“Se Cachoeira falar, Lava Jato vira literatura infantil”

Goiás 247 – O colunista Janio de Freitas, da Folha de S. Paulo, alertou para o potencial bombástico das revelações que ainda podem ser feitas pelo ex-senador Demóstenes Torres, que, dias atrás, abriu fogo contra o senador Ronaldo Caiado (DEM/GO) (saiba mais aqui), e por seu amigo Carlos Cachoeira. Leia abaixo:

OS COFRES

O ex-senador Demóstenes Torres foi o único a pagar no caso em torno de Carlos Augusto Ramos, conhecido como Carlinhos Cachoeira. Falou agora pela primeira vez, sobre vínculos político-financeiros entre Carlinhos e o senador Ronaldo Caiado. Mas poucos talvez saibam como Demóstenes sobre os porões éticos de Brasília. Com muitas provas, porque seu amigo Carlinhos não é amador, como ficou provado desde o “caso Waldomiro” e, depois, com as gravações “não identificadas” na Praça dos Três Poderes.

Se os dois abrirem mais a memória, a Lava Jato ficará reduzida a literatura infantil.

MORO

Nota do redator deste blogue: Cachoeira, o maior jornalista da Globo, seleciona os furos. Depois vem Moro, com os vazamentos. (T.A.)

Correio Braziliense esconde os crimes de Cunha e exige dele o impeachment de Dilma

O Correio Brazilense insinua que a demora do golpe para derrubar Dilma Rousseff se deve a relutância de Eduardo Cunha em desferir a tacada final. Que o pmdebista, presidente da Câmara, faz corpo mole.

O Correio Braziiense esquece os crimes de Eduardo Cunha, que não possui autoridade moral sequer para demitir um guarda de quarteirão. Ou o síndico de algum prédio, couto de traficantes de moedas e outros bichos de sete cabeças.

Paixão
Paixão
Samuca
Samuca

Cunha é um segundo Maluf. Se viajar para o exterior vai preso, denunciado que é pela justiça da Suíça, que a do Brasil sempre foi de fritar bolinhos, quando se trata de condenar os bandidos donos do poder e do dinheiro.

Eis a manchete safada do Correio Braziliense hoje:

BRA_CB cunha jogo duplo Outros jornais golpistas, edições de hoje, desmentem o Correio Braziliense de que glope

Os principais jornais golpistas desmentem o Correio Braziliense: de que “Cunha faz jogo duplo sobre o impeachment”.

Também hoje publica o Estadão: “Parecer da Câmara admite processo de impeachment”.

Repete a Folha: “Impeachment recebe aval da área técnica da Câmara”.

Cunha realmente não descansa. Para se salvar da merecida cassação, faz qualquer jogo sujo, apoiado pelos golpistas e parceiros corruptos, crias da ditadura militar, de PC Farias e da privataria tucana.

Cunha tem a ficha suja desde os tempos da Telerj, quando sua atual mulher e sócia de contas nos paraísos fiscais era a doce voz.

BRA_OE golpe

BRA_FDSP golpe

tênis mulher cunha

Escreve Gilmar Crestani:

Protegido pela Rede Globo, onde trabalhava a mulher Cláudia Cruz, o presidente da Câmara virou Meca do MBL, Carlos Sampaio, Aécio Neves e Paulinho da Força Sindical. A Veja, como fizeram com Demóstenes Torres, apostou todas as fichas nele. As Marchas dos Zumbis, puxadas pela mídia golpista, tinham para Eduardo CUnha um lema que não deixa dúvida do nível das manifestações que tentaram destituir Dilma para colocar em seu lugar o Napoleão das Alterosas: “Cunha é corrupto mas está do nosso lado”. Não é só fazer coro ao notório corrupto, mas principalmente indicativo do déficit civilizatório da turma do toxicômano. Se houvesse qualquer compromisso no combate à corrupção o MPF teria processado os portadores de tais faixas por apologia à corrupção?!

Eduado CUnha, em que pese todas as provas já reunidas pela Suíça, continua podendo interferir na ocultação de provas e na continuidade dos crimes. Tentou, inclusive, impedir que a Suíça enviasse ao Brasil o dinheiro e as provas. Não há, até este momento, pedido de prisão seja dele, seja dos demais membros da quadrilha familiar, por obstrução à justiça ou ocultação de provas.

