


por Ana Fonseca Pereira
Público/ Portugal
Directora dos cuidados intensivos de hospital de Curitiba suspeita de provocar morte de pacientes por asfixia, com o objectivo de libertar camas. Há sete casos confirmados, mas investigadores dizem que há dezenas de outras mortes suspeitas
Uma médica brasileira detida em Fevereiro e acusada de ter matado sete pacientes internados nos cuidados intensivos de um hospital de Curitiba, no estado do Paraná, poderá ser responsável por até 300 mortes suspeitas ocorridas naquele serviço. Virgínia Helena de Souza, entretanto posta em liberdade, pode vir assim a ser acusada por um dos maiores casos de homicídio em série de que há memória.
A médica, directora da unidade de cuidados intensivos do Hospital Universitário Evangélico de Curitiba desde 2006, é suspeita de, em colaboração com outros funcionários daquela unidade, administrar doses elevadas de medicamentos que causam paralisia muscular a pacientes ligados a ventiladores, reduzindo em seguida os níveis de oxigénio, o que acabava por provocar a morte por asfixia. Segundo o despacho de pronúncia, citado pelo jornal O Globo, os profissionais de saúde assassinaram os doentes com o objectivo de libertar camas, agindo “como se tivessem o poder de decretar quais os pacientes que teriam o direito a permanecer vivos no centro médico”.
Detida a 19 de Fevereiro, a médica foi libertada sob caução na semana passada já depois de ter sido acusada por sete homicídios qualificados, pelos quais foram imputados outros três médicos, três enfermeiras e um fisioterapeuta. Mas já no domingo, o auditor do Ministério da Saúde que está a rever os ficheiros clínicos de 1700 pacientes que passaram pela unidade nos últimos sete anos disse à TV Globo que há outros 20 casos suspeitos e outros 300 estão ainda a ser investigados. “Têm todos o mesmo modus operandi”, disse Mário Lobato ao programa Fantástico, revelando ainda que nem todos os doentes estavam dependentes de suporte artificial de vida e que em alguns dos casos estavam acordados e conscientes pouco antes da morte.
Virgínia Helena de Souza nega as acusações, dizendo que todos os procedimentos descritos pelo Ministério Público são medicamente justificáveis. A polícia revelou, no entanto, escutas telefónicas em que a médica instrui outros profissionais da unidade a desligar os suportes de vida. “Pelo amor de Deus, têm alguns doentes que estão mortos, então, vai desligando as coisas que não têm sentido”, diz, numa gravação, citada pela revista Veja, datada de Janeiro em que é citado o nome de um dos pacientes que viria a morrer entretanto.
A confirmarem-se as piores suspeitas da acusação, a médica brasileira superaria o macabro recorde de Harold Shipman, o clínico britânico que foi condenado em 2004 pela morte de 15 pacientes mas que, ao longo de toda a sua vida terá sido responsável por 215 mortes suspeitas – o mais grave caso de homicídio em série de que há registo no mundo, recorda o jornal britânico Independent.
Por Helio Fernandes
A CRIMINOSA REPETIÇÃO DAS CALAMIDADES
A palavra certa para identificar as tragédias provocadas pelas chuvas é exatamente esta: criminosa. Só que alguém deveria responder por esses crimes que se repetem no estado do Rio e em São Paulo. É tudo igual ao ano anterior, dramas que só fazem aumentar.
A partir da Baixada, até Petrópolis, Teresópolis e Friburgo, não há melhoria alguma. Ao contrário, aumenta o número de mortos, desta vez já são quase [mais de 50 em Petrópolis]
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PS – O prefeito de Duque de Caxias, em vez de socorro, recorre à semântica: “Existem DESABRIGADOS e DESALOJADOS”.
(O título é do editor do blogue)
por Moacir Japiassu
Saiu em tudo quanto é canto que o tal do Cyonil Borges, que dedurou os amigos apanhados na Operação Porto Seguro, “está desencantado com a inclusão do seu nome entre os acusados de corrupção passiva”. Disse o elemento:
“Eu poderia ser o novo herói do Brasil se mentisse. Mas fui honesto demais e contei toda a história, com os erros que cometi. Vou virar réu por ter sido honesto”.
Janistraquis garante que Cyonil não se ferrou porque é honesto; Cyonil se ferrou porque é burro:
“Não é possível que uma pessoa, qualquer uma, ainda não tenha sequer desconfiado de que no Brasil honestidade é crime tão nojento quanto a pedofilia.”