente em uma visita à Noruega, mas disse que  viaja, domingo, para os EUA”.

Com a posse da desembargadora Judite Nunes, Christine terminou um longo reinado no judiciário. Na vassourada, teve que retornar para seu antigo turismo na Secretária de Administração do Governo do Estado. Por morar no mesmo prédio, pediu à governadora Rosalba Ciarlini para ser lotada na Casa Civil. Sempre foi um emprego chinfrim, Christine, proprietária de uma dezena de empresas, não precisa ser funcionária pública potiguar.

Não há nenhum interesse salarial. O salário de barnabé não paga a vida luxuosa em Paris e Natal, e as costumeiras viagens internacionais.

Lotada no gabinete do presidente do TJ-RN, entrou com um  pedido de reenquadramento no Tribunal de Contas. Isso pode render um imoral precatório. Neste processo contra o TC, Christine apelou para a Justiça Gratuita, o que vale como um atestado de pobreza tão cobiçado pelos pobres que “têm sede de justiça”.

O bom, bem bão, diria o poeta Mário de Andrade, é que Christine, por ser aposentada por invalidez, não paga imposto. Nem impede pedir ao Detran a renovação da carteira de motorista.

Em testemunho na Justiça do RN, processo n. 001.04.015369-0: “esclarecendo a depoente que por ser aposentada por invalidez é isenta de pagamento do imposto de renda, que não se dispõe a quebrar seu sigilo bancário…”  Não fica claro se uma aposentadoria francesa e/ou brasileira.

No Brasil, a máfia dos irmãos Metralha  aparece no

Processo nº 0007185-89.2007.4.05.8400 – acusados GHULAM ABBAS ou ABBAS GHULAM, FAISAL RASOOL, ZAHID RASOOL, QAISER RASOOL, YASIR RASOOL, BJORN THOMAS LOVSTAD e TERJE FALKENHALL. Em tramitação na Justica Federal no Rio Grande do Norte – JFRN.

Os irmãos Metralha. Os irmãos RASOOL:  Ghulam Abbas (na época com 31 anos), Shahid Rasool (26), Zahid Rasool (29), Yasir Rasool (23), mann (21) og mann (28)
Os irmãos Metralha ou irmãos RASOOL: Ghulam Abbas (na época com 31 anos), Shahid Rasool (26), Zahid Rasool (29), Yasir Rasool (23), mann (21) og mann (28)
Vídeo da Dagbladet TV, Oslo, 2008
Vídeo da Dagbladet TV, Oslo, 2008

Assista aqui vídeo.

Os irmãos Metralha também estão sendo processados na Noruega por mais de 130 ações criminosas. E acusados de lavar 13,5 milhões. O tribunal de Oslo considerou que o dinheiro foi contrabandeado para o Paquistão e Brasil. Existe uma lista não divulgada de pessoas investigadas. Este documento secreto envolve 12 dos 16 acusados como membros da quadrilha. Use o tradutor Google e leia

Christine Epaud funcionária do Tribunal de Justiça de Natal e proprietária de várias empresas

Retrato natalense de Christine Epaud
Retrato natalense de Christine Epaud

Funcionária pública (com certeza) do Tribunal de Justiça (diz ela) do Estado do Rio Grande do Norte, com residência fixa na França, e várias empresas no Brasil, praticamente todas em um mesmo endereço, Christine Epaud leva uma vida bastante movimentada para quem (falta confirmar) recebe pensão por invalidez permanente dos governos brasileiro (INPS) e francês (CRAMIF). No INPS, com o nome de Christine Jeytoo ou Christine José da Silva. Também usa codinomes. Na internet, o sugestivo Prety.

Em verdade  sofreu um transplante de rim em Paris, com o plano de saúde do marido. Isto é, tudo custeado pelo governo francês. Apesar de ter comovido Natal com uma  campanha para arrecadar dinheiro. Fez, inclusive, um dramático apelo pela televisão. A Cabugi. Trabalhava lá, segurando o pau. Naqueles tempos, nas filmagens, acompanhava o cinegrafista um iluminador. E Christine fazia sucesso, porque era um trabalho braçal. Coisa de homem segurar um pau de luz. O pedido de Christine era mais do que justo. Era muito pobre. Não tinha dinheiro para bancar uma cirurgia.