Não há, no caso do CUnha, a mesma virulência aplicada com a CUnhada do Vaccari, o que indica até que ponto nossas instituições agem à reboco de interesses escusos. Embora não esteja no PSDB, para tamanha imunidade, Cunha tem sido muito útil ao PSDB. A parceria que fez com Carlos Sampaio para tentar entronizar o Napoleão das Alterosas tem obnubilado os olhos cegos e estrábicos da justiça.

cunha fortuna

A pá de cal na carreira política de Aécio

por Luis Nassif

governo-de-aecio-fez-aeroporto-particular-de-14-milhoes

[ESPOSA, FILHA, IRMÃO E MÃE DE AÉCIO NEVES ABRIRAM “OFFSHORE” EM LIECHENSTEIN. TUDO INDICA QUE A JUSTIÇA DIRÁ QUE AÉCIO “NÃO SABIA”, “NÃO ERA O TITULAR” E NÃO QUEIRA SABER A ORIGEM DO DINHEIRO]

A carreira política de Aécio Neves – ou ao menos suas pretensões de voltar a se candidatar à presidência da República – terminará nos próximos dias.

Sua declaração recente, apresentando o governador de São Paulo Geraldo Alckmin como o próximo candidato do PSDB, foi mais que um gesto de elegância: respondeu a uma avaliação realista do que o espera pela frente.

Não se sabe bem o que virá da Lava Jato.

Autoridade com acesso integral ao inquérito informa o seguinte:

Não há como conter vazamentos, que partem dos advogados, delegados e procuradores e do próprio juiz, que está dando publicidade a todos os depoimentos. Especificamente no caso da capa da Veja, o vazamento foi do advogado do doleiro Alberto Yousseff.

Até agora, os vazamentos foram seletivos, aliás “completamente seletivos”, diz ele. Quando o inquérito total vier à tona, haverá “bombas de hidrogênio”, supõe que envolvendo próceres da oposição. Não avançou sobre quem estaria envolvido, portanto não se sabe se a bomba atingirá Aécio ou não.

Mesmo que não atinja, o fantasma que persegue Aécio atende pelo nome de “ação penal 209.51.01.813801-0”.

Em 8 de fevereiro de 2007 foi deflagrada a Operação Norbert, visando apurar denúncias de lavagem de dinheiro na praça do Rio de Janeiro. Conduzida por três jovens brilhantes procuradores – Marcelo Miller, Fabio Magrinelli e José Schetino – foi realizada uma operação de busca e apreensão nos escritórios de um casal de doleiros do Rio de Janeiro.

No meio da operação, os procuradores se depararam com duas bombas.

A primeira, envolvia o corregedor do Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro, Carpena do Amorim.

Carpena foi peça central no assassinato de reputação da juíza Márcia Cunha, trabalhando em parceria com a Folha de S. Paulo no período em que o jornal se aliou a Daniel Dantas. Coube a Carpena endossar um dossiê falso preparado por um lobista ligado a Dantas, penalizando uma juíza séria.

Ao puxar o fio da meada de uma holding, os procuradores toparam com Carpena. O caso foi desmembrado do inquérito dos doleiros, tocado pelo Ministério Público Federal do Rio de Janeiro e resultou na condenação do ex-juiz a três anos e meio de prisão.

O segundo fio foi puxado quando os procuradores encontraram na mesa dos doleiros uma procuração em alemão aguardando a assinatura de Inês Maria, uma das sócias da holding Fundação Bogart & Taylor – que abriu uma offshore no Ducado de Lichtenstein.

Os procuradores avançaram as investigações e constataram que a holding estava em nome de parentes de Aécio Neves: a mãe Inês Maria, a irmã Andréa, a esposa e a filha.

Como o caso envolvia um senador da República, os três procuradores desmembraram do inquérito principal e encaminharam o caso ao então Procurador Geral da República Roberto Gurgel. Foi no mesmo período em que Gurgel engavetou uma representação contra o então senador Demóstenes Torres.

O caso parou na gaveta de Gurgel.

No próximo mês deverá ser apreciado pelo atual PGR Rodrigo Janot. Há uma tendência para que seja arquivado. Alega-se que Aécio não seria titular da conta – que está em nome de familiares – mas apenas beneficiário. Certamente não se levantará a versão jabuticaba da “teoria do domínio do fato”, desenvolvida pelo STF (Supremo Tribunal Federal).

Arquivado ou não, certamente será a pá de cal nas pretensões políticas de Aécio.

Imagem do google simbolizando cena típica do então PGR Roberto Gurgel
Imagem do google simbolizando cena típica do então PGR Roberto Gurgel
O casamento da mãe de Aécio

Comentário de Clever Mendes de Oliveira

Luis Nassif,

O problema desta história de dinheiro no estrangeiro da família de Aécio Neves é porque quem a propaga desconhece a particularidade do casamento de Inês Maria, a mãe de Aécio Neves, com o banqueiro Gilberto Faria, filho do fundador do Banco da Lavoura, Clemente Faria.

O Banco da Lavoura foi o maior banco do país no final da década de 40 e do Banco da Lavoura surgiram dois bancos, o Banco Real com Aloysio Faria e que depois foi incorporado pelo ABN AAMRO que depois foi vendido para o Santander e o Banco Bandeirantes com Gilberto Faria. Gilberto Faria era pai de Clemente Faria Neto que faleceu em 12/07/2012 em um acidente aéreo e era grande empresário dividindo com o irmão Gilberto Faria Júnior a direção de um grupo empresarial que reunia cerca de 20 empresas entre elas a Minasmáquinas, revendedora de caminhões, máquinas pesadas e automóveis de luxo da marca Mercedes-Benz, e das rádios Alvorada, em Belo Horizonte, Sulamérica Paradiso, do Rio, e Jovem Pan, de Santos. Além disso, Clemente Faria Neto antes do segundo casamento dele fora casado com Ângela Gutierrez. Não é de se estranhar que o grande empresariado brasileiro se encaminhou para apoiar Aécio Neves. E é interessante ver que esses empresários todos investem em meios de comunicação. O pai de Clemente Faria Neto, Gilberto Faria, padastro de Aécio Neves era dono (ou detinha parte) da Transamérica.

Enfim, os milionários não são muito de abrir mão do dinheiro de seus antepassados, mas os quase trinta anos de casamento da mãe de Aécio Neves com o banqueiro Gilberto Faria e que perdurou até a morte do banqueiro em 01/10/2008 formaram vínculo forte para permitir essas contas ainda mais em um paraíso fiscal como é o do Ducado de Linchestein.

O problema de Aécio Neves será permanecer durante quatro anos apresentando atestado de bom comportamento. E não basta isso para o sucesso dele. É preciso que o PT fracasse no segundo governo da presidenta Dilma Rousseff [Transcrevi trechos. T.A.]

BH, 02/01/2015

aécio corrupção mídia

Pobre Brasil que sonha ser um Porto Rico

 

O processo judicial como arma de intimidação

Apresentador Carlos Massa, o Ratinho, soltou o verbo contra o senador Demóstenes Torres (DEM-GO) no programa que foi ao ar dia 02/04/2012. A bronca do apresentador do SBT tinha um cunho pessoal e dizia respeito a uma ameaça de processo do senador contra Ratinho numa pendenga que nem era entre os dois, mas entre Ratinho e o cantor Zezé di Camargo. Tal fato chamou a atenção para aquilo que poderia ser considerado, no mínimo, abuso de poder de alguém que, sob a égide da imunidade parlamentar, trazia ainda no currículo os cargos de Procurador-Geral e Secretário de Segurança do Estado de Goiás. Pois noutro vídeo, numa sessão da Comissão de Constituição e Justiça e de Cidadania ocorrida dia 26/10/2011, Demóstenes faz uma revelação curiosa: que tinha dezenas de processos contra jornalistas. O fato é curioso porque toda a mídia – que faz tanto alarde contra qualquer tipo de ameaça à “liberdade de imprensa” – calou-se diante de tal revelação.

Clique nos links para os dois vídeos.

Agora, com todo o noticiário apontando as evidências da relação de Demóstenes Torres com o contraventor Carlinhos Cachoeira, seria o caso de se questionar até quando as brechas da lei vão permitir que o Judiciário, em vez de tutelar os justos, sirva de instrumento de intimidação por aqueles que, abrigados no poder (econômico, político, judicial etc), julgam-se – com o perdão do clichê – acima do bem e do mal.