Até o governo de Cortez Pereira, Natal não possuía televisão. Foi quando secretário das Comunicações fiz chegar o sinal da TV Canal 6 do Recife, via torres de transmissão. A TV Tupi pegou fogo no Recife. E apareceu a Globo. Participando das entrevistas como iluminadora, Christine fez amizades, facilitando que, sem concurso, fosse contratada pelo Tribunal de Contas.

Bonita. Tanto que conseguiu o terceiro casamento com Gilles Epaud, um francês, e assim foi morar em Paris, urdindo (outra magia) uma licença da Secretaria de Administração do Governo do Estado, paga para estudar francês.

Onze anos depois pede o reenquadramento no quadro de funcionários do Tribunal de Contas. Misterioso o salto do Tribunal para a Secretaria de Administração do Governo do Estado. Mas fantástico ela anunciar, pela internet, que trabalha no Tribunal de Justiça, lotada nas presidências dos desembargadores Oswaldo Cruz e Rafael Godeiro. E foi assim, quando rolavam os precatórios, que conseguiu, num processo corporativo que envergonha o judiciário, ganhar, sem resgatar de todo, o hotel que botou o nome de Chalezinho Francês, para homenagear o marido Gilles.

Mas nem o casamento, nem o emprego público, nada justifica o enriquecimento rápido de Christine, ou muito menos explica ela possuir uma suruba de negócios com nomes empresariais diferentes, e para realizar as mesmas empreitadas.

É proprietária das seguintes empresas (falei doutras num artigo intitulado suingue, porque as empresas têm um mesmo endereço: o quartinho de um hotel zero estrela, e denunciadora e escandalosa sociedade com ex-presidiários, inclusive o genro):

1. Atlantica Estate Investimentos Imobiliários Ltda
2. Nova Dimas Construção 2005 Ltda
3. Sol Brasils Com. & Construção Ltda
4. E Faros Processamento de Computação Ltda
5. C. Epaud
6. Loan Investimentos Imobiliários Ltda
7. Restaurante Marbella Ltda
8. Brazil Real Estate e Construção Ltda
9. RGN Brasil Incorporações Imobiliárias Ltda

Existem mais, listei apenas as que tenho o número do CNPJ.

Na C Epaud não aparece o costumeiro Ltda. Nem o S.A. Simples e estranhamente C Epaud. Com o CNPJ n.11.216.778/0001-89. Não é nome fantasia. Todos os nomes citados são empresariais.

Impiedosa e vingativa, Christine, dona de uma empresa de processamento de computação, não vai encontrar nenhum documento para varredura no meu computador. Seria besteira minha…

Natal precisa limpar a mancha do nome Capital do Crime Internacional.

Falo do caso Christine Epaud porque sei do que é capaz, e conheço pessoas que ela enganou. Chantageou. Coagiu. Basta exemplificar com os processos que correm na justiça. Não perde uma.

Gilles tem recusados todos os documentos que apresenta. E contra Gilles, Christine armou uma ordem de prisão internacional. O Gilles não pode entrar na casa dele em Paris. E foi o plano de saúde de Gilles que salvou Christine de uma morte certa. E com o nome de Gilles, Christine cria mais uma empresa: C Epaud. Não sei se uma sociedade anônima ou limitada. Nem que diabo ela faz com essa empresa. Boa coisa não é.

Precatório não é pra todo mundo. Apenas os ricos entram na farra

O Brasil acaba com os precatórios ou os precatórios acabam com o Brasil

Precatórios são formalizações de requisições de pagamento de determinada quantia, superior a 60 salários mínimos por beneficiário, devida pela Fazenda Pública, isto é, pelo povo brasileiro, em face de uma condenação judicial. É aí que entram os desembargadores.

Sobre o Caso Judas, esclareceu a Associação dos Magistrados do Rio Grande do Norte:

“Os Juízes lotados ou que eventualmente atuem no interior no Estado não têm poder de decisão sobre pagamento de precatórios, encaminhando apenas os pedidos de execução decorrentes de sentença com trânsito em julgado ao egrégio Tribunal de Justiça, onde se processam os pagamentos”.

Tudo começa aí. Nesse encaminhamento.

Precatório: determinação da Justiça para que um órgão público (governo estadual, governo muncipal etc) pague uma indenização devida. Os precatórios devem ser pagos em ordem cronológica, quer dizer, primeiro os mais antigos, independente do valor.