Acrescento ao texto (Nassif/Michel) este importante artigo de Carlos Rivera Lugo/ Claridad:

El Código Penal del enemigo
El gobierno colonial de Puerto Rico acaba de declarar al ciudadano puertorriqueño su enemigo. Bajo el nuevo Código Penal aprobado el pasado 30 de junio por su brazo legislativo, se le ha prohibido al ciudadano puertorriqueño el ejercicio de su libertad inalienable y consustancial como ser humano, la que incluye, por cierto, la libertad de protestar y rebelarse contra las actuaciones ilegítimas y arbitrarias de sus gobernantes. De aquí en adelante, todo ciudadano se presume sospechoso o, peor aún, real o potencialmente culpable.

Por ejemplo, en el artículo 297 del nuevo Código, se prohíbe cualquier expresión de protesta que “perturbe”, “interrumpa” o “impida” la operación de la Asamblea Legislativa colonial. Otro artículo, el 247, tipifica como delito toda protesta que obstruya el acceso a o afecte las labores regulares en instituciones de enseñanza, centros de salud o edificios gubernamentales. Finalmente, el artículo 200 define como delito la protesta contra “obras de construcción o movimientos de terreno”, que hayan recibido las autorizaciones pertinentes del gobierno. Las medidas van dirigidas específicamente a proscribir las actividades contestatarias de los trabajadores, los estudiantes, las comunidades, los movimientos sociales y políticos contra las decisiones y actuaciones corruptas y arbitrarias del gobierno colonial y los grandes intereses económicos que operan en la Isla.

Ello sintoniza con la reorientación del Tribunal Supremo de Puerto Rico, bajo cuya mayoría actual se han invisibilizado los derechos constitucionales y adquiridos de los trabajadores; se han proscrito los reclamos ambientales de las comunidades; y hasta se ha proscrito una Facultad de Derecho alternativa, la Eugenio María de Hostos, con sede en Mayagüez. El Estado de Derecho se ha hecho relativo a la eficacia de las decisiones políticas del partido que hoy administra la colonia, de corte abiertamente anexionista y neoliberal.

De espaldas a su condición de “sujeto de derechos”, al puertorriqueño se le ha declarado “enemigo” real o potencial del orden establecido. Del Estado de derecho se ha pasado al Estado de seguridad.

Del “sujeto de derecho” al sujeto de libertad

El pueblo tendrá que desbordar todo ese marco económico-político-jurídico que le atrofia sus posibilidades reales, para transfigurarse en seres vivos, reales y concretos, que hagan valer por sí mismos, sin permiso de nadie, su propia libertad. Y es que más allá del fatulo “sujeto de derecho” se encuentra el sujeto de libertad.

 

Golpe Paraguai. Hipótese sobre a estratégia dos EUA

por Flavio Lyra
Ao estimular deposição de Lugo, Casa Branca pode ter procurado cercar Brasil e Argentina, além de criar contencioso em Itaipu
Só ingênuos podem admitir que o golpe parlamentar que destituiu o presidente Lugo do Paraguai, no dia de ontem, não tem o dedo do Pentágono. Essa nova modalidade de golpe, inaugurada em Honduras em 2009, que destituiu o presidente Zelaya, articulada na base aérea que os Estados Unidos mantém naquele país centro-americano, teria sido mais uma vez aplicada com sucesso, ao menos, por enquanto.
É uma grande coincidência que tais fatos ocorram contra governos de esquerda que tentam realizar reformas em favor dos segmentos mais pobres da população, particularmente reformas agrárias. Tanto Zelaya, quando Lugo vinham tentando melhorar o acesso à terra a camponeses secularmente explorados por grandes latifundiários e realizar ações de proteção social aos segmentos mais pobres da população.
Não surpreende a atitude ambígua que o governo dos Estados Unidos adotou, inicialmente, no caso de Honduras e, posteriormente, favorável à substituição do presidente Zelaya. Agora, a história repete-se com o governo dos Estados Unidos achando que a destituição abrupta do presidente Lugo respeitou as regras do jogo democrático, quando nitidamente tratou-se de um conluio dos partidos derrotados na última eleição para livrar-se de um presidente vinculado a causas populares.
É muito provável que o pequeno Paraguai se dispusesse a confrontar as regras do Mercosul e da Unasul, entrando em conflito com seus dois vizinhos Argentina e Brasil, se não contasse com o estímulo e proteção do governo norteamericano. Certamente, que os governos do Brasil e da Argentina vacilaram claramente ao não acompanharem o desenvolvimento da conjuntura política no Paraguai, mormente quando se sabe que Washington estreitou muito suas relações com o Chile, depois do governo direitista de Piñera, e vinha realizando gestões para construir uma base militar no Paraguai. Tem sido denunciada a intenção de estabelecer um cerco a Brasil e Argentina.
Do ponto de vista da oligarquia paraguaia nada mais conveniente do que buscar apoiar-se no grande irmão do Norte para manter seus privilégios em desfavor da maioria do povo paraguaio, pois certamente não contaria com a boa vontade de Brasil e da Argentina, cujas políticas econômicas têm forte conteúdo social.
Agora, o problema está criado, pois estamos ameaçados em interesses muito concretos como é a manutenção dos acordos regionais do Mercosul e da Unasul, sem contar que existe
a empresa binacional de Itaipu,
importante fornecedora de energia para o Brasil, construída na fronteira entre Brasil e Paraguai.
Washington pode muito bem estar contando com o isolamento do Paraguai, no âmbito da região, para estreitar suas ligações com esse pequeno país e transformá-lo em ponta de lança contra as pretensões de maior autonomia de Brasil e Argentina.
No mundo atual, em que é notória a ação intervencionista generalizada, explícita e oculta, das grandes potências, especialmente dos Estados Unidos, nos países mais frágeis, especialmente os mais dotados de recursos naturais estratégicos, qualquer descuido dos organismos responsáveis pela segurança interna em relação ação dos órgãos do Departamento de Defesa dos Estados Unidos e outras potências pode acarretar funestas conseqüências para a segurança nacional.
Não me admiraria se algum dia vier a ser constatado que a crise do “mensalão”, durante a qual foi ensaiada uma tentativa de golpe, visando a destituição do presidente Lula, tenha contado com o apoio dos Estados Unidos. O denunciante do esquema, o deputado federal Roberto Jeferson, conhecido por sua atuação em episódios obscuros, poderia muito ter sido cooptado pelo departamento de Defesa dos EUA, para dar a sua denúncia o teor que assumiu. Suspeito fortemente que o que se denominou mensalão foi uma das operações, ilegais, porém freqüentes, com que tem sido financiadas as campanhas eleitorais no país, mediante o uso de “caixa 2” de empresas privadas ou públicas.
Não há por que não admitir que as ações que os Estados Unidos e as grandes potências vêm realizando de desestabilização dos governos de vários outros países, como acontece no Oriente Médio, inclusive com o fornecimento de armamento, não possam estar em vias de acontecer na América do Sul. Portanto, senhores governantes, não nos deixamos enganar pela cordialidade aparente dos ministros e governantes das grandes potências. Seus interesses, como tais, estão sempre em primeiro lugar e eles não hesitam em mobilizar meios, nem sempre os mais lícitos, para defendê-los.
Os Demóstenes Torres, Carlinhos Cachoeira e muitos outros infiltrados nas altas esferas do poder público e do setor privado e da grande imprensa, são candidatos naturais a montar esquemas de desestabilização dos governos democráticos, em associação com os serviços secretos das grandes potências e grupos políticos internos ameaçados em seus privilégios. É preciso combatê-los com toda a energia, sob pena de “só fecharmos a porta depois que o ladrão esteja dentro de casa”.

Cachoeira prestes a abandonar a estratégia do silêncio

Cachoeira, diante das derrotas judiciárias, pode abrir a boca

Cachoeira, diante das derrotas judiciárias, pode abrir a boca

por Wálter Fanganiello Maierovitch
Nesta semana, a sorte de Carlinhos Cachoeira mudou. O jogo virou pro lado dele  e deu zebra. E Cachoeira está nervoso a ponto de ter acabado de desacatar um agente penitenciário.
Cachoeira, a propósito, estava animadíssimo com o voto equivocado do desembargador federal  Tourinho Neto. No momento, e segundo avaliam policiais federais consultados por este articulista, Cachoeira, que está a perder fichas no jogo jogado, poderá “quebrar o silêncio e detonar”.
 Como todos lembram, – até porque assustador em termos de insegurança social –, o desembargador Torunho Neto havia, em voto, concedido a Cachoeira ordem de habeas-corpus. Isto para  colocá-lo em liberdade. E, também, para anular todas as interceptações telefônicas realizadas, – com autorização judicial e aval do Ministério Público –, na chamada operação Monte Carlo, conduzida pela Polícia Federal.
Mais animado Cachoeira ficou quando, em outro e diverso feito, o precipitado Tourinho Neto deu efeito extensivo ao habeas corpus concedido em favor de um tal Careca. Com o efeito extensivo, a ordem de soltura de Careca beneficiava Cachoeira.
Mas, a festa judiciária promovida por Tourinho Neto virou, ontem e para Cachoeira, uma tragédia.
Como já informado e comentado neste espaço, por 2×1,  o voto de Tourinho Neto foi rejeitado pelos seus colegas togados do Tribunal Regional Federal (1ª.Região), na segunda-feira passada.
Ontem, o ministro Gilson Dip, do Superior Tribunal de Justiça (STJ), concedeu liminar para cassar o efeito extensivo, concedido por Torurinho Neto,  para colocação de Cachoeira em liberdade, junto com o referido Careca.
Para rematar e ainda ontem, uma nova zebra apareceu para Cachoeira.
O Tribunal de Justiça do Distrito Federal denegou ordem de habeas-corpus em favor de Cachoeira. Ele pretendia cair fora da cadeia em face de prisão preventiva imposta nos autos do inquérito iniciado pela operação Sain Michel. A operação Sain Michel refere-se a fraudes em licitações de bilhete eletrônico de transporte público em Brasília.
Resta a Cachoeira bater à porta do Supremo Tribunal Federal (STF). E as suas esperanças voltariam num STF que conta com um ministro Marco Aurélio, que soltou Salvatore Cacciola (fugiu para a Itália e só foi recapturado quando foi passear em Monte Carlo) e um Gilmar Mendes que, contrariando jurisprudência do STF, pulou instâncias para conceder liminar e soltar o banqueiro Daniel Dantas. Fora isso, Gilmar Mendes soltou o médico Roger Abdelmassih, que estaria no Líbano, como lhe convém espalhar para tirar a polícia do seu encalço em território brasileiro.
Pelo que circula, Cachoeira, — que de tolo não tem nada–, já analisa se “jogou certo” ao optar pelo silêncio.
Pelas informações que circulam, Cachoeira já está a achar que  o silêncio não foi suficiente para ganhar a liberdade e reduzir a pó as operações Monte Carlo e Vegas (a que ficou anos na gaveta do procurador-geral Roberto Gurgel, apesar do prazo de 30 dias estabelecido pela lei processual  para se manifestar). E pouco valeu a defesa técnica entregue ao influente advogado Márcio Thomaz Bastos, contrato a peso de ouro.
Por isso, Cachoeira já estaria a imaginar numa outra cartada, pois insatisfeito com o poder de pressão dos seus amigos poderosos e potentes. E até o seu fâmulo, senador Demóstenes Torres, caiu no desespero pela não prevalência do voto de Tourinho Neto e manutenção das conversas telefônicas gravadas. Demóstenes estava pronto para afirmar a inexistência de provas lícitas das suas ligações com Cachoeira. 
 Num pano rápido. Cachoeira pode mudar e virar uma metralhadora giratória. Para tanto, bastará abrir a boca e deixar o silêncio de lado. Essa cartada é desaconselhada pelos seus defensores, certamente.

Senador Humberto Costa pretende roubar a beleza da CPI do Cachoeira

Qual o benefício de cassar o senador Demóstenes Torres?

Vários senadores foram cassados e voltaram. Idem deputados. Alguns, inclusive, são inquisitores na CPI do Cachoeira.

Ou pune todos ou nenhum. Escrevi: O Brasil precisa acabar com a catarse do bode expiatório. Prenderam o Cacciola e soltaram a quadrilha dele de dirigentes do Banco Central. Prenderam o juiz Lalau e a quadrilha dele, formada pelos empresários mais ricos de Brasília, continua em liberdade.

Com a cassação do senador Desmótenes, assume o suplente Wilder Morais, secretário de infraestrutura de Goiás.

Wilder Pedro de Morais
Wilder Pedro de Morais

Humberto Costa vai confundir a cabecinha linda de Andressa Alves Mendonça que é ou era casada com Wilder, o homem que ela largou para ficar com Cachoeira.

Se Andressa voltar para o marido, o Senado fica mais bonito. Com certeza.

Andressa
Andressa

Mas uma CPI sem musa é uma CPI sem inspiração.