Este etc pode ser o próprio tribunal. O presidente determina e ele mesmo recebe. Na Operação Judas, explica Carla Ubarana: “O desembargador Osvaldo Cruz (era o presidente do Tribunal de Justiça do Rio Grande do Norte) perguntou qual era a forma que a gente podia trabalhar com esse R$ 1,6 milhão. Eu disse que podia usar o mesmo processo e pagar em duplicidade. Trabalhar significa retirar verba, usar, desviar verba em benefício próprio. A gente poderia usar a mesma numeração, mas não poderia parcelar da mesma forma. Nada registrado no sistema, não precisava, era resolvido entre eu e ele.”

São vários processos. Vários. Alguns deles já identificados pelo Tribunal de Contas do Rio Grande do Norte. Carla não contou tudo que sabe.

Carla Ubarana declarou que o pagamento aos desembargadores citados no esquema dos precatórios era feito no próprio Tribunal de Justiça do Rio Grande do Norte:

– “Eu levava a parte para entregar todo final de tarde no TJ, envelope pardo amarelo em notas de 100 reais para fazer o menor volume possível. Teve momento de encontro, momento dele na minha sala. No final de dezembro, o desembargador Rafael Godeiro (outro ex-presidente) foi na minha sala perguntando do porquê do atraso. Estavam tão acostumados a fazer toda semana, toda semana, mas eu não podia fazer toda semana porque tinha que deixar o dinheiro rendendo na conta para tirar e não fazer falta. Eu tinha que ter dinheiro para pagar todos os credores da vez”.

Precatórios milionários. Desembargador Oswaldo Cruz: “Não quero saber da forma, nem do jeito que vem. Quando tiver a verba você diz o valor e a gente divide”

Ordem de desembargador. Ordem de presidente de Tribunal de Justiça. Roubança que está sendo investigada pelo TJ-RN, pelo Tribunal de Contas do Rio Grande do Norte, e pelo Conselho Nacional de Justiça. E quanto mais dinheiro desviado, maior a pizza.

E o dinheiro que é bom, o dinheiro do povo, pegou sumiço, certo que alguns trocados serão devolvidos para calar a imprensa, a catarse dos potiguares e a felicidade geral da Nação.

A putaria dos precatórios do Rio Grande do Norte aconteceu e acontece noutros tribunais. Na maioria dos casos, a triangulação: dinheiro dos governos estaduais e muncipais, dividido com um magistrado corrupto, um governante da mesma laia e uma empresa de preferência limitada.

Publica o Diário de Natal sobre a investigação do TJ-RN:

A forma discutida para “trabalhar” o dinheiro – forma como tratavam o “desvio do dinheiro em benecífio próprio” – era a duplicação dos pagamentos de processos já em andamento, que eram realizados através de cheques e, posteriormente, guias de pagamento. Os valores eram repassados a contas de outras pessoas para que não houvesse a suspeita.

Segundo Carla Ubarana, o desembargador Oswaldo Cruz não sabia nas contas de quem os depósitos eram realizados.

“Ele dizia ‘eu não quero saber da forma, nem do jeito que vem. Quando tiver a verba você diz qual foi o valor e a gente divide“, explicou Carla Ubarana, que também recebeu depósitos em sua conta pessoal.

Carla Ubarana foi convidada para a Divisão de Precatórios do TJ em 17 de janeiro de 2007. Saiu agora do cargo. Com quantos presidentes trabalhou?

Apesar da delação premiada, ela entregou apenas dois. Safadamente, e para intimidar outros funcionários, o corporativismo considera a decisão de Carla Ubarama de traição. Esta a origem do nome “Caso Judas”. Quando é uma operacão que lava o tribunal, que enobrece quem investiga, que comprova que a maioria dos magistrados dignifica a Justiça. Leia mais e veja vídeo.

A entrega (da grana roubada) era feita a ele (desembargador Osvaldo Cruz) em todo final de tarde no Tribunal de Justiça, em notas de R$ 100 para fazer o menor volume possível” 

A investigação do Tribunal de Conta não cita os desembargadores. Mas lista os peões da quadrilha, e milhões e milhões de verbança desviada  . É o chamado relatório parcial. Leia o relatório. Existem pessoas que Carla inocenta e que aparece na relação do TC.

E, principalmente, porque a maioria dos brasileiros tem uma idéia errada do que seja precatório. Imagina que trata de supersalários de magistrados. Quando, neste imaginário coletivo, 99%  dos precatórios são reivindicações justas de funcionários de todos os escalões dos tribunais. Inclusive do executivo e do legislativo.

A Justiça e a imprensa necessitam de nomes precisos para fazer as distincões